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Educação e Prevenção: A Questão Drogas nas Escolas

De que forma a escola trabalha a questão das drogas (licitas/ilícitas) e sob que condições são realizadas?

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O presente texto, voltada para as relações de educação e prevenção, especificamente, às drogas no contexto escolar, é resultado do trabalho de conclusão de curso pela Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus de Sinop. Por meio da elaboração desta pesquisa procuramos inicialmente investigar, analisar e entender, de que forma a escola trabalha a questão das drogas (licitas/ilícitas) e sob que condições são realizadas? Direcionamos o olhar na forma que foram trabalhadas questões de prevenção às drogas no ambiente escola e assim conhecemos o projeto que vem sendo desenvolvido pela Polícia Militar do Estado de Mato Grosso no município de Sinop, dentro do Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência - PROERD. Nesta perspectiva, o foco foi em como é trabalhado este tema transversal nas escolas, qual a participação dos professores durante as aulas ministradas pelo PROERD, e entender o porquê um policial ministra estas aulas e não um profissional da educação, a exemplo do Pedagogo. A pesquisa foi realizada utilizando-se caráter etnográfico, pois Segundo LUDKE e ANDRÉ (1986, P.14) “o uso da etnografia em educação deve envolver uma preocupação em pensar o ensino e a aprendizagem dentro de um contexto cultural amplo”. A pesquisa consistiu em desenvolver-se de maneira clara, de forma a entender os problemas diagnosticados na instituição de ensino. Não pretendíamos intervir sobre a situação, mas fazê-la a conhecer tal como ela lhe surge. A pesquisa que apresentamos ocorreu no segundo semestre de 2009 em duas escolas do Município de Sinop – MT, e a escolha por ambas se deram por estarem participando do Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência – PROERD. Acompanhamos as turmas durante as aulas do PROERD em suas dez lições, terminando com a formatura dos mesmos. Contudo, as escolas hoje estão mais envolvidas com questões sobre a prevenção ao uso/consumo de drogas, e apesar da intensificação dos debates nas escolas, ainda a complexidade que envolve essa temática droga tem sido tratada como de orientação policial, pois é a própria instituição polícia que conduz e estabelece os parâmetros para as relações entre educação e prevenção às drogas.

Palavras-chave: Educação. Escola. Prevenção às drogas. PROERD

Introdução

O consumo de drogas cresce consideravelmente a cada dia, pois ela não escolhe religião ou nível social; está presente em todos os lugares e realidades desde muito tempo. Esse aumento pode ser atribuído a vários fatores, principalmente aos que se referem na forma em que é transmitida a informação sobre a droga e quem a recebe. A prevenção do uso indevido de drogas é fundamental para a sensibilização sobre os riscos e perigos causados por elas. As ações de prevenção ao uso de drogas nas escolas não deveriam ser isoladas ou tratadas fora do contexto de uma prática pedagógica.

O papel da escola é de formar cidadãos participativos e capazes de analisar o que é bom ou não para si, de fazer suas escolhas se o assunto lhe é questionado e de refletir se com isso afetará ou não a vida de outras pessoas. Por isso tal assunto não foge do contexto escolar. Trabalhar formas de prevenção nas escolas ao se tratar de assunto relacionado às drogas (licitas/ilícitas), de uma maneira que venha a contribuir com informações necessárias a ser passadas a nossos alunos, instituição e sociedade em si; é uma maneira de sensibilizá-los em um ambiente próprio.             

A escola é parte da sociedade, por isso a importância de se desenvolver tal assunto neste ambiente, este texto vem como intuito de contribuir e se fazer refletir sobre o que está se fazendo com o assunto “drogas” nas escolas e como podemos auxiliar nossas crianças e adolescentes na sua formação enquanto sujeitos. Mostrando que prevenção é o caminho necessário para se coibir o uso/consumo de drogas.

Em virtude dos problemas de saúde e violência que encontramos na sociedade, relacionados em grande medida ao consumo de drogas, e as dificuldades em debater tal assunto em relação à prevenção e ao consumo, que não é uma tarefa fácil.  Porém é de fundamental importância nas instituições escolares.

Principalmente quando recordamos que há poucas décadas as escolas omitiam incluir na proposta pedagógica atividades de prevenção com seus alunos ditos “problema”. Elas preferiam simplesmente expulsá-los, como forma de punição – mesmo sendo contra a Lei.

