1 Introdução
Nos dias atuais vem sendo comum observarmos alunos que manifestam deficiências ou dificuldades comportamentais e/ou aprendizado, e muitas vezes não apresentam diagnóstico, ou por não irem em busca do mesmo ou por que os pelos pais não revelarem para a escola. Essa nova realidade nos convida a sair da inércia e repensar em nossa prática, sendo muito importante que a equipe de acolhida saiba que a responsabilidade do diagnóstico não é de nenhum membro da comunidade educativa.
Vale destacar que casos de transtornos graves, crises intensas de epilepsia e problemas respiratórios, e total dependência podem inviabilizar a inclusão, pois podem colocar em risco tanto a criança , quanto os professores , quanto os demais alunos.
Questões de confiabilidade devem ser discutidas com os pais do aluno que se interessam por uma inclusão consciente e eficaz, que combata qualquer sinal e preserve a privacidade da criança.
Uma tarefa de fundamental importância nesse processo que cabe à Orientação Educacional e a Coordenação Pedagógica é de que, quando não há diagnóstico, orientar a família a procurar uma avaliação multidisciplinar ou neuropsicológica particular ou no SUS.
O aprimoramento do processo vai ocorrendo na medida em que a Comunidade Educativa vai avaliando, identificando as falhas ajustando rotas, modificando e/ou adaptando recomendações para a realidade da escola, contemplando a diversidade do todo e de cada um.
2 Vejamos algumas deficiências e adaptações adequadas a cada uma delas:
→ Deficiência Motora: Alunos cadeirantes necessitam de rampas , corrimão próximos a lousa , tapetes antiderrapantes , carteira forrada com papel ,prendendo-o com fita adesiva, suporte para livros , aumentar calibre do lápis e adaptações nos matérias escolares como cadernos , apostilas , atividades estruturadas e adaptadas.
→ Transtorno do Espectro Autista (TEA) – Nesse caso o diagnóstico do aluno só pode ser aberto para comunidade escolar com consentimento dos pais . Adequar o currículo escolar a fim de estimular as funções neuropsicológicas necessárias ao aprendizado eficiente , propiciar materiais adaptados , jogos pedagógicos , uso de imagens e fotos , esquemas , signos visuais e ajustes de pequenos e grandes portes. Organizar um registro individual de desempenho e comportamento, estabelecer previamente a rotina usando preditores visuais com agendas ilustradas , calendários , sequência de atividades. Ofertar ao aluno com TEA, possibilidade de comunicação alternativa como o método PECSe programas como ABA e TEACCH.
→ Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) – O aluno deve ser colocado para sentar próximo a área que o professor permanece por mais tempo e distante de locais que possam provocar distração, ou de colegas inquietos .Ter acesso a comandos simples e objetivos.
3 Projeto Inclusão
O padrão da inclusão não se restringe ao aluno com deficiência ou aquelas com necessidades educacionais especiais, mas atinge todo aluno, em sua diversidade de habilidades e dificuldades.
A diversidade humana requer intervenções educacionais individualizadas;
4 Práticas ideais
Cabe à escola:
Cabe à família:
5 Avaliação
Para o melhor desenvolvimento da capacidade de organização do aluno os seguintes princípios devem ser observados:
Praticas educacionais na escola:
6 Das provas adaptadas
O texto abaixo estará encarregado de fornecer subsídios e orientar quanto às necessidades pedagógicas dos alunos com deficiência (A Organização das Nações Unidas (ONU) adota a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 13 de dezembro de 2006. A Convenção entrou em vigor em todo o território nacional com valor de Emenda Constitucional em 09 de julho de 2008) e transtornos globais do desenvolvimento, essas orientações, se tratam, sobre as adaptações pedagógicas para o aluno da Educação Especial tendo como referência as diretrizes curriculares, considerando especificidades para o aprendizado e o acúmulo de conhecimentos em igualdade de condições, respeitando, considerando e legitimando as diferenças .
Como são de conhecimento dos professores, as adaptações pedagógicas constituem direitos do aluno com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento sempre que se fazem necessárias, e estas adaptações se tornam obrigatórias, principalmente, por meio da igualdade de oportunidades preconizadas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que tem a equivalência de Emenda Constitucional.
