Novas dinâmicas do Ensino de História em tempos de pandemia – O ensino da História do Brasil através dos Patrimônios Históricos e descobertas arqueológicas de Itaguaí.
Como os elementos da História local podem ser instrumentos eficazes no processo de ensino e aprendizagemO texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
Apresentação do trabalho realizado para a Disciplina Estágio Curricular Obrigatório I, tendo como área de concentração Dinâmicas do Ensino de História, através da produção de videoaula para o 3º ano do ensino fundamental, abordando a História do Brasil, tendo como unidades temáticas: As pessoas e os grupos que compõem a cidade e o município e O lugar em que se vive, trabalhados através do tema “Um passeio pela História do Brasil Através dos patrimônios históricos e descobertas arqueológicas de Itaguaí, onde é relatado todo o processo de produção da videoaula, bem como os aspectos referentes a pesquisa, catalogação, elaboração de roteiro, escolha de dinâmica para ensino, fundamentação teórica e aspectos práticos, além de abordar a importância da pesquisa em relação aos professores e escola onde foi realizado o estágio, com especial atenção para a questão da abordagem dos patrimônios históricos como visita para lazer e não como objeto de ensino, abordando também a importância de aprendizado em novas tecnologias para o aprimoramento profissional do professor, principalmente em momentos como este, onde é preciso criar novos métodos de ensino através da prática virtual de aprendizagem.
Palavras-chave: Educação. História. Patrimônio
INTRODUÇÃO
Tendo como base a área de concentração “Dinâmicas do Ensino de História”, foi elaborado inicialmente o projeto de estágio com o tema: O Estudo sobre as referências dos professores e estudantes acerca da História de Itaguaí. Este projeto foi desenvolvido no sentido de buscar uma análise mais específica sobre o uso da História local e regional como referência de ensino para o aprendizado da História do Brasil, principalmente nos períodos do Brasil Colonial e Brasil Império. Continuando nesse sentido, a idéia central deste trabalho tem como tema: “Um passeio pela História do Brasil através dos patrimônios históricos e descobertas arqueológicas de Itaguaí”, seguindo o Programa: Metodologias e Estratégias de Ensino/Aprendizagem e Projeto de Extensão: Práticas Pedagógicas na Educação Básica em tempos de Ensino a Distância. Os objetivos educacionais desta atuação profissional pretendem apontar como o uso de elementos da História local podem ser instrumentos eficazes no processo de ensino e aprendizagem. A trilha de aprendizagem elaborada de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) pretende contemplar o 3º ano do ensino fundamental.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de dinâmica de ensino e aprendizagem em História, tendo como Unidade Temática: As pessoas e grupos que compõem a cidade e o município – Objeto de conhecimento: Os patrimônios históricos e culturais da cidade e/ou do município em que vive. Este trabalho será realizado através de videoaula, tendo como objeto de ensino os patrimônios históricos e culturais de Itaguaí e seus sítios arqueológicos recentemente descobertos.
A estrutura deste trabalho tem como principal etapa a produção de uma videoaula, sendo elaborada de acordo com o roteiro histórico da cidade em relação ao período histórico brasileiro:
- Patrimônios e sítios históricos do período colonial: origem do município, colonização da região, sítios históricos e arqueológicos do período colonial.
- Patrimônios e sítios históricos dos períodos colonial e início do período imperial: o Forte de Itaguaí, a Fortaleza da Praia do gato, a Igreja Matriz de São Francisco Xavier.
- Patrimônios e sítios históricos do período imperial: Estrada Real, Chafariz, Casa da Guarda Imperial.
- Patrimônios históricos do período republicano e início do séc. XX: Estação Ferroviária e monumento ao soldado Itaguaiense que lutou na 2ª guerra mundial, o Coreto de Itaguaí.
- Visita virtual ao Centro de Memória de Itaguaí: exibição do acervo histórico do Centro de Memória de Itaguaí, através de seus livros raros, gravuras antigas e fotografias antigas de Itaguaí.
