Mídias na Escola: Adote Essa Ideia
A apresentação do projeto "mídias na escola: adote essa idéia!" para os professores do ensino fundamental.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
A muito se discute o potencial das tecnologias de comunicação e informação enquanto instrumento pedagógico. A chegada das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir novas formas de ensinar e aprender e, a escola, enquanto instituição social responsável pela tarefa de promover cidadãos capazes de atuar de maneira crítica, dinâmica e consciente na sociedade. Não poderia se desvincular dessa realidade, nem tão pouco deixar seus alunos as margens de um processo de exclusão.
Tudo isso, fez com que a postura tradicional adotada por muitos professores começasse a ser questionada. Contudo, assim como ocorre com a maioria dos profissionais que atuam nas mais diferentes áreas, o medo de lidar com o novo também causaram receio e resistência aos profissionais da área de educação. O despreparo e a falta de qualificação dos educadores, associado aos desafios que marcaram a trajetória de implantação dos recursos de informática nas instituições escolares, levou muitos deles a negarem a eficiência de tais instrumentos.
Do mesmo modo a chegada da informática no município de São Bento causou profundo impacto aos que assumiram o compromisso de trabalhar de forma a atender as necessidades do alunado, considerando que ainda não estamos preparados a atender a esta incumbência.
Mediante tal situação, fez-se necessário a elaboração de um projeto que objetive discutir e elaborar soluções que proporcionem aos educadores uma utilização mais efetiva dos recursos midiáticos existentes em suas escolas, no intuito de promover uma educação mais qualitativa e atraente aos seus alunos. Isso só será possível, se antes de tudo os professores puderem ser qualificados para tornarem-se multiplicadores.
Assim o projeto que tem como tema “Mídias na escola: adote essa ideia!” Está dirigido a todos os professores do ensino fundamental I.
Durante a execução do projeto, serão utilizadas as seguintes mídias: TV, vídeo e internet. As primeiras porque a escola as possui e é necessário um uso mais efetivo, e a última por ser o recurso atual que garante um maior número de informações possibilitando a inclusão dos alunos no mundo digital.
Há muito tempo a escola deixou de ser espaço privilegiado a aquisição de conhecimento. O contexto da sociedade contemporânea tem imposto novos ritmos e dimensões a tarefa de ensinar e aprender. E a escola, enquanto instituição social e parte integrante do processo histórico não está isenta a influências de fatores que lhe são externos. Conforme afirma Leite (2002) podemos entender a educação como um fenômeno social, que como parte integrante das condições sócio-político-econômicas da sociedade de classes, influencia e é influenciada pelas demais manifestações sociais.
Mediante tal afirmação, pode-se constatar que a escola deve ser compreendida como espaço de integração, e não como espaço independe dissociado da realidade vivenciada pelos seus integrantes, pois, afinal, se o objetivo da escola é formar cidadãos aptos a atuarem de forma dinâmica e eficiente no processo produtivo, torna-se essencial que esta construa novas alternativas de organização curricular complementando a já existente.
O advento da sociedade tecnológica fez surgir novas formas de produção, circulação e acesso a informação e ao conhecimento, durante muito tempo ignorado pela escola, já que, para esta o professor era tido como detentor de todo o saber. A chegada da televisão, dos computadores e mais recentemente da internet, levantou uma série de problemas e discussões acerca do potencial das tecnologias no espaço educacional e, consequentemente no trabalho docente.
Entretanto, para melhor compreender contexto atual no qual estas tecnologias estão inseridas é importante entender que o início da trajetória da implantação dessas novas tecnologias de comunicação e informação nas instituições escolares foi marcado por muitos desafios. Assim como Gomes & Andrade (2007) ressaltam que “a falta de planejamento, o despreparo dos profissionais e a ausência de ações governamentais para introduzi-los no cotidiano da escola, são alguns desses exemplos.
Todos esses fatores fizeram surgir nos profissionais na área de educação certa insegurança e resistência em utilizar tais ferramentas em sua prática pedagogia. No entanto, se por um lado as instituições educacionais negavam a incorporação dessas tecnologias em seu espaço, sua utilização se tornava freqüente nos ambientes externos. A queda nos preços dos computadores e a instalação de Lan Houses em ambientes acessíveis a população, fez crescer o número de usuários com acesso a informática e a internet.
Mediante esse contexto, o ensino entra em crise e, por conseguinte, a postura do professor. Contudo, não bastava à implantação de laboratórios de informática e equipamentos de multimídia nos estabelecimentos de ensino, era necessária uma mudança na postura de todos aqueles que constituem o processo educativo, a exemplo, de professores e alunos.
