O aluno e a Comunidade de Conhecimento
Em tempos de profunda inserção da internet o processo educacional sofre alterações, impactando especialmente os alunos. Saiba mais!O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Em tempos de profunda inserção da internet em todos os nossos espaços vitais, evidentemente o processo educacional sofre alterações, impactando todos os seus atores, e especialmente os alunos, particularmente ligados à Web e às potencialidades de seus celulares, maior objeto de desejo nos dias que correm.
Pesquisadores da área da educação descrevem vários tipos de inteligências: a linguística (ou verbal), responsável pela imensa diferenciação que todos apresentamos em relação à capacidade comunicativa e de expressão pessoal; a lógico-matemática, que torna alguns mais inclinados aos cálculos e pensamento dedutivos e indutivos; a espacial, que localiza e centra em relação ao espaço circundante; a musical, que vocaciona alguns fortemente para esta arte; a cinestésica- corporal, cuja maior predisposição estimula alguns aos esportes, à dança, ao teatro e outras manifestações artísticas; a naturalista ou ecológica, que propicia o reconhecimento e distinção entre elementos da natureza, propensão ao trato com animais; a pessoal, que pode implicar em maior disposição para a cooperação, a paciência, a empatia e a solidariedade.
Embora todas as capacidades de cada estudante não sejam predeterminadas e imutáveis, podendo ser estimuladas ou até reprimidas pelo ambiente, quando o processo escolar consegue distinguir estas potencialidades e, em conjunto com familiares, trabalhar no sentido de ampliá-las tanto no aspecto formal quanto informal da interação, talentos podem aflorar, funções cognitivas podem ser ativadas. Fazer com que um jovem possa passar do quero fazer isso para o eu posso fazer isso, está na estreita correlação com o aprendi como fazer isso.
Salvo em raros casos, o talento precisa e pode ser desenvolvido, mesmo em épocas de facilidades ocasionadas pela ampla gama de informações proporcionadas pelo ambiente virtual. Autores como Jean Piaget explicaram o desenvolvimento intelectual como ato de adaptação ao meio físico e ocorrências de meio ambiente, num esforço de obter certo equilíbrio. Ou seja, é preciso um direcionamento funcional, uma verdadeira orientação que faça aflorar a capacidade, uma cadeia de estratégias reguladas para qualifica-las, que antes de ser físico, é mental.
Um aluno necessita também aprender a controlar suas emoções, um futuro profissional provavelmente não será útil à comunidade sem desenvolver esta habilidade, reconhecer e regular os próprios sentimentos, amadurecer suas reações não é exercitado nas redes sociais, as quais, aliás, tem sido palco de desentendimentos e descalabros verbais de toda sorte.
O ambiente virtual não tem sido pródigo em fomentar qualidades como automotivação, controle de impulsos e resiliência, e principalmente autoconsciência, importante para trabalharmos as rejeições – inevitáveis durante o percurso vital – e o desencorajamento quando não obtemos a gratificação desejada.
Utilizar o saber tácito, que adquirimos ao longo da vida pelo próprio acúmulo da experiência, é essencial, mesmo sendo subjetiva sua importância tem sido cada vez maior. As práticas de interação social que ocorrem na escola o fazem num laboratório colaborativo e de representação distribuída, e geram um maior compartilhamento daquilo que denominamos comunidade de conhecimento.
O professor é o dinamizador da relação entre comunidade e escola, é quem pode encorajar o envolvimento de todos na criação conjunta da rede de ideias indispensável para a inovação. Os professores do novo tempo e da nova escola não focam mais apenas nos conteúdos de suas disciplinas, preocupam-se em como as estão ensinando, com a mediação, com o contato e auxílio ao aluno.
Por Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.
Publicado por: Wanda Camargo
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