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Teoria sócio-construtivista: um olhar sob a perspectiva de Bruner e Coll

A teoria em que é apresentada como ponto central a premissa de que aprendizagem e desenvolvimento são produtos da interação social.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Adriana Lima Abreu[1]

Alessandra Bellini[2]

Cláudia Esther Reis Godinho[3]

Enildes Rosa Queiroz Andrade[4]

Paulo Sérgio Cardoso[5]

Judite Filgueiras Rodrigues[6]

As teorias sócio-construtivistas apresentam como ponto central a premissa de que aprendizagem e desenvolvimento são produtos da interação social. Há um conjunto de correntes variadas que, tendo como ponto central a interatividade psicosocial desenvolvem interpretações variadas para as diversas manifestações dos processos de desenvolvimento e aprendizagem. Destacaremos neste ensaio, as idéias básicas de Jerome Bruner e César Coll sobre Socio-Construtivismo.

Jerome Bruner (1973) baseou seus estudos na cognição, desafiou o behaviorismo e apresentou como princípios básicos da sua teoria primeiro que o aprendizado é um processo ativo do sujeito; segundo que a estrutura cognitiva do sujeito é o fundamento para a aprendizagem (estrutura cognitiva: esquemas e modelos mentais). Em terceiro que o conhecimento aprendido fornece significado e organização à experiência do sujeito, como aponta Bruner

“O conceito de números primos parece ser mais prontamente compreeendido quando a criança através da construção, descobre que certos punhados de feijões não podem ser espalhados em linhas e colunas completas . Tais quantidades tem que ser colcoadas em uma fila única ou em um modelo incompleto de linha – coluna no qual existe sempre um a mais, ou alguns a menos, para preencher o padrão. Estes padrões, que as crianças aprendem, são chamadas de primos. É fácil para a criança ir desta etapa para o reconhecimento de que uma denominada tabela múltipla é uma folha-registro das quantidades em várias colunas e linhas completadas. Aqui está a fatoração, multiplicação e primos, em uma cosntrução que pode ser visualizada .” (BRUNER, 1973.p.197.)

Bruner também apresenta uma teoria da cognição e da instrução que sugere meios para ação do educador. O mesmo autor coloca como pontos básicos para o ensino aprendizagem: a) a aprendizagem consiste na mobilização cognitiva para a categorização. b) A categorização se processa por; seleção de informação, geração de proposições e simplificação. c) O sujeito (estudante) interage com a realidade segundo suas categorias. d) As categorias determinam diferentes signos e significados na aprendizagem. e) O currículo escolar deve ser trabalhado no modelo espiral (que sugere a retomada do conhecimento por diferentes dinâmicas metodológicas).

Basicamente podemos concluir das idéias de Bruner que seu método é socrático; fundamento é a interação- criança - assunto e modo de apresentá-lo. O conhecimento de mundo fundamenta-se num modelo representativo da realidade conforme três técnicas: ação – imagem – símbolo. Por último que o pensamento da criança evolui com a linguagem e dela depende.

É relevante também a contribuição de César Coll, pesquisador espanhol que baseou seus trabalhos nas teorias de Piaget, Vigotsky, Ausebel e Buner. No Brasil Coll foi consultor do MEC na elaboração dos PCN’s para o Ensino Fundamental.

César Coll discute em seu livro Psicologia e Currículo sobre a finalidade da Educação fazendo um elo entre Educação e Currículo Escolar. Segundo ele a elaboração de uma Proposta Curricular deve ser concreta, operacional, flexível e fácil de ser utilizada, em um período razoável de tempo. O projeto curricular formulado deve ser concreto, garantindo continuidade através da estruturação ordenada e coerente de cada disciplina, respeitando as diferenças de cultura locais (ou regionais), bem como os diferentes níveis ou etapas da escolarização considerada obrigatória. Além disso, o modelo proposto deve ser flexível em relação às exigências epistemológicas dos conteúdos abordados (língua materna e estrangeira, matemática, Ciências, Estudos Sociais, Artes, tecnologia, educação Física, etc.). Lembrando que epistemologia significa: estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das Ciências já construídas, e que visa determinar os fundamentos lógicos, o valor e o alcance objetivo delas. A proposta deve ser baseada no modelo aberto de currículo, de modo que tenha flexibilidade suficiente de adaptação em função do acelerado ritmo de transformação dos tempos atuais, bem como se adaptar às características gerais dos alunos em questão.