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Durante a graduação de Licenciatura em História sempre é salientado nas disciplinas que envolvem o fazer pedagógico, a busca pela criatividade e iniciativa em novas metodologias de ensino, que possam proporcionar um aprendizado mais eficiente. A escolha da área de concentração “Dinâmicas do ensino de História”, nos propõe a pesquisa e a busca por novos caminhos e métodos de ensino, novas teorias e práticas, que possam contribuir para o aprendizado em História. A definição do tema: “Um passeio pela História do Brasil através dos patrimônios históricos e descobertas arqueológicas de Itaguaí”, tem como base os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), que já em seu início nos indica nos objetivos do ensino fundamental:“conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construirprogressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e osentimento de pertinência ao país”(PCN-História, 1998, p.7). O objetivo deste projeto de extensão épropor o “uso” dos patrimônios históricos como instrumento de ensino, não somente em História, mas também como instrumento pedagógico para a abordagem de temas como; direitos humanos, meio ambiente e diversos outros. Como exemplo podemos citar um patrimônio histórico que pertença ao período do Brasil Colonial, pois, nesta fase da história brasileira pode-se trabalhar, obviamente, a história do Brasil, mas diversos outros temas podem ser trabalhados tais como: a escravidão indígena (direitos humanos), o território e população até então (geografia), a natureza e sua preservação e aspectos de devastação por consequência da extração do pau-brasil (meio ambiente), a exportação do pau-brasil (economia), entre outros. Citamos como exemplo um patrimônio histórico do período colonial, mas diversos outros podem ser usados, em diversos outros períodos da história, abordando diversos outros temas. Nesse sentido, propomos uma videoaula tendo como objeto de ensino os diversos patrimônios históricos e sítios arqueológicos descobertos recentemente no município de Itaguaí-RJ, onde podem-se ter exemplos práticos do exemplo acima citado.
Nesse sentido, os documentos que norteiam a educação brasileira já nos indicam os diversos objetivos, metas e propostas que precisam ser alcançadas:
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio socioculturalbrasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos enações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseadaem diferenças culturais, de classe social,de crenças, de sexo,de etnia ou outras características individuais e sociais. (PCN: História. Pág.07)
A valorização e o reconhecimento dos diversos patrimônios históricos culturais existentes e a sua preservação, se mostram atualmente, como ações emergências em diversas partes do mundo, onde vemos uma “onda” extremista de depredação e destruição, com objetivos confusos e controversos:
BOSTON — Após ataques contra estátuas de personalidades escravocratas e racistas no Reino Unido e na Bélgica, manifestantes nos Estados Unidos se voltaram contra monumentos em homenagem a Cristóvão Colombo nos Estados Unidos. Em Richmond, no estado da Virgínia, uma escultura do navegante italiano foi derrubada e atirada em um lago. Outra, em Boston, foi “decapitada”. Para os manifestantes, Colombo simboliza o genocídio dos povos americanos nativos, além de ser um símbolo da violenta colonização europeia no continente. Ele foi o primeiro europeu a chegar à América, em 1492, em uma missão financiada pela Espanha. https://oglobo.globo.com/mundo/manifestantes-nos-eua-destroem-estatuas-de-cristovao-colombo-1-24473057
Em diversos outros países da Europa, Ásia, Oriente Médio e nas Américas, vem sendo crescente esse movimento, fruto do extremismo, do fundamentalismo, que tem como base, em nosso pensamento, o anacronismo, tanto nos ensinado nas disciplinas que estudamos até o momento. No Brasil convivemos a tempos com o vandalismo, a depredação, o roubo e a destruição de diversos patrimônios da nossa história e diversos movimentos e instituições de defesa do patrimônio se unem nessa “luta” pela preservação da memória histórica brasileira.É preciso que esta causa seja introduzida com mais veemência no ambiente escolar, no dia a dia da prática pedagógica, não só no sentido de sua preservação, mas também, voltamos a repetir, como objeto de ensino e aprendizado.
Os PCNs nos indicam que a partir do 3º ciclo já pode-se trabalhar com maiores referenciais, pois, o aluno já se encontra, em teoria, preparado para aprofundar maiores saberes.
