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Na Trilha da Matemática: Do Raciocínio ao Meio Ambiente

Ensino da importância da coleta de lixo para crianças.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

1. INTRODUÇÃO

O projeto Escola & Universidade trata-se de uma proposta da Prefeitura Municipal de Curitiba, que faz parte do programa de qualidade na educação, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal da Educação, podendo dele fazer parte os integrantes do quadro próprio do magistério municipal que atuam nas escolas da Rede Municipal de Ensino (RME).

Caracteriza-se como uma prática capaz de ofertar aos profissionais uma oportunidade de buscar assessoramento acadêmico-científico junto às instituições de Ensino Superior, favorecendo a prática de experiências educacionais criativas e inovadoras, além de buscar oferecer as melhores condições para a construção do conhecimento e formação humana.

Por meio das observações realizadas durante esse início de ano, pudemos nos convencer de que nossos alunos e seus respectivos responsáveis, ainda não desenvolveram uma real conscientização a respeito dos problemas ambientais, problemas esses que fazem parte do cotidiano de cada um e em extensão, suas famílias que compõe a comunidade local.

Reconhecemos ainda, que possuem práticas de coleta e separação do lixo reciclável, sendo uma forma de subsistência, já que muitos pais vivem desta atividade, porém sem possuir a consciência do consumo exagerado pela sociedade ou do impacto causado pelo acúmulo de lixo no meio ambiente.

Na busca de instrumentalizar ações permanentes concentradas em favorecer o desenvolvimento tanto da construção do conhecimento lógico-matemático quanto à formação humana para a promoção da vida através de ações sustentáveis, propusemos através do projeto focar em iniciativas para desenvolver a compreensão e interpretação do mundo. Para tanto, utilizaremos a Educação Matemática para subsidiar o trabalho, permitindo assim que o conhecimento tenha sentido em situações que os alunos se propõem a resolver para melhoria das questões sócio-ambientais.

Observando o cotidiano dos alunos nas salas de aula, constatou-se que há um grande número de crianças com dificuldade no que diz respeito à construção de conceitos matemáticos e que apresentam grande desinteresse pela área de conhecimento abordada.

A proposta de trabalho intitulada: “Na trilha da Matemática: do raciocínio ao meio-ambiente”, sugerimos um trabalho com conceitos básicos matemáticos inseridos nos livros de literatura infantil, realizaremos práticas e parcerias proporcionando aos nossos alunos condições de desenvolvimento da autonomia intelectual necessária a todos os cidadãos a partir do compromisso posto em relação à construção de uma ética planetária e a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Questionaremos o uso racional de recursos naturais para a sustentabilidade ambiental, avaliando o impacto social, os resultados mensuráveis e as metas executáveis.

A opção por tal proposta de trabalho se fundamenta na necessidade de superar os dados apresentados em diferentes avaliações internas e externas à escola, as quais tem demonstrado que os estudantes apresentam baixo desempenho em Matemática.Muitas podem ser as razões para esse fato, porém dentre elas destacam-se a dificuldade que os estudantes têm na resolução de problemas e na utilização da própria linguagem matemática, aspectos que serão contemplados no desenvolvimento do referido projeto. Pretende-se ainda, compreender a relação existente entre o desempenho dos estudantes na resolução de problemas e as maneiras pelas quais eles utilizam registros de representação, incorporando à prática pedagógica os conceitos, procedimentos e atitudes matemáticos desenvolvidos em meio às vivências dos alunos, os quais emergem em suas interações sociais e experiências pessoais que integram sua bagagem cultural. Esses conceitos, procedimentos e atitudes se constituem em suas práticas sociais com a Matemática.

Assumindo nossa parte neste compromisso e em sintonia com as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal em Curitiba, encontramos neste documento a afirmação que:

“Letrar-se matematicamente significa aprender a utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, estabelecendo relações significativas entre elas e mobilizando conhecimentos na solução de problemas relacionados ao mundo do trabalho, da ciência, da vida cotidiana e escolar, o que é fundamental para a participação social e efetiva de um futuro cidadão numa sociedade letrada e informatizada”. (pg.247)

Cientes que, o domínio das linguagens matemáticas representa uma das condições para as aprendizagens escolares, possibilitando fazer análises quantitativas e/ou qualitativas, a Matemática possui um papel relevante de investigação, interpretação e compreensão dos diferentes aspectos histórico, filosófico, social e cultural, articulando-se com todas as áreas do conhecimento, incluindo as questões socioambientais. Sendo assim, apresentaremos um projeto no sentido de oportunizar o conhecimento do mundo e domínio da natureza, com base nas linguagens matemáticas, criando-se condições de melhorar sua capacidade de agir na sociedade, assumindo ações permanentes concentradas em um desenvolvimento sustentável para a continuidade da vida na Terra.

As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam uma inteligência essencialmente prática, que permite reconhecer problemas, buscar e selecionar informações, tomar decisões e, portanto desenvolver uma ampla capacidade de lidar com a atividade matemática e seus conceitos próprios. Quando essa capacidade é potencializada pela escola, a aprendizagem poderá apresentar um melhor resultado.

