Profissão Professor - Ser professor
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Resumo
Para repensar as práticas pedagógicas e atuação do professor em sala de aula é fundamental rever e analisar paradigmas que a sustentam, ou melhor, rever seus conceitos e suas perspectivas, apresentando uma análise teórica da prática docente, dificuldades no exercício, na existência ou não de clareza de seu papel enquanto educador. Levar em conta a realidade do aluno; reconhecer-se e assumir-se como professor; acreditar que a mudança é possível; reflexão crítica sobre a prática docente. Processo ensino e aprendizagem, papel do docente em desenvolver estratégias que possibilite ao aluno na construção do conhecimento. A importância do planejamento pedagógico dentro do contexto com ações educativas, postura ética e mediadora do docente, o vínculo afetivo entre professor e aluno, o diálogo, as intervenções pedagógicas, o planejamento de situações reais de aprendizagem, considerando a realidade do educando, tendo a avaliação como um instrumento de aprendizagem, buscando sempre uma formação de qualidade com visão crítica e reflexiva.
Palavras chave: profissão, professor, prática reflexiva, ensino e aprendizagem, aluno.
1. Introdução
Para repensar as práticas pedagógicas e atuação do professor em sala de aula é fundamental rever e analisar paradigmas que a sustentam, ou melhor rever seus conceitos e suas perspectivas , desde o ensino infantil ao ensino superior em nosso país. O objetivo deste estudo é apresentar uma análise teórica da prática docente.
O papel do professor instigou a execução da presente pesquisa, pelo apontamento das dificuldades no exercício, na existência ou não de clareza de seu papel enquanto educador e dificuldades que têm enfrentado, tais como:
- Levar em conta a realidade do aluno;
- Reconhecer-se e assumir-se como professor;
- Acreditar que a mudança é possível;
- Reflexão crítica sobre a prática docente.
De acordo com Freire:
O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não passiva, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que o professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos. (1996, p.96)
Desta forma, a importância em pesquisar sobre o tema “Profissão Professor” consiste em conhecer e refletir sobre as práticas educativas, para que se possa alcançar uma realidade esperada.
2. Desenvolvimento, aprendizagem e educação: A influência da Teoria Histórica - Cultural
Para repensar as práticas pedagógicas e atuação do professor em sala de aula é fundamental rever e analisar alguns paradigmas que sustentam essa prática, os conceitos e as perspectivas atuais da educação, desde o ensino infantil ao ensino superior em nosso país.
A Teoria Histórica - Cultural mais conhecida como Escola de Vygotsky, constituiu-se numa vertente da psicologia que se desenvolveu na União Soviética nas décadas iniciais do século XX. Os autores que autodenominaram sua corrente de pensamento como Histórico-Cultural partiram do pressuposto de que o homem é um ser de natureza social. Admitido à origem animal do homem, restava à ciência explicar suas especificidades, frente aos outros animais, como no homem, sua inteligência e sua personalidade. É a consciência humana que faz de cada um, um ser único.
Vygotsky fundador da Teoria Histórico-Cultural ao retomar estudos de Karl Marx, realizados no século XIX, apontou que os homens não são dotados de muita ou pouca inteligência, solitários e egoístas, plenos ou vazios de aptidões para a poesia, a música, a ciência, como se tudo fosse uma vontade divina, mas tudo isso depende do lugar que ocupa nas relações sociais, que foram criadas pelo homem ao longo da história.
Coll, et. al. (1995, p.29) contribui que o conceito de internalização é um dos elementos-chave na obra de Vygotsky para caracterizar a gênese das funções psicológicas superiores. Todo feito psicológico realiza-se, principalmente, em um plano externo, desenvolvendo uma função social. Os processos psicológicos são produzidos em um contexto interativo, de natureza social e comunicativa. Ao longo do desenvolvimento, estas propriedades dos processos sociais são transferidas do plano externo, interpsicológico, ao plano interno, intrapsicológico.
O desenvolvimento é entendido por Vygotsky como um processo de internalização de modos culturais de pensar e agir. Esse processo de internalização inicia-se nas relações sociais, nas quais os adultos ou as crianças mais velhas, por meio da linguagem, do jogo, do “fazer junto” ou do “fazer para”, compartilha com a criança seus sistemas de pensamentos e ação.