A intenção aqui não é achar culpados, até porque trabalhar o assunto drogas nas escolas não diz respeito somente a ela, mas a toda sociedade e família. Contudo, atualmente percebe-se que pouco mudou e se fez para melhorar em relação a esse assunto e foram tais acontecimentos que direcionaram nosso olhar para a pesquisa proposta.

Devemos trabalhar o tema de uma forma que auxilie nossas instituições; pois nossas crianças estão vivendo em uma sociedade que as drogas estão presentes e por falta de melhores informações adequadas a este público os riscos são diários de se tornarem mais um usuário (a). É necessário termos uma visão inovadora e desenvolver tal tema de uma forma mais pedagógica e dentro de um ambiente apropriado para nossos alunos. Surge neste contexto à necessidade de se olhar de frente esta situação e de se propor a solucioná-la, buscando iniciativas da comunidade docente para envolver essas crianças e adolescentes. E o primeiro passo é banir o discurso do “aqui não tem, ou não existe drogas”, e reconhecer que elas estão em todo lugar.

2. PROERD e escola

Ao abordarmos este assunto percebemos que é pouco trabalhado em nossas instituições, e que pouco são os programas relacionados a ele. Em Sinop - MT existe o PROERD, um programa desenvolvido pela Polícia Militar que auxilia as escolas com o trabalho de prevenção as drogas e a violência.

Vale lembrar que o PROERD é um programa patenteado do Estado Unidos da América - EUA, nomeado D.A.R.E – Drugs Abuse Resistence Education, e que o material fornecido é padrão em língua inglesa e que depois as redigem para o português, mas que nenhuma alteração pode ser feita sem previa autorização do programa de origem. No Brasil teve seu inicio em 1992, já em Mato Grosso chegou ao ano de 2000.

Quando apontamos para entender o PROERD vale problematizar algumas questões: como é possível falar de sua realização, do seu fazer na escola, quando seus “instrutores” não são os professores? Como antecipar uma realidade sem que seus sujeitos dela participem? Que formação pedagógica é necessária para promover esse debate?

As questões de vivência e de sujeitos concretos dão lugar às formas apriori, como reguladoras do que é ou não é droga e sob que horizontes reais cabem a escola problematizar.  Não se está defendendo que a existência da droga seja uma ilusão, de manifestação real; tem sujeitos! O que chama a atenção é a generalização de sua existência, independentes daqueles que efetivamente existem nos seus espaços, nos lugares, na história.

Outra questão é sobre o papel do professor. O que está se fazendo sobre isso? E existindo o PROERD qual sua participação neste debate?

Durante nossa pesquisa podemos perceber que há a ausência por partes dos professores durante as aulas ministradas pelos instrutores. Alguns “aproveitam” para fazer fichamentos, diários ou correções de provas. Ao buscarmos entender o porquê dessas ausências nas aulas do PROERD recebemos relatos do tipo, “eu já participei dos anos anteriores”, o que nos remete ao entendimento que: como a professora já participou das outras aulas em outros anos ela já conhece o conteúdo que estão passando as crianças e também já conhece o trabalho do instrutor. Mas o que vale ressaltar é que, por mais que a professora já tenha participado dessas aulas, seus alunos são outros, não são os mesmos do ano anterior e que a presença da professora em sala é fundamental para o trabalho e auxilio do Instrutor, pois é a professora que convive com os alunos durante todos os dias do ano, e o instrutor somente comparece nos dias marcados, que são uma vez por semana, durante uma hora e duração de dez dias.

Em relação sobre o porquê um policial trabalhando tal assunto dentro das escolas e não um profissional da educação; percebemos que as professoras preferem que sejam os policiais, acreditam que eles têm mais “bagagem” sobre o assunto, que saberiam explicar melhor e tirar as dúvidas dos alunos. Acreditam que independentemente de ser pedagogo ou qualquer outro profissional da educação, eles tem mais “jeito” para “lidar” com o assunto, já que é algo rotineiro dos policiais.

O que isso nos remete: “Droga diz respeito ao domínio da polícia”. As relações pedagógicas quanto à especificidade da droga na escola, traduzem a concepção de que essa temática consiste em ato de criminalidade: um assunto de polícia. Os professores da escola pesquisada não se envolvem nas discussões, afirmando sua falta de capacitação em orientar os diálogos.

