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Educação especial - Incluindo uma igualdade diferente

A inclusão de pessoas portadoras de deficiências nas escolas regulares, eles estão incluídos ou são números estatisticamente positivos,...

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Prof. Marcos Neotti

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/ História (HID 0771) – Educação Especial

18/11/08

RESUMO

Incluir é uma palavra que esta cada vez mais na mídia. Afinal excluir passou a ser politicamente incorreto. Incluir é inserir em um contexto já formado algo ou alguém que estava fora, ou seja, excluído deste contexto. Apesar da Constituição de 1988 determinar a inserção das pessoas portadores de deficiência na Educação regular, algumas instituições relutavam , defendendo que o melhor para os deficientes é uma educação especifica e diferenciada. Apesar das resistências, a inclusão de pessoas portadoras de deficiências nas escolas regulares está cada vez mais comum, pelo menos em termos de matriculas. Mas esta educação está acontecendo de fato? Os nossos portadores de deficiência estão realmente sendo incluídos?Ou estão apenas sendo transformados em números estatisticamente positivos, para demonstrar um Brasil que teoricamente se preocupa com todos os seus cidadãos e capacita seus Educadores para uma Escola Inclusiva.

Palavras-chave: Deficiências; Inclusão; Educação.

1 INTRODUÇÃO

Segundo Rosana Rodrigues Dias, “não basta matricular para dizer que somos uma escola inclusiva, é preciso garantir as condições de aprendizagem” (Nova Escola, outubro, 2007, p. 41). A Escola inclusiva perpassa por todos os envolvidos no contexto social, a mudança de mentalidade tem que abranger todos.

O Brasil caminha lenta, mas continuamente em direção de uma Escola Inclusiva de fato, tanto que em 1997, quase 90% das pessoas com deficiência matriculadas freqüentavam instituições ou classes especiais. Hoje, apenas 53% estão nessa situação, ou seja, quase metade está em salas regulares. ( Nova Escola, outubro, 2007, p. 39).

São dados de extrema relevância, pois demonstram uma progressão no cumprimento da nossa constituição que prevê em seu art. 206, que o ensino será ministrado com base no princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Ainda no art. 208 diz que é dever do Estado fazer com que a Educação seja efetiva, mediante a garantia de que o atendimento especializado aos portadores de deficiência, seja feito preferencialmente na rede regular de ensino.

Mas será que nossas Escolas, que apresentam estatísticas tão otimistas, estão realmente cumprindo o seu papel de escola inclusiva? Estes alunos matriculados estão realmente sendo incluídos? Ou simplesmente trocaram à margem da Sociedade pelas margens dos espaços físicos das instituições escolares, colocados em salas de aulas que não são mais utilizadas e agora são denominadas salas de TOs (Terapia Ocupacional) ou similares.

Incluir vai além de simplesmente coloca-los na Escola, incluir é oportunizar condições para que ocorra a aprendizagem.

2 CONCEITUANDO PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

Segundo o dicionário Wikipédia, a Organização Mundial de Saúde definiu que a Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à biologia da pessoa.

Considerar alguém com síndrome de Down e que dança o “Lago dos Cisnes”, ou que consegue tocar uma Sinfonia de Beethoven , ou ainda olhar para alguém como Daniel Dias , atleta paraolimpico , que ganhou nove medalhas na natação na última paraolimpíadas de Pequin, e chamá-los de “deficientes” , não é um termo apropriado.

A expressão, pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência O termo “deficiente” para denominar pessoas portadoras de deficiência tem sido considerado inadequado.

3 AS DEFICIÊNCIAS

As deficiências podem ser denominadas: física ou intelectual. Ambas podem apresentar diferentes níveis de comprometimento, bem como podem ser conseqüências de diferentes causas.

As deficiências podem apresentar-se nos períodos: pré-natal, peri-natal e pós-natal. Existem ainda as deficiências congênitas, ou seja, de ordem biológica e as adquiridas. Também podem ser reversíveis e irreversíveis.

3.1 DEFICIÊNCIA FÍSICA

Deficiência física é o nome dado as consequencias de problemas que ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, e levam a um mal funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.

Aparentemente pode parecer que a inclusão de pessoas com deficiências físicas é fácil, pois sua congnição é menos comprometida.Acontece que as deficiências fisicas também se apresentam em diferente níveis, e algumas afetam profundamente o processo cognitivo.

