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PROFESSORES NO BRASIL: UMA REFLEXÃO CRÍTICA

Breve análise sobre os professores no Brasil.

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Segundo publicação de Marco Aurélio Loureiro, disponível no site “https://institutoloureiro.com.br/carta-de-abraham-lincoln-professor-filho/”, com o título “Carta de Abraham Lincoln para o professor”: “Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado.   Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-o que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.   Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.    Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.   Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.  Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.   Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.  Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.  Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.  Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.  Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.“

Muito é falado que uma educação com qualidade precisa da pessoa humana dos professores. Mesmo os que não aceitam as paredes das escolas, acreditam que educar é ensinar e, quem ensina, de acordo com todos os conceitos antigos e novos de educação, são os professores. Educação convencional, educação libertária ou educação doméstica, todas precisam da figura humana deste homem e desta mulher. Até o extremo que pensa que educar é apenas função exclusiva, particular, da família, não desconhece que é preciso que um profissional esteja em um espaço de antagonista, nos livros, nas mídias ou em outros, pois apenas o leigo não consegue ensinar as primeiras letras sem este profissional presencial ou não presencial. São debates riquíssimos que focam um único alvo: Uma educação que transforme vidas.

É possível desenhar, como dito em linhas gerais, no Brasil, três figuras de educação: (1) Educação convencional, nos bancos escolares; (2) Educação libertária, distante das paredes das escolas; (3) Educação doméstica, dentro do seio familiar. Cada um destes temas tem sua reflexão particular, entretanto, convergindo para uma educação do povo.

De acordo com artigo de Moacir Gadotti, disponível no site “http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/14_02_2013_16.22.16.85d3681692786726aa2c7daa4389040f.pdf”, com o título “Qualidade na educação: uma nova abordagem”: “(...) Educar para uma vida sustentável é educar para viver no cosmos, ampliando nossa compreensão da Terra e do universo. Só assim poderemos entender mais amplamente os problemas da desertificação, do desflorestamento, do aquecimento da Terra e dos problemas que atingem humanos e não-humanos. Os paradigmas clássicos não têm suficiente abrangência para explicar essa realidade cósmica. Por não ter essa visão holística, não conseguiram dar nenhuma resposta para tirar o planeta da rota do extermínio e do rumo da cruel diferença entre ricos e pobres. Educar para a uma vida sustentável supõe um novo paradigma, um paradigma holístico.”

Uma educação convencional é um trabalho que muitas e muitas escolas e outros espaços físicos de ensino-aprendizagem usam para fazer educação no meio da sociedade.

A educação libertária é uma utopia, possível, que avalia uma educação que não está presa em prédios ou espaços físicos, ela é uma educação da população dentro de suas realidades, uma educação do povo, para o povo, com o povo.

Já a educação doméstica, é uma tentativa de resgate do pátrio poder da família na educação dos seus.

Embora distantes, estes três graus de educação tratam de um tema especifico: O ensino.

Porém, o que seria da educação sem a pessoa humana do profissional da educação, do educador, do trabalhador da educação, do mestre, do dito tios, dos professores? Não é materialmente fácil de acolher uma educação sem professores. Pode ser até possível, entretanto, é uma idéia distante de compreensão. A família pode até pensar em ensinar, o difícil é ter foco. A escola pode até nem existir enquanto prédio, o difícil é ter um espaço exclusivo para por em prática o processo ensino-aprendizagem da pessoa humana do estudante. Claro que o não ter prédio não impede que a educação cresça e apareça. A educação convencional precisa, no caso brasileiro, de mais e mais incentivos, financeiros, de pessoal, de material e outros, tanto no campo público quanto nos campos privados e filantrópicos. É válido dois destaques: (a) Os professores estão ali pra trabalhar; (b) Existe um espaço que é próprio e exclusivo para se por em prática o processo ensino-aprendizagem; (c) É possível entender que a educação transcende todas as paredes escolares, todos os bancos escolares, todos os quadros de escritas escolares.

