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Uma analogia entre o padeiro e o professor, Quem é bom? Quem é mau?

Uma analogia entre o padeiro e o professor.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Prezados(as), inicio este texto fazendo  uma indagação: qual é o melhor padeiro? Aquele que pega todos ingredientes de uma receita de pão complicada. Lê a mesma com atenção, separa os ingredientes com cuidado, faz as misturas de acordo a receita... e depois começa o processo de sovar a massa, para que  a mesma fique homogênea e sua textura final seja agradável aos olhos dos outros, bem como as avaliações externas de paladar e visual do produto acabado. Entretanto, tem muito padeiro por aí, que não tem nenhum trabalho com a preparação, planejamento e envolvimento com o trabalho, pois sua tarefa é apenas colocar a bandeja no forno para assar e depois retirá-la, cabe a este profissional o reconhecimento pelo conjunto da obra? Acho que não, explico...

Falar que é bom professor, estar entre os melhores da cidade é muito fácil, porque trabalhar com produto quase acabado é simples, justamente por não ser tão  árdua a tarefa de  se elaborar uma estratégia que  contemple todos alunas e alunas, este universo de pessoas é como uma receita pré-feita, só cabe ao profissional a tarefa de lapidar o que já foi trabalhado, anteriormente, quando em estado bruto. Ser o melhor assim é fácil, pois o único trabalho que resta é reconhecimento pelo sucesso da receita que outro começou.

Bom professor, sabe o que faz e tem paciência e consciência de que nem todos aqueles que passam por suas mãos darão boas receitas, mas mesmo assim ele, bom professor, tenta melhorá-los, lapidando suas limitações, abrindo seus horizontes e quantas vezes à frustração bate à porta ao percebermos que os conhecimentos repassados foram em vão.

Bom professor não é aquele que trabalha com alunos que tenham bases familiares, fazem cursos de inglês, moram no centro da cidade ou em bairros  de classe média-alta, alunos que têm computadores, em casa, em sua grande maioria. Alunos que têm acesso a canais de TV por assinatura e frequentam as mais diversas rodas sociais, este tipo de profissional apenas termina o que outros começaram, não sendo digno de reconhecimento algum.

Bom professor é aquele que encontra nas limitações de seus alunos e alunas a possibilidade do crescimento pessoal, pois se consigo auxiliá-lo nesta árdua caminhada pela busca do saber, se consigo lhe transmitir o interesse, se consigo ter paciência e não taxo aqueles com mais dificuldades como : BURROS, estarei me tornando um bom professor.

Nossas escolas estão lotadas destes tipos de professores e professoras. Muitos trabalham realmente com fatores extraclasse que influenciam no aprendizado e estes profissionais têm que se desdobrarem, porque as clientelas problemáticas hoje são maioria, ma nem por isso, quando uma escola recebe alunos de outra escola ou de determinado bairro têm o direito de esbravejar que são melhores , invejados e perseguidos, justamente por serem melhores. Isto é um papo furado, pois na verdade estão agindo apenas como auxiliares e o sucesso de suas receitas já havia sido iniciado por outro profissional. Entretanto, quando se deparam com alunos e alunas  que tiveram seus cursos de vida e aprendizados comprometidos: insinuam que a culpa não é deles e sim dos outros, o fracasso não é deles. Mas ser bom não é trabalhar com produto semiacabado e sim ter a capacidade de conceber um ensino que aplaque todos e não apenas os já previamente preparados, porque para estes  chegarem ao sucesso só cabe um pequeno empurrão, entretanto quero ver carregar no colo, parar para ouvir, ter paciência para ensinar e derrubar a arrogância quando tem que reconhecer e entender que o ser humano é limitado e nem todos aprendem de forma igual. A educação precisa de que nós professores, diretores tenhamos mais humildade e consciência de que ninguém é melhor do que ninguém, principalmente quando esta afirmação é apenas de boca e não pautada realmente em ações de mudança, seja no comportamento com nossos alunos e alunas, seja no nosso relacionamento com os colegas de profissão. Quando começarmos esboçar este comportamento estaremos dando o primeiro passo para agirmos não como auxiliares de padeiro apenas colocando a massa no forno; mas como padeiros oficiais que preparam os ingredientes, sovam a massa e se preocupam com o resultado final, mesmo sendo o resultado de uma receita que não foi ele que elaborou.

PENSEM NISSO.


Publicado por: ANTÔNIO FERNANDES NETO

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.