A concepção da Educação Matemática tem por objeto de estudo o ensino e a aprendizagem da matemática, propiciando a formação de cidadãos letrados matematicamente, ou seja, preparados para utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, relacionando-as e solucionando problemas. Nesse sentido, a aprendizagem em Matemática está relacionada à compreensão, ao estabelecimento de relações, ao aprender e produzir significados a partir da prática humana como relação social.

Por meio do desenvolvimento do projeto será possível favorecer ainda, programas de mobilização coletiva para estímulo à reciclagem e reutilização de materiais, quantificação dos resultados das ações de voluntariado na comunidade com vistas à educação e sensibilização da população, com interferência de associações e órgãos representativos, participação em concursos internos ou locais que estimulem o debate e a conscientização individual sobre o meio ambiente e a importância da colaboração de cada um, a realização de programas parceiros no tratamento de resíduos procurando reverter o resultado em benefício da própria comunidade, promoção de "econegócios" (negócios sustentáveis), que preservam gerando ocupação e renda, o empreendedorismo, melhorando a qualidade de vida das populações.

As atividades desenvolvidas no decorrer do ano de 2009, junto à turmas de 2ºanos e 4ª série do Ensino Fundamental, serão abordadas numa visão global e interdisciplinar. Diante de tais encaminhamentos, realizaremos práticas que configurarão tanto a construção do conhecimento lógico-matemático quanto à formação humana para a promoção da vida.

Retratando ainda, um excelente exercício de cidadania, integrando a escola e a comunidade local, percebendo-se integrantes do ambiente, compreendendo a interpelação entre seus elementos, nas dimensões ecológicas, social e política, enquanto co-participantes do processo de melhoria da qualidade de vida.

Nesta proposta, afirmaremos a figura do profissional da educação como o mediador capaz de tornar cada questão discutida em um tema de trabalho, independente da área de conhecimento, aprofundando o novo paradigma de tudo com tudo, do local para o global, do cuidado necessário para com o planeta e de um novo modo sustentável de ser. Nas estratégias para a realização do projeto optaremos pelas brincadeiras, construções e jogos que possibilitam às trocas, as comparações, as descobertas que colaboram na construção de um pensamento produtivo e no raciocínio lógico. A compreensão das questões ambientais pressupôs um trabalho interdisciplinar em que a matemática está inserida, fornecendo ferramentas essenciais para a construção de conceitos e procedimentos matemáticos, como: formulações de hipóteses, realizações de cálculos, coleta, organização e interpretações de dados estatísticos, práticas de argumentação, entre outros.

Este documento está estruturado na seguinte distribuição: a fundamentação teórica que sustenta a pesquisa, a metodologia da pesquisa considerando a caracterização da unidade escolar e os procedimentos adotados, a apresentação e discussão dos resultados, além das considerações conclusivas do grupo responsável pela concretização deste projeto.

1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O ensino da matemática, bem como a resolução de situações problema e assuntos referentes ao meio ambiente, fazem parte da realidade do dia a dia de nossos alunos e comunidade, sendo assim, percebemos que o mais importante é descobrir e analisar a causa que faz com que os alunos apresentem dificuldades em aprender Matemática e entender também aos cuidados necessários para com o meio ambiente, aos recursos por ele oferecidos e as conseqüências das ações errôneas.

Trabalhar a matemática e o meio ambiente através, de situações problema apresenta ao aluno, seu papel e sua importância como elemento de formação de opinião e senso crítico, aprender a criar, fazer e resolver de forma lúdica, com ambiente agradável, a partir de questões tão importantes, mas apresentadas sutilmente através de jogos, literatura e brincadeiras, resulta em contribuição significativa para a humanidade, uma vez que o educando consiga fazer a conexão entre a sua realidade, os problemas ambientais e a importância de sua própria ação.

2 JUSTIFICATIVA

Observa-se que, de modo geral, tem aumentado a cada dia o número de crianças com dificuldades na matemática, percepção visual, símbolos, possibilidade, criação, criatividade, compreensão e raciocínio lógico. A pretensão deste projeto de investigação é de buscar referenciais teóricos, visando possibilitar um trabalho diferenciado que as auxiliasse no entendimento da leitura com compreensão do raciocínio lógico, como instrumentos básicos e essenciais para o processo de ensino-aprendizagem. Muitas vezes a criança inicia o processo escolar e não obtém sucesso. O professor e a escola percebem a dificuldade, mas não tem noção clara do que esteja provocando o fracasso escolar. É imprescindível a reflexão de como a criança aprende, as diversas formas de aprender, que elementos cognitivos estão envolvidos para o desempenho de determinadas atividades e trabalha-los, tendo a preocupação com as operações cognitivas e habilidades necessárias para a aquisição de determinados conhecimentos. As escolas, de maneira geral, na ânsia de alfabetizar cada vez mais cedo, estão ignorando conhecimentos essenciais que favorecem a construção do caráter da criança, como por exemplo, os valores morais, éticos e consciência ambiental.

Não se trata de queimar etapas, pois devem-se trabalhar habilidades básicas e fundamentais para o pleno desenvolvimento da criança, tendo a aprendizagem como elemento central nesse processo.

