O ensino híbrido está no topo das tendências escolares para 2021
Análise sobre a tendência do ensino híbrido no Brasil em 2021.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Ensino híbrido é a metodologia que combina aprendizado online com o offline, em modelos que mesclam (por isso o termo blended, do inglês “misturar”) momentos em que o aluno estuda sozinho, de maneira virtual, com outros em que a aprendizagem ocorre de forma presencial, valorizando a interação entre pares e entre aluno e professor.
Curiosamente, por mais que seja pouco falado, o ensino híbrido não é uma ideia nova. A ideia dessa metodologia surgiu nos Estados Unidos, com o termo blended learning e pode ser datada até os anos 1960. Nessa década realmente começou a utilização de tecnologia na sala de aula, substituindo, em partes, o protagonismo do professor ou instrutor. Porém, até meio dos anos 1990, computadores e outros dispositivos tecnológicos eram muito caros, então, o modelo se tornava um tanto quanto insustentável. Com o avanço da criação e acesso a tais tecnologias, como a invenção do CD ROM e a disseminação da internet rápida, a utilização delas em sala de aula pode ser intensificada cada vez mais.
No Brasil o ensino híbrido surgiu, em 2014, a partir da organização de um grupo de experimentações realizada pelo Instituto Península e pela Fundação Lemann. Nesse grupo 16 professores de 4 estados do Brasil (Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro) participaram. No processo, as propostas desse modelo, baseadas em estudos já feitos, foram aplicadas por meio de desafios que levavam os professores a refletir sobre o desenvolvimento dos alunos.
O principal passo para que um professor possa aplicar o ensino híbrido no aprendizado de um aluno é planejar muito bem a aula. Existem diversas técnicas nesse tipo de metodologia que os profissionais das instituições de ensino podem desenvolver com os alunos para que eles consigam incrementar sua organização e absorver melhor todos os ensinamentos.
O Ensino Híbrido ou Blended Learning é uma modalidade de ensino que une o ensino tradicional presencial, em que o processo ocorre em sala de aula, e o on-line, que utiliza as tecnologias digitais para promover o ensino.
Para implementar o Ensino Híbrido é preciso realizar mudanças na infraestrutura, no currículo, nas práticas pedagógicas e na formação dos professores, que deve ocorrer de forma continuada.
O termo ensino híbrido é um termo amplo. Dentro dele existem alguns modelos diferentes: rotação por estações, laboratório rotacional e sala de aula invertida. Alguns desses modelos ainda preservam várias características da educação tradicional e são chamados de modelos sustentados, outros modelos vão romper totalmente com a educação normativa e são chamados de modelos disruptivos. Olha só algumas características de cada um desses modelos:
ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES
No modelo de rotação por estações, o espaço da escola é dividido em estações de trabalho e cada uma delas tem um objetivo específico, ainda que direcionadas para o objetivo central da aula. A ideia é que os alunos circulem entre as estações diferentes, aprendendo partes da lição em cada uma delas. Como estamos falando de ensino híbrido, essas estações, em geral, são montadas com ferramentas tecnológicas típicas do ensino a distância, como vídeos de demonstração ou pequenas videoaulas.
Nessas estações os alunos possuem autonomia para circular e aprender no seu próprio tempo. É importante ressaltar, porém, que essas estações precisam ser independentes umas das outras, ou seja, complementares, mas não de uma forma que o aluno precise de passar por uma estação para ter o entendimento da outra.
ROTAÇÃO INDIVIDUAL
Há também uma variação chamada de rotação individual, na qual o roteiro de rotação entre estações é pensado para cada aluno, pensando em suas dificuldades e necessidades.
LABORATÓRIO ROTACIONAL
O laboratório rotacional propõe que os alunos alternem entre dois espaços, sendo um deles um laboratório com equipamentos de informática.
No laboratório os estudantes utilizam das ferramentas tecnológicas para complementar o que será ensinado em outro espaço, podendo ser uma sala de aula tradicional, um laboratório de ciências ou até mesmo um espaço externo (quadra esportiva, por exemplo).
Da mesma forma que funciona a rotação por estações, as lições devem ser pensadas de forma a que exista um tempo específico para os alunos estarem em cada ambiente e que as lições passadas em cada ambiente sejam complementares.
SALA DE AULA INVERTIDA
A sala de aula invertida é um modelo que rompe bastante com a premissa da educação tradicional. Como o nome sugere, é um modelo que inverte a lógica da sala de aula, ou seja, os alunos aprendem novos conteúdos em casa, por meio do ensino a distância, e utilizam o espaço da sala de aula para fixação, tirar dúvidas e fazer exercícios.
Nesse modelo o EAD é extremamente utilizado, especialmente as videoaulas. Afinal, como os novos conteúdos são passados remotamente, uma forma muito utilizada para facilitar o ensino é por meio dos vídeos online.
Aqui, o aluno tem um contato com a matéria antes de ter contato com o professor, então, quando ele está fisicamente na presença dos instrutores, já tem uma ideia bem melhor do assunto e de quais são suas dúvidas. Esse modelo é extremamente benéfico tanto para aluno quanto para professores, pois aumenta o rendimento em sala de aula, algo que é muito importante, especialmente em aulas curtas cerca de 50 minutos.
