Whatsapp

LEITURA EM SALA DE AULA: uma ferramenta terapêutica e construtiva

Leitura como instrumento inovador e dinâmico na formação de cidadãos conscientes, ajuda e influencia nos aspectos educacional e comportamental dos alunos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

A leitura, além de educar e informar, também é fundamental como instrumento de humanização e socialização do indivíduo. Assim, este artigo busca compreender a ligação histórica entre homem e leitura. Visa, também, entender como a leitura tem sido ministrada por terapeutas no mundo no tratamento de diversos problemas emocionais relacionados ao sistema nervoso. Este artigo também traz os resultados de uma pesquisa realizada em uma grande escola do município de São Gabriel da Palha, no norte do Espírito Santo, onde foram entrevistados professores que relataram suas experiências com alunos problemáticos, e como a leitura ajuda e influencia nos aspectos educacional e comportamental dos alunos. Também, traz à tona a necessidade de se repensar a leitura como instrumento inovador e dinâmico na formação de cidadãos conscientes. Deram sustentação a este artigo, além da entrevista, outros artigos, livros e autores da internet.

Palavras-chave: Homem e leitura. Instrumento de humanização e socialização. A leitura como instrumento inovador

1. INTRODUÇÃO

A sociedade, a educação e, principalmente, a leitura têm uma firme relação que se construiu ao longo dos tempos, sendo uma o auxílio da outra. Seja pela construção e ensino dos valores éticos e morais que é, em grande parte, de responsabilidade da família, seja pela formação profissional, papel que a escola assumiu, a prática educacional está inserida em todas as relações que o homem mantém em uma sociedade e é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento de sua espécie.

Inserida no processo educacional e evolutivo, a leitura acompanha o homem desde os seus primeiros momentos de vida, espaço de tempo em que ele ainda faz o reconhecimento de tudo que o cerca. Isto é, durante o período que compreende os seus primeiros anos de vida, o ser humano já inicia uma espécie leitura interpretativa de todas as coisas que estão a sua volta, tentando conhecer e compreender o espaço no qual está inserido. A partir daí, o homem é alfabetizado, e, após esse processo, o mundo começa a ser interpretado através da prática da escrita e da leitura de códigos, e não mais pela interpretação de figuras ou imagens. Desse modo, outros símbolos passam a ser produzidos, decodificados e compreendidos pelo indivíduo.

Considerando que o processo de evolução humano se deu através da compreensão dos diversos tipos de leitura dos mais variados símbolos, pode-se dizer, então, que a leitura surgiu na necessidade que o homem tinha de evoluir. Nesse contexto, em que a leitura foi uma das ferramentas fundamentais para a sobrevivência e evolução humana, Kilian e Cardoso (2012, p.2) afirmam que,

Segundo relatos históricos e arqueológicos, foi na Babilônia onde tudo começou. Hoje, dessa cidade só restam ruínas na região Mesopotâmica do Egito. Seu povo foi o precursor de muitos avanços da civilização [...]. Nesse local, surgiram as primeiras inscrições do que viria a consumar o nascimento de uma prática revolucionária - a leitura.

A leitura permitiu que homem avançasse a novos horizontes, através do desenvolvimento de novas tecnologias e da propagação da informação. De modo geral, toda a história do homem está ligada ao hábito de ler. É válido destacar que, sobre a trajetória e evolução da leitura, Kilian e Cardoso (2012, p.2) ressaltam também que,

Inicialmente, cumpria seu papel por meio da oralidade, após, houve a invenção da leitura silenciosa na Grécia Antiga; e, hoje, articula-se com os mais variados processos de circulação, especialmente, com a mídia eletrônica.