Deve-se abandonar uma metodologia passiva, repetitiva ou alienante da matemática e da educação ambiental e fazer com que o aluno passe a ser sujeito interativo do processo, os conteúdos devem ser significativos e as atividades desafiadoras, estimuladoras e atrativas. O professor deve assumir o papel de mediador entre o conhecimento científico e o coletivo do grupo, acreditando na capacidade dos alunos e fazendo com que eles acreditem também em suas condições de produtores de conhecimento. O mais importante é descobrir e analisar a causa que faz com que os alunos apresentem dificuldades em aprender matemática e têm falta de interesse pelas causas ambientais. Para superar estas dificuldades trabalharemos com nossos alunos de maneira divertida, criativa e real, o mundo dos cálculos, dos números, dos problemas, formando cidadãos críticos e participativos na sociedade em que estão inseridos.

3 OBJETIVOS

• Zelar e expandir o conhecimento dos alunos.
• Ampliar os horizontes/visão de mundo dos alunos.
• Oportunizar meios para que os alunos desenvolvam seu raciocínio-lógico e sua criatividade.
• Dar subsídios que facilitem os alunos na construção para resolução de situações problema.
• Despertar nos alunos o interesse pelo meio ambiente e a importância de sua preservação.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Na década de 70, por força de um conjunto de movimentos em defesa do meio ambiente, destaca-se uma preocupação da sociedade em relação à questão ambiental, manifestada por articulações como: conferências, fóruns, convenções de caráter internacional que vem estabelecendo diretrizes e acordos que orientam as políticas ambientais nacionais. Discute-se a idéia da Educação Ambiental como prática a ser empregada em vários âmbitos da vida social, e no universo escolar formal de todos os países envolvidos nesses acordos.

O relatório de Brundtland, em 1987, traz o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo “a satisfação das necessidades do presente, sem o comprometimento das gerações futuras em virem a satisfazer as suas”. Tais documentos resultaram na 1ªConferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento .Dela surge inúmeros estudos e documentos, projetando a Agenda 21 que incorporou as decisões de Tbilisi, no seu capítulo 36, que trata da promoção do ensino, da conscientização e treinamento em relação à questão ambiental.

Um dos principais aspectos recomendados sobre Educação Ambiental diz respeito à sua incorporação no ensino formal, salientando que:

“O ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a capacidade do povo para abordar questões de Meio Ambiente e Desenvolvimento. (...) o ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas de comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio-econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual), deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e informais e meios efetivos de comunicação”.

Abordando o desenvolvimento sustentável, encontramos na Agenda 21 ações para o reconhecendo da educação como um importante fórum para a transformação das atitudes dos indivíduos, considerando a Educação Ambiental como um processo de aprendizagem permanente, fundamentado no respeito as diferentes formas de vida.

Discutido e aprovado durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD, Rio de Janeiro, junho de 1992), o documento da Agenda 21 culminou com um processo de 20 anos de iniciativas e ações de âmbito local, regional e internacional, para deter e reverter a constante degradação dos ecossistemas vitais para a manutenção da vida, assim como alterar as políticas que resultam em significativas desigualdades entre os países e, no seio das sociedades nacionais, entre as diferentes classes sociais.

Tal documento destaca a educação como responsável na promoção do desenvolvimento sustentável, envolvendo aspectos do meio ambiente e desenvolvimento, conferindo consciência ambiental e ética, de valores e atitudes, de técnicas e comportamentos.

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, prevê:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público o dever de defendê-lo e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações .

Posteriormente, o Congresso Nacional instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) com a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, em que o ensino/aprendizagem de Educação Ambiental passou a ser obrigatório para todos os níveis e modalidades de ensino. O que proporcionará uma intensificação nas iniciativas no que se refere a esse tipo de trabalho, que irão ocorrer através da execução de projetos de Educação Ambiental que enfocam as questões ambientais mais significativas para a comunidade na qual a escola está inserida.

Em se tratando de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) o Ministério da Educação e Cultura (MEC) definiu Educação Ambiental como tema transversal muito antes da promulgação da PNMA, porém não garante a existência e a qualidade da Educação Ambiental na escola, que deveria assegurar um ensino aprendizagem que torne o aluno capaz de compreender o conceito de meio ambiente, seus processos e dinâmicas, fazendo com que compreendam seu lugar, seu papel e sua responsabilidade. Tal tema deve ser trabalhado articuladamente em todas as áreas do conhecimento, de maneira interdisciplinar.

A proposta do MEC para a prática da Educação Ambiental na escola é a inserção da temática ambiental nos currículos, aliada à adoção de práticas e atitudes de toda a comunidade escolar, através de projetos de Educação Ambiental articulados com o projeto educativo, onde o professor será o principal agente para a sua implantação na escola sendo capaz de compreender, refletir e ensinar os temas relacionados a essa prática. Segundo MALHADAS (2001, pg13), “Projetos ambientais oferecem oportunidade para os jovens participarem de ações, dentro das opções da sua equipe, criando condições viáveis e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sua comunidade. O professor atuará como” gerente “das atividades integradas dentro e fora da sala de aula - liderando, monitorando e incentivando a criatividade dos alunos na busca de soluções”.

