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Sinal Vermelho, Pare, Olhe, Escute:Transitando com responsabilidade

Possibilidade de se trabalhar a educação para o trânsito nas séries iniciais do ensino fundamental.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

As questões referentes à Educação para o Trânsito são de relevância em todas as instâncias da escola e tem se tornado mais freqüentemente discutida a medida, em que se constata que o comportamento humano pode comprometer, tanto a si próprio como também a pessoas inocentes, que sofrem em decorrência de atos inconseqüentes.

Os problemas causados no trânsito, são ocasionados também por uma cultura impensada, que começa muito cedo em cada família, onde criança anda livremente pela rua, corre, brinca e joga bola em lugares impróprios sem a supervisão de nenhum adulto, que se é permitido brincas com o carro da família e sair dirigindo por aí sem ter a idade adequada, e que a própria criança presencia certos comportamentos  que vão formando a sua concepção de vida e de cidadão, vê um irmão menor dirigindo, vê alguém que tem carteira de habilitação fazendo loucuras no trânsito, em muitos casos até bêbado.

A proposta deste trabalho é apontar possibilidades de se trabalhar a Educação para o Trânsito nas séries iniciais do ensino fundamental, afim de, propor resgatar valores morais e éticos, que acabam se perdendo. A escola deve ser um canal de informação para a criança, esclarecendo dúvidas e principalmente focando quais são os comportamentos corretos para que uma criança possa se torna um cidadão consciente, compromissado e responsável por seus atos de hoje e de sempre.

Palavras-Chaves: Educação para o Trânsito, comportamento humano, atos inconseqüentes, cultura impensada, valores morais e éticos, cidadão consciente, compromissado e responsável.

SUMÁRIO

IDENTIFICAÇÃO.................................................................................................5

RESUMO.............................................................................................................6

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................8
2 OBJETIVO GERAL........................................................................................13
3 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................14

3.1 O TRÂNSITO NA CIDADE DE CURITIBA...................................................17

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................19

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR..........................................19

4.2 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA............................................................20

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.............................24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................28
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................29

1.INTRODUÇÃO

Com o presente projeto pretende-se apontar possibilidades para se desenvolver uma Educação para o Trânsito na Escola Municipal Prefeito Linneu Ferreira do Amaral, não com a pretensão de formar futuros motoristas, mas sim, uma formação para a prática de cidadania, por meio de uma mudança cultural e comportamental, favorecendo uma atitude de convívio social para o respeito mútuo, deixando o EU de lado e tendo foco na coletividade.

[... Operacionalmente, cidadania pode ser qualquer atitude cotidiana que implique a manifestação de uma consciência de pertinência e de responsabilidade coletiva. Nesse sentido, exercer a cidadania tanto é votar como não emporcalhar a cidade, respeitar o pedestre nas faixas de trânsito (haverá algum cidadão motorista?) e controlar a emissão de ruídos. (PINSKI, 2000, p.346)

Quando se deixa o EU de lado e se pensa e em coletividade, em bem estar social, encontramos muitos obstáculos pela frente, pois, o que para um indivíduo possa estar correto, para o outro é errado, e vice-versa, isso ocorre principalmente em decorrência aos hábitos culturais e comportamentais de cada um.

É muito comum ouvir-se falar que uma pessoa só aprende a lição quando sente na própria pela a conseqüência de seus atos, seja através da dor ou por punição, ora física, moral ou monetária (no próprio bolso).

O cidadão tem o dever de obedecer às leis e códigos, em benefício do bem comum. Esta é a melhor forma de respeitar o direito das demais pessoas e ter os seus respeitados. As mesmas leis e códigos definem que estamos sujeitos a punições toda vez que nosso comportamento for nocivo para a coletividade ou para nós mesmos. (BRUNS, 2008, p. 97)

Sendo assim, é necessário lançar um olhar próprio ao trânsito que se envolva todos os elementos desse sistema, pedestre, ciclista, motociclista, motorista, vias e sinalizações.

O anseio do homem de se deslocar de um lugar ao outro vem de tempos antigos e para tanto é imprescindível que compreenda as mensagens expressadas nas diversas maneiras de comunicação do trânsito, ou seja, as sinalizações, e a escola pode e deve ser um canal de apoio nesse processo de compreensão.

Conforme o Código de Trânsito Brasileiro art.74, deve-se cobrar das autoridades a educação para o trânsito.