Ao observar a leitura como instrumento de caráter transformador, conclui-se que o indivíduo que possui o hábito de ler é capaz de ver o mundo com um olhar mais atento, mais crítico, tornando-se um ser pensante e questionador. A leitura, por oferecer uma quantidade gigantesca de informações, tem a capacidade de enriquecer o intelecto do homem, localizando-o em seu tempo e espaço, proporcionando a compreensão da sua realidade. De acordo com Cavalcante (2009, p.5), “O universo do leitor é continuamente transformado pela multiplicidade de textos, os quais são dados a ler, a ver e ouvir”. Portanto, constata-se, de certa forma, que o leitor tem o seu modo de agir e a sua visão de mundo influenciada por aquilo que lê. Observa-se, então, que tão importante quanto o ato de ler é o conteúdo a ser lido.

Entretanto, nos dias atuais, com o crescimento e desenvolvimento de tantas tecnologias, o homem tornou-se escravo de um ritmo de vida acelerado que exige muito mais do corpo e da mente do que se imagina. Tudo isso tem tornado o ser humano cada vez mais refém de um tempo “cronometrado”, que o leva a níveis de tensão psicológicos muito elevados. E toda essa rotina de desgaste traz consigo alguns problemas de saúde, como, por exemplo, o estresse e a depressão. É nesse contexto que algumas pesquisas mostram que a leitura tem se destacado como uma excelente aliada no combate ao estresse e às tensões do dia a dia.  Então, é de vital importância trazer essa temática à tona, através de estudo e análise mais aprofundados, para compreender de fato em que proporção a prática da leitura pode contribuir para uma melhor qualidade de vida do ser humano.

2. LER FAZ BEM

A leitura é ferramenta fundamental para o homem na construção do saber e também para o seu crescimento pessoal. Ler é algo necessário e indispensável na vida do ser humano. Não há nação que se desenvolva sem que seu povo seja instruído, capaz de ver além das palavras. Assim, faz todo sentido as palavras de Antunes (2012) que dizem: “A cultura assusta muito. É uma coisa que apavora os ditadores. Um povo que lê nunca será escravo”.  Por isso, não se deve ter a ideia errônea de que a leitura é apenas um processo pelo qual se passa ou se recebe informações. Além disso, pesquisas demonstram que ler é um processo mental benéfico que, além de ser grande ferramenta na construção da inteligência, é também a mais nova aliada no tratamento de problemas psicológicos e emocionais, entre eles o estresse. Ler faz bem para a saúde, principalmente para a saúde mental, pois além de educar, a leitura é um excelente exercício para a memória, agindo como uma fonte de lazer e diversão.

De acordo com Sodré (2014), uma pesquisa realizada pelo Ibope constatou que 98% dos brasileiros se sentem cansados. Esse fato se dá justamente à necessidade de se dedicar Ao ritmo intenso do trabalho, que é cada vez mais exigente. Com essa rotina cotidiana exaustiva, há menos tempo para relaxar. Uma vida regrada às extravagâncias como noites de sono perdidas e trabalho em excesso, por certo trará sérios prejuízos futuros. Entre alguns dos problemas de saúde mais comuns nos dias atuais destacam-se o estresse, a ansiedade e a depressão, as chamadas doenças do século. No entanto, um dos tratamentos mais eficazes para esse mal pode estar mais próximo e ser mais barato do que se imagina. Segundo afirma Sodré (2014),

Uma pesquisa da Universidade de Sussex, na Inglaterra, demonstrou que seis minutos diários de leitura são suficientes para promover o alívio do estresse e das tensões. O trabalho comparou a leitura com outras atividades também tidas como relaxantes. Ler promoveu relaxamento de 68% nos participantes, contra 61% nos que ouviram musica, 54% dos que tomaram uma xícara de chá e de 42% dos que deram um passeio. Quem  videogame teve uma diminuição de somente 21% do estresse.

