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Resenha: A Teoria de Gagné para a aprendizagem

Resenha do livro A Teoria de Gagné.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Esta resenha refere-se ao capítulo 04, constante da obra Teorias de Aprendizagem, intitulado A Teoria de Gagné, organizada pelo professor Marco Antônio Moreira, publicada em 1999, em São Paulo (SP), pela Editora Pedagógica e Universitária. Robert M. Gagné é professor de Educação da Universidade do Estado da Flórida, em Tallahasse, EUA.

O referido livro texto, em seu capítulo 04 aborda a teoria de Robert Gagné (1971 – 1980) e fornece ao leitor uma visão geral dela, bem como suas implicações ao ensino e à aprendizagem. Procura relacionar e/ou unificar princípios de aprendizagem de modo a explicar fatos específicos observados.

O autor comenta que essa teoria evoluiu de uma perspectiva bastante behaviorista para outra predominantemente cognitiva. Durante essa evolução, três componentes foram a ela incorporadas, a saber: 1) uma série típica de eventos que acompanham cada ato de aprendizagem; 2) uma taxonomia de resultados de aprendizagem; 3) condições específicas ne­cessárias para alcançar cada resultado.

A aprendizagem, segundo Gagné,

“é uma mudança de estado interior que se manifesta por meio da mudança de comportamento e na persistência dessa mudança. Um observador externo pode reconhecer que houve aprendizagem quando observa a ocorrência de uma mudança comportamental e também a permanência desta mudança.”

Trata-se, portanto, de acordo com Gagné, uma mudança comportamental persistente. Na teoria, as mudanças resultantes do desenvolvimento de estruturas internas constituem-se na maturação. Já a aprendizagem

“ocorre quando o indivíduo responde e recebe estimulação de seu ambiente externo, a maturação requer somente crescimento interno.”

Comenta sobre vários tipos de estimulação provenientes do ambiente onde se encontra o indivíduo, a qual se constitui em insumo (input) aos processos de aprendizagem. Já exsumo (output) é uma modificação do comportamento que é observada como um desempenho humano.

Gagné, diferentemente da abordagem behaviorista de Skinner - que se preocupa com os processos intermediários -, focaliza o processo da aprendizagem. Para ele a aprendizagem se realiza “dentro da cabeça” do aprendiz, além de destacar a importância das teorias de aprendizagem, ressaltando a chamada “teoria de processamento da informação”, apresentando e discutindo um modelo básico de aprendizagem e memória como consequência de teorias de processamento de informação.

Nessa teoria, são dois tipos distintos de eventos, os externos e os internos ao aprendiz. Os primeiros relacionados à estimulação e os produtos conseqüências da sua resposta e os últimos, admitidos ocorrendo no sistema nervoso central do estudante, inferidos de observações externas.

Atos de aprendizagem são precedidos, segundo Gagné, por uma série típica de eventos de aprendizagem a qual se dá por meio de oito fases, cada uma com um nome e que identifica o processo interno envolvido na mesma. As fases são: motivação, apreensão, aquisição, retenção, rememoração, generalização, desempenho e retroalimentação.

Gagné propõe que existem cinco principais classes de capacidades humanas, as quais podem ser aprendidas: informação verbal, habilidades intelectuais, estratégias cognitivas, atitudes e habilidades motoras, enfatizando, em sua proposta, a habilidade intelectual.

Na teoria de Gagné, as habilidades mais simples que representam os “pré-requisitos imediatos” podem ser analisadas, ser analisadas para identificar habilidades ainda mais simples, o que aponta serem tais habilidades hierarquizadas.

Com relação à instrução e ao papel do professor, por se tratar de uma teoria que prevê mudança comportamental persistente, a fase da aprendizagem existe de um ou mais processos internos, no sistema nervoso central do aluno, que transformam a informação até que o aprendiz responda com um desempenho. Tais processos internos podem ser influenciados por eventos externos, por estimulação do ambiente do indivíduo. Nessa perspectiva, a instrução é

“atividade de planejamento e execução de eventos externos à aprendizagem, com a finalidade de influenciar os processos internos para atingir determinados objetivos. Os objetivos são as capacidades a ser aprendidas, i.e., descrições verbais daquilo que deve ser aprendido.”

Logo, cabe ao docente a tarefa de promover a aprendizagem por meio da instrução, planejando-a, administrando-a e avaliando-a quanto à sua eficácia por meio da avaliação da aprendizagem do estudante.

A proposta idealizada por Gagné sugere ao leitor situar-se entre o behaviorismo e o cognitivismo, pois que se apresenta por meio de estímulos, respostas, estimulação do ambiente, comportamentos, dentre outros. Porém, de outro modo, comenta-se muito, ao longo de sua teoria, processos internos de aprendizagem, além de enfatizar a importância das teorias de aprendizagem para a instrução.

O texto, objeto desta resenha, é importante na medida em que esclarece fatos vivenciados durante a prática pedagógica do professor e, consequentemente, uma reflexão acerca desta temática, o que nos permite recomendar sua leitura.

RESENHA
- Título: A Teoria de Gagné
- Identificação: A Teoria de Gagné – Capítulo 04 do Livro de Texto Teorias de Aprendizagem.
- Referência: MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1999.


Publicado por: Marcos Fernandes Sobrinho

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.