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A educação ambiental e a interdisciplinaridade em sala de aula

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O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo: Este trabalho tem por propósito socializar um projeto de educação ambiental desenvolvido com uma turma de 5º ano do ensino fundamental numa escola municipal da cidade de Cascavel. Tendo em vista que o ambiente e as relações não são problematizados com frequência na escolar. Para isso buscamos trabalhar de forma interdisciplinar. Nesse sentido o método dos projetos foi utilizado, pois por meio desse podemos trabalhar os conteúdos listados, agregando novas relações em torno das temáticas socioambientais. Dispomos o trabalho de forma sintética, porém buscamos sempre a contextualização com o tema centrado nas questões ambientais. Os problemas ambientais estão continuamente nos meios de divulgação de Massa, devido a esse fato oportunizar os debates sobre o meio ambiente se faz necessário em sala aula. A disciplina de educação ambiental apesar de ser obrigatória para todos os níveis de ensino, ainda não faz parte dos planejamentos pedagógicos. Nesse sentido procuramos O objetivo principal dos encaminhamentos pedagógicos no projeto era desenvolver o pensamento crítico nos alunos do 5º ano. E ao mesmo despertar a consciência de preservação ambiental. Bem como problematizar as condições impostas pelo sistema capitalista de produção do trabalho. Entendemos que as condições dadas são resultados do processo histórico e cultural da humanidade, portanto, identificar as transformações no ambiente é pensar socialmente, politicamente e culturalmente. Tendo em vista que a sociedade capitalista empreende as alterações no meio para satisfazer as necessidades imediatas da produção visando a sua manutenção.

Palavras Chave: Educação Ambiental, interdisciplinaridade, sala de aula.

Abstract: This work has the purpose socialize an environmental education project developed with a group of 5th grade elementary school in a public school in the city of Cascavel. Given that the environment and the relationships are not often problematized in school decided to work in an interdisciplinary way. For this project we used the method for achieving greater integration around environmental issues. The article is arranged in sessions to better contextualize the main theme in question. Environmental problems are constantly in the media for the dissemination of mass, due to those fact oportunizar discussions on the environment is needed in the classroom. The discipline of environmental education despite being mandatory for all levels of education, although not part of educational planning. Accordingly seek the main objective of the project was educational referrals develop critical thinking in students of the 5th year. And the same to raise awareness of environmental preservation. And discuss the conditions imposed by the capitalist system of production work. We understand that the given conditions are the result of historical and cultural process of mankind; therefore, to identify the changes in the environment is to think socially, politically and culturally. Given that capitalist society undertakes changes in the middle to meet the immediate needs of the production in order to maintain it.

Keywords: Environmental Education, interdisciplinarity, classroom.

INTRODUÇÃO

O presente texto tem como objetivo principal socializar o desenvolvimento de um projeto em Educação Ambiental. A fundamentação teórica utilizada foi na Educação Ambiental Crítica (EAC), que se constitui em uma parte de uma prática sequencial e de apreensão do real por meio da percepção e da atitude de investigação crítico-reflexiva no espaço escolar. O projeto foi desenvolvido com uma turma de 5º ano do ensino fundamental numa escola municipal da cidade de Cascavel, o projeto possuía uma proposta pedagógica que apresentava como objetivo principal a conjugação entre a ação, teoria e prática.

Por meio desta metodologia de projeto-análise procuramos construir e mobilizar diversos saberes enfocando as múltiplas experiências situacionais, atitudinais e procedimentais dos sujeitos envolvidos, que são capazes de identificar e refletir sobre as relações e problemas socioambientais, modificando seus valores e procedimentos para a tomada de atitudes ecologicamente orientadas (CARVALHO, 2007).

Pressupomos que o professor tem papel importante na Educação Ambiental quando ao trabalhar com vários conteúdos e disciplinas articula e res-significa os conhecimentos por meio de reflexão crítica de seus alunos, levando-os a identificar os problemas ecológicos e sociais, levantando as suas causas, consequências e soluções. Dessa maneira permite a construções de leituras das diversas organizações sociais contemporâneas.