César Coll (2003) apresenta ainda que além dessas exigências básicas, três aspectos dever ser considerados imprescindíveis: Relacionar o currículo a projetos sociais e culturais dentro do contexto social. Isto equivale dizer que o currículo não deve ser apenas de natureza puramente técnica. O currículo também deve viabilizar a concepção construtivista: como se ensina e como se aprende; e Insistir na atenção à diversidade de capacidades, interesses e motivação dos alunos, dá ênfase ao conceito de Inteligências Múltiplas, que está diretamente relacionado às propostas construtivistas.

A elaboração de um projeto curricular pressupõe a tradução, em relação à funcionalidade, de três princípios considerados básicos: ideológicos; pedagógicos; e psico-pedagógicos. Portanto, o currículo é um elo entre a declaração dos seus princípios e objetivos gerais, bem como uma prévia prescrição de sua aplicação operacional; a teoria educacional e a realidade do aluno e do meio ambiente que o cerca - o que irá gerar a prática pedagógica observável no dia a dia; e o planejamento educativo e a ação pedagógica entre o que se prevê, ou seja, o que é prescrito, e o que realmente acontece em sala de aula.

Os componentes do currículo podem agrupar-se em quatro capítulos: o que ensinar; quando ensinar; como ensinar; o que, como e quando avaliar. O Projeto Curricular deve ser igualmente levar em consideração cada um dos estágios de desenvolvimento segundo Piaget. Deve-se levar em conta o que o aluno é capaz de aprender sozinho e o que necessita da ajuda do professor. O ensino deve ser eficaz e fazer significado para o aluno.

Para Coll a aprendizagem significativa requer duas condições: o conteúdo deve ser significativo, isto é, ser utilizável pelo aluno, quando necessário; e o aluno deve estar motivado.

Dessa forma, devemos ver o aluno como alguém que já trás para a escola conhecimentos adquiridos da sociedade e é a partir desse conhecimento que o professor deve iniciar suas atividades. A partir do momento em que só se passa conteúdos insignificantes para o aluno, sem respeitar as suas experiências a aprendizagem se tornará um processo mecânico de memorização e estaremos diante da aprendizagem repetitiva, memorística ou mecânica.

Contudo, é de suma importância a contribuição da teoria sócio-construtivista na Educação Brasileira. Cada vez mais a escola precisa ser capaz de desenvolver as habilidades cognitivas de seus alunos. Ela precisa ser um espaço de interação, de transformação para desenvolver o potencial do aluno, aberta ao diálogo, onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem. Lugar onde o potencial do aluno seja desenvolvido com um currículo aberto que permita a aquisição de conhecimentos científicos.

REFERÊNCIAS

http://maxpages.com/elias/Psicologia_e_Curriculo_parteII

http://www.dcc.unicamp.br/~heloisa/MO642/BRUNER/sld006.htm

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_l

COLL, Cesar. Psicologia e Currículo. Ed. Ática- 2003

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[1] Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Mestranda em Ciências da Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental – UTIC.

[2] Graduada em Pedagogia pela Universidade São Judas Tadeu SP. Mestranda em Ciências da Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental – UTIC.

[3] Graduada em Pedagogia pela Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE. Mestranda em Ciências da Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental – UTIC.

[4] Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências e Letras de Carangola – MG. Mestranda em Ciências da Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental – UTIC.

[5] Graduado em Pedagogia na Universidade Estadual do Piauí - Mestrando em Ciências da Educação na Universidade Tecnológica Intercontinental – UTIC.

[6] Dra Ciências do Movimento Humano. Docente da UTIC


Publicado por: Claudia Esther Reis Godinho

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.