Entre quatro paredes ProfessorxTecnologia
Uma forma descontraída de tratar o uso da tecnologia pelo professor. Confira!O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Um olhar para a sala de aula vazia: quatro paredes, uma lousa, mesa do professor, um armário, 25 ou 30 carteiras...
Inicia-se o ano letivo.
De repente, 25 ou 30 “cabecinhas brilhantes” enchem o ambiente que, momentos atrás, estava vazio...
ENTRE QUATRO PAREDES, um mundo novo se abre para ser descoberto!
Vozes, risos, olhos curiosos, uma pontinha de medo e até algumas lágrimas escapando dos olhos... O dia passa, olhos se conhecem, brincadeiras acontecem, amizades se fazem!
Pronto, tudo recomeçou! Novidades de um novo ano começam a aparecer. Chegou o momento de fazer as “cabecinhas” pensarem, indagarem, questionarem e assim, começar um novo processo de aprendizagem.
PROFESSOR, CHEGOU SUA HORA DE ROMPER AS QUATRO PAREDES!!!
Quais são seus planos?
O que preparou para esta nova turma que vem com sede de novidades?
Atualmente é muito difícil imaginar nosso mundo sem a tecnologia: computadores, tablets, iPads...
A internet, ainda que sua popularização seja um fenômeno relativamente recente, tomou um
grande espaço dentro da educação. E você, professor, somente com livros, giz e lousa já não consegue mais entreter seu aluno...
Um desafio: Professor X Tecnologia
O que fazer? Como enfrentar esse rival poderoso, essa relação marcada por uma espécie de disputa? Como aliar tecnologia e educação?
A tecnologia está presente e é imprescindível no nosso dia a dia. Seu uso em sala de aula se tornou quase que obrigatório quando se trata de novas ferramentas educacionais. Entretanto, o professor algumas vezes, ainda mantém-se apreensivo e reticente em utilizar a tecnologia em sua sala de aula. Questionamentos e preocupações ecoam de professores, educadores e pais sobre o uso da tecnologia pelas crianças.
Observo que existem duas vertentes sobre o universo tecnológico, cada uma defendendo seu ponto de vista. Ao mesmo tempo, ambas estão confusas a respeito do que pensar e como agir diante das possibilidades de emprego das tecnologias da informação e da comunicação pelas crianças e adolescentes. Atualmente com o surgimento das novas tecnologias, a situação fica cada dia mais difícil para definir o que está certo ou errado.
Como encontrar a dose de equilíbrio?
Como ajudar pais e professores a decidir o que é melhor para beneficiar suas crianças?
Nos deparamos, então, com questões levantadas sobre benefícios e riscos da era tecnológica para crianças e adolescentes, que causam preocupações para educadores e pais.
De um lado, argumentos e ameaças que revelam, os efeitos negativos:
*Criança não precisa ter um celular...
*O uso excessivo da tecnologia causa prejuízos para a criança...
*A criança precisa desenvolver a criatividade e não ficar refém de uma tela...
*A criança deve dialogar “cara a cara” e não comunicar-se apenas enviando mensagens...
*Uma criança precisa aprender a brincar na natureza, não deve se converter em um “robô” colado a uma tela...
*Criança precisa de atividade física e não de ficar sentada tantas horas em frente ao computador ...
*Toda criança deve aprender a expressar emoções e saber dialogar por escrito e não somente enviar mensagens com carinhas tristes ou alegres...
*Manter as crianças longe do computador ou ensiná-las desde cedo? O dilema entre educação e proibição...
Por outro lado, também percebo que existe,inegavelmente, o lado positivo das novas tecnologias.
A nova geração de crianças e adolescentes são nativos digitais: é crescente e irreversível o interesse, a grande familiaridade e a facilidade com que dominam os meios eletrônicos. É impossível isolá-los da tecnologia!
Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres.
Um dose de equilíbrio: Professor & Tecnologia
A tecnologia precisa estar presente na sala de aula?
Por que o currículo escolar não pode continuar dissociado das novas possibilidades tecnológicas?