Segundo, Braick (2007):                                                                            

A Revolução Industrial é a marca do capitalismo que, ao modificar o sistema de produção, modifica as estruturas sociais, e a natureza e que por tabela modifica também as condições atmosféricas, do solo, dos rios entre outros. Agregou-se a essa as novas tecnologias que procuram justificar o progresso da humanidade. Porém a partir da década de 1960 as ações para o progresso começaram a ser questionadas. (BRAICK, 2007, p.85).

Nessa perspectiva a partir do século XX as condições ambientais dadas provocaram a discussão dos problemas ambientais, que se expunham de diversas maneiras na vida dos cidadãos. Por esse lado concebemos que as políticas ambientais se encontram em consonância com os interesses econômicos do país.

O processo de desenvolvimento industrial nas metrópoles gerou algumas adversidades ambientais. Tendo em vista a defesa da racionalidade, presente na lógica do modelo industrial. Contudo favorecer discussões em sala de aula e desenvolver projetos de sustentabilidade social é desenvolver um trabalho pedagógico comprometido com a cidadania dos sujeitos em processo de crescimento, é educar para a cidadania ambiental.

Entretanto podemos inferir opiniões sobre a temática ambiental brasileira como sendo um cenário de desigualdades sociais, políticas, econômicas e culturais. Dessa forma verificamos que a população menos favorecida vem ao longo do crescimento da população brasileira, se instalando e apropriando-se de áreas de nascentes de rios e outras mananciais naturais. Essa reorganização social, que presenciamos nos grandes centros urbanos provoca leituras e análises diversificadas sobre a realidade dos brasileiros.

Nesse sentido o Estado se distancia no limite da implantação de políticas sociais voltadas para essas questões. Ao mesmo tempo em que lança mão de políticas mínimas, que aliviam temporariamente a questão de moradia, saneamento básico, saúde, empregos, entre outras tantas. Todas essas condições acarretam problemas estruturais, e ao mesmo interfere no equilíbrio de forças e manutenção do sistema biótico e abiótico.

Acreditamos que a Educação Ambiental discutida e estudada em sala de aula e nos espaços não formais de educação promove a conscientização critica nos sujeitos sociais em suas práticas cotidianas. Para isso, se faz necessário o trabalho sistematizado pelo professor do ensino fundamental em todos os seus níveis.

Sendo o tema muito importante para ser estudado em sala de aula buscamos na interdisciplinaridade com outras disciplinas articular a educação ambiental.

Por meio dos conteúdos das disciplinas do currículo escolar, a Educação Ambiental se torna viável e instigadora. Pois os alunos apreendem novos conhecimentos por meio da experiência individual e com seus pares. Ao mesmo tempo em que integra os saberes escolares com os do senso comum, favorece a reflexão na perspectiva da ação. A pesquisa ação realizada na observação, registros e análises promovem a síntese de ideias durante o processo de ensino e de aprendizagem. E se completa na aplicação de projeto, que é realizada durante seis meses ou mais, dependendo dos assuntos abordados em sala de aula. Dessa forma agrega conhecimentos vivenciados, refletidos e transformados no cotidiano.

A educação ambiental ganhou notoriedade com a promulgação da Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental e, por meio dela, foi estabelecida a obrigatoriedade da Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira.

A lei 9.765/99 precisa ser mencionada como um marco importante da história da educação ambiental no Brasil, porque ela foi resultado de um longo processo de interlocução entre ambientalistas, educadores e governos (BRASIL, 1999).

Entendemos que a escola é um espaço privilegiado para estabelecer conexões e informações, como uma das possibilidades para criar condições e alternativas que estimulem os alunos a terem concepções e posturas cidadãs, que cientes de suas responsabilidades percebam-se como integrantes ativos do meio ambiente. A educação formal continua sendo um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ecológica e social (LIMA, 2004).

Segundo Carvalho (2006, p. 71), a Educação Ambiental até a década de 1950 foi considerada como uma estratégia de sensibilização, utilizando a metodologia escolar. Porém é a partir da década de 1960 com a mobilização social em torno das condições ambientais que houve a necessidade em discutir as consequências do “progresso” na sociedade contemporânea.