Embora aponte diferenças entre aprendizado e desenvolvimento, Vygotsky considera que esses dois processos caminham juntos desde o primeiro dia de vida da criança e que o primeiro, o aprendizado suscita e impulsiona o segundo, o desenvolvimento. Ou seja, tudo aquilo que a criança aprende com o adulto ou com outra criança mais velha vai sendo elaborado por ela, vai se incorporando a ela, transformando o seu modo de agir e pensar.
Os processos de aprendizagem transformam-se em processos de desenvolvimento, modificando os mecanismos biológicos da espécie. Sendo um processo constituído culturalmente, o desenvolvimento psicológico depende das condições sociais em que são produzidas, dos modos como as relações sociais cotidianas são organizadas e vividas e do acesso às praticas culturais. Segundo sua análise, o aprendizado (atividade interpessoal) precede e impulsiona o desenvolvimento, criando zonas de desenvolvimento proximal, ou seja, processos de elaboração compartilhada.
Observar a atividade compartilhada da criança possibilita olhar para o seu futuro, pois “o que é o desenvolvimento próximo hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã, ou seja, aquilo que a criança é capaz de fazer com assistência hoje ela será capaz de fazer sozinha amanhã” (Vygotsky, 2007).
Na escola, as condições se modificam. Ali as relações de conhecimento são intencionais e planejadas. A criança sabe que está ali para apropriar-se de determinado tipo de conhecimento e de modos de pensar e de explicar o mundo, organizados segundo uma lógica que ela deverá aprender.
2.1 - Circunstâncias da aprendizagem
A intervenção do adulto na aprendizagem da criança considerando a relação entre a zona de desenvolvimento real e proximal, considerando as condições da criança para aprender a fazer sozinha num futuro próximo, aquilo que ela consegue fazer hoje com a colaboração de alguém mais experiente e aquilo que ela não consegue fazer com um parceiro mais experiente não adianta ser compartilhada pelo educador.
O processo de aprendizagem deve ser sempre colaborativo, ou seja, de uma ação entre educador, parceiro mais experiente e aquele que aprende o sujeito ativo que se apropria e reproduz. A criança precisa realizar ela própria às atividades e não o educador por ela ou para ela. Habilidades ou aptidões não são por dom divino, mas é devido as suas condições materiais de vida e de educação, que são condicionadas pelo lugar que ocupam nas relações sociais.
Essa Teoria supera a concepção de que a criança traz, ao nascer um conjunto de aptidões e capacidades, mas a única potencialidade é a de aprender potencialidades, uma única aptidão, a de aprender aptidões e com a única capacidade de aprender é nesse processo que a criança desenvolve a inteligência. O ser humano não nasce humano, mas aprende ser humano. A criança aprende com as outras gerações e outras crianças mais velhas, nas relações sociais e momento histórico e cultural em que vive. O ser humano depende daquilo que aprende, do que conhece e utiliza a cultura acumulada para ser aquilo que é.
2.2 - O papel do Professor
Segundo Vygoksty (2007), o professor deve acompanhar as crianças, orientando sua atenção, destacando elementos das situações em estudo consideradas relevantes à compreensão dos conhecimentos nelas implicados: analisando as situações para e com a criança e leva-a a comparar, classificar, estabelecer relações lógicas; demonstrando como usar determinados procedimentos da matemática, da escrita; ensina a utilizar o mapa, os equipamentos de laboratório, etc.
A criança por sua vez raciocina com o professor, segue suas explicações, reproduz as operações lógicas realizadas por ele, mesmo sem entendê-lo completamente. Nessas situações compartilhadas com o professor, a criança aprende significados, modos de agir e de pensar, e começa a elaborá-los. Ela também re-significa e reestruturam significados, modos de agir e de pensar, e começa a se dar conta das atividades mentais que realiza e do conhecimento que está elaborando.