A Convenção em questão garante ao aluno com deficiência e ou transtornos globais do desenvolvimento o pleno acesso a educação em sistemas inclusivos e em todas as etapas do ensino, e para que o acesso seja efetivado, sempre que necessário às adaptações pedagógicas devem ser realizadas, seja para o dia a dia da escola, para os trabalhos de casa e para as avaliações, o que pode incluir, inclusive, recursos como o da prova oral.
As condições e as adaptações devem considerar a deficiência apresentada pelo aluno, no entanto, evitando generalizações por deficiência (por exemplo, nem todos os cegos utilizam Braille e nem todos os surdos usam Libras). Deste modo, os apoios de sala orientam caso a caso, sobre as estratégias necessárias ao aluno. Estas estratégias e recursos de acessibilidade, ou seja, recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem, precisam ser incorporados ao dia a dia das atividades escolares e não somente na data de aplicação de provas ou testes.
Exemplos de adaptações em situação de prova de que alunos com deficiência se beneficiaram:
— Leitura dos testes para os alunos;
— Explicações diretas de várias maneiras;
— Tempo extra para realização das provas;
— Intervalos nas sessões as provas;
— Auxílio ou equipamento adaptativo;
— Orientação para o aluno por meio de sinalização;
— Respostas ditadas para um assistente [escriba];
— Realização a prova em um local tranquilo;
— Realização da prova em vários dias.
Opções para facilitar o acesso dos alunos à aprendizagem:
— Usar “dicas” variadas;
— Aplicar provas orais / verbais e escritos;
— Usar a demonstração prática;
— Usar gravuras;
— Ler as provas para os alunos;
— Antecipar a leitura das questões a prova;
— Usar aplicações no ambiente real;
— Usar respostas curtas;
— Usar múltipla escolha;
— Estender a duração;
— Dar as instruções em passos separados (escritas/sinalizadas/verbais);
— Usar apoio escrito para as instruções orais;
— Baixar o nível de dificuldade;
— Reduzir as instruções;
— Reduzir as tarefas com lápis e papel;
— Ler as instruções para os alunos;
— Dar sugestões ou “dicas” extras;
— Adaptar as folhas de teste.
Para que orientem os professores de classes comuns na utilização desses recursos também durante a realização das provas. Algumas situações vivenciadas nas Salas de recurso por alunos das mais varias deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e que precisarão estar disponibilizadas nas provas ( e em todas as atividades de sala de aula) podem ser as seguintes:
O aluno que apresenta deficiência intelectual ( sem generalização , pois entendemos que cada caso necessita de um parecer diferenciado) ou com autismo ( pode ter mais facilidade em pensar e construir conceitos por meio de imagens e esquemas próprios) , talvez , apresente dificuldade na questões de prova sem apoios. O material de apoio ao estudo de tema é valido durante a prova e sob supervisão do professor .
Recursos de baixa e de alta tecnologia para ampliar ou substituir a possibilidade da escrita por uma dificuldade ou ausência da mesma na resolução das questões das provas podem ocorrer com alunos com deficiência física e outra deficiências ou transtornos, portanto, algumas soluções a seguir são úteis:
• Uso de computador ou máquina elétrica;
• Uso de escriba (pessoa que fará as anotações escritas para o aluno);
• Uso de opções de múltipla-escolha;
• Uso de letras móveis, palavras e frases, numerais, símbolos ou sinais previamente recortados para colagem em lacunas.
Para finalizar de acordo com a Declaração Mundial de Educação para Todos e Declaração de Salamanca. O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e ao mostrar consonância com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade.
“A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, em classes comuns, exige que a escola regular se organize de forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem, a todos os alunos, especialmente àqueles portadores de deficiências”.
7 Citação de Referencia:
- Comunidade Aprender Criança-Cartilha da Inclusão: inclusão baseada em evidencias cientificas (Ed.Instituto Glia 2014).
- Convenção sobre os Direitos das pessoas com Deficiência .
- http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.
Karina Castelhano Lopes de Carvalho
Professora especialista em educação especial e práticas inclusivas
Publicado por: Karina Castelhano Lopes de Carvalho