Os temas que discutem a educação ambiental quando trabalhados numa perspectiva de interdisciplinaridade proporcionam situações significativas aos alunos e favorecem para a construção crítica dos saberes. A Educação Ambiental (EA) traz elementos para abordar diversos temas contemporâneos, abarcando os vários contextos históricos e econômicos.

Desde a Segunda Guerra Mundial, a questão do meio ambiente vem ganhando destaque em vários encontros internacionais, entre eles se encontra a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente que resultou na Declaração de Estocolmo, essa estabelece princípios para criação de políticas que visam à proteção do meio ambiente natural.

Sob essas condições houve a necessidade de implementar no ensino formal a disciplina de Educação Ambiental. Porém, os conteúdos de questões ambientais nas escolas pouco são discutidos. Tendo em vista que os professores atribuem importância a outras disciplinas. O que se sugere a equipe docente é o trabalho interdisciplinar, pois podemos articular situações significativas aos conteúdos exigidos no currículo.

Entretanto alguns professores em iniciativas isoladas estão trabalhando com o tema meio ambiente em sala de aula. A fim de desenvolver projetos que envolvam a comunidade escolar objetivando a conscientização crítica e as mudanças de comportamento dos sujeitos envolvidos.

Os movimentos em torno da Educação Ambientam provocaram o surgimento de correntes pedagógicas voltadas para o estudo da EA, e de acordo com os conceitos dos estudiosos os encaminhamentos metodológicos foram sendo desenvolvidos. Uma dessas correntes é a Educação Ambiental Crítica, que se baseia na teoria crítica das ciências sociais (SAUVÉ, 2005).

Concordando com Dias, (2004), a Educação Ambiental foi definida como uma educação crítica da realidade, em que os objetivos são: fortalecimento da cidadania para a população em sua totalidade de diversidades, e não apenas para um grupo social minoritário. Nessa perspectiva cada sujeito tem direito e deveres, logo, todos somos responsáveis pela sustentabilidade do planeta. Mas para exercício da defesa na qualidade de vida a educação formal e não formal deverão se comprometer com a formação de cidadãos críticos e inovadores em relação às alternativas para o meio ambiente.

Podemos apontar a não neutralidade das políticas ambientais, ou seja, não são ideologicamente neutras nem alheias aos interesses econômicos e sociais. Sua gênese dá-se num processo histórico construído pelos homens num determinado tempo na e pela expansão do modo de produção capitalista, pelos padrões tecnológicos gerados por uma racionalidade econômica.

Durante a conferência de Educação da Universidade de Keele, na Inglaterra em 1965, falou-se pela primeira vez em Educação Ambiental (EA), como disciplina integrante e necessária no currículo escolar. Servindo essa para problematizar as ações humanas e preparar os alunos para o exercício da cidadania consciente e critica na formação ambiental.

De acordo com Leff (2006)

La racionalidad ambiental indaga así sobre la fundación de lo unoy el desconocimiento del otro, que llevó al fundamentalismo de unaunidad universal y a la concepción de as identidades como mismidades sin alteridad, que se ha exacerbado en el proceso de globalizaciónen el que irrumpe el terrorismo y la crisis ambiental como decadência de la vida, como voluntad de suicidio del ser y extermínio del otro, como la pérdida de sentidos que acarrea la cosificación del mundo y la mercantilización de la naturaleza. La racionalidad ambiental busca contener el desquiciamiento de los contrarios como dialéctica de la historia para construir un mundo como convivência de la diversidad.(LEFF, 2006, p.13)

Assim, a educação ambiental deve ser acima de tudo um ato político voltado para a transformação social, capaz de transformar valores e atitudes, construindo novos hábitos e conhecimentos, defendendo uma nova ética, que sensibilizem e conscientizem a necessidade de formação da relação integrada do ser humano, da sociedade e da natureza, aspirando ao equilíbrio local e global, como forma de melhorar a qualidade de todos os níveis de vida (CARVALHO, 2006).

Com a divulgação pelo governo do "milagre econômico" ocorrido em 1970 e as interferências no meio ambiente pelos órgãos financiadores do “desenvolvimento” as questões ambientais não foram consideradas, tendo em vista a retomada do crescimento econômico brasileiro. Os projetos desenvolvidos para o país tinham como objetivos a expansão e construção de hidrelétrica, entre elas a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a Transamazônica e o Projeto Carajás, na Amazônia.