Nesse sentido, destaca Vygotsky, a educação escolarizada e o professor têm um papel singular no desenvolvimento dos indivíduos. Fazendo junto, demonstrando fornecendo pistas, instruindo, dando assistência, o professor interfere no desenvolvimento próximo de seus alunos, contribuindo para a emergência de processos de elaboração e de desenvolvimento que não ocorriam espontaneamente.
A escola possibilita o contato sistemático e intenso dos indivíduos com os sistemas organizados de conhecimento e fornecendo a eles instrumentos para elaborá-los, mediatizando seus processos de desenvolvimento.
Acreditar na própria capacidade é decisivo não só para a aprendizagem escolar, mas também para o desenvolvimento pessoal como um todo. Especialmente quando a proposta pedagógica tem como eixo metodológico à resolução de problemas considerar- se capaz de assumir os riscos de experimentar situações desafiadoras (possíveis, porém difíceis) é pré-requisito para a aventura do conhecimento.
O sentimento de incapacidade em geral traz consigo outros tantos que comprometem as possibilidades de aprender: a falta de respeito por si mesmo, baixa auto-estima, e nenhuma autoconfiança. Isso faz com que as pessoas fujam dos desafios e que quando são obrigadas a enfrentá-los, tenham certeza de que não vão conseguir fazer o que é preciso.
A aprendizagem ocorre quando o indivíduo entra em contado com novos conhecimentos, desenvolvendo habilidades e competências e assim, por meio de uma mudança de comportamento, com isso gerando novos conhecimentos.
2.3 – Relação entre professor e aluno
A relação professor-aluno deve ocorrer de forma a colaborar com a construção do conhecimento não elaborado para o conhecimento elaborado e voltado à prática social. O adulto é insubstituível, mas se necessita da participação efetiva do aluno, pois o educando é um ser que possui capacidade de evoluir no raciocínio, necessitando de mediação, passando do espontaneísmo, muitas vezes normal da idade, para uma cultura elaborada criticamente. Esse formato de trabalho se expressa dialético na medida em que o aluno participa do processo educacional, buscando a verdade, confrontando com os conteúdos já elaborados anteriormente e expressos pelo próprio professor.
É importante que o professor tenha conhecimento da realidade de cada aluno, pois ficaria inviável tentar um esforço para buscar uma pedagogia que privilegia os contrastes e desconhecer a própria realidade social de cada indivíduo. Dessa forma, o professor buscará desenvolver outras habilidades, exigindo o esforço do aluno dentro de limites compatíveis a cada realidade. Defende-se que, assim, o aluno terá uma visão crítica e capacidade de processar informações importantes à sua própria vivência.
A escola é o espaço físico que atua direta e indiretamente na vida de cada pessoa. O conhecimento significa um legado da humanidade, uma forma de compreender determinada situação. Para ser professor não basta que se tenha domínio sobre determinado conteúdo, domínio de sala, como um mero apresentador de disciplinas, tomando o conteúdo como forma de controlar a turma, num ritual de punições avaliativas, numa rotina sem perspectiva de mudança.
Porém, ser professor é muito mais do que isso, é ser cuidadoso com os alunos, é ser aberto a sugestões, conhecedor da necessidade de cada educando. O professor crítico-reflexivo atua no plano do social, da realidade, como forma de garantir os interesses do coletivo, não da classe dominante.
A concepção que muitas pessoas têm acerca dos alunos é que eles são completamente dependentes dos professores. Na verdade são até certo ponto, mas são sujeitos da práxis pedagógica, membros da sociedade, buscam atingir maturidade suficiente para a emancipação pessoal. Os alunos necessitam do professor como mediador das situações cotidianas, pois o docente possui experiência e maturidade.
É importante que seja ressaltado a importância do conhecimento dentro da escola. Muitas vezes o conhecimento é assimilado da realidade e transmitido como pequenas parcelas da realidade, não como o todo, sistematizado e organizado. Às vezes alguns textos são estudados de forma tão aprofundada que parece substituir a própria realidade. Não se está aqui enfatizando que não seja importante o aprofundamento em tudo que se faz, porém, o conhecimento que está em jogo deve ser analisado a ponto de se verificar se esse aprofundamento é necessário ou não para determinado contexto.
