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Educação para Adultos – Foco no Desenvolvimento do Profissional

Educação para Adultos – Foco no Desenvolvimento do Profissional, a dificuldade de relacionamento entre instituições, a dificuldade na comunicação entre professores e alunos, causas dos índices negativos de alunos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Em minha experiência como Administradora de Empresas e envolvida com o planejamento de cursos de pós-graduação do CEFET-MT, percebo constantemente as dificuldades encontradas no entendimento entre instituições de ensino e o público alvo de seus serviços.

A linguagem utilizada por professores altamente especializados encontra uma forte barreira no entendimento dos alunos, isso acontece principalmente quando estes alunos são jovens e adultos. Considero como maior obstáculo nesta comunicação a não orientação para o público alvo nos projetos elaborados, são raros os casos em que a linguagem e os recursos utilizados são específicos para os indivíduos que irão receber a mensagem.

Na educação de adultos o foco principal é a experiência do indivíduo, quando este chega até a instituição de ensino buscando um aperfeiçoamento ou uma escolarização, já possui experiência profissional, valores, conhecimentos práticos e tem claramente formada a idéia do que precisa, na maioria das vezes é manter sua empregabilidade no mercado de trabalho para sobreviver. Estas características são gerais de todos os alunos sejam jovens e adultos, escolarizados ou não.

Após analisar os dados referentes a desempenho, presença e evasão escolar, percebi informações contraditórias, que apontam a principal causa nos índices negativos destas turmas: A falta de foco profissional nos cursos. Estamos lidando com pessoas dedicadas em seus estudos, que valorizam o conhecimento que já possuem, que reconhecem a necessidade da continuidade destes aprendizados, caracterizam-se pela persistência e notas consideradas altas. Mas com tudo, são os principais responsáveis pela evasão escolar, abandonam os cursos antes mesmo da metade.

O mercado de trabalho está em constante mudança e cada vez torna-se mais específico. A era da informação chegou as mais simples profissões, atividades antes manuais e grosseiras agora são executadas por operadores altamente treinados e informatizados. Para manter a empregabilidade em dias como hoje, a constante atualização e especialização é obrigatória, por isso cada vez mais cursos de curta duração, técnicos, tecnólogos e especialização são ofertados por inúmeras instituições de ensino.

O mercado exige, o profissional pede e as instituições ofertam, este é o ciclo em que todos nós estamos inseridos. As dificuldades para estes profissionais começam quando encontram cursos que não valorizam as experiências que eles já possuem, é difícil para uma pessoa que exerce a mesma atividade a anos ir para uma sala de aula para poder manter seu emprego, e encontrar professores abordando apenas teorias não práticas durante todo o curso, o certificado de conclusão não garante o aprendizado e esta é uma realidade que o mercado rejeita e exclui com o tempo. A teoria aliada à prática garante um aproveitamento relativamente maior para o aluno. A dificuldade de retomar os estudos é grande, e se não forem trabalhadas novas formas de ensino específicas para este público, serão cada vez maiores.

Diversos autores abordam este tema e há um consenso grande entre eles quanto ao desenvolvimento da chamada Andragogia, que é a educação voltada para o adulto, como forma de educação continuada, educação extra-escolar e mais recentemente, educação corporativa, embora sejam conceitos formalmente distintos, estão intimamente relacionados. O importante desta visão andragógica da educação é o pensamento, não considerar os jovens e adultos como crianças na forma de ensino, especializar a comunicação, foca-la no entendimento e nas experiências de vida de cada indivíduo. Como exemplo do desenvolvimento desta forma de ensino, temos hoje um crescente número de empresas que formatam treinamentos e cursos para seus funcionários, abordando exclusivamente o trabalho que desempenham.

O sucesso é garantido, o foco nos cursos é o aperfeiçoamento dos profissionais, os exemplos e experiências são vivenciados no dia-a-dia e a implantação do conhecimento adquirido é acompanhada em todas as etapas, avaliando sempre o desenvolvimento profissional. Deixo como recomendação aos educadores que ajam como executivos de uma grande empresa que precisa qualificar e desenvolver seus funcionários, a empresa chama-se Brasil, e os funcionários são os milhões de cidadãos que precisam manter sua empregabilidade e ainda erradicar o analfabetismo, que é um caminho mais longo. Desenvolver nestes indivíduos um sentimento de crescimento pessoal, de constante análise de suas vidas, e reconhecimento do valor de seu trabalho para a sociedade. Talvez assim os profissionais da educação se sintam mais valorizados, a sociedade recebe mão-de-obra realmente qualificada e cidadãos mais conscientes de seu papel perante a nação. Talvez assim as desigualdades sociais e intelectuais diminuam, enfim tenhamos uma verdadeira democracia.


Publicado por: Fernanda Marques Caldeira

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.