O prazer da leitura
O prazer da leitura: confira aqui os benefícios deste hábito.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Embora a educação, em seu sentido lato, seja mais antiga, pois educamos de muitas formas, transmitindo conhecimentos indispensáveis à vida mesmo sem qualquer inventário formal, é a invenção da escrita que marca o início da História e, talvez, até mesmo da civilização. Um sistema organizado de caracteres tornou possível registrar fatos e ideias, de modo que fossem conhecidos por outras pessoas em outros lugares e tempos, e constituiu uma das maiores realizações culturais da humanidade.
A escrita trouxe a necessidade de ordenar e racionalizar o que será expresso, resultando em um verdadeiro salto neurolinguístico: melhoramos muito nossa capacidade de raciocinar quando aprendemos a escrever, e aprimoramos tanto mais essa habilidade, quanto mais temos o hábito da leitura.
Quem convive com crianças sabe que elas adoram histórias, em filmes, desenhos animados, teatro, videogames, revistas. Mas sabe também que nada supera uma história contada; o preâmbulo “era uma vez dois irmãos chamados João e Maria...” é o portal para que as crianças se tornem João ou Maria, percam-se em florestas escuras, entrem em casas feitas de doces, derrotem bruxas malvadas. A imaginação e a fantasia são desatadas, e medos e vitórias vividos na mente, que é onde tudo existe antes de ser realidade. Ver um ator representar o personagem é divertido, ser o personagem é essencial, precisamente por causa dessa possibilidade de criação interna.
Por isso, geralmente nos decepcionamos quando assistimos a um filme baseado em livro de que gostamos: os personagens não tem a mesma profundidade, os cenários não são como esperávamos, o ritmo da narrativa é outro, os diálogos são diferentes, tudo parece ter sido alterado. A comparação costuma ser injusta, pois são formas de arte totalmente diferentes. Quando lemos acontece algo semelhante ao ocorrido com as crianças, criamos nossa própria história, em nosso próprio tempo; se comparamos com outra pessoa ideias acerca de fatos ou protagonistas de um livro que ambos tenhamos lido, ficamos surpresos com o quanto as impressões são diferentes, “pessoais”, ainda que guardem total fidelidade ao enredo.
Estudiosos da aprendizagem reforçam hoje a importância da imaginação no desenvolvimento das funções cognitivas, e a leitura constitui uma das melhores formas de despertar a imaginação. Ler é um grande prazer, como sabem até mesmo nossos jovens, os quais, na visão de outras gerações, parecem não gostar disso. Em outros tempos víamos pessoas lendo livros e jornais em público, na essência é a mesma coisa que fazem os que utilizam smartphones, tablets e outros; além de servir para jogos e comunicação, esses aparelhos servem também para ler notícias e romances, exatamente como se fazia outrora.
A frase “No princípio criou Deus o céu e a terra...” que comove e desafia religiosos e não religiosos há milênios, já foi transmitida em todas as línguas, e em todas as formas: inscrições rúnicas, papiros, pergaminhos, códices, bíblias de Gutenberg, livros, fascículos, e todos os meios eletrônicos existentes e a criar. O conteúdo valerá sempre pelo que representa.
Mas, para os que os amam, livros são quase entes vivos. Exalam quando novos o perfume da novidade, velhos, algo que remete à primeira vez que foram lidos, são confortadores, bonitos, companheiros. Apesar de toda a tecnologia, ainda não se criou nada melhor.
Quando alguém lê histórias para crianças dá-lhes tempo e atenção; e a ideia de que é daqueles livros que vem as maravilhas, talvez seja a maneira mais carinhosa e eficaz de formar leitores.
Professora Wanda Camargo - assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil.
Publicado por: Central Press
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.