O conhecimento escolar será validado como transformador quando os indivíduos, seres ativos do processo, chegarem a juntar a teoria à realidade social. Então, nesse sentido, qual a escola que queremos? Queremos que a escola seja trabalhada no sentido de que as crianças, jovens e adultos possam ser pessoas participativas do processo, assimilando ativamente os conhecimentos considerados pela realidade por eles vivida. As convicções fundamentais deverão surgir como forma de esclarecimento político. A alegria e a afetividade devem ser os pontos cruciais para a boa prática educativa, conforme segue:
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo de busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. O desrespeito à educação, aos alunos, aos educadores e às educadoras corrói ou deteriora em nós, de um lado, a sensibilidade ou a abertura ao bem querer da própria prática educativa, de outro, a alegria necessária ao que - fazer docente (FREIRE, 1996, p.142).
Conforme se observa a alegria na realização da prática docente deve ser constante, a relação entre o educador e o educando deve ocorrer de forma harmoniosa, mas utilizando do princípio dialético, das contradições. A afetividade tanto do educador para com o aluno, como do aluno para com o educador ou educadora deve ser uma forma de expressão da vontade de melhorar o ensino a cada dia.
O respeito deve ser cultivado entre todas as relações, porém, sem que haja coerção nas relações entre as pessoas do processo de ensino aprendizagem: o discurso deve ser arquitetado sem atropelar a opinião do próximo. Essa relação pacífica faz parte do ensino crítico-reflexivo que queremos. Ser dialético não é ser agressivo ou subversivo, mas ser um articulador das palavras para transformar determinadas realidades, pensamentos, opiniões.
Segundo Vasconcelos:
O professor deverá agir como um “facilitador das relações” e “problematizador das situações”. É indispensável que o educador domine o conteúdo e domine muito bem, para saber onde é importante dar ênfase, relacionar, criar, selecionar e organizar (caso contrário ele seria sempre “animador”). Ele deve ter a convicção de que aquilo que está propondo é relevante para o educando, além de ter a tranqüilidade de ser feito com antecedência o plano de trabalho. (2005 p. 75).
O educador pode provocar o educando a tornar o estudo um objeto de conhecimento. Se o educador tem consciência, é capaz de dar sentido àquilo tudo que faz, podendo despertar no outro a necessidade, provocar o desejo, levando à mobilização, sendo seu trabalho via de significação. O que importa, portanto, é que o educador realmente veja sentido naquilo que está fazendo e trabalhe esse sentido com os alunos.
Este sentido vem da inserção do educador numa concepção de sociedade, bem como de uma apreensão concreta do objeto do conhecimento que irá trabalhar. Ele pode até se equivocar, mas será provocador se estiver convencido daquilo, se for verdade para ele. É claro, que, por isso mesmo, deverá ser mais criterioso e rigoroso possível para se aproximar da verdade.
O ponto de partida do trabalho do educador para possibilitar a aprendizagem é esta capacidade de indução, de provocação, de estímulo para a motivação; quem vai conhecer é o sujeito, porém o outro sujeito, o educador, faz o acompanhamento na perspectiva de despertar, de provocar o sujeito para tal. Uma criança, por exemplo, pode não ter a capacidade para captar, entender, a princípio, a importância daquilo que está por aprender; mas a postura do professor, pelo seu empenho, pela sua convicção em ensinar, revelará à criança que de fato aquilo é importante para ela.
De acordo com Vasconcellos:
O papel do educador, dessa forma, não seria apenas de ficar passando informações, mas de provocar no outro a abertura para a aprendizagem e de colocar meios que possibilitem e direcionem esta aprendizagem. A provocação para aprendizagem tem a ver com a sensibilidade para com as pessoas a quem se dirige, com o significado que aquilo tem para ele, bem como a correlação que tem com a existência. Trata-se de acompanhar a caminhada do educador na sua relação com o conhecimento, estando atento às nuances, às situações ao grau de interação. (2005, p.75 e 76)
O desenvolvimento de diferentes capacidades, cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal, se torna possível por meio do processo de construção de conhecimentos, o que depende de condições de aprendizagem de natureza subjetiva e objetiva.