Em 2000, a Prefeitura de Curitiba, pelo Programa Alfabetização Ecológica, favoreceu ações pedagógicas para a implementação da Educação Ambiental, prevista no princípio Educação para o Desenvolvimento Sustentável, através de um trabalho de assessoramento aos projetos das escolas, abordando problematizações oriundas da própria comunidade escolar.

Ainda no ano de 2000, as Organizações das Nações Unidas afirmam como metas básicas as seguintes questões: a erradicação da pobreza extrema e da fome, a universalização da educação primária, a promoção da igualdade entre os sexos, a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna, o combate a AIDS, à malária e a outras doenças, a garantia da sustentabilidade ambiental e a produção para o desenvolvimento.

As questões ambientais como perspectiva de trabalho.

O trabalho com Educação Ambiental por si só não é suficiente para resolver todos os problemas, mas é fundamental que seja realizado em parcerias e entre elas cabe também à escola mostrar ao educando a relação homem-natureza, conscientizar quanto à gravidade dos problemas ambientais e incentivar a buscar soluções. É preciso que o educando, assim como a sua família discutam e argumentem, que se tornem indivíduos críticos e que assuma novas convicções, tornando-se cidadãos conscientes e capazes de exercer o papel de agentes multiplicadores na proteção da vida.

Considerando, o conceito de educação ambiental postulado pela Unesco:

“Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir individual e coletivamente, resolver problemas ambientais presentes e futuros”, torna-se fundamental investir em projetos que viabilizem o acesso ao conhecimento, a promoção de ações sustentáveis, uma reeducação do consumo, a valorização da reciclagem.

A Educação Ambiental enquanto caminho para pensar a vida, o mundo e as relações planetárias pressupõe conhecer seus próprios princípios, que de acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba se expressam em:

Sensibilização: constitui processo de alerta, o primeiro passo que os indivíduos devem dar para alcançar o pensamento sistêmico.

Compreensão: o conhecimento e o entendimento dos componentes e mecanismos que regem os sistemas natural e social e suas conexões.

Responsabilidade: o reconhecimento do ser humano como protagonista da dialética entre indivíduo, natureza e sociedade.

Competência: a capacidade que os indivíduos tem de agir de forma positiva e efetiva nos sistemas natural e social.

Cidadania: a participação ativa dos indivíduos, o resgate dos seus direitos e a promoção de uma nova ética, capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

Com a Educação Ambiental busca-se atingir novas maneiras de relação entre o indivíduo e o contexto de vida, pensando e repensando decisões que levem a sociedade a uma melhor qualidade de vida, na perspectiva da sustentabilidade.

Gradativamente surge uma nova era, retratada por uma necessidade fundamental de estabelecer uma relação de respeito mútuo entre a Terra (Gaia na mitologia grega) e a humanidade. Segundo Leonardo Boff (2005):

“Os seres humanos vão tomando a sério o fato de serem momento de um processo de bilhões e bilhões. Conscientizam-se de que formam uma teia de relações vitais das quais são co-responsáveis. Podem potenciar a vida e o futuro de Gaia bem como podem continuar ameaçá-la, podem frustrar o destino e dizimar a biosfera”.

Sabemos que a preparação para as mudanças necessárias depende da compreensão coletiva da natureza sistêmica, das crises que ameaçam o futuro do planeta. Aceitando o pressuposto de que estamos mergulhados numa situação de crise, e esta implica transição e passagem, estamos atingindo uma história coletiva e planetária da espécie humana.

Reafirmamos a crença de que o conhecimento gera mudanças, assim para gerar as modificações na projeção de um futuro sustentável é necessário propiciar o conhecimento atrelado às situações cotidianas, formando indivíduos capazes de intervir na realidade, instrumentalizados para uma ação responsável e consciente sobre o meio em que vivem.

Nos encontramos numa fase decisiva para a sustentabilidade ambiental, com os avanços nas diferentes áreas somos capazes de controlar o aumento populacional, porém temos os padrões de consumo e de produção atingindo o limite suportável da Terra.

O consumismo é um processo eticamente condenável, pois faz com que as pessoas comprem mais coisas do que realmente necessitam. Através de sistemas complexos de propaganda, que envolvem sutilezas psicológicas e recursos espetaculares, industriais e produtores em geral convencem a população a adquirir sempre os novos modelos de carros, geladeiras, relógios, calculadoras e outras utilidades, lançando fora o que já possui. Esse processo garante aos fabricantes uma venda muito maior de seus produtos, permitindo a ampliação contínua das instalações industriais.

Em seu livro, O Meio Ambiente em Debate, Branco afirma que:

“O consumismo não gera apenas os impactos ambientais decorrentes da necessidade crescente de energia e do próprio processo industrial, mas é causa de outro grave problema: o esgotamento dos recursos naturais não renováveis, isto é, aqueles que uma vez consumidos não podem ser novamente repostos, como, por exemplo, o petróleo e os minérios em geral”.