No terceiro ciclo, os alunos já adquiriram tanto na escolaridade anterior quanto noconvívio social um conjunto de informações e reflexões de caráter histórico. Assim, noprocesso de ensino e de aprendizagem, os professores devem considerar a importância deinvestigar o que é de domínio dos alunos e quais são as suas hipóteses explicativas para ostemas estudados.(PCN: História. Pág. 07)
É importante destacar o papel do professor como agente de transmissão desse conhecimento, preparado e atento, investigador e pesquisador, um dinamizador que propõe, orienta e estima o aprendizado:
Como sistemática permanente da ação educativa é importante que os professoresrealizem diagnósticos sobre como os alunos estão compreendendo os temas de estudo eidentifiquem quais os procedimentos e atitudes que favorecem a compreensão dos temasem dimensões históricas. Nas situações de intervenção pedagógica, pode proporquestionamentos, orientar pesquisas, confrontar versões históricas, desenvolver trabalhoscom documentos, realizar visitas e/ou estudo do meio, fornecer novas informaçõescomplementares e/ou contraditórias, promover momentos de socialização e debates,selecionar materiais com explicações, opiniões e argumentos diferenciados e propor resumoscoletivos. (PCN: História.Pág. 53)
É preciso também que se perceba a visita a um patrimônio histórico, não como apenas um “passeio” ou “divertimento”, mas também como um recurso didático em diversos níveis, que também podem ser “prazerosos”, instigantes e estimulantes, de acordo com a dinâmica utilizada:
Uma visita pode suscitar o debate sobre como acontece a preservação do patrimônio histórico cultural da localidade onde vivem, relacionando-o com as memórias e asidentidades locais, regionais, nacionais e/ou mundiais. O debate pode girar em torno decomo é valorizada ou esquecida essa ou aquela memória, como são fortalecidas ou não asidentidades locais ou regionais, como as pessoas contribuem em seu cotidiano para apreservação dos patrimônios, como preservar depende da consciência de cidadania etc.Pode, principalmente, propiciar o debate sobre a relação entre o presente e o passado, jáque a decisão sobre o que e o como preservar pertence a cada geração.A questão da memória está relacionada ao lembrar, rememorar, recordar, perpetuar,avisar, iluminar ou consolidar, como também ao esquecer, negar, renunciar, romper, recusar,silenciar etc. O que não é lembrado é esquecido e perde laços afetivos de identidade.Nesse sentido, os documentos são materialidades selecionadas, preservadas e estudadaspara perpetuar lembranças do passado, que salientam problemáticas presentes. São suportespara o ato de recordar da sociedade. (PCN: História. Pág. 91)
A BNCC – Base Nacional Comum Curricular, nos indica para o 3º ano do Ensino Fundamental, objeto de nosso trabalho neste projeto de estágio, as referências necessárias para a elaboração da trilha de aprendizagem como indicado na planilha “Manual suplementar para o redator de currículo”, História – 3º ano, na coluna “Possibilidades para o currículo”:
Na elaboração do currículo, pode-se prever formas de oportunizar aos alunos conhecerem o patrimônio material da cidade, isto é, locais e edificações de referência cultural para a população (mercados, feiras, santuários, lojas comerciais antigas, oficinas, bibliotecas públicas, salas de cinema etc.), bem como vivenciarem o patrimônio imaterial da cidade (cantigas, festejos, produção artesanal típica etc.). Há, aqui, oportunidade de trabalho interdisciplinar com as habilidades (EF15AR25), da Arte; e (EF03GE02), associadas ao reconhecimento do patrimônio histórico e cultural. (acesso em: http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/)
Ao nosso entender torna-se desnecessário buscar referências ou citações, neste momento, para salientarmos a importância da valorização e preservação de patrimônios históricos e culturais, pois, todos os dias, os meios de comunicação nos informam sobre o momento critico pelo qual estamos passando, onde vandalismos e depredações acontecem todos os dias. Todas essas ações são frutos de extremismos e fundamentalismos que, como temos aprendido nas diversas disciplinas de nossa graduação, muitas vezes levaram o mundo ao caos, guerras e destruição. Faz-se urgente que cada vez mais segmentos da educação, história e cultura, desenvolvam trabalhos de conscientização em relação a conservação e defesa desses patrimônios. Um Patrimônio Histórico e Cultural é uma fonte de História viva, de ensino e aprendizado, onde podemos ver na prática, como diversos fatos e momentos históricos foram vivenciados, além de “abrir” caminho para diversos temas transversais.
Nesses tempos de isolamento social, escolas fechadas e futuro ainda incerto, cabe a educação esse papel de elemento transformador e inovador, aliada a recursos de mídia e tecnologia, para criar condições pelo menos razoáveis, de ensino-aprendizagem. É preciso que se desenvolva cada vez mais projetos e ações que tenham como tema o Patrimônio Histórico, para que as futuras gerações possam desde agora, e ao se tornarem adultos, criarem o sentimento de pertencimento e apoderamento desses patrimônios, fontes da memória cultural e histórica de um povo e de sua identidade.
VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
A opção de escolha da Área de Concentração “Dinâmicas de Ensino de História”, vem de encontro ao objetivo de buscar, pesquisar e propor novos métodos de ensino aprendizagem em História. Ao longo de nossa jornada acadêmica até então, através de diversas disciplinas e principalmente na Disciplina de Metodologia do Ensino de História, salienta-se a importância dessa busca por métodos, elementos e didáticas que possam contribuir para o objetivo de um ensino aprendizagem mais eficiente. Outra questão também importante é o uso de instrumentos pedagógicos que venham de encontro a realidade do docente, ao ambiente em que se vive, onde o aluno possa se reconhecer como parte integrante desse processo e não apenas um mero espectador. O município de Itaguaí detém uma rica História em seu passado, através de patrimônios culturais, sítios históricos e documentos, que se trabalhados pedagogicamente podem ser importantes aliados nessa perspectiva de ensino da nova História.