3. Componentes do processo ensino e aprendizagem
As propostas pedagógicas devem sempre resultar do cruzamento dos objetivos de ensino definidos e das possibilidades de aprendizagem dos alunos. Mas as condições subjetivas têm enorme influência nesse processo: o conhecimento prévio do aluno, a crença nas próprias capacidades, a disponibilidade e a curiosidade para aprender, a valorização dos saberes que possui e o sentimento de pertinência ao grupo de colegas, são alguns dos fatores que explicam por que, a partir de um mesmo ensino, há sempre lugar para a construção de diferentes aprendizagens.
3.1- O planejamento e sua importância
A todo o momento o ser humano planeja suas ações, decisões, seu trabalho, sua vida, enfim. Com o ofício docente não é diferente. As práticas em sala de aula mostram-se eficientes e eficazes no cenário educacional quanto foram planejadas a partir de uma postura reflexiva sobre o que fazer o docente.
Para Coll (1997), o currículo é o elo entre a declaração de princípios gerais do sistema educacional e sua tradução operacional, entre a teoria de educação e a prática pedagógica, entre o planejamento a ação, entre o que é prescrito e o que realmente acontece na sala de aula.
O planejamento está na base do currículo escolar. Planos de ensino, diretrizes, parâmetros, planos de atividades e planos de aulas, cada um na sua instância de atuação são fundamentais para que o currículo escolar aconteça.
É a partir do uso do planejamento que tanto o professor, quanto o dirigente, o coordenador, podem possibilitar ás crianças aprenderem com qualidade.
De acordo com Finatti (2008, p. 46) o planejamento é uma parte importante do universo escolar planeja-se o ano, o semestre ou o bimestre para que os educadores tenham uma visão global do conteúdo e do caminha a ser percorrido. Para o professor desenvolver os conteúdos em sala de a forma como será feito e os recursos que serão utilizados é necessário o plano de aula.
3.2- Plano de aula
Plano de aula é um planejamento de uma ou mais aulas que compõem uma unidade de ensino, por meio dele o professor organiza os assuntos que serão abordados, além de ser um guia para o professor, o plano de aula porque garante uma melhor eficácia das aulas, e conseqüentemente, aperfeiçoa o aprendizado dos alunos.
O plano de aula se articula com o planejamento que por sua vez, se baseia nas propostas pedagógicas da escola. Há instituições que exigem que sejam feitos planos diários, semanais, mensais ou bimestrais, assim o professor tem idéia do todo conteúdo do período, assim pó professor poderá dividir melhor o tempo a ser gasto com cada unidade de ensino.
Um plano de aula deve constar de: objetivos, procedimentos, conteúdos, recursos e avaliação. De acordo com a faixa etária e a realidade dos alunos. Segue abaixo um esquema básico de cinco etapas:
- escolher o tema da aula. Minha aula será sobre o que?
- definir o objetivo. O que quero que meus alunos aprendam?
- metodologia. Como será desenvolvida a aula?
- recursos que serão utilizados. Humanos ou matérias?
- avaliação. De que forma vou avaliar a compreensão dos alunos em relação ao objetivo planejado?
Não existe modelo pronto e acabado de plano de aula, poderá ser adaptado pelo professor, também se caracteriza por um processo contínuo de reflexão, decisão, execução, acompanhamento e novamente reflexão. È um movimento dialético de reflexão.
3.3- Processos avaliativos
Com o objetivo de identificar se houve aprendizagem nos alunos, o governo oferece políticas públicas de avaliação para a organização do trabalho pedagógico, no entanto, não é verificado melhorias na qualidade de ensino, mas sim, uma avaliação da aprendizagem como algo meramente técnico e fragmentado, sem sentido que não contribui com o processo de ensino e aprendizagem de qualidade.
Neste contexto é de fundamental importância o trabalho do educador, aquele que faz a diferença enquanto mediador do conhecimento, que promove a mudança, garantindo a aprendizagem do aluno.
De acordo com Piletti (1987, p.190): “Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos educacionais, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo”.