Embora dados afirmem que o hábito de ler realmente traz benefícios ao homem, há aqueles que, de uma forma ou de outra, alegam possuir algum tipo de empecilho que acaba por limitar ou tornar escasso o tempo propício para uma boa leitura. Contudo, é preciso torná-la parte do cotidiano, ou seja, criar uma prática constante de exercícios que estimulem e mantenham o hábito pela leitura. Ler tornar-se-á, então, uma atividade terapêutica muito mais eficiente, pois ao ler um bom livro, a mente se desconecta de grande parte dos problemas e, por alguns instantes, o leitor tem a sensação de viajar para outro país ou outro mundo através da história contada no impresso. Indicar e utilizar a leitura como tratamento auxiliar para pessoas com problemas emocionais e psicológicos não é nenhuma novidade. Biernath (2017) afirma que,

O método é tão sério que virou política de saúde pública no Reino Unido. Desde 2013, pacientes com doenças psiquiátricas recebem indicações do que devem ler direto do especialista. Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.

Biernath (2017), afirma ainda que “a iniciativa britânica foi implementada com base numa série de pesquisas recentes que avaliaram o papel das palavras no bem-estar”. O autor ainda destaca que essas pesquisas não têm sido realizadas somente pelos britânicos; os norte-americanos também realizaram experiências do gênero. Biernath (2017) também inclui que

Uma experiência realizada na Universidade New School, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas com o hábito de reservar tempo às letras costumam ter maior empatia, ou seja, uma capacidade ampliada de entender e se colocar no lugar do outro. Outra pesquisa da também americana Universidade Harvard apontou que leitores ávidos são mais sociáveis e abertos para conversar.

Além de a leitura retirar toda a tensão e estresse do dia a dia, ela também é capaz de melhorar o raciocínio, aprimorar e enriquecer o vocabulário e, mais do que comprovado, ela é benéfica no tratamento de pessoas com problemas de insônia. O aconselhável é que se faça uma leitura de, no mínimo, seis minutos antes de dormir para que o corpo relaxe e, assim, o sono chegue. No entanto, algumas pesquisas já constataram que é totalmente inadequado fazer esse tipo de leitura através do tablet ou iPad, se o seu objetivo for realmente relaxar. Por que não ler um bom e velho livro? Pesquisas relacionadas ao assunto identificaram que a luminosidade das telas desses aparelhos prejudica o sono.  De acordo com dados da BBC (2014),

Ler livros digitais antes de dormir pode prejudicar o sono e ter efeitos negativos sobre a saúde, segundo uma pesquisa realizada pela Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos. [...] Segundo os pesquisadores, a explicação estaria na luz emitida pelos e-readers que podem interferir com o relógio biológico. [...] A exposição à luz azul à noite pode desacelerar ou impedir a produção de melatonina, hormônio que regula o sono.

Em suma, estão mais que comprovados os inúmeros benefícios proporcionados por uma boa leitura. Entretanto, o prazer pela leitura deve ser compartilhado e incentivado desde a infância. É nessa fase que a mente humana está em um processo de constante aprendizagem e adaptação. Por isso, é importante entender que à medida que se lê, há também o crescimento e amadurecimento do intelecto humano.

3. A LEITURA NA SALA DE AULA

Controlar uma turma agitada e ansiosa em uma sala de aula é, sem dúvida, um dos maiores desafios na vida de um professor. Devido a grande distinção de temperamentos, fica cada vez mais complicado aplicar uma atividade que cative a atenção dos alunos. Se conseguir a atenção é complicado, também não é tarefa fácil estimular a criatividade e a produtividade em um ambiente tão inconstante. Diante de uma questão tão relevante que, aliás, há de ser estudada com profundidade, surge uma grande aliada: a leitura. 

A partir das dificuldades encontradas para obter a atenção dos alunos e da necessidade de conduzir o ensino de qualidade, eis que a leitura aparece como uma das ferramentas mais importantes, quiçá a mais eficiente delas. Batista (s.d.) explica que “[...] A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. O contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento”. Assim, constata-se que o aluno que lê constantemente desenvolve melhor suas habilidades e competências.  No entanto, a realidade em relação ao gosto dos alunos pela leitura é bem diferente do que se imagina. Atualmente, com o avanço de tantos meios tecnológicos e, principalmente, com a criação de tanto jogos na internet, está cada vez mais difícil chamar a atenção dos alunos para o conteúdo de um livro.