Durante a crise internacional e nacional de saúde pública provocado pela Pandemia da COVID-19, ficou bem claro quanto o espaço físico escolar, com segurança, é relevante. O ensino, e é possível também entender, pode ser um processo de aprendizagem até mesmo a partir da convivência familiar. Não é ser paternalista, corporativista, defender os professores e a escola. É uma defesa materialmente, e constitucionalmente, aceita nos meios escolares, acadêmicos, literários, filosóficos, sociológicos, antropológicos.

De acordo com trabalho de Érika Dias e Fátima Cunha Ferreira Pinto, disponível no site  “https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362019000300449”, com o título “Educação e Sociedade”:  “(...)  A educação é, portanto, um processo social que se enquadra numa certa concepção de mundo, concepção esta que estabelece os fins a serem atingidos pelo processo educativo em concordância com as ideias dominantes numa dada sociedade. A educação não pode ser entendida de maneira fragmentada, ou como uma abstração válida para qualquer tempo e lugar, mas, sim, como uma prática social, situada historicamente, numa determinada realidade.  (...)”

Durante um processo de construção histórica, a figura humana dos professores, em sua profissão, passou por, em linguagem metafórica, metamorfoses.

Em linhas gerais, dentro da história do mundo, a educação e os professores foram construindo sua história de verdadeiros profissionais:

Na pré-história, a família era responsável por ensinar os mais novos em artes como pesca, caça, agricultura e outros. Os pais ensinavam seus filhos.

Na idade antiga, Igreja Católica Romana é que tinha o poder de ensinar. Os padres eram os responsáveis por ensinar.

Na idade média, a Igreja Católica Romana e a família eram responsáveis por educar os mais novos. Os padres faziam sua parte e os pais a deles.

Na idade moderna, surge propriamente dita a figura da pessoa humana da professora, sim, da mulher professora. Mais adiante os homens também assumiram este espaço na educação escolar. Cabiam, neste período, e ainda resiste até os tempos atuais, aos professores transmitirem seus conhecimentos aos alunos, aos estudantes, aos acadêmicos.

Na idade contemporânea, pós-moderna, surge, com força, as figuras dos bancos escolares, dos professores, do processo ensino-aprendizagem, espaços estes onde a comunidade escolar se destaca na educação como parceiras dos conhecimentos. É dentro da escola que todos aprendem e todos ensinam. Os que ensinam, ensinam a partir de suas experiências particulares e de suas formações técnicas e até acadêmicas. Os que aprendem, aprendem com os outros, independentemente de serem alunos ou professores, pais ou responsáveis pelos alunos. O papel da comunidade escolar com o processo histórico de pós-modernidade, como já aqui tratado, ultrapassa, supera, antecede, transcende paredes.

Percebe-se que houve um amadurecimento histórico no tema da educação. E aqui é possível entender educação de forma macro e educação escolar como uma necessidade eminente para a sociedade, no caso em tela, o Brasil.

É possível entender, se lido com carinho, e aprofundado com mais literatura, que o processo histórico da construção da pessoa humana dos professores sai de uma fase familiar e progride para uma fase profissional específica.

Cabe aqui nesta pauta, algumas considerações com relação aos professores.

Professores são profissionais, trabalhadores que estão dentro de uma relação de trabalho e emprego, com justos salários e condições físicas dignas de trabalho.

Professores não são babás, pais, policiais, médicos, especialistas clínicos, ou outras funções, no trabalho com os alunos, com os estudantes.

Os professores, de acordo com suas formações técnicas, exercem uma função específica dentro de uma educação escolar. Transcender esta função, é extrapolar o seu papel de educador escolar. E estes precisam trabalhar dentro da educação escolar com um espírito humano sempre.

Os professores não são os únicos capazes de salvar o mundo, salvar vidas. Existem outros profissionais que precisam fazer suas partes dentro da sociedade brasileira.

Os professores não querem ser homenageados apenas no Dia do Professor. Eles querem homenagens durante os 365 dias do ano.