Para Libâneo (1991), avaliação é uma tarefa didática essencial para o trabalho do professor, por apresentar uma grande complexidade de fatores ela não pode ser resumida a simples realização de provas e atribuição de notas; a mensuração apenas fornece dados quantitativos que devem ser apreciados qualitativamente.
A avaliação deve ser vista como uma ação pedagógica e reflexiva, necessária para a qualidade do processo ensino-aprendizagem, cumprindo suas funções, diagnóstica, formativa e somática.
A avaliação diagnóstica refere-se á identificação do nível inicial de conhecimento dos discentes naquela área, assim como suas características e particularidades individuais e grupais dos alunos, ou seja, é aquela realizada no inicio do curso ou unidade de ensino, com objetivo de constatar seus os alunos possuem os conhecimentos, habilidades e comportamentos necessários para as novas aprendizagens, é também utilizadas para estimar possíveis dificuldades e suas causas.
A avaliação formativa é uma importante ferramenta de estimulo para o estudo, pois sua principal utilidade é apontar os erros e acertos dos alunos e dos professores, orientando professores e alunos no decorrer desse processo, pois assim, permite identificar deficiências e reformular os trabalhos, aperfeiçoando-os de forma contínua e ascendentes.
A avaliação somativa visa classificar os discentes segundo os seus níveis de aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem. É realizada ao final de um curso, período letivo ou unidade de ensino, dentro de critérios previamente impostos ou negociados tendo em vista a promoção de um grau para outro.
Desta forma, as funções da avaliação deveriam ser aplicadas de maneira interdependentes, ou seja, não poderiam ser empregadas isoladamente. Assim, a avaliação diagnóstica só terá sentido se estiver referida como ação inicial do processo didático-pedagógico que serve para apontar caminhos a serem seguidos no processo ensino-aprendizagem, constantemente retro-alimentados pelos dados da função formativa da avaliação para manter-se alinhando aos objetivos educacionais e, finalmente, para classificar os alunos segundo seu grau de aproveitamento dentro de critérios estabelecidos de rendimento
Sendo assim, os professores devem apresentar seus planejamentos de forma coerente com os princípios didáticos e pedagógicos, visando à harmonização entre teoria e pratica docente em sala de aula e também perante a comunidade.
A intervenção do adulto na aprendizagem da criança considerando a relação entre a zona de desenvolvimento real e proximal, considerando as condições da criança para aprender a fazer sozinha num futuro próximo, aquilo que ela consegue fazer hoje com a colaboração de alguém mais experiente e aquilo que ela não consegue fazer com um parceiro mais experiente não adianta ser compartilhada pelo educador.
O processo de aprendizagem deve ser sempre colaborativo, ou seja, de uma ação entre educador, parceiro mais experiente e aquele que aprende o sujeito ativo que se apropria e reproduz. A criança precisa realizar ela própria às atividades e não o educador por ela ou para ela. Habilidades ou aptidões não são por dom divino, mas é devido as suas condições materiais de vida e de educação, que são condicionadas pelo lugar que ocupam nas relações sociais.
Essa Teoria supera a concepção de que a criança traz, ao nascer um conjunto de aptidões e capacidades, mas a única potencialidade é a de aprender potencialidades, uma única aptidão, a de aprender aptidões e com a única capacidade de aprender é nesse processo que a criança desenvolve a inteligência. O ser humano não nasce humano, mas aprende ser humano. A criança aprende com as outras gerações e outras crianças mais velhas, nas relações sociais e momento histórico e cultural em que vive. O ser humano depende daquilo que aprende, do que conhece e utiliza a cultura acumulada para ser aquilo que é.
Considerações Finais
Espera-se que esta pesquisa venha a contribuir com o processo de ensino e aprendizagem do aluno e também, possibilitando ao professor a reflexão sobre suas práticas docentes. Cabendo a ele conhecer as dificuldades de aprendizagens de seus alunos e buscar desenvolver estratégias que possibilite ao aluno a construção do seu conhecimento.
Vê-se, portanto, que cuidar do planejamento pedagógico é importante, mas é preciso cuidar do contexto em que ele se realiza. Não basta cuidar apenas de nosso discurso; é preciso cuidar das nossas ações e de nossas atitudes na escola, tendo sempre como foco principal à formação do educando.