As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da violência podem ser identificadas no modelo de civilização dominante, que se baseia em superprodução e superconsumo para uns e subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria. Ressaltamos que são inerentes à crise, as erosões dos valores básicas, alienação e a não participação da quase totalidade dos indivíduos na construção de seu futuro. É fundamental que a comunidade planeje e implemente suas próprias alternativas às políticas vigentes. Dentre estas alternativas está à necessidade de abolição dos programas de desenvolvimento, ajustes e reformas econômicas que mantêm o atual modelo de crescimento com seus terríveis efeitos sobre o ambiente e a diversidade de espécies, incluindo a humana. Consideramos que a educação ambiental deve gerar com urgência mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos e destes com outras formas de vida.

Fritjof Capra argumenta que as crianças têm um papel fundamental na construção do futuro e a escola é mais uma Instituição responsável em sensibilizá-las para tomar decisões importantes, baseadas em princípios de cooperação, de solidariedade, de respeito e responsabilidade É fundamental levar as crianças a entenderem que o mundo é um só e está interligado, portanto, os problemas ambientais são universais e todos devem se preocupar com eles, pois todos usufruem os mesmos recursos como o ar, a água, as fontes de energia.

Para tanto, é preciso formar as novas gerações para uma economia sustentável, prevendo um desenvolvimento também sustentável (DALY, 2005), conseguindo suprir cada recurso natural garantindo assim, os ciclos da natureza, pois tudo o que fazemos ou deixamos de fazer para a Terra implica em nós enquanto comunidade humana e a cada um individualmente.

Segundo Edgar Morin o desenvolvimento sustentável não se restringe à idéia de um meio equilíbrio, nem reduz todos os problemas apenas ao problema ecológico, mas sim considerar outras dimensões da existência e da sociedade, ou seja, temos que pensar na dimensão do todo, do global.

O desenvolvimento da tecnologia trouxe ao homem muitos benefícios para o seu bem estar, porém com essa tecnologia veio a degradação do ambiente e conseqüentemente seus efeitos. Após anos de exploração, esta paisagem vem mudando a vida das pessoas por meio de conseqüências desastrosas para a sobrevivência do homem. Hoje, o meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum entre os povos.

Nesse sentido diz Sariego:

“O impacto da presença do homem sobre a terra, depois da 2ª grande guerra, cresceu em conseqüência do aumento da população e das novas técnicas de produção industrial. Foi o momento quando muitas pessoas começaram a tomar consciência da ameaça que se estabeleceu, percebendo que o uso descontrolado dos recursos ambientais pode gerar graves problemas, como o efeito estufa, diminuição da camada de ozônio e escassez de recursos hídricos. Um ponto importante nesta nova consciência é o de que cada um de nós tem um importante papel na preservação da vida no planeta e pode assumir pequenas atitudes, eficazes em benefício dessa causa. É fundamental que conheçamos bem os nossos limites, os limites do mundo em que vivemos e a natureza da qual dependemos. Dessa forma aprenderemos como agir e até onde podemos chegar na exploração dos recursos naturais...”.

Ao analisarmos as considerações de Sariego, podemos reforçar que desde o surgimento do homem na Terra, a freqüência e os tipos de impacto ambiental têm aumentado e diversificado muito. O primeiro tipo de impacto causado pelo homem provavelmente derivou-se do domínio do fogo. À medida que a espécie humana foi desenvolvendo novas tecnologias e ampliando seu domínio sobre os elementos e a natureza em geral, os impactos ambientais ram se ampliando em intensidade e extensão. Com isso, o século XXI, se expressa marcado por uma maior comprometimento das pessoas, entendendo que se faz necessário a preocupação com a preservação dos recursos naturais disponíveis, que garantem as condições de vida no Planeta, além de reconhecer que a responsabilidade é de todos e a mudança de postura se faz imediata.Procuramos desenvolver uma civilização capaz de garantir o cumprimento da lei e dos direitos humanos, respeitando a integridade das diferentes culturas, respeitando a Terra, rejeitando a idéia de que a natureza é somente um conjunto de recursos a serem utilizados.Pensando na crise ambiental, social, de consumo e até tecnológica que vive, torna-se fundamental mediação concreta, atitudes, tomadas de posições, que integrem e implementem a vida na sociedade de forma sustentável.

Considerando esses apontamentos, faremos reflexões e práticas de grupos que buscam alternativas frente à atual situação mundial, através de movimentos internacionais ligados à ecologia, à preservação da natureza, à defesa e promoção dos direitos humanos, sociais e ambientais, a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em parceria com as Nações Unidas. Diante de tais movimentos, encontramos a esperança e fortaleceremos nossas ações, para que efetivamente, um outro modelo de mundo e de globalização se configure como possível.

Parafraseando o poeta Fernando Pessoa podemos dizer: ”Queremos poder imaginar o mundo como ele nunca foi”.

4.1 Educação para a Sustentabilidade

Concebemos que educação é um processo para a formação de novos valores comportamentais do ser humano em relação ao espaço ambiental de vida, visando Re-construir as relações homem-natureza, cultura–natureza como condição para a sustentabilidade.