A inclusão das pessoas com deficiências fisicas , exigem além de profissionais capacitados, uma profunda adequação e estruturação das instituições de Ensino, tais como: rampas , apoiadores, pranchas, pisos com texturas diferentes,etc.

Outra grande dificuldade na inclusão de pessoas com deficiência física, são as reações causadas em virtude de sua aparência.Por mais concientizados que possamos parecer , o diferente , causa-nos estranheza e medo. Talvez por causa da nossa insensibilidade ou ainda , pode ser reflexos de uma Sociedade que escondia suas deficiências , em detrimento de seus portadores.

3.2 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A Deficiência Intelectual corresponde às expressões como insuficiência, falta, falha, carência, imperfeição, que se definem como um conjunto de problemas que ocorrem no cérebro humano, e leva seus portadores a um baixo rendimento cognitivo, mas que não afeta outras regiões ou funções cerebrais.

A Deficiência mental não é uma doença, portanto não tem cura. Porém o seu lado intelectual é afetado. Apesar de reduzida esta capacidade intelectual, abaixo dos padrões considerados normais, o portador tem capacidade de aprender.

Ela se apresenta em diferentes graus de comprometimento intelectual , diferenciando suas potencialidades , tornando seus portadores diferentes entre si. Na maioria das vezes, as dificuldades se manifestam como : nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo).

O processo de aprendizagem é compreometido,mas não é nulo, portanto as pessoas portadoras de deficiencia Intelectual, não podem ser excluidas do processo de aprendizagem.

4 INCLUSÃO DE FATO, COMPROMETIMENTO DE TODOS

A escola inclusiva parte do pressuposto que todas as pessoas podem aprender e fazer parte da vida escolar e social. Ela garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade, respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

A inclusão não pode ser encarada como assistencialismo. A inclusão escolar de portadores de deficiências não é caridade, é o resgate de um direito constitucional, garantido por lei a todos os cidadãos, independente de sua condição física ou intelectual.

Escolas que não buscam adaptar seu espaço físico e disponibilizar recursos para a capacitação de sua docência, estão descumprindo a lei e negando a estes cidadãos o direito à Educação.

As instituições de Ensino, através de seus responsáveis têm a incumbência de exigir do Estado, os recursos necessários para dispor a todos portadores de deficiência, oportunidades e os meios de alcançarem a aprendizagem, independentemente do tempo de resposta desta aprendizagem.

5 CONCLUSÃO

Podemos imaginar, como reagiria um Espartano do século X a.C. , ao visitar nossas escolas inclusivas e observar um aluno com Síndrome de Down participando das atividades em grupo na sala de aula, ou se derrepente ele observasse um jovem com movimentos involuntários provocados por uma deficiência neuromotora, escrevendo uma frase toda rabiscada ou ainda um cego tateando um livro todo perfurado, extraindo dali um mundo de informações. Talvez ele dissesse: O que eles fazem aqui? Por que não os lançaram no abismo com os outros? Por que os deixaram viver?

Por mais absurda que possa parecer esta indagação, ainda existem em nossa sociedade muitos Espartanos, que acham que pessoas portadoras de deficiências, nada podem agregar. Não os arremessam nos precipícios, como faziam no passado, mas os coloca do outro lado, impossibilitando uma convivência harmoniosa e interativa, jogando fora oportunidades impar de aprendizagem.

Existem ainda os Espartanos Institucionais, aqueles docentes que dizem não estar capacitados para receberem em suas salas de aula os deficientes. Além de inserir os portadores de deficiências do outro lado do precipício, retiram deles toda a esperança de um dia terem a possibilidade de atravessá-lo. Justo estes que tem o dever de servirem como ponte de ligação entre os dois lados deste abismo social.

O compromisso do Educador é com o processo de transformação do Ser Humano, proporcionando-lhes recursos para que possam através de suas potencialidades, desenvolverem a aprendizagem. Embora em algumas pessoas, a velocidade desta aprendizagem não corresponda aos padrões sociais, elas não deixam de Ser Humanos e o compromisso do Educador continua o mesmo.

6 REFERÊNCIAS

GURGEL, Thais. Inclusão, só com aprendizagem. Revista Nova Escola, São Paulo, ed.206, p.39 e 41, out.2007.

NASCIMENTO, Luciana Monteiro. Educação Especial. Indaial: Ed. ASSELVI, 2007.

WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Deficiente . Acesso em:12/11/2008.


Publicado por: Edevânio Francisconi Arceno

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