Ao educador fica o trabalho de conduzir opiniões dos alunos, sem manipulá-las, sendo mediador e potencializador do processo formativo de cada aluno. Ao educando fica a trabalho de questionar os conceitos vistos em sala de aula, não com o objetivo de desafiar o professor, todavia, de ajudá-lo na construção do saber coletivo, contribuindo com toda a turma no que tange a igualdade de oportunidades e condições, para que todos possam ter acesso à plenitude educacional, política e social.
Portanto, pode-se dizer que é de fundamental importância o papel do professor na formação da criança. A postura ética e mediadora do docente, o vínculo afetivo entre professor e aluno, o diálogo, as intervenções pedagógicas, o planejamento de situações reais de aprendizagem, a elaboração de atividades de acordo com as necessidades dos alunos, sempre levando em consideração a realidade do aluno e a avaliação como um instrumento de aprendizagem.
Para ser professor não basta que se tenha domínio sobre determinado conteúdo, domínio de sala, como um mero apresentador de disciplinas, tomando o conteúdo como forma de controlar a turma, num ritual de punições avaliativas, numa rotina sem perspectiva de mudança. Porém, ser professor é muito mais do que isso, é ser cuidadoso com os alunos, é ser aberto a sugestões, conhecedor da necessidade de cada educando. O professor crítico-reflexivo atua no plano do social, da realidade, como forma de garantir os interesses do coletivo, não da classe dominante.
A aprendizagem ocorre quando o indivíduo entra em contado com novos conhecimentos, desenvolvendo habilidades e competências e assim, por meio de uma mudança de comportamento e com novas ações, gerando assim, novos conhecimentos.
Desta forma, para que o professor realize um excelente trabalho educativo é necessário: parcerias com as famílias, apoio pedagógico, trabalho em equipe, dentro de uma gestão democrática e principalmente, tendo boas condições de trabalho, com seus direitos garantidos enquanto docentes.
Sendo assim, o docente terá condições de desenvolver um excelente trabalho para a formação de um cidadão crítico e reflexivo, contribuindo assim, para uma educação de qualidade.
Referências
COLL. C. (org.) Desenvolvimento Psicológico e Educação: necessidades educacionais especiais e aprendizagem escolar. Trad. Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre. Artes Médicas, 1995.
COLL. C. Psicologia e Currículo: uma aproximação psicopedágógica à Elaboração do Currículo Escolar. São Paulo: Ática, 1997.
FINATTI, Jussara. Plano de aula, por que elaborar um? Disponível em: www.educacao.mg.gov.br/webnve/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=2709
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez 1991.
PILETTI, N. Didática geral. São Paulo: Ática, 1987
PILETTI, N. Psicologia Educacional. São Paulo: Editora Ática, 2001, cap.5 p.63,64-69.
VASCONCELLOS, C. S. A construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo. 16 ed. Libertad, 2005.
VYGOTSKY, L. S. A formação Social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Organizados por Michael Cole, Vera John Steiner, Sílvia Scriner e Ellen Souberman. Tradutores José Apolla Neto, Luis Silveira M Barreto e Solange Castro Afeche. São Paulo, Martins Fontes, 2007.
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Luzia Magali de Lima
Magistério - habilitação plena no ensino infantil e fundamental (Colégio Real).
Graduação em Pedagogia pelo Instituto Superior de Educação de Garça (IESG).
Professora de Ensino Infantil da Prefeitura Municipal de Bauru
Pós-Graduando em Didática e Metodologia no Ensino Superior (Faculdade Anhanguera-Bauru).
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Patrícia Soares Baltazar Bodoni
Mestre em Psicologia do desenvolvimento e Aprendizagem (UNESP-Bauru).
Especialista em Gestão e Organização Educacionais (UNESP-Araraquara).
Psicóloga e Pedagoga. Coordenadora e docente do Curso de Psicologia e da Pós-Graduação da Faculdade Anhanguera de Bauru.
Publicado por: Luzia Magali de Lima
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