Mas muitas críticas foram feitas ao Estado brasileiro, porém os governos se mantiveram na retaguarda e quando solicitado para responder ao povo alegava que outros países conspiravam para impedir o crescimento do Brasil.

Com a publicação da Lei 9.795, de 27/4/99, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dão outras providências entre as quais a questão da implantação da disciplina no currículo escolar tomou força, e passando a ser de caráter obrigatório.

A citada lei define juridicamente a Educação Ambiental, como “o processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade" (art.1º).

Assim, o surgimento e desenvolvimento da Educação Ambiental como método de ensino estão diretamente relacionados ao movimento ambientalista, pois é fruto da conscientização da problemática ambiental. A ecologia, como ciência global, trouxe a preocupação com os problemas ambientais, surgindo a necessidade de se educar no sentido de preservar o meio ambiente (SANTOS, 2007).

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

Na visão de Chalita (2002, p. 34), a educação constitui-se na mais poderosa de todas as ferramentas de intervenção no mundo para a construção de novos conceitos e consequente mudança de hábitos. É também o instrumento de construção do conhecimento e a forma com que todo o desenvolvimento intelectual conquistado é passado de uma geração a outra, permitindo, assim, a máxima comprovada de cada geração, que avança um passo em relação à anterior no campo do conhecimento científico e geral.

O autor menciona à educação como função transformadora, mas ele não se refere à meritocracia observada nos espaços de educação formal, que reforça o ensino dualista, típico do Brasil. Mas ele defende uma educação de qualidade para todos, que seja capaz de formar sujeitos críticos e conhecedores do processo científico da sociedade, pois segundo ele, a educação se tornará mais humana e atraente aos olhos dos alunos.

De fato, o papel do professor nos dias atuais é o de se arriscar, entendendo aqui como buscar sempre métodos que agreguem participação e formação de sujeitos críticos e conscientes. Portando corresponsáveis pelas transformações do meio. Participar conscientemente é tomar para si o direito e o dever na decisão e implantação das políticas e dos encaminhamentos para efetivação dessas.

A Educação Ambiental constitui-se como uma estratégia para efetivar as mudanças necessárias na atual educação e tem assumido nos últimos anos o grande desafio de garantir a construção de uma sociedade sustentável, em que se promovam na relação com o planeta e seus recursos, valores éticos como cooperação, solidariedade, generosidade, tolerância, dignidade e respeito à diversidade (CARVALHO, 2006).

Na visão de Dias (2004), a Educação Ambiental na escola não deve ser conservacionista, ou seja, aquela cujos ensinamentos conduzem ao uso racional dos recursos Naturais e à manutenção de um nível ótimo de produtividade dos ecossistemas Naturais ou gerenciados pelo Homem, mas uma educação voltada para o meio ambiente que implica uma profunda mudança de valores, em uma nova visão de mundo.

Conforme Carvalho (2006):

A Educação Ambiental é conteúdo e aprendizado, é motivo e motivação, é parâmetro e norma. Vai além dos conteúdos pedagógicos, interage com o ser humano de forma que a troca seja uma retroalimentação positiva para ambos. Educadores ambientais são pessoas apaixonadas pelo que fazem. E, para que o respeito seja o primeiro sentimento motivador das ações, é preciso que a escola mude suas regras para fazer educação ambiental de uma forma mais humana (CARVALHO, 2006).

Santos (2007, p. 10), acredita que uma das formas que pode ser utilizada para o estudo dos problemas relacionados ao meio ambiente é através de uma disciplina específica a ser introduzida nos currículos das Escolas, podendo assim alcançar a mudança de comportamento de um grande número de alunos, tornando-os influentes na defesa do meio ambiente para que se tornem ecologicamente equilibrados e saudáveis. Porém, a autora ressalta que estes projetos precisam ter uma proposta de aplicação, tratando de um tema específico de interesse dos alunos, e não longe da proposta pedagógica da escola.

Para Guedes (2006, p. 87), “[...] os sistemas educacionais com fortes tendências pedagógicas liberais tradicionais não compreendem ou não têm aceitado a Educação Ambiental como parte integrante do currículo e da vida escolar, impossibilitando, desta forma, a consolidação desta.”.