Desta forma, a escola deve ter em seu currículo a Educação para o Trânsito desde os primeiros anos de vida escolar das crianças, deve-se  desenvolver trabalhos lúdicos e objetivos sobre trânsito já na educação infantil, para que assim se possa almejar futuramente uma mudança cultural e comportamental no que se refere a trânsito e ao respeito a vida.

O aspecto de problemática se refere à comunidade escolar, inserido no contexto de sociedade. Visto que, toda mudança depende de repensar o comportamento.

Nosso comportamento no trânsito é regido por um conjunto de leis, formado pelo Código de Trânsito Brasileiro por Decretos, Resoluções Complementares e Portarias das Autoridades de Trânsito. Este conjunto prevê comportamentos e ações corretas para todos os elementos do trânsito, bem como infrações, multas, penalidades e a responsabilização civil e criminal por nossos atos no trânsito, principalmente quando colocamos em risco a segurança e a vida, nossa e das demais pessoas. (BRUNS, 2008, p. 97)

Numa sociedade capitalista, onde é importante se ter um carro e exibi-lo como forma de status social, muito se é pensado nos prazeres de se ter um carro, mas, muito pouco na responsabilidade e no comportamento que o cidadão deve ter ao conduzir o mesmo.

O progresso trouxe os veículos e hoje dependemos deles para quase tudo. Veículos são uma exigência de consumo e progresso do nosso século. Nenhum outro produto fabricado pelo homem tem aceitação globalizada comparável à do automóvel. (BRUNS, 2008, p. 102)

Como tudo passa por mudanças e transformações no decorrer do tempo e espaço, nossa escola também mudou.

Sendo uma unidade fundada na década de 70, passou por mudanças também no espaço de circulação dos arredores, aumentou a quantidade de alunos, o fluxo de carros, e os pontos principais tem acesso para uma rua de grande movimento no bairro, principalmente nos horários de entrada e saída dos alunos. A comunidade escolar em acordo com órgãos responsáveis e pensando na segurança dos alunos, tomou a iniciativa de ativar um portão já existente na lateral da escola, para assim, agilizar o processo de entrada e saída dos alunos. Vindo a nos alertar como profissional atuante na escola, colaborar com a necessidade da mesma e da sociedade na conscientização de nossos alunos pelo perigo no trânsito.

Segundo Bley (2004), o processo de percepção do risco pelo homem nem sempre é objetivo, ou racional, mas fortemente influenciado por fatores diversos que variam de indivíduo para indivíduo, em função do padrão de funcionamento e do seu repertório adquirido.

Tendo em vista que as crianças vivem e circulam, muitas vezes distraidamente em um bairro com via férrea, avenidas, canaleta do ônibus expresso, e que suas bicicletas dividem espaço com ônibus e demais veículos e os mesmos quase sempre estão desacompanhados de adultos. A criança é um ser em formação que irá desenvolver hábitos culturais e comportamentais baseados na família e por essa razão, faz-se necessário a mediação da escola, para embutir nos alunos um comportamento consciente que muitas vezes pode ser diferente do que ela vê em casa, mas, que poderá compreender que é para bem de todos, inclusive de seus familiares.

Julgamos necessário o trabalho com esse tema, com o propósito de conhecer para conscientizar, aprimorando o convívio social e preservando a vida com mais segurança e responsabilidade, pois devido ao acelerado desenvolvimento urbano, tecnológico e o aumento populacional, algumas das grandes cidades do mundo e de nosso país, estão vivendo ou caminhando para os “caos” no trânsito.

A quantidade de veículos em circulação aumenta a cada dia. Só no Brasil, são fabricados 2 milhões de veículos por ano, entre automóveis, caminhões, motocicletas e tratores, ou mais de 6 mil veículos novos por dia (BRUNS, 2008, p.  102).

O ser humano desde sempre preocupou-se em localizar-se, locomover-se e conquistar espaços, e de forma acelerada esqueceu de organizar e planejar, não obedecendo normas e infringindo regras.

A norma básica é a de que os usuários das vias terrestres devem evitar qualquer ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsitoem geral. Tambémnão devem jogar ou deixar quaisquer substâncias, objetos ou obstáculos nas vias. A responsabilidade do condutor começa muito antes de conduzir o veículo pela via. (CTB, 1998, Art. 26).