Quando orientamos para entender como os alunos se posicionam sobre a questão do policial ministrar as aulas de prevenção e o que “achariam” se tais aulas fossem seus professores que a fizessem; conversado sobre as droga e os problemas que causam, eles já direcionam para outro entendimento.

O que os alunos e professores nos orientam a entender que a relação da droga não diz respeito à dimensão pedagógica, mas a “caso de polícia”. E embora o aluno não compreenda com profundidade essa dimensão, ele aponta para o policial como “o capaz” de produzir o sentido necessário do caso da droga. 

Sobre isso Paulo Freire argumenta (1979, p.38): “O professor arquiva conhecimentos porque não os concebe como busca e não-busca, porque não é desafiado pelos seus alunos”.

Outra coisa verificada foi à questão de trabalhos relacionados sobre o assunto “drogas” na escola e percebemos que não há outro trabalho sem ser o PROERD, algumas professoras dizem que já houve, mas que hoje só existe o PROERD e que o trabalho que fazem sobre é através de complementos das aulas.

Tal assunto nós leva a questionamentos em; como a escola vem trabalhando o assunto drogas sem a participação do programa PROERD, ou se este assunto é deixado para ser trabalhado apenas com o Programa?

3. Drogas nas escolas: trabalhando a prevenção

A escola é o lugar idôneo para um trabalho educacional de prevenção do uso de drogas, pois quem compõe a escola são pessoas, e estas podem ou não ter idoneidade, por isso à escola tem um papel básico no processo educativo. (ANTÓN, 2000).

Já idéia que Ávila nos passa é que, a iniciação do consumo de drogas está em torno dos 12 anos, e que a escola tem certa vulnerabilidade em relação a isso, já que a escola faz uma ligação entre família, sociedade, cultura e profissão; e o tráfico encontra em suas proximidades sua melhor clientela; por se tratar de jovens e crianças desinformadas, cheios de sonhos, ideais, sempre cobrados e afetivamente carentes e instáveis, tornando-se alvos fáceis de certo tipo de conversa amigável e sedutora. (ÁVILA, 1998, p.152).

Em nossa realidade não é diferente, é o que a mídia nos mostra e o que os Instrutores já presenciaram, afirmando já terem encontrado tanto drogas lícitas como ilícitas dentro de salas de aulas por crianças e adolescentes, e isso só vem dar ênfase na necessidade de se trabalhar a prevenção às drogas no ambiente educacional.

Em seu livro o autor Murad argumenta que “alguns diretores de escolas e professores têm procurado negar a existência do abuso de drogas em seus estabelecimentos, mas os alunos raramente negam”.

A visão que ele nos remete é que os adultos – mesmo professores-, por fazer o uso de algumas drogas lícitas, muitas vezes não a vêem mais como tal, mas os alunos, ao contrario, percebem e muitas vezes os analisam; como podemos perceber em nossa pesquisa com relatos de alunos sobre a questão de ver professores fumando durante o intervalo das aulas com outros funcionários da escola.

Mesmo existindo o PROERD na escola ainda acontecem casos que nos faz questionar: no que os professores estão colaborando com o PROERD? Qual é o motivo que a escola procurou o PROERD se a mesma não faz vigia sobre o uso de drogas pelos funcionários no estabelecimento educacional? Que tipo de exemplo e trabalho os funcionários fazem para que o programa PROERD ajude na instituição?

Vale aqui ressaltar que existe a Lei Estadual nº. 7.599, de 27 de Dezembro de 2001, que no seu Art. 1º trás que: “fica proibida a prática do fumo em escolas públicas e particulares; de educação infantil; ensino fundamental, ensino médio e técnico e estabelecimentos congêneres, inclusive cursos diversos, onde seja preponderante a presença de criança e adolescentes”.

Murad complementa: “Antes de educar nossos filhos, precisamos educar nossos mestres” (1994, p.121). Isso não quer dizer que o professor deva ser perfeito como ser humano, mas que seja exemplo para os alunos em seu local de trabalho. Se policiando com seus vícios, pois ali, naquele ambiente, são exemplos de muitas crianças e adolescente; que sonham talvez, serem como eles (professores).

Em relação a isso Santos discute que “nossa experiência comprova que a prevenção moderna ao uso indevido de drogas segue a trilogia: amor, bom senso e informação.” (1997, p.80). E que a maior dificuldade de prevenção resiste na filosofia dos adultos que fazem uso abusivo de drogas legais e querem que as crianças entendam que o importante é fazer o certo e ter eles como exemplo do que não se deve fazer.

