Inclusão: o que fazer?
Saiba como funciona o processo de inclusão ou "exclusão" de um aluno com necessidade especial.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Com a lei 7.853 de 1989 (e regulamentada em 1999), as escolas são obrigadas em receber e dar suporte pedagógico para os alunos com necessidade educacional especial. Portanto, a escola não é um “depósito” de alunos que possuem alguma diferença. O estudante com necessidade especial tem garantido, legalmente, que os sistemas de ensino lhe assegurem um currículo, técnicas e recursos educativos que atendam suas necessidades (LDB, 1996, art.59).
Não é um discurso bonito perante um problema real. É o que os educadores devem ter ciência e fazer valer dentro de suas salas de aula. Difícil? Sim! E é neste ponto que é preciso chegar.
A realidade é esta: as escolas recebem alunos independente de suas características (e esta é uma grande oportunidade de banir preconceitos e respeitar os seres humanos em sua diversidade) e deve-se refletir que a escola inclusiva é uma maneira de integração social (e educacional) do aluno com necessidade especial. Afinal, este aluno não está só na escola, ele está na vida: brincando nos parques, andando nas ruas, trabalhando...
Inclusão ou exclusão?
Muitos profissionais da educação alegam que ao receber, sem respaldo, um aluno com necessidade especial, promove-se a exclusão, pois ou este aluno não é devidamente assistido (e acaba sendo excluído durante as aulas) ou ao dar atenção ao aluno com necessidade especial, excluem-se os demais.
Primeiramente, as escolas não contam, em sua maioria, com uma estrutura física e/ou pedagógica para receber o aluno com necessidade especial. No entanto, o governo federal deve garantir assistência técnica e financeira para o acesso dos alunos com necessidades educacionais especiais e formação de professores (LOPES, 2010).
Assim, ações devem ser feitas. No que se refere ao pedagógico, cabe aos professores cobrar melhor estrutura e se preparar para trabalhar com a inclusão. Estudar, conhecer as leis, trocar experiências. A prática pedagógica inclusiva depende da característica da turma, da escola, do aluno.
Percebe-se também que há muita insegurança no aspecto pedagógico, afinal, os objetivos educacionais existem e precisam ser alcançados, ninguém está na escola para mera socialização. O principal objetivo da escola é o aprendizado, considerando-se a evolução de cada educando, tendo ele necessidade educacional especial ou não. Deve-se verificar o crescimento de cada aluno e não somente suas dificuldades. Se ele não alcançou o objetivo final desejado, porém progrediu ao longo do ano letivo, isso precisa ser considerado. Além disso, ninguém possui somente dificuldades, todos contam com suas potencialidades e elas precisam ser identificadas e estimuladas.
E, então, surge a pergunta que não quer calar: como fazer tudo isso acontecer? Tentando, estudando, compartilhando. Não há um jeito certo ou errado de propiciar a aprendizagem para o aluno com necessidade especial. O importante é conscientizar-se de que todos podem aprender. E com isso, adequar o projeto político pedagógico e o currículo da escola para contemplar o atendimento à diversidade. Sem desejar que todos sejam iguais.
Cada um é único e ponto. Cada aluno vai aprender de um modo, num ritmo próprio, sem padronizações. Os objetivos educacionais traçados, portanto, devem ser alcançados com práticas pedagógicas adequadas (e adaptadas), as quais consideram a diversidade dos educandos.
Referências
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, DOU de 25/10/1989 – alterada. Disponível em: http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1989/7853.htm. Acesso em: 5 mar 2014.
BRASIL. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996: Capítulo V da Educação Especial. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf. Acesso em 5 mar 2014.
FERNANDES, Tereza L.G.; VIANA, Tania V. Alunos com necessidades educacionais especiais (NEEs): avaliar para o desenvolvimento pleno de suas capacidades. Est. Aval. Educ, São Paulo, v. 20, n. 43, maio/ago. 2009. Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1495/1495.pdf. Acesso em: 5 mar 2014.
LOPES, Noêmia. 24 respostas para as principais dúvidas sobre inclusão. Gestão Escolar, edição 008, junho/julho 2010. Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/24-respostas-principais-duvidas-inclusao-759360.shtml?page=3. Acesso em: 5 mar 2014.
Publicado por: Claudia Gonçalves da Silva
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