Apresento, neste artigo, algumas reflexões sobre a utilização das novas tecnologias como importante ferramenta educacional. Em um mundo cada vez mais globalizado, utilizar as novas tecnologias de forma integrada ao projeto pedagógico é uma maneira do educador se aproximar da geração que está nos bancos escolares.
Comecemos por esta reflexão de Mario Sergio Cortella:
“É preciso observar um fenômeno que explodiu nos últimos 20 anos: uma criança dos centros urbanos, a partir dos dois anos de idade, assiste, em média, três horas diárias de televisão, o que resulta em mais de 1000 horas como espectadora durante um ano (sem contar as outras mídias eletrônicas como rádio, cinema e computador); ao chegar aos sete anos, idade escolar obrigatória, ela já assistiu a mais de 5000 horas de programação televisiva. Vamos enfatizar: uma criança, no dia em que entrar no Ensino Fundamental, pisará na escola já tendo sido espectadora de mais de cinco mil horas de televisão!”
Você, professor, sabe que prender a atenção dos alunos durante as aulas não é uma tarefa fácil.
Se deseja resolver esse problema, saiba que o uso da tecnologia em sala de aula é bastante válido no sentido de que possibilita um ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa. A tecnologia da Informática, ou seja, o computador na sala de aula pode sim melhorar a forma de dar aulas. Pode também proporcionar ao professor uma melhoria no planejamento de suas atividades docentes, assim como, no enriquecimento de informações nos campos mais gerais do conhecimento.
“É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia.”Dr. Antonio Carlos Aranha – pediatra antroposófico.
Pensando assim, qual o papel da escola neste momento quando tudo está informatizado?
Em que a escola pode contribuir para resolver estas questões?
Muito tem se falado sobre a tecnologia e a sua grande importância nos dias de hoje. Vemos crianças, jovens e adultos completamente reféns de aparelhos eletrônicos e temos encarado isso como normalidade dos tempos modernos.
Vejo como uma competição desleal. O que um giz, uma lousa e um professor podem fazer para tornar seu ensino mais atraente do que as telinhas que trazem informações tão rápidas?
Alunos já veem seus professores como “seres obsoletos”, sem sentido para sua vida de estudantes. Tendo este conhecimento, as escolas de hoje têm se preocupado em ter atrações melhores para que seu aluno se interesse por ela.
Sabemos que nenhuma tela irá substituir a relação professor-aluno. Os sites, as aulas online, as informações são importantes mas, também, sabemos que o aprendizado necessita de convivência, afeto, olho no olho, diálogo e trocas.
Ao observar essas questões, a tecnologia é, sem sombra de dúvida, uma grande ferramenta pedagógica, pois coloca à disposição do aluno um universo de possibilidades possíveis, além do tradicional “giz e quadro-negro”.
Alunos e professores sairão ganhando no momento em que a relação Professor X Tecnologia possa se tornar Professor &Tecnologia – marcada pela parceria e cooperação...
“Uma aula nota 10, exige empenho, esforço e disciplina... A perfeição é ausência de erro. Difícil chegarmos à perfeição, mas devemos sempre buscar este caminho se queremos estar entre os melhores.” Prof. Glauco Cavalcanti – Rede Management FGV
Para finalizar, peço que você, professor, reflita sobre este texto de Rubem Alves:
“Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com elas e leva um bruta susto (…) elas nos surpreendem e nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível de subir até as alturas, saltando de penhascos. Outras, ao contrário, nos fazem pesados e graves. Pés fincados no chão, sem leveza, incapazes de passos de dança. Quanto mais a gente convive com elas mais pesados ficamos.
Que professor você é:
aquele que faz o aluno voar ou o que o faz ficar com pés fincados no chão?
Se você o faz voar, então a tecnologia só o ajudará neste plano de voo. Agora, se você o deixa fincado no chão, lamento, mas você e seus alunos estão fadados ao fracasso escolar.
O voar e bater as asas são essenciais para seus alunos.
A sociedade atual pede seres humanos dotados com criatividade e inteligência, capazes de resolver questões e assumir responsabilidades próprias. Para tempos novos, obras novas.
Concordo com Rubem Alves: “Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos.”
Por Beatriz Solera, com parceria de Lourdes Rosas
Publicado por: Beatriz Solera
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