O trânsito não mata somente por ocorrência de acidentes, faz vítimas fatais em brigas, xingamentos, discussões, uso de armas, estresse causado pelo trânsito ou fora dele, pequenas infrações e a falta de cordialidade mutilam e deixam muitas famílias em luto.

O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso, pois a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 35 anos e pertence à faixa economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade. (BRUNS, 2008, p.47)

Através das produções e convenções humanas atualmente temos uma grande fonte de informação, pelo Código Nacional de Trânsito, sistema de sinalização, agentes de trânsito e uma riqueza de instrumentos, equipamentos de segurança, recursos e tecnologias a serviço do homem que facilitam a locomoção, mas, falta a consciência, a educação, a cooperação e a responsabilidade para o uso.

Tem-se o pensamento e a compreensão de que certos comportamentos não são adequados em determinadas situações, mas, enquanto “não dá nada”, ou seja, não se é penalizado, punido, está tudo certo. A criança brinca e corre em locais de intenso movimento de veículos, o pai a coloca em seu colo quando vai de carro até o mercado, entre várias outras situações, a brincadeira só acaba quando algo grave acontece.

Na perspectiva de conscientizar as crianças para a grande problemática atual do trânsito, alertando para uma mudança atitudinal da sociedade, que deve iniciar pela pequena ação de cada um de nós. O decorrente trabalho propõe colaborar com a formação e interação, tornando o processo ensino-aprendizagem mais significativo, promovendo a reflexão e o respeito na importância de ser, atuar e colaborar com o meio, contribuindo para compor uma sociedade mais confiante e com indivíduos autônomos e responsáveis. Pois, regras, multas, ações punitivas são importantes, mas, a educação contribuirá para as mudanças de atitudes no cumprimento de normas e que realmente evitará muitas vítimas.

1.OBJETIVO GERAL:

Priorizar a segurança, defesa e preservação da vida.

1.REFERENCIAL TEÓRICO:

O trânsito é um conjunto de deslocamentos diários necessários para a locomoção dos indivíduos e conforme suas necessidades foram criados meios de transportes a fim de facilitar este deslocamento.

O crescimento da população mundial e a evolução dos meios de transportes obrigaram o homem a criar normas de trânsito, visando a educação de motoristas e pedestres para o uso de veículos e vias.

O excesso de velocidade no trânsito e o uso inadequado dos meios de transportes em vias públicas despertou, a preocupação até mesmo da Igreja Católica, que em 36 páginas de “Diretrizes para o Cuidado Pastoral da Estrada” veio a lançar os 10 Mandamentos do Motorista, entre eles destacamos quatro que se usados na prevenção poderiam colaborar muito com a conduta e a responsabilidade no trânsito:

  • A estrada deve ser instrumento de ligação entre as pessoas, não de dano mortal;
  • Cortesia, correção e prudência te ajudarão a lidar com imprevistos;
  • Seja caridoso e ajude o próximo principalmente se for vítima de acidente;
  • Seja responsável pelos demais.

No Brasil o primeiro Código de Trânsito foi criado em 1941 com o objetivo de disciplinar a circulação de motoristas e pedestres.

Em 1966, foi sancionada, pelo Presidente General Castelo Branco, a Lei 5.108/66 que institui o Código Nacional de Trânsito. Durante este período foram criados alguns projetos de Educação de Trânsito que refletiam a ideologia política da época onde reforçava o ensino das regras de trânsito de maneira normatizada, sem nenhuma reflexão sobre o tema.

Durante este período, o crescimento do país, o aumento da população, aumento do número de veículos, fez-se necessária uma Lei mais severa a fim de diminuir o grande número de acidentes no trânsito, esta nova Lei nº 9503 foi sancionada em 23 de setembro de 1997, instituído o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O atual código fundamenta-se na rigorosa penalização das infrações cometidas por motoristas e pedestres.

De acordo com este Código de Trânsito Brasileiro Lei nº 9503/07 artigo 1º, §  2º: “O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito; a estes cabendo no âmbito das respectivas competências adotar medidas destinadas a assegurar este direito”.

A conceitualização de trânsito, considerada no Código de Trânsito Brasileiro afirma que a utilização das vias é um direito de todos. Nesse sentido, o espaço público pertence a todos de maneira igualitária. Mas a convivência social no trânsito, nem sempre parece estar acordada no princípio da igualdade.

Assim sendo, o direito de ir, vir e estar, de conviver socialmente neste espaço, de ser parte integrante desse sistema, são princípios essenciais para conceituar trânsito.