Para LEFF (2001), o saber ambiental problematiza o conhecimento para refuncionalizar os processos econômicos e tecnológicos, ajustando-os aos objetivos do equilíbrio ecológico, à justiça social e à diversidade cultural. Comenta ainda, sobre a impossibilidade de solucionar os crescentes e complexos problemas ambientais, revertendo suas causas, sem que antes ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, de valores, dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundado no aspecto econômico do desenvolvimento.

Moacir Gadotti argumenta sobre a necessidade da “alfabetização ambiental” para melhor apreensão da realidade social. A educação ambiental é um processo que visa mudanças de mentalidade em relação à qualidade de vida e está diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores, ação. Trata-se de uma opção de vida por uma relação mais saudável e equilibrada, com o contexto, com os outros, com o ambiente mais próximo, a começar pelo ambiente doméstico e de trabalho.

A reflexão sobre as práticas sociais e sua problemática, a partir de um contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, propicia uma necessária articulação com a produção de sentido sobre a educação ambiental. Essa dimensão ambiental configura-se como uma questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo.

A escola como um dos espaços educativos e privilegiados para a construção do conhecimento, deve levar a análise e reflexão sobre o modelo de desenvolvimento econômico vigente, sobre a cultura da sociedade de consumo e de desperdício, incluindo a análise dos determinantes do processo. Conhecer os resíduos gerados na escola, na residência, analisar e refletir sobre o volume de lixo produzido e seu destino final poderá levar o aluno a compreender melhor o seu espaço sócio-ambiental de vida, levando-o buscar alternativas de resolução para os problemas que o envolvem e a comunidade local, gerando alternativas de melhoria na qualidade de vida.

Pensar sobre a complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com o desenvolvimento sustentável. Toda essa preocupação representa a possibilidade de gerar mudanças sociopolíticas que não comprometam sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades, de garantir uma sustentabilidade ambiental.

A nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional – LDBN, de 1996, indica aos educadores a necessidade da construção do saber ambiental. Os parâmetros curriculares nacionais apontam para a necessidade de contextualização dos problemas socioambientais locais e o estabelecimento de relações entre estes e os conteúdos disciplinares.

O enfoque da educação ambiental deve buscar uma perspectiva de ação holística que relaciona o homem, a natureza e o universo, tendo como referência que os recursos naturais se esgotam e que o principal responsável pela sua degradação é o ser humano.

4.2 O conhecimento matemático.

A Matemática enquanto disciplina do Ensino Fundamental retrata um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento do raciocínio lógico. Faz parte da vida das pessoas, nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. A matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização de seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente.

De acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal em Curitiba:

“Esse ensino e essa aprendizagem da Matemática se evidenciam por seus aspectos intrínsecos (relativos à obtenção de pré-requisitos, como técnicas e conhecimentos necessários à continuidade do estudo dentro da própria Matemática); utilitários (na vida cotidiana e profissional); e formativos (representações feitas pelo indivíduo, relacionadas com o seu desenvolvimento intelectual) (RODRIGUES,1993), aspectos que se complementam na formação de cidadãos letrados.”

A concepção da educação matemática tem por objeto de estudo o ensino e a aprendizagem da matemática, propiciando a formação de cidadãos letrados matematicamente, ou seja, preparados para utilizar com compreensão as diferentes linguagens matemáticas, relacionando-as e solucionando problemas.

Ao propor o ensino da Matemática, torna-se fundamental ter um objetivo determinado, ou seja, exige uma intencionalidade por parte do educador. Utilizando as diferentes linguagens matemáticas que compreendem: a aritmética, álgebra, geometria, probabilidade e gráfico-lógica, as quais são trabalhadas articuladas às demais áreas do conhecimento. Assumindo uma proposta pedagógica de trabalho que acredita na superação do pensar linear a respeito da organização curricular, a qual não supre as necessidades apresentadas diante da atual realidade, compartilharemos de uma organização curricular sistêmica e inter-relacional. Assim para o desenvolvimento do trabalho da escola, é necessário estar garantindo os diferentes olhares sobre um conhecimento, envolvendo a sua totalidade, com os diferentes focos oriundos das áreas do conhecimento integradas, entendidos como uma rede de relações articuladas entre si, e voltada às aprendizagens, na busca de soluções para a situação apresentada.

Portanto, este projeto caracteriza-se por ser interdisciplinar, possibilitando um rompimento na concepção de conhecimento linear e fragmentado, envolvendo áreas do conhecimento. Os conteúdos sistematizados nestas áreas permitem subsídios para a construção do conhecimento em rede, tornando a aprendizagem significativa e eficaz, conseqüentemente, uma real apropriação, dentro de uma visão integrada do mundo, além de contextualizar o ensino com situações próprias do cotidiano do educando.

No referido projeto assumiremos a proposta de uma matemática investigativa, interpretativa que busca compreensão de diferentes aspectos, praticando metodologias de ensino que possibilitam tais práticas como: a resolução de problemas, modelagem matemática, etnomatemática, jogos matemáticos e tecnologias.