Mas como fazer o aluno ter uma outra concepção da leitura, senão aquela de que ler é cansativo e chato?

Uma das saídas a serem utilizadas pelo professor é desfazer todo o misticismo de que leitura só combina com livros didáticos e escola. O aluno, por natureza, faz ligações entre um e outro, e acaba julgando o ato de ler como algo monótono e obrigatório. E isso afasta o discente da leitura. Há muitos meios a serem aproveitados para tornar a prática da leitura em sala de aula mais atrativa, como, por exemplo, promover a interpretação e discussão de textos como romances, poesias, contos, revistas, ou seja, selecionar conteúdos que tornem a atividade atraente e produtiva, fugindo pelo menos um dia da semana dos livros didáticos. Isso fará com que surjam leitores autônomos e mais interessados. Em fim, é preciso trabalhar de maneira criativa para desfazer o falso conceito e o medo que alguns alunos têm da leitura.

Ao desenvolver alunos leitores, automaticamente se desenvolverão bons escritores, pessoas mais criativas, mais comunicativas, além de serem aumentadas as chances de obterem, futuramente, sucesso na vida profissional.

Buscando compreender a ação transformadora que a leitura tem sobre o homem, numa perspectiva de que ela pode assumir um papel realmente renovador e eficaz no processo de ensino e aprendizagem e, também agir como instrumento humanizador, iniciou-se uma pesquisa em uma das maiores escolas da rede pública do município de São Gabriel da Palha, no norte do Espírito Santo. A coleta de dados se deu através de uma entrevista, com perguntas abertas, onde foram ouvidos seis professores de disciplinas distintas, inclusive uma professora de língua portuguesa.  Cinco alunos também colaboraram e descreveram sobre suas experiências com as atividades envolvendo a prática da leitura na escola.

4. A LEITURA EDUCA  E HUMANIZA

Em visita à escola, no turno vespertino, alguns professores que estavam presentes na sala de reunião se dispuseram a participar da entrevista. Inicialmente, a pergunta em questão foi: Qual é o perfil dos alunos que freqüentam a escola?

De acordo com os relatos dos professores, os alunos, em sua maioria, têm de 12 a 16 anos de idade, oriundos de famílias carentes, muitos deles moram em locais violentos, alguns em situação precária e outros, na zona rural. Em alguns desses alunos é comum, inclusive, encontrar problemas emocionais e psicológicos desenvolvidos por algum tipo de incidente envolvendo principalmente a família. E esse tipo de perfil é considerado difícil de lidar, relataram os professores. Esses alunos possuem temperamentos fortes, e, geralmente, podem ser desinteressados pelas disciplinas e atividades escolares. Sanches (s.d.) considera que “[...] Crianças retraídas tendem a ser mais empáticas, enquanto que as mais focadas e contidas tendem a ser mais concentradas e determinas em cumprir tarefas”.

Quando perguntados sobre o comportamento desses alunos na sala de aula, quatro dos seis professores relataram trabalhar com alunos problemáticos. Os outros dois professores alegaram ainda não ter presenciado situações complexas ou problemas do gênero. Entretanto, todos os seis alegaram ser difícil educar e compartilhar o conhecimento em um ambiente onde há uma diversidade de perfis tão grande. Porém, quando questionados quanto às ações desenvolvidas para amenizar ou transformar esse quadro em que se encontram esses alunos, todos os professores responderam que, além do acompanhamento especial que fazem, sempre há atividades desenvolvidas que contemplam o desenvolvimento e aprendizado desses alunos. Uma das atividades mais frisadas pelos professores é a leitura. Durante todo o período letivo há atividades sendo desenvolvidas visando principalmente atrair cada vez mais alunos para o campo da literatura. Seja através do estudo e apresentação de peças teatrais, seja pela leitura de livros e amostras culturais, a escola está sempre investindo na leitura.