Para que haja segurança nestes deslocamentos, os indivíduos precisam se comunicar com este Código de Trânsito. Por isso compreender as mensagens contidas nele é essencial ao processo de comunicação no trânsito e depende de valores imputados neste indivíduo. Neste sentido o Código de Trânsito Brasileiro reconhece a necessidade de educar para o trânsito quando estabelece em seu artigo 76 que:

A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação”. Parágrafo Único Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:

1 - Adoção em todos os níveis, de ensino um currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito,(...)

Além do Código de Trânsito Brasileiro, o documento dos Parâmetros

Curriculares Nacionais sugere o trânsito como tema transversal local, reforçando a importância das escolas no sentido de desenvolver atividades que possibilitem a análise e a reflexão sobre o trânsito (PCN, 1998, vol.8 p.35).

Em razão disso, percebe-se que para melhorar a qualidade do trânsito, é prioritário reeducar seu principal agente, o ser humano.

Para isso o trabalho com a Educação de Trânsito deve ser concebido como forma de desenvolver atitudes e valores voltados ao respeito, à cooperação e à valorização da vida. “A educação é parte indispensável do esforço para tornar as sociedades mais igualitárias, solidárias e integradas.” (ALMEIDA, 1995, p.60).

Assim sendo, o professor precisa buscar recursos e adotar estratégias que permitam o acesso contínuo a informação, oportunizando debates entre os alunos onde possam (re) pensar seu próprio comportamento e o comportamento de outros indivíduos; MORAES (1989, p.90) esclarece que, “os homens, agentes sociais produzidos pelas circunstâncias e pela educação são, eles mesmos, os que modificam aquelas circunstâncias e a própria educação”

No entanto a educação para o trânsito é um necessidade emergencial e precisa partir de uma conscientização aos alunos, esclarecendo que são agentes participativos no trânsito e que eles podem fazer a diferença hoje. Pois, segundo os PCNs, os alunos precisam “compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;” (PCN,1998, p.7).

Para tanto, é necessário que o tema seja abordado de maneira significativa, como um instrumento facilitador ao convívio social dos próprios alunos.

Segundo DIEZ (2004, p.41) “Uma sociedade melhor, justa e igualitária, só será possível a partir do momento em que homens e mulheres sensibilizem-se com as questões sociais no cotidiano da vida”.

Cabe a escola buscar a reflexão entre estas questões, no objetivo de promover o respeito. DIEZ (2004), p.41) coloca ainda que “a escola deve ser percebida como espaço de luta, de ampliação de capacidades humanas como possibilidade de transformações...e a educação como processo formativo”.

A escola pode ser a base para resgatar nas crianças os seus valores morais e éticos, bem como prepará-la para uma vida de convívio social.

A escola também tem atividades específicas conforme as idades das crianças, o que não acontece em casa, onde se vive conforme cada um pode e consegue dentro do que se chama vida familiar. A escola percebe facilidades, dificuldades e outras facetas na criança que em casa não eram observadas, muito menos avaliadas. (TIBA, 2002, p.182).

Como todos os dias nos vemos frente às conseqüências com a banalização e que a falta de respeito está acarretando a conseqüências direta a vida humana, pretende-se com este projeto trazer ao aluno reflexões sobre seu eu como um ser social propiciando discussões quanto a necessidade ao respeito aos outros e as regras da sociedade.

3.1O TRÂNSITO NA CIDADE DE CURITIBA

Os relatos de Saint-Hilaire (1995, p.105-111), em sua viagem a Curitiba, no ano de 1820, oportunizam visualizar o espaço da espaço com nitidez:

A cidade tem uma forma circular e se compõe de 220 casas, pequenas e cobertas de telhas, quase todas de um só pavimento, sendo porém, um grande número delas feitas de pedra. Cada casa possui o seu quintal (...)

As ruas são largas e bastante regulares, algumas totalmente pavimentadas, outras calçadas apenas diante das casas. A praça pública é quadrada, muito grande e coberta por um relvado. (...)

A cidade de Curitiba, assim como várias outras cidades do Brasil, não foi planejada e sua principal atividade era relacionada com a agricultura e os veículos utilizados na época eram movidos a tração animal.

Somente em 1855 chegou a Curitiba o engenheiro francês Pierre Taulois contratado para medir as terras. Dois anos depois, Taulois sugeriu algumas modificações no traçado das ruas da cidade.