A Educação Matemática sobre o enfoque aqui apresentado procura superar a visão do conhecimento matemático estanque, compartimentalizado, imutável, quantificável, com base na lógica formal, assumindo o conhecimento produzido pelos homens, com várias linguagens inter-relacionadas, mutável, aproximado, com base na lógica formal e nas lógicas não formais. Dentre os muitos objetivos do ensino de Matemática, destacaremos o de ensinar a resolver problemas, onde podemos ensinar o conteúdo por meio da resolução de problemas, ou seja, pela estratégia de resolução de problemas mostraremos ao aluno como o conhecimento é construído. E ainda, propiciar ao aluno à possibilidade de desenvolver habilidades para solucionar problemas semelhantes ou de gerar estruturas para a solução de problemas futuros; a forma como isto pode ser feito também é objeto de estudo.

Nesta perspectiva a Resolução de Problemas ganha um outro enfoque na sala de aula, possibilitando o desenvolvimento de conteúdo e habilidades de soluções de problemas.

No trabalho com problemas é necessário prever que podem existir algumas dificuldades com relação à leitura dos enunciados dos problemas, seja por dificuldades com a linguagem, incompreensão do vocabulário, por exemplo, seja porque as crianças ainda não dominam o código escrito, tendo no professor o mediador para esta situação.

4.3 O jogo e a resolução de problemas.

O jogo para ensinar Matemática deve cumprir o papel de auxiliar no ensino do conteúdo, propiciar a aquisição de habilidades, permitir o desenvolvimento operatório do sujeito e, mais, estar perfeitamente localizado no processo que leva a criança do conhecimento primeiro, o que já domina, ao conhecimento elaborado, o que se pretende ensinar. E ao se optar pelo jogo como estratégia de ensino, o professor o faz com uma intenção: a de propiciar a aprendizagem assumindo o propósito do ensino de um conteúdo ou de uma habilidade. Com a utilização de jogos favoreceremos os registros dos alunos, prática que assume papel importante, pois retrata o momento em que o processo de construção da linguagem matemática estará sendo estimulada, em especial mediante problematizações que facilitem as trocas verbais a respeito do jogo e seus resultados.

Com a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica do professor, encontraremos no uso de jogos em sala de aula o favorecimento para o desenvolvimento da autonomia intelectual e social do educando.

Nessa linha de raciocínio, temos diferentes contribuições de VIGOTSKY (1984) e ELKONIN (1984), ao analisarem o papel do brinquedo no desenvolvimento dos conceitos, demonstram o caráter evolutivo do jogo simbólico na criança e o papel que este exerce na evolução do pensamento abstrato. Associando o jogo ao processo de construção dos conceitos matemáticos, encontramos possibilidades pedagógicas do jogo dentro de um projeto de ensino dos conceitos relacionados às questões ambientais, fazendo com que nossos alunos desenvolvam uma conscientização sobre os impactos ambientais decorrentes: das queimadas, do desperdício, do consumismo e se reconheçam como cidadãos responsáveis e críticos, a ponto de atuar na sua família e na comunidade local, promovendo mudanças de hábitos e atitudes.

O conteúdo matemático ensinado serve para desenvolver as estruturas de pensamento e alicerçar o indivíduo de conceitos que lhe permitem, cada vez mais, acesso a novos conhecimentos. O jogo, por sua vez, também evolui. O domínio do jogo exige certos níveis de estruturas mentais do sujeito que joga: quanto mais complexo o jogo, maior o número de variáveis que este possui.

O jogo como objeto, como ferramenta do ensino, da mesma forma que o conteúdo, carece de uma intencionalidade. Ao utilizar o jogo como objeto pedagógico, o professor já terá claro uma concepção de como se dá o conhecimento. Esta concepção tem como elementos principais o papel reservado à interação como fator de desenvolvimento e as idéias de que o conhecimento evolui, de que o ensino deve ser lúdico e de que o objetivo final é o conceito científico.

COLL (1988), ao analisar os fatores que interferem na aprendizagem, baseando-se nos pressupostos de VIGOTSKY sobre a zona do desenvolvimento proximal, lembra de um importante fator a ser considerado no ensino é a contingência da ação pedagógica. Isto quer dizer que a ação eficaz é aquela que é contingente, que atua no momento certo e de acordo com a necessidade daquele que aprende, reafirmando assim a responsabilidade na escolha da forma de intervenção pedagógica. O jogo deverá, portanto, permitir uma intervenção contingente no processo de ensino, sendo ele uma ferramenta de ensino, passa a ter novas dimensões assumindo papel significativo no processo de aprendizagem.

Quando consideramos a resolução de problemas e o jogo objetos de desenvolvimento, estratégias de ensino, defendemos a idéia de que estes podem intervir no processo educativo de forma que cada indivíduo possa desenvolver a capacidade de resolver problemas, isto é, que cada homem desenvolva a capacidade de compreender a situação-problema, estando apto a arquitetar um plano, executá-lo e desenvolver estratégias para solucioná-lo, tendo assim a prática de uma Educação Matemática.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para estruturar as práticas planejadas no referido projeto, nos pautaremos na matemática, subsidiando princípios relevantes na construção da cidadania, sendo que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais o cidadão necessita se apropriar. No ensino da matemática é fundamental relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, gráficos), assim numa abordagem ambiental, pretendeu-se permitir ao aluno realizar conexões necessárias com seu cotidiano, destacando a relevância social e a contribuição para o desenvolvimento intelectual.