Segundo afirmam cinco dos seis professores, os projetos de leitura têm influenciado significativamente no comportamento e na aprendizagem dos alunos. De acordo com o professor de matemática “A prática da leitura tem ajudado muito, principalmente na resolução dos problemas, pois, através da interpretação do texto, a resposta é encontrada com mais facilidade”. A professora de geografia disse também: “Quando os alunos têm contato com alguma atividade de leitura, tenho menos dificuldade para fazê-los compreender algumas tarefas da minha disciplina”.

Um outro fator muito importante relacionado à leitura tem sido a diminuição das ocorrências assinadas por alunos indisciplinados. As atividades realizadas pela escola, a leitura de textos literários como poemas, e outros textos de cunho motivacional e moral, têm sido uma ferramenta de vital importância para que os índices de indisciplina diminuam, alegam os professores. Assim diz Gontijo (2010):

Nada mais sensibilizador do que a leitura de um poema, que tem o dom de conter e frear angústias e sentimentos violentos, proporcionando ao indivíduo o indispensável equilíbrio para vive (e conviver) em comunidade, onde não existe cidadão que tenha nascido para ser ruim ou seguir o caminho do mal e sim cidadão que caiu no erro por não ter encontrado oportunidades e principalmente acesso a uma educação de qualidade, na qual a leitura- mais que hábito- deve ser ministrada para tornar-se um gosto, um prazer.

Outra pergunta feita aos profissionais entrevistados foi: Quanto à produtividade dos alunos, a leitura tem influenciado nesse processo?

A resposta dos professores foi unânime. Todos disseram que a leitura desempenha um papel fundamental para que os alunos desenvolvam senso crítico e, também, sejam mais proativos e dedicados quando há alguma atividade que envolva, não só produção de texto, mas também a discussão de temas que giram em torno do meio social, por exemplo. Um professor relatou: “Alguns alunos que lêem jornal chegam, às vezes, com alguma notícia que até mesmo nós, professores, não estamos sabendo, e acabam compartilhando com a turma inteira. Acho que é isso que faz da leitura algo tão e importante”.

Segundo afirma a professora de língua portuguesa, “A leitura tem a incrível capacidade de influenciar o homem, modificando ou transformando o seu modo de pensar e agir e, até mesmo, a forma como ele vê o mundo”. A professora ainda conta que após o início do ano letivo é possível notar uma grande diferença em alguns alunos considerados indisciplinados. Após participarem de atividades onde a leitura está inserida, o comportamento de alguns alunos muda consideravelmente, melhorando, inclusive, na forma como lidam com os outros colegas. Visto que esses alunos são oriundos de locais carentes e violentos.

Para que os dois lados pudessem ser ouvidos e, assim, as informações tivessem mais credibilidade, foram entrevistados quatro alunos. Sendo dois alunos do 7º e dois do 8º ano. Quando perguntados sobre a opinião que tinham sobre a leitura na escola, um argumentou que lê constantemente. Os outros três disseram que se sentem um pouco incomodados quando a leitura envolve livros didáticos, mas que gostam muito quando participam dos projetos de leitura da escola. Os alunos afirmaram, também, que preferem a leitura feita a partir de textos da internet ou através dos livros fornecidos pela biblioteca da escola. Em suma, todos os quatro alunos disseram gostar de ler e que isso os ajuda muito em todas as disciplinas, pois praticamente todas precisam de interpretação de texto. Por fim, disseram que estão ansiosos para visitar um projeto de leitura realizado anualmente por uma escola vizinha.

Embora sejam evidentes os projetos governamentais que incentivem a prática da leitura, isso não deve partir somente de órgãos públicos ou dos professores. Cabe aos pais adotarem uma postura mais participativa, estimulando seus filhos desde a tenra idade, pois o leitor autônomo se forma na infância.