Assim, a forma circular, relatada por Sant-Hilaire, cedeu espaço a uma forma mais regular (quadrada), com cruzamentos em ângulos bem definidos. Aí começava a organização do espaço urbano de Curitiba, baseada num modelo francês. (RODRIGUES, 1998, p. 28).

O século passado trouxe novidades e grandes modificações para várias cidades e Curitiba trocou os veículos de tração animal por bondes elétricos e um tempo depois, pelos primeiros automóveis. Em decorrência dessas transformações, as ruas foram abertas, ruas do centro da cidade foram pavimentadas com paralelepípedos e anos depois, largas avenidas foram construídas.

A Curitiba de hoje é resultado de constantes transformações realizadas desde a sua fundação promovendo melhorias ao longo da história.

No decorrer do tempo conforme progredia em suas atividades econômicas e surgimento de indústria a cidade exigia medidas para organizar o espaço urbano, ruas centrais sendo alargadas, surgindo assim as primeiras avenidas, calçamentos, melhorando o aspecto para os cidadãos, paisagens mudavam, carroças e seus cavalos davam espaço para a circulação de automóveis e outros meios de transportes.

Assim também dava-se o início as linhas de ônibus, veículos modernizados com o passar do tempo, que promoveram o atual moderno sistema de transporte coletivo, o qual interliga bairros da capital e pequenas cidades da região metropolitana.

Muitos projetos foram executados contribuindo ecologicamente e socialmente, mas o desenvolvimento acelerado dos últimos anos está levando políticos e órgãos responsáveis a criar programas alternativos para dinamizar o fluxo de veículos no sistema viário de Curitiba.

O espaço social de circulação é usado por muitas pessoas e veículos ao mesmo tempo, portanto, deve ser respeitado, preservado e organizado para manter a ordem e a segurança que os cidadãos tanto almejam.

4  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

O projeto foi desenvolvido na Escola Prefeito Linneu Ferreira do Amaral, localizada à Rua Roraima, número 1570, no bairro Cajurú em Curitiba – PR.

A instituição tem como proposta pedagógica propiciar à comunidade um ensino de qualidade, formando um educando crítico e cidadão consciente, visando a transmissão cultural, ampliando desta forma as oportunidades de aquisição do conhecimento sistematizado, instrumento básico para o efetivo exercício da cidadania. Para que isso aconteça, preza por reflexões conjuntas com trocas de experiência, prioriza o acesso aos conhecimentos necessários ao domínio das áreas do conhecimento, a compreensão das relações com a prática social global, realizando auto-reflexões sobre o trabalho efetuado em sala de aula e do comprometimento do educador com seu trabalho visando a melhoria no processo ensino aprendizagem através de uma postura profissional adequada.

Possui 32 turmas, divididas em três turnos e aproximadamente 850 educandos divididos nos ciclos I e II e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para isso, conta com 1 diretora e 1 vice, 4 pedagogas, 1 coordenadora pedagógica e cerca de 54 professores.

Os educandos da escola são oriundos de famílias de trabalhadores, com profissões operárias e prestadoras de serviço e em sua maioria com mão de obra especializada. Há um percentual significativo de profissionais autônomos e a renda média familiar é de2 a3 salários mínimos. Em sua maioria, moram em casa própria e em áreas de invasão. Trinta por cento das famílias atendidas sofrem com o desemprego e um número ainda maior, com ambientes violentos, tráfico de drogas e mortes.

A escola trabalha em parceria com o Posto de Saúde Trindade e com o Centro de atendimento Iva de Abreu, que presta atendimento de avaliação psico-diagnóstica, atendimento psicopedagógico, fonoaudiologia e fisioterapia.

A instituição também oferece curso de futebol pela Educação Permanente e é responsável pelo Contra-turno Santíssima Trindade que atende mais de 80 alunos.

4.2 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA

Vivemos em uma época que o respeito deve ser o direcionamento seguro de nossas crianças para o futuro. Constantemente nos deparamos com conseqüências que o desrespeito vem trazendo à convivência humana.

É papel também da escola contribuir com o processo de valorização do indivíduo e que a educação é a melhor forma de prevenção. Apresentamos a seguir alguns procedimentos que envolveram o presente trabalho.