Questão sobre crianças e adolescentes usando algum tipo de drogas na escola também foi abordado em nossa pesquisa. Alunos que já presenciaram outros usando e não saber o que fazer sobre o que presenciou.

Pois, são notórias as ameaças que sofrem aqueles que não fazem uso de drogas quando se deparam com adolescentes que fazem uso escondido em um ambiente como a escola; por isso que a maioria silencia. Há de se entender também que para os que falam não é uma decisão fácil, pois se não forem ouvidos pelos professores, diretores e funcionários; será em vão sua tentativa, e ainda corre-se o risco de ser agredido, verbalmente e muitas vezes fisicamente por aquele que fez/faz o uso de alguma droga.   Outra coisa relevante que percebemos, é que para se fazer algo sobre o quê esta acontecendo é necessário novamente acontecer o fato. E que ao invés de se proporem a solucionar o que esta acontecendo, daria lhe a ”expulsão” como castigo.

É necessário repensarmos e refletirmos sobre o tema em questão em nossa realidade, pois muitas crianças e adolescentes se aproximam das drogas devido à má informação, do fácil acesso a elas, da insatisfação com a qualidade de vida, porque tem uma personalidade vulnerável e até mesmo uma saúde deficiente.

A escola seria e “é” o melhor lugar para se debater este assunto, por ter a possibilidade de acesso às crianças, jovens e adultos. Porém o despreparo e a resistência por parte das instituições escolar para lidar com assuntos relacionados a problemas sociais e transformações culturais, ainda é considerado tabus, assim como o tema droga. (SOARES; JACOBI, 2000, p.214).

Sobre isso Detoni enfatiza (2009, p. 127). “A escola não deve esperar que o problema surja na sala de aula, nos banheiros, no pátio, no portão para discutir a questão.”

Informação correta e coerente, para uma boa prevenção não depende da quantidade de informações, mas do credito dado a ela e isto começa desde muito cedo.           

Vale a pena aqui ressaltar que, segundo Soares e Jacobi (2000, p.214): “[...] é também notável, entre os estudos até hoje conduzidos, a ausência de trabalhos que tomem como referência empírica o espaço educacional, sejam os que se refiram aos programas de prevenção, seja os que se refiram à avaliação desses programas”.

O mundo das drogas tem seu contexto e este modifica toda uma vida e pessoa, por isso há necessidade de se pensar em se fazer prevenção. Nossa realidade nos faz refletir sobre esse mundo em que cada dia, mais crianças e adolescentes à procura: faz-nos refletir nossos valores, a qualidade de vida, o preconceito e a educação.

Antes de se falar em prevenção é necessário entender o que ela significa para o sujeito (pessoa / Comunidade) e a palavra propriamente dita. Pois o intuito é trabalhar a prevenção primária; e o sentido desta palavra quer dizer “evitar”, “chegar antes”, e que se deve sim; debater nas nossas escolas tal assunto.

No caso da prevenção ao uso/consumo de drogas nas escolas tal assunto estaria focado em oferecer informações e orientações para melhores escolhas, sensibilização e valores de vida; já que o assunto envolve, vida, saúde, família, religião, cultura, sentimentos e aprendizados.

Ao trabalharmos a educação preventiva, não devemos deixar que este se restrinja à sala de aula, mas que seja passado a toda instituição, família e sociedade, visto que este é um problema social e merece ser mais debatido. [...] O contexto da droga tem suas “linguagens”, e precisamos aprender a ler e decifrar, pois o aprendizado da vida não termina quando saímos da escola ou da faculdade. (ÁVILA, 1998, p.150).

Tudo isso nos faz perceber que não tem como continuarmos com idéias pré - concebidas em relação a drogas, nem achar que tal assunto por si mesmo conseguirá elaborar uma redescoberta. Pensamentos assim não levarão á lugar algum, e deixar esse assunto imóvel, como se fosse algo no qual não pudéssemos tocar de nada adiantará.

Deve-se buscar um bom senso sobre o assunto e parar de tratar as drogas com medo e como apenas uma curiosidade de adolescente. Lembrando que prevenção e diálogo devem andar juntos, e que ainda são considerados os melhores caminhos para se evitar danos futuros.