Em geral, todos os três modelos dentro do ensino híbrido visam estimular a autonomia e independência dos alunos, colocando-os como protagonistas de seu próprio processo de aprendizado. Então, além de benefícios no próprio ensino, é possível dizer que esse modelo também estimula o crescimento pessoal e profissional dos alunos.
Primeiramente, as escolas precisam se adequar aos protocolos estabelecidos pelas autoridades, que só permitirão o retorno às aulas presenciais se forem seguidas as medidas de segurança por toda a comunidade escolar.
Os gestores devem estar informados sobre os procedimentos a serem tomados de acordo com as autoridades locais e preparar a equipe escolar previamente, e então orientar os alunos sobre os cuidados a serem tomados quando estiverem na escola.
As principais medidas de segurança para o retorno às aulas presenciais de uma forma genérica, são:
- Distanciamento social: reduzir a aproximação e o contato entre as pessoas, mantendo uma distância de no mínimo 1,5 metros.
- Higiene pessoal: promover cultura de atenção aos procedimentos de limpeza pessoal.
- Sanitização de ambientes: realizar a ventilação e a limpeza do ambiente.
- Comunicação: garantir que funcionários e estudantes conheçam os riscos e os procedimentos adotados.
- Monitoramento: assegurar a efetividade das ações ao longo do tempo e a rastreabilidade de casos.
O ensino híbrido é uma das maiores tendências da educação no século XXI. Essa nova metodologia tem como objetivo aliar métodos de aprendizado online e presencial. O ensino híbrido incentiva as instituições a refletirem sobre a organização das salas de aula, o planejamento pedagógico, entre outros aspectos.
A pandemia gerou diversas mudanças no mundo educacional, desde a modalidade da aprendizagem até a gestão dos conteúdos pedagógicos. Nesse cenário, em busca de métodos para assegurar a continuação das aulas, diferentes instituições estão pesquisando a respeito das vantagens do ensino híbrido.
Diferente do regime tradicional, este tipo de ensino exige recursos especiais para o efeito, nomeadamente computador e a internet. Esta assume-se como a principal desvantagem, visto não estar, ainda, ao alcance de toda a gente. Para suprir esta dificuldade, há instituições e autarquias que cedem o respetivo material aos estudantes. Noutros casos, é necessário fazer esse investimento.
Portanto, contam-se, entre as principais desvantagens do ensino híbrido, as seguintes:
- Necessidade de recursos específicos: computador e internet;
- Dificuldades em dominar as ferramentas, o que pode comprometer a aprendizagem;
- Em caso do espaço ser partilhado (a partir da sala de casa, onde também estão outras pessoas a trabalhar ou noutros níveis de ensino) pode ser complicado gerir alguns aspetos como o ruído, o que pode comprometer a atenção e compreensão;
- Dificuldades extra nas sessões remotas, por exemplo, no esclarecimento de dúvidas ou realização de exercícios;
- Falta de interação com colegas, um fator extremamente importante não só para a aprendizagem, mas para o desenvolvimento pessoal de crianças e jovens;
- Possibilidade de desinteresse por parte de alguns alunos, durante as sessões a distância.
A maior vantagem que o ensino híbrido proporciona é o engajamento e a liberdade dos estudantes, conferindo autonomia ao seu processo de aprendizagem.
Para o jovem, envolver o celular e o computador no ensino deixa a experiência mais familiar e dinâmica, e o uso de vídeos e outras mídias aproxima a linguagem da sala de aula da forma como o estudante consome informação. Além disso, o ensino híbrido também subverte a relação de tempo e espaço onde o processo de aprendizagem acontece.
Ter autonomia sobre o momento e o local em que se quer aprender dá ao estudante poder de escolha, o que é importante para que o jovem se sinta como protagonista e construtor da sua própria educação. Pensar na construção de um programa de ensino híbrido consistente para a sua escola deve levar em conta a estrutura escolar e a realidade dos alunos, e aplicar as possíveis estratégias alinhadas aos três pilares do ensino híbrido: engajamento dos estudantes, aprimoramento de lições e melhoria contínua.
O ensino híbrido está no topo das tendências escolares para 2021, ou seja, o distanciamento social em sala de aula ainda será necessário, e a forma de viabilizá-lo é com ensino híbrido. Nesse cenário em que a inovação é uma forte tendência, as atividades educacionais precisam acompanhá-la. Mais do que nunca, a construção do conhecimento tem exigido e continuará exigindo ações diversificadas, que saiam dos modelos preconcebidos.
Os alunos aprenderão na sala de aula e também no ambiente online, por meio de atividades remotas. Assim, elas podem acontecer por meio de plataformas de aprendizagem, aplicativos ou softwares. A grande certeza é que 2021 consolidará uma mudança no paradigma da educação. Novas necessidades, metodologias e processos entrarão em cena, alterando permanentemente a cara do ensino.
A tecnologia ajudará cada vez mais no processo de aprendizado dos alunos e caberá aos professores conduzirem de forma eficiente essa mudança. Para isso, eles precisam se capacitar e estar em um constante processo de aprendizagem para conduzir os alunos da melhor maneira possível e garantir um ensino de qualidade para as futuras gerações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello (org). Ensino Hibrido: personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso. 2015.
SANTOS, Julio César Furtado. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 1ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo, Cortez & Autores Associados, 1991.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1994 (Cadernos Pedagógicos do Libertad,2).
ZABALLA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto alegre: Artmed, 1998.
Publicado por: Benigno Núñez Novo
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