Para Barreto (2003) a primeira questão é como integrar as tecnologias de comunicação e informação à educação. Segundo ele, deve-se sair da visão exclusivamente técnica, do deslumbramento e investir no pedagógico, reflexivo e na formação de professores. Na verdade, trata-se de uma visão ampla de como manter uma relação pedagógica com tais ferramentas.
Neste sentido pode-se afirmar que a utilização das tecnologias de comunicação e informação no âmbito escolar não se resume a aquisição de equipamentos midiáticos, é necessário elaborar uma proposta pedagógica pautada na dinâmica do processo inclusivo, que vise desenvolver a capacidade de autonomia daqueles que por condições externas acabaram a margem do processo.
Com isso, transformações na organização do espaço escolar, bem como na prática docente são indispensáveis, visto que não basta copiar modelos tecnológicos e implementá-los nos currículos escolares. É preciso uma ampla reforma em sua estrutura física e aplicação de investimentos na qualificação dos profissionais que nelas atuam. Para que estes possam aplicar, de maneira correta, o uso destas ferramentas enquanto instrumentos didáticos.
Somado a isso, modificações no papel do aluno e do professor são essenciais para o sucesso da utilização dos recursos midiáticos na educação. No que se refere ao aluno, este deve ser levado a assumir uma posição de co-participante de sua aprendizagem atuando de forma autônoma e assumindo uma postura de pesquisador crítico apto a conviver em grupos onde a aprendizagem se dará muitas vezes pela interação e cooperação nos ambientes virtuais.
De acordo com Alves (2003), para que o aluno ingresse nesse contexto tecnológico inovador, ele precisa tornar-se:
- Participante ativo das atividades;
- Pesquisador, agente de busca que seleciona e produz conhecimento;
- Capaz de desenvolver sentimento de parceria no trabalho colaborativo;
- Apto a argumentar, questionar, propor e contrapor com fundamentação;
- Criativo, sugerindo possibilidades diferentes de formas não usuais na resolução de problemas.
No que se refere nas habilidades e condutas do professor, essas devem estar centradas na capacidade de motivação, interesse e apoio aos alunos. Segundo Freire (1996) dentre as competências necessárias ao processo de formação do professor estão:
- Respeitar o senso comum no processo de sua necessária superação, estimulando a capacidade criadora do educando;
- Discutir com os alunos os saberes que trazem a escola discutindo-os no contexto do problema estudado;
- Respeitar a autonomia, a dignidade e a identidade do educando;
- Construir a compreensão junto com o aluno num processo de comunicação dialógico;
- Criar possibilidades para produção e construção do conhecimento.
Mediante essas competências, é possível afirmar que o potencial pedagógico das novas tecnologias de comunicação e informação resulta de toda concepção teórica e metodológica adotado pelo professor.
Ainda associada a todas essas mudanças, outro desafio está relacionado à prática de exclusão construída nesses novos espaços educacionais. Sobre isso, Gomes & Andrade (2007) afirmam que “se por um lado a exclusão digital leva o sujeito para fora do espaço econômico e social comprometendo sua inserção profissional e seu convívio na sociedade, o que gera uma forma de segregação e isolamento do mundo, a inclusão possibilita o acesso a novas tecnologias e a internet, a democratização da informação”.
O uso dessas tecnologias em ações educativas, um maior acesso ao conhecimento e ao incentivo a pesquisa, a agilização na solução de demandas, a possibilidade de troca de experiências com outras comunidades conectadas a rede possibilitando um ambiente que fortalece a organização do setor.
Ao refletir sobre estes desafios entende-se que para alcançar os objetivos a que se propõem é necessário que a escola combine pedagogia, tecnologia e prática social, refletindo sobre a melhor forma de utilização dos novos instrumentos tecnológicos na prática educativa e identificando caminhos que levem a solução dos desafios em busca constante por uma educação de qualidade.
Para que o projeto possa ser desenvolvido com eficiência, deve-se considerar a necessidade de levantar dados que comprovem a ausência de material nas escolas e despreparo dos professores para o uso das mesmas. Bem como a busca de material bibliográfico que nos permita dar embasamento teórico a cerca do tema abordado, para ser posto em prática nas produções de oficinas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, L.; NOVA, C. (org.). Educação à distância: uma nova concepção de aprendizado e interatividade. São Paulo: Futura, 2003.
BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologias educacionais e a educação à distância: avaliando políticas e práticas. Rio de Janeiro: Quartet, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia, saberes necessários a prática educativa. São Pulo: Terra e Paz, 1996.
GOMES, A.V.; ANDRADE, A. F. (org.). A trajetória da informática na educação. Módulo: informática e educação. Curso geografia (UEPB). UNISDIS. 2007.
Publicado por: Marcos Rosendo
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