Segundo publicação disponível no site “https://www.belasmensagens.com.br/professores/poema-ao-professor-566.html”, com o título “Poema ao Professor”: Acorda cedo, sai às pressas / para chegar na hora certa, / ele é o professor. / / Na escola ele ensina: / Geografia, Português, / Matemática, História, Inglês / e espera o resultado / em ver todos aprovados. / / Ele é o professor. / / Se dedica com amor / à profissão que abraçou, / pois desde cedo queria / ter um espaço na vida / e ser um grande professor. / / Aqui fica o meu recado, /  por tudo, muito obrigado, / pelo que foi ensinado / por você, meu professor.

É necessário que os professores transcendam os cursos de formação de professores e ousem vôos altos de freqüências em cursos acadêmicos, em leituras tantas, em produções particulares várias, em acúmulos de mais conhecimentos. Professores que param no tempo e no espaço, ficam desatualizados. Suas participações em movimentos sociais, comunitários, de políticas outras, populares, acadêmicos, sindicais, e outros, são alimentos para os seus corpos, suas mentes, suas almas, seus espíritos. Ter dignidade também é ter conhecimentos. Uma casa vazia não faz sentido. Uma vasilha com água transbordando, também não faz sentido. O equilíbrio é tudo na vida da pessoa humana. Os mundos da literatura, da filosofia, da sociologia, das artes, da economia, da antropologia, da história, da arqueologia, e outros mundos, dão sentido ao existir humano e ao próprio existir dos professores. O sucesso, a vitória, a qualidade, dos professores, enquanto pessoas humanas e enquanto profissionais, vem, com mais força, quando eles têm fome e sede de conhecimentos. Ao nascer, a pessoa humana busca conhecimentos. No viver, a pessoa humana precisa conhecer mais e mais. Esta crise internacional e nacional de saúde pública provocado pela Pandemia da COVID-19, veio para abrir os olhos da humanidade, como outras crises sanitárias e até guerras, para o valor da pessoa humana nesta vida, neste Planeta Terra. Respeite o outro. Respeite você. Respeite todos. Preconceitos, discriminações, racismos, intolerâncias e outros temas duros, difíceis, polêmicos, cruéis, podem ser trabalhados, com consciências, se as pessoas humanas buscam conhecimentos, formações e informações. Só existem mortes tantas, por ignorância humana. Quando morre a alma, o espírito, a mente, o coração, todo o corpo morre. É preciso se ter vida, e vida em abundancia.

Assim como a saúde, a educação é de grande valor para a sociedade brasileira. É de fundamental relevância amar estes dois espaços dentro do Brasil. Cada um com a sua história. Cada um com o seu trabalho. Cada um com a sua riqueza particular.

Mesmo com o avanço das novas tecnologias, das mídias, da internet, das redes sociais, das máquinas, nada substituirá a pessoa humana dos professores e suas relações particulares com a educação escolar.

No Brasil, os professores precisam de respeitos aos seus direitos constitucionalmente conquistados. São homens e mulheres com dignidades. Fazem parte da grande família da educação. Quando morre um professor, uma professora, uma vida encerra aqui nesta realidade temporal um belo serviço no desenvolvimento do próprio meio ambiente.

Os professores não são seres imaginários, ufológicos, matafísicos, mitológicos, transcendentais, ou outros termos afins. São pessoas humanas reais, com coração, inteligência, sangue, ossos, músculos, veias, sentimentos, órgãos humanos, alma, espírito, enfim, um corpo completo.

Os professores querem justos salários por seus trabalhos. Não querem migalhas, esmolas.

Os professores querem um local de trabalho digno, saudável, seguro.

Os professores querem mais espaço dentro da sociedade brasileira.

Não existe educação sem professores.

De acordo com artigo de Layane Nunes, disponível no site “https://nuneslaiane.jusbrasil.com.br/artigos/349991403/tipos-de-conhecimentos”, com o título “Tipos de conhecimentos”:  “(...) somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. (...)”

 

Autor:   Pedro Paulo Sampaio de Farias

Estudante de Direito; Professor; Especialista em Educação; Especialista em Gestão Pública; Mestrando em Educação; Cristão Romano; Líder Comunitário; Líder de Associação de Professores; Sindicalizado da Educação.


Publicado por: PEDRO PAULO SAMPAIO DE FARIAS

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