O projeto foi apresentado aos alunos abordando tema TRÃNSITO, um assunto que oportuniza discutir vários conceitos importantes para o convívio social, como respeito, responsabilidade com o outro e com o espaço, reconhecimento e as mudanças ocasionadas no espaço de circulação e em que vivemos decorrentes das necessidades culturais, na cidade, no bairro aos arredores da escola, entre outros. Os alunos envolvidos demonstraram muito interesse ao tema, participaram das discussões, deram sugestões e fizeram relatos de situações ocorridas recentemente próximo à área escolar vivenciado por eles. Representaram suas idéias através de desenhos, com compreensão a respeito do significado do título sugerido.

Organizamos com os alunos a confecção de um painel que construímos a partir de arrecadação de fotos da nossa cidade, do bairro e da escola no decorrer dos tempos. A comunidade escolar envolveu-se como um todo, alunos, pais e profissionais da escola pesquisaram e foi possível juntar uma grande quantidade de fotos, que pudemos selecionar para garantir veracidade e qualidade das informações na confecção do mural. Durante a exposição, muitas reflexões foram possíveis fazer, constatamos várias mudanças ocorridas através dos tempos. Presença ou não de rede elétrica, quantidade de veículo, sinalização, diferenças nos meios de transportes e fachadas das construções, pavimentação, vestuário, hábitos.

Realizamos um percurso para reconhecimento do espaço de circulação ao redor da escola. Com o apoio da equipe da Guarda Municipal de Curitiba, foi possível garantir a segurança dos alunos, que acompanhados de suas professoras puderam caminhar e observar o roteiro que havia sido preparado previamente, ressaltando também a importância dos profissionais da Guarda durante o evento e que crianças no trânsito somente com a presença de um adulto.

Houve produção coletiva relacionando alguns pontos de referências e sinalizações os quais foram representados através do desenho o que foi observado e explorado visualmente e oralmente.

A Guarda Municipal de Curitiba realizou um teatro de fantoches para os alunos, com o objetivo de conscientizar a todos os participantes sobre os perigos no trânsito em geral e aos arredores da escola.

Posteriormente trabalharemos com a representação das cores, relacionando a função social dos símbolos, explorando o vermelho, verde, amarelo, branco e preto, evidenciando as sinalizações verticais e horizontais, expondo um trabalho de produção dos alunos com tinta guache.

Em outro momento construiremos um circuito no pátio da escola, desenvolvendo atividades corporais de deslocamento aprimorando a localização espacial e lateralidade, conceitos imprescindíveis à locomoção.

Assistiremos aos pequenos filmes “Não sou louco como pedestre / Não sou louco com a bicicleta”, para discutir regras do que pode ser feito em casa e na escola, fazendo uso desses conceitos para refletir algumas normas que devem ser seguidas no trânsito, refletindo sobre o uso de equipamentos quando pedestres, ciclistas, motoristas, passageiros, atleta, etc, produzir cartazes com regras e ilustrações.

Dando continuidade pesquisaremos endereços apropriados para a prática de brinquedos com skates, patins, carrinhos de rolimã, pipas, futebol, bicicleta, etc. Realizaremos um concurso na sala para eleger a melhor frase advertindo aos cuidados para os locais de brincar.

Complementando o trabalho com leitura, análise e ilustração de diferentes textos como: verbal e não verbal, publicitário, informativos, frases educativas e músicas. Promover o sinal de organização dos horários de entrada e saída da escola com músicas a respeito do tema.

Confeccionar folders de conscientização, promovendo pequenos textos e ilustrações dos alunos que servirá como avaliação geral do trabalho, reflexo do interesse, dedicação e participação dos alunos.

5  APRESENTAÇÃO E DISCUSSSÃO DOS RESULTADOS

Vivemos em uma época que o respeito deve ser o direcionamento seguro de nossas crianças para o futuro. Constantemente nos deparamos com conseqüências que o desrespeito vem trazendo à consciência humana.

É papel também da escola contribuir com o processo de valorização do indivíduo e que a educação é a melhor forma de prevenção. Apresentamos a seguir alguns procedimentos que envolveram o presente trabalho.

O projeto foi apresentado aos alunos, abordando tema TRÂNSITO, um assunto que oportuniza discutir vários conceitos importantes para o convívio social, como respeito, responsabilidade com o outro e com o espaço, reconhecimento e as mudanças ocasionadas no espaço de circulação e em que vivemos decorrentes das necessidades culturais, na cidade, no bairro aos arredores da escola, entre outros. Os alunos envolvidos demonstraram muito interesse ao tema, participaram das discussões, deram sugestões e fizeram relatos de situações ocorridas recentemente próximo à área escolar vivenciado por eles. Representaram suas idéias através de desenhos, com compreensão a respeito do significado do título sugerido.