Portanto, será dada ênfase na resolução de problemas, explorando a matemática a partir de problemas vividos no cotidiano, fortalecendo a construção do conhecimento lógico matemático.

Iremos abordar os conteúdos utilizando estratégias que possam mobilizar e desenvolver, entre outras habilidades, as competências cognitivas básicas como argumentação, expressão de idéias matemáticas, organização, compreensão, planejamento, análise, síntese e memorização. Fazendo uso de recursos de jogos e desafios, possibilitaremos a realização de cálculos mentais, formulação de hipóteses, criando e elaborando estratégias para a resolução de problemas que não são aleatórios nem desvinculados de um contexto maior.

Para o desenvolvimento deste projeto será necessária uma pesquisa bibliográfica, retratando informações para a interpretação e reflexão sobre as práticas sociais presentes num contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente, articulando com as produções referentes à Educação Ambiental e a Educação Matemática direcionando o trabalho para a busca de atitudes éticas em relação ao ambiente, estabelecendo assim contato com os diferentes documentos produzidos, opiniões em discussão, permitindo um referencial teórico capaz de auxiliar no plano geral da pesquisa.

Na busca de pontos pertinentes no contexto em que se insere o desenvolvimento do nosso projeto, será feita uma pesquisa exploratória e descritiva com o objetivo de melhor definir a problemática abordada, proporcionando junto aos educandos observações direcionadas, descrevendo comportamentos e ações mediante os fatos percebidos no próprio ambiente escolar e nos arredores da escola.Tais fatos, mediante processo de coleta de dados, serão sistematizados por meio dos procedimentos matemáticos para a interpretação, registros e elaboração de hipóteses para a transformação da atual situação. Com esta pesquisa será possível estabelecer relações constantes entre determinadas condições, comparando ação e reação, possibilitando a exploração de conteúdos matemáticos, potencializando este aprendizado. Será proposta diferentes atividades promovendo questionamentos, debates, descobertas ampliando o universo de investigação das idéias matemáticas apresentadas pelos educandos.

Na coleta de dados, utilizaremos como técnicas: entrevistas com funcionários da escola e membros da comunidade, questionário em fichas de avaliação, além de formulários registrados pela professora no desenvolvimento das atividades.

Com as fontes de amostragem, partiremos para o trabalho de tabulação de dados, elaborando tabelas e gráficos simples, para facilitar as interpretações e possíveis análises considerando a faixa etária envolvida no projeto.

Utilizaremos ainda etapas da pesquisa de laboratório, durante a proposta de análise das diferentes amostras de materiais e seu processo de decomposição.Com base neste faremos observações diárias, anotações, verificando o processo da experimentação, que finalizará com a produção coletiva de um relatório.

Iremos utilizar de contextos lúdicos para favorecer a exploração e a compreensão das idéias matemáticas, trabalhando com imagens, textos e cartazes presentes na mídia, solicitaremos que os alunos realizem descrições, explorem, levantem suas hipóteses, problematizem situações diversas, propiciando ainda, o contato com diferentes gêneros textuais contribuindo para o processo de aprimoramento da leitura e escrita.

Oportunizaremos momentos de palestras e/ou oficinas para pais em parceria com instituições que realizam projetos voltados ao meio ambiente, que atuam junto à escola. Planejaremos uma exposição aberta à comunidade local, apresentando as produções realizadas e resultado de pesquisas, convidando pais e comunidade local.

os alunos realizarão processos de auto-avaliação em diferentes momentos, confrontando freqüentemente suas ações em relação ao meio ambiente, a limpeza, a reciclagem do lixo e a importância de preservar o ambiente, as conseqüências para sua qualidade de vida.

Questionaremos ainda, a prática das palavras chaves presentes no símbolo da escola: respeito, responsabilidade e solidariedade enfatizando nosso trabalho para a formação humana, para uma ética planetária.

Tal enfoque estará sempre permeando nosso projeto, num processo de ação, reflexão para nova ação, evidenciamos pontos pertinentes da realidade próxima para o exercício sistemático de pensar e refletir sobre suas ações e das pessoas de sua convivência.

Numa educação para a cidadania, as questões sociais se constituem como pontos de reflexão e análise, compreendendo a realidade social e o modo de intervir nela, portanto nossa investigação será pautada nas relações com o espaço de vivência próximo aos alunos, configurado no espaço escolar e no entorno desta.

Em nossa proposta de trabalho favoreceremos aos educandos apreender conceitos matemáticos para melhor compreender o mundo, os quais foram discutidos a partir da participação, do interesse, da autonomia na resolução de problemas.

No desenvolvimento do projeto os alunos realizarão produções escritas como: relatórios, entrevistas, acrósticos, textos coletivos, pesquisas, desenhos, convites, cartazes para divulgação, campanhas, construção de jogos matemáticos, escrita de uma nova versão a partir do livro “A família Gorgonzola”, dentre outros, numa abordagem ambiental.

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