Enfim, trabalhar ou discutir a prevenção de drogas não é uma tarefa fácil, porém necessária; quebrar barreiras, tabus e idéias pré – concebidas, é o primeiro passo, trazer novos conhecimentos e informações certas aos nossos alunos é o primordial, o que resta é entender, melhorar e buscar novas iniciativas sempre.

4. Conclusão

Ao irmos ao encontro com nossa empíria percebemos que o assunto prevenção às drogas quase não são trabalhados nas escolas por nossos profissionais da educação (professores, diretores, coordenadores). Dessa temática encontramos uma relação interessante: a união com escolas e policia militar.

A visão que a escola e os professores têm sobre a prevenção e o tema drogas se resume “a caso” de polícia. Que ainda existe medos e receio por partes dos docentes.

O que tal fato nos remete é que para esses profissionais o assunto “prevenção a drogas” não diz respeito à educação, mas a polícia: como um caso de marginalidade, para a qual a policia está apta a lidar com assuntos relacionados com as drogas e os adolescentes que as fazem uso/consumo.

Outra questão é que não temos professores capacitados para responder a questionamentos do tema, e por isso existe o medo. Não nos referimos no medo da droga, mas o de se falar e como falar dela. Entretanto, também existe a questão do ser professor de uma escola, na qual existe aos redores a venda de drogas (bocas de fumo). Como ele, enquanto professor pode falar algo sobre o assunto; quando se têm alunos, parentes e vizinhos (de) traficantes?

Por mais que a policia militar não seja a responsável por se trabalhar o assunto dentro do espaço educacional, ela vem ao encontro do despreparo e medo por parte dos profissionais da instituição escolar. Mostrando que o assunto prevenção às drogas, na realidade que vivemos, precisa ser desenvolvida em conjunto.

Uma questão importante: a droga é um problema social que não diz respeito apenas ao usuário e sua família, é um entrelace da sociedade, mas que nem todos a apreendem como tal. Envolve a pessoa usuária, o vendedor da droga (mula), o fornecedor (traficante), dinheiro, status, famílias que tem bens furtados, roubados e alguns mortos; ou seja, o capital, tudo pelo desejo de ter/possuir a droga.

Hoje as escolas estão mais perceptivas com esta questão, mesmo existindo o receio, sabe-se da importância de se trabalhar a prevenção. O auxilio da polícia militar é o primeiro passo, mas não se pode deixar restrito somente a este.

Enfim, este tema na escola exige muito mais que um debate pedagógico. Exigem também dos Profissionais da educação condições pedagógicas no “lidar” com a temática droga, com objetivo de uma prática educativa alavancadora de outras relações de educação e prevenção de crianças e adolescentes do uso/consumo de drogas. Não é tarefa para apenas uma pessoa ou instituição, mas de toda uma sociedade; o que não pode acontecer é deixar o assunto “parado por medo” e receio ou como forma de se transmitir a culpa ou responsabilidade a outros.

5. Referências

ANTÓN, Diego Macia. Pensamentos e ação no Magistério. Drogas: conhecer e educar para prevenir. São Paulo - SP: Scipione, 2000.

ÁVILA, Maria Tâmara Porto de. A função educativa na prevenção do consumo abusivo de drogas. In: MEYER, Dagmar E. Estermann (org.). Saúde na Escola. Porto Alegre: Mediação, 1998.

DETONI, Márcia. Guia pratico sobre drogas: conhecimento, prevenção, tratamento. 2º ed. São Paulo – SP: Rideel, 2009.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 18º ed. Rio de Janeiro – RJ: Paz e Terra. Coleção Educação e Comunicação. 1979. Vol. 1.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo – SP: Pedagógica e Universitária. 1986.

MURAD, José Elias. Drogas: o que é preciso saber. Programa nacional Biblioteca do Professor, MEC – FAE. 5º ed. Belo Horizonte – MG: Lê. 1994.

SANTOS; Rosa Maria Silvestre. Prevenção de drogas na escola: uma abordagem psicodrámatica. 4º ed. Campinas - São Paulo: Papirus, 1997. 2004

SOARES, Cássia Baldini; JACOBI, Pedro Roberto. Adolescente, Drogas e Aids: avaliação de um programa de prevenção escolar. São Paulo: Cadernos de pesquisa, n.109, p.213-237, Março/2000.


Publicado por: Adriana Dias

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