Organizamos com os alunos a confecção de um painel que construímos a partir de arrecadação de fotos da nossa cidade, do bairro e da escola no decorrer dos tempos. A comunidade escolar envolveu-se como um todo, alunos, pais e profissionais da escola pesquisaram e foi possível juntar uma grande quantidade de fotos, que pudemos selecionar para garantir veracidade e qualidade das informações na confecção do mural. Durante a exposição, muitas reflexões foram possíveis fazer:

  • Constatamos várias mudanças ocorridas através dos tempos,
  • Presença ou não de rede elétrica,
  • Quantidade de veículos,
  • Sinalização,
  • Diferenças nos meios de transportes, fachadas das construções, pavimentação, vestuário e hábitos. Os registros dos alunos foram elaborados através de desenhos e textos.

À partir destas reflexões, realizamos um percurso para reconhecimento do espaço de circulação ao redor da escola. Com o apoio da equipe da Guarda Municipal de Curitiba, foi possível garantir a segurança dos alunos, que acompanhados de suas professoras puderam caminhar e observar o roteiro que havia sido preparado previamente, ressaltando também a importância dos profissionais da Guarda durante o evento e que crianças no trânsito somente com a presença de um adulto.

Durante o percurso, os alunos orientados pela professora observaram o ambiente, a sinalização vertical e horizontal, e os meios de transportes, discutiram sobre formas seguras de circulação (calçadas com passarelas para pedestre e faixa de segurança). Os estudantes a todo momento questionavam e apontavam suas dúvidas e sentiram-se maravilhados com a disponibilidade da Guarda ao acompanhá-los.

Ao retornarmos para a sala de aula, através de exploração oral e produção de texto coletivo e ilustrações, pudemos constatar o desenvolvimento do trabalho com o reconhecimento e noções espaciais expostos em suas observações relevantes no desempenho das representações, nas minúncias das cores, na postura e comportamento como atuantes no espaço de circulação com um novo olhar para regras e espaço adequado para transitar. Para nós o motivo deste trabalho é possibilitar aos alunos a reflexão sobre suas atitudes frente ao mundo que os cerca.

As professoras solicitaram via ofício a apresentação do grupo de teatro organizado por profissionais da Guarda Municipal de Curitiba, que desenvolve através de representação teatral a formação de algumas regras, cuidados preventivos e sinalização para o público infantil, que contribuem de forma lúdica e cultural na formação à educação para o trânsito.

Durante o planejamento da atividade a equipe Pedagógica Administrativa da escola, em reconhecimento da importância do trabalho desenvolvido, solicitou que a apresentação fosse realizada a todos os alunos da escola, nos dois períodos de atuação, manhã e tarde.

A atividade transformou-se em um grande evento, um dia de integração, onde toda a escola esteve envolvida com o tema. Após a apresentação, for realizada uma reflexão junto aos alunos sobre suas atitudes em relação ao trânsito, a fim de que aprendam valores éticos para agirem eticamente com outras pessoas e tudo o que faz parte do seu mundo.

Em continuidade ao trabalho, for realizada a atividade de identificação de placas, gestos, símbolos, regras, a função e importância das cores e formas em nosso cotidiano na escola, em casa, no trânsito ou em uma simples brincadeira.

As professoras reuniram-se com os alunos para a leitura dos livros: “As aventuras do bonequinho do banheiro de Ziraldo, e “As formas de ...., após ouvirem as histórias, puderam analisar, comparar e discutir a respeito das informações contidas em ambos os livros, as transformações das formas e cores, seus significados e imposição de suas regras.

Os estudantes ressaltaram que em todos os lugares, casa, escola, cidade e que em outros existem regras e que o nosso comportamento deve ser adequado para determinados ambientes e ocasiões, e que as atitudes apropriadas são necessárias para que todos possam conviver harmonicamente em sociedade.

O aluno G., 8 anos....” por isso que é importante não correr na hora do recreio”. Através  do comentaria a professora pode esclarece a respeito da velocidade no trânsito e em um simples choque com o colega quando se anda ou se corre.