Como iniciantes nesse processo de construção e realização de estágio, confessamos muitas duvidas em relação ao material a ser produzido, tipo de trabalho a ser realizado e escolha do foco. Através da leitura de todas as orientações e através também das orientações da Tutoria Externa optamos por direcionar este trabalho para o 3° ano do Ensino Fundamental.
Durante esse processo de escolha do material a ser produzido, percebemos que em grande parte, as visitas realizadas aos patrimônios históricos são tratadas como momento de lazer e passeio, sem que haja uma abordagem mais pedagógica e de contribuição para o processo de ensino.Outra questão importante é a percepção de que não existe um trabalho de conscientização na preservação desses patrimônios, ocasionando uma falta de comprometimento e pertencimento, fatores que podem ocasionar depredações e vandalismos, como temos percebido em diversas situações noticiadas pela mídia em geral.
Por esses motivos optamos pela produção de uma vídeoaula, tendo como objeto de ensino os patrimônios culturais e sítios históricos e arqueológicos de Itaguaí, onde através da história desses locais inserimos partes da História do Brasil e temas transversais, desde o período colonial ate o início de séc. XX. A elaboração e produção da vídeoaula foi realizada através de pesquisas diretas na Casa de Cultura de Itaguaí, no Centro de memória de Itaguaí, pesquisas pessoais e Projeto “Roteiro Cultural”, realizado pela Subsecretaria de Cultura de Itaguaí. A produção do vídeo foi realizada através do trabalho individual do autor, já que o mesmo dispõe de um grande acervo sobre a História do município, ressaltando que seu trabalho profissional atual na subsecretaria de cultura de Itaguaí e sua atuação na área de pesquisa histórica da região contribuiu para a aquisição do acervo pessoal de fotos e materiais utilizados na produção do vídeo. Outra questão importante foi a tentativa de “narrar” a vídeoaula do modo mais adequado para o entendimento, optando por uma linguagem mais simples possível e sem muitos termos técnicos ou de difícil entendimento por parte dos alunos, visto que o vídeo foi produzido, como já citado, para o 3° ano do Ensino Fundamental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que a realização deste trabalho foi um dos maiores desafios, senão o maior, a ser realizado nessa jornada acadêmica. Vários forma os fatores que precisaram ser superados e que contribuíram para um profundo entendimento dessa ciência que é o trabalho pedagógico.
Inicialmente foi realizada uma pesquisa, junto ao corpo docente da Escola e em outras instituições educativas da rede pública. Percebemos que o trabalho poderia ser desenvolvido seguindo todas as fundamentações do Projeto de Estágio quanto ao uso dos Patrimônios Culturais como instrumento de ensino aprendizagem. Percebemos também que, embora a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Itaguaí, tenha um projeto de visitação a estes mesmos patrimônios, com o nome de “Roteiro Cultural”, esta visitação geralmente era abordada como um “passeio” ou “momento de lazer”, fato que nos estimulou ainda mais para a realização deste projeto, pois, percebemos que havia uma situação pedagógica que podia ser explorada e utilizada.
Com a questão da pandemia em relação ao coronavírus Covid 19, todas as escolas tiveram suas aulas suspensas e o isolamento socialfez com que novas determinações e consequentemente novos desafios precisassem ser superados.
Optamos pela produção e realização de uma vídeoaula, tendo como tema a História do Brasil sendo trabalhada através dos patrimônios históricos e sítios arqueológicos existentes no município, pois, devido a importância histórica que eles representam, possibilitariam um trabalho bem consistente e com possibilidades de aprofundamento para qualquer segmento da educação.
Não foi encontrada dificuldade em relação ao material para produção do trabalho, pois, o município dispõe de livros para pesquisa e o autor dispõe de um bom acervo de fotos, além de certa facilidade em relação ao acesso aos patrimônios culturais e sítios arqueológicos, que se localizam em lugares de fácil acesso. Nesse sentido não foi necessário pesquisar em sites ou internet. O grande desafio se transformou em coletar todo o material teórico e transformá-lo em um vídeo que tivesse características didáticas, que não fosse percebido como apenas um vídeo de passeio virtual, enfim, produzir um trabalho em vídeo, com elementos didáticos, que contribuísse para o processo de ensino aprendizagem de História. Selecionado o material e elaborado o roteiro, o desafio foi criar uma narrativa que não fosse acadêmica ou formal, que se aproximasse da realidade do entendimento do aluno, para que o conteúdo pudesse ser assimilado de forma mais envolvente, além ainda do desafio do tempo em relação a videoaula, para não torna-la extensa ou cansativa.