O tema tratado neste artigo é demasiado extenso, por isso foram discutidos aspectos mais relevantes e de forma mais breve, destacando importantes características que fazem da leitura uma representação do progresso da humanidade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Finalmente, observa-se que a leitura é uma das ferramentas mais importantes que o homem possui, e que ela representa todo o progresso da humanidade. Também fica claro que, após a pesquisa realizada, constata-se o que era um fato já esperado; a leitura é um instrumento que, quando usado da forma correta, só tem a humanizar e dignificar uma sociedade. Quer seja por sua função educativa, informativa e construtiva, quer seja por sua eficácia com instrumento terapêutico e pacificador da mente humana. Em fim, é preciso que, pouco a pouco, seja desfeito todo o mistério que envolve a leitura, para que bons leitores sejam formados desde a infância. Só com seres humanos pensantes, questionadores e formadores de opinião, a humanidade não retrocederá.

Conclui-se este artigo citando Arthur Schopenhauer, que diz à cerca da importância do livro e, por conseguinte, da leitura:

“Sem livros o desenvolvimento da civilização teria sido impossível. Eles são as máquinas de mudança, janelas do mundo, ‘faróis’, como o poeta disse, ‘erguidos no mar do tempo’. Eles são companheiros, professores, mágicos, banqueiros dos tesouros da mente. Livros são a humanidade impressa”.

(Arthur Schopenhauer)

6. REFERENCIAS

KILIAN, Carina; CARDOSO, Rosane Maria. Práticas de leituras literárias: os casos de França e Brasil, [2012]. Disponível em:. Acesso em: 20 de outubro de 2017.

CAVALCANTE, L. E. Cultura escrita: práticas de leitura e do impresso, 2009.        

Disponível em:. Acesso em 23 de outubro de 2017.

ANTUNES, A. L. Livros só mudam pessoas. Um povo que lê nunca será um povo escravo, 2012.

Disponível em:< http://www.livrosepessoas.com/2012/02/18/um-povo-que-le-nunca-sera-um-povo-escravo/ > . Acesso em 27 de outubro de 2017.

SODRÉ, Raquel. Ler: a atividade que mais reduz o estresse do dia a dia, 2014. Disponível em: Acesso em: 21 de outubro de 2017.

BIERNATH, André. Mente saudável. A leitura como tratamento para diversas doenças, 2017.

Disponível em:. Acesso em: 22 de outubro de 2017.

SITE BBC. Tablets e smartphones à noite prejudicam o sono, indica pesquisa, 2014. Disponível em: . Acesso em 23 de outubro de 2017.

BATISTA, Rafael. Importância da leitura. (sem data) Disponível em:. Acesso em 23 de outubro de 2017.

SANCHES, Leo. Como ajudar crianças de temperamento difícil. (sem data) Disponível em:. Acesso em 23 de outubro de 2017.

GONTIJO, Carlos Lúcio. A libertação pela leitura, 2010.Disponível em:< http://www.carlosluciogontijo.jor.br/home/index.php/minhas-obras/artigos-jornalisticos/44-a-libertacao-pela-leitura> . Acesso em 24 de outubro de 2017.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO, 4ª REGIAO, RIO GRANDE DO SUL. 2015.  Bibliotecagens . Livro faz pensar. (citações). Disponível em:. Acesso em 30 e outubro de 2017.


[1]Renan Gotardo Filipe - Graduado em Letras pela Universidade Metropolitana de Santos e professor de Língua Portuguesa na EMEF “Irmã Adeilade Bertocchi”.

[2]Prof. Me Ray Luiz Babilon Carreço - Mestre em Ciências Florestais. Especialista em Metodologia para o Ensino de Ciências e Biologia. Licenciado em Ciências Biológicas. Bacharel em Ciências Biológicas.


Publicado por: Renan Gotardo Filipe

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.