Posteriormente os alunos do 1º ano divididos em grupos, pintaram com tinta guache várias formas: triangulares, retangulares, circulares e quadrados nas cores verde, amarelo e vermelho. Em outro momento os alunos da 2ª etapa elaboram frases advertindo quanto a segurança nos espaços de circulação, formando cartazes para exporem nos diversos ambientes da escola. Segundo Morais (1989, p.90)...”é função da escola oportunizar momentos de análise e de reflexão sobre as questões relacionadas ao trânsito, possibilitando aprendizagens que conduzam ao universos das relações humanas e do convívio social”.

Diante disso não se pode negar que conviver no trânsito é um movimento contínuo de cooperação e respeito mútuo.

Em outro momento construímos um circuito no pátio da escola, desenvolvendo atividades corporais de deslocamento, aprimorando a localização espacial e lateralidade, conceitos imprescindíveis à locomoção. Previamente em sala de aula, as professoras apresentaram e nomearam as placas contidas no material de trânsito da escola. Os alunos puderam manipular e participar da simulação e de algumas situações de direção, noção espacial e corporal.

Utilizando o material “Trânsito para crianças”, composto de mini placas e semáforos, as professoras com a colaboração da Guarda atuante na escola, organizaram um circuito em formato de duas ruasem cruzamento. Osalunos circularam atuando como pedestres nas laterais das ruas, e uma simulação representando motoristas, segundo as regras combinadas e a sinalização sonora e visual organizada. A participação foi total e espontânea, os alunos demonstraram interesse, chamavam a atenção dos colegas que cometiam alguma “infração”, comentavam a respeito da circulação de outros e de si próprio.

Os alunos do 1º ciclo, 2ª etapa e alguns alunos do Contra turno Santíssima Trindade (anexo da Escola), representação através de desenho e descrição de características, como seria o seu “Herói” do trânsito. Por meio dessa atividade foi possível analisar o nível de compreensão e entendimento dos alunos ao tema abordado. Na descrição as crianças explicaram quais seriam as qualidades necessárias para que uma pessoa pudesse ser um herói no trânsito, cuidando e preservando a sua vida e de outras pessoas.

Acreditamos em uma educação para o trânsito através de informação e prevenção constantes e isso foi possível verificar na atuação dos estudantes, respeitar para ser respeitado.

Através da ludicidade e imaginação, o desenvolvimento de regras vai se construindo e formando a responsabilidade.

6  CONSIDERAÇÕES FINAIS

O enfrentamento consciente das questões relacionadas ao trânsito deve propiciar circunstâncias úteis para as transformações culturais e sociais que resultem em novos estilos de progresso para as sociedades humanas. Esse desafio requer uma dinâmica efetiva de pessoas capacitadas para agirem conscientemente como profissionais em todos os estágios desse método. Dentro do assunto abordado nesse projeto, atuar conscientemente significa basicamente atingir mediante a compreensão crítica do mundo em que vivemos, considerando os acontecimentos históricos e as ações humanas isoladas e coletivas.

Um aspecto de grande relevância desse projeto foi de analisar que qualquer educação seja aplicada na escola ou em casa pode ter o foco no trânsito, possibilitando o desenvolvimento de atitudes e comportamentos seguros. Para que a educação para o trânsito tenha sucesso e consiga alcançar suas metas é de fundamental importância a união de todas as instâncias da sociedade, mas, esse trabalho deve ser retomado com afinco nas escolas, através de professores capacitados que tenham idéias inovadoras e saibam trabalhar por meio da responsabilidade social.

A educação para o trânsito é de fato, um mecanismo eficiente que consegue modificar muitos dos problemas comportamentais de relevância prejudicial ao progresso das sociedades.

Compreender as questões que envolvem a educação para o trânsito, não é somente observarmos através de uma visão óbvia, ou seja, enxergarmos somente o que está diante dos nossos olhos, é preciso uma visão holística se almejamos e sonhamos com uma mudança comportamental e atitudinal, despertando desde cedo na criança as questões de responsabilidade por seus atos e principalmente de empatia e convívio social, consciência de que toda ação errada tem suas conseqüências e muitas vezes pagamos por ela a vida toda. Ser e ter uma postura correta no trânsito e na vida só irá desde sempre nos proporcionar momentos de satisfação e alegria verdadeiros, algo concreto e não passageiro.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DANIELE RUEDA KROICH
ELIZABETE APARECIDA SOLA FRANCO
OSANA MARQUES PERDIGÃO


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