Ao apresentar o resultado do trabalho para a direção da escola, a mesma encaminhou para a Coordenação pedagógica e para os professores, para avaliação e aprovação ou não. Acompanhando a videoaula foi encaminhado também sugestões de exercícios e dinâmicas para serem trabalhados posteriormente, com sugestões de sites e links para aprofundamento se necessário. Salientamos aqui que estávamos inseguros em relação ao parecer, afinal, trata-se do nosso primeiro trabalho em estágio, realizado em situação adversa, de modo virtual. Para nossa surpresa, o trabalho não só foi aprovado, como também foi solicitado para uso também no 4º e 5º ano do ensino Fundamental e não apenas no 3º ano, escolhido como nosso objetivo de ensino.
A videoaula foi publicada na página da rede social da Escola para que seu conteúdo fosse trabalhado pelos professores e os alunos, na seção de comentários publicamos os sites para pesquisa e em apenas três dias teve o alcance de 134 visualizações atingindo a turma de nosso objetivo de ensino e as demais turmas que foram sugeridas pelos professores. Não podemos deixar de destacar a emoção que nos foi gratificante ao recebermos da direção da escola o primeiro exercício realizado por uma aluna, trabalhando de forma bem eficiente, explicando através de desenhos, os períodos da História do Brasil em relação aos patrimônios que foram objetos do ensino aprendizagem.
Concluímos este trabalho com a sensação de estarmos em caminho bem cientes de que há um grande caminho ainda a ser percorrido. Podemos perceber que a História nos oferece um grande acervo de possibilidades de ensino, não só para a própria disciplina, mas também para seu uso como instrumento em diversos temas transversais e outras disciplinas. Percebemos também o pouco uso ou aprofundamento por parte de professores, quanto a utilização de elementos da realidade local como objeto de ensino, ainda abordando “visitas” a locais históricos e museus como passeio ou momentos de lazer. Outro fato que salientamos é a questão de se ter um corpo docente (publico e privado) que em sua maioria não reside no município e não tem raízes culturais na região. Através de concursos públicos ou contratações nas rede privada, maioria dos professores de História e diversas outras disciplinas, por não serem residentes e por falta de interesse (ou negligência), não se aprofundam na história da cidade em que lecionam e trabalham, deixando de participar de capacitações e projetos que poderiam enriquecer os seus conhecimentos e ampliar o trabalho pedagógico em História com novas abordagens e metodologias.
Não temos aqui, a pretensão de considerarmos este trabalho de excelente qualidade, muito pelo contrário, consideramos que ainda é preciso muito estudo e trabalho para que se alcance o mínimo de qualidade. Outra questão importante foi perceber o quanto é necessário que o professor de hoje, esteja qualificado também no domínio de diversas tecnologias. Na educação atual percebemos que além do domínio de conhecimento da disciplina é preciso a habilidade em formas e métodos tais como: produção de vídeos, conhecimentos gráficos, elaboração de roteiros e diversos outros. A crise ocasionada pela pandemia do coronavírus Covid 19 nos mostra que é preciso cada vez mais superar desafios, inovar, criar e reinventar constantemente o fazer pedagógico com novas metodologias e práticas didático-pedagógicas
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. 108 p.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/historia-no-ensino-fundamental-anos-iniciais-unidades-tematicas-objetos-de-conhecimento-e-habilidades Acesso em 12 abr. 2020
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAGUAÍ (Brasil, RJ, Itaguaí). Secretaria Municipal de Educação e Cultura. Coletânea de nossas memórias - Itaguaí a Cidade do Porto. 1ª Edição. ed. Itaguaí: Prefeitura Municipal de Itaguaí, 2010. 152 p.
ANEXO I
Produção Acadêmica – Produto Virtual https://www.facebook.com/watch/?v=2898275630221807
[1] Acadêmico do Curso de Licenciatura em História; E-mail: 2409816@aluno.uniasselvi.com.br
[2]Tutor Externo do Curso de Licenciatura em História – Polo Itaguaí-RJ; selma.almeida@uniasselvi.edu.br
Publicado por: Eduardo de Almeida Vieira
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.