Como vimos a articulação dos conteúdos nos encaminhamentos pedagógicos em sala de aula contribuem para o aprendizado, pois articula os conhecimentos prévios dos alunos, de modo que oferece meios de reestruturação e ressignificações por parte dos alunos. Para Morin (apud GUEDES, 2006, p. 89) “se define como a articulação entre as disciplinas levando à articulação dos saberes”.

Entre os vários aspectos negativos da atual educação ministrada no Brasil, ressalta o fato do não desenvolvimento dos esquemas mentais nos estudante, que estabelecem a relação dialética das diferentes áreas de estudos entre si e também destas com a realidade social em que vivemos.

O estudo da ecologia, enquanto “ciência pura”, de quase nada adianta se não relacionada com os demais campos da ciência, porque ela não leva necessariamente a uma visão globalizante, dinâmica e sistêmica das coisas, isto é, a uma visão “eco política” (SCHINKE, 1986, p. 153).

O método de projeto em sala de aula proporciona conhecimentos valorosos porque ao ser construído coletivamente acompanha a troca dos conhecimentos aprendidos na escola e fora dela. É com esta construção coletiva que o ensino deve se preocupar mais (YUS, 2002).

Para Boff (1999, p. 34) a pedagogia da Terra é aquela que procura construir uma sociedade sustentável que busca para si o desenvolvimento viável para as necessidades. Essa vertente fundamenta-se na cultura da paz, que busca a dignidade, harmonia, justiça, solidariedade, liberdade e prosperidade. Sob essas afirmações tomamos a educação para o meio ambiente, pois se compreende numa perspectiva epistemológica e holística do ser humano.

O termo Educação Holística foi proposto pelo americano R. Miller (1997) para designar o trabalho de um conjunto heterogêneo de liberais, de humanistas e de românticos que têm em comum a convicção de que a personalidade global de cada criança deve ser considerada na educação.

O pressuposto da Educação Holística está na experiência humana, não só nos aspectos intelectual e racional, mas também nos aspectos físicos, emocionais, sociais, estéticos, criativos, intuitivos e espirituais inatos da natureza do ser humano (YUS, 2002, p. 16). ECCOM, v. 1, n. 2, p. 23-31, jul./dez., 2010 29 de todos, não apenas do ponto de vista social, mas do ponto de vista sócio cósmico que procura atender aos demais seres da natureza (BOFF, 2008).

Com essa perspectiva podemos destacar a importância da política ambiental na formação do cidadão. Atendendo as necessidades da sociedade brasileira, em outubro de 1988 promulga-se a reforma na Constituição Federal, em que destaca o Meio Ambiente num Capítulo. De acordo com esse Capítulo, a Educação Ambiental deverá constar nos documentos oficiais das escolas. Contudo não se atribui o caráter de obrigatoriedade.

Conforme Santos (2007):

No Brasil, o parágrafo 1º do art. nº255 da Constituição Federal, determina a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino como ciência educacional pelo Poder Público, é o que recomenda também a UNESCO e a Agenda 21. Mas pouco foi feito no Brasil para a sua implantação concreta no ensino. O que existi é fruto dos esforços de alguns abnegados professores e educadores, não havendo a atenção que merece o tema pelo Poder Público e as entidades particulares de ensino. (SANTOS, 2007, p.14).

METODOLOGIA

Para os encaminhamentos metodológicos pedagógicos utilizamos o projeto, tendo em vista a interdisciplinaridade. Acreditamos que a aplicação do projeto em sala de aula contribuiu para a socialização e conscientização critica da temática ambiental. Ao apresentar o projeto para os alunos percebemos o grande interesse.

As atividades corresponderam há seis meses, pois vários conteúdos foram articulados. Em princípio as questões ambientais foram discutidas na forma de seminários, em que os alunos trouxeram notícias de jornais e revistas para serem trabalhados em sala de aula. A partir das discussões as temáticas foram levantadas e encaminhadas na forma de pesquisa bibliográfica e de campo. O trabalho foi realizado em etapas. São elas:

1ª Etapa: (05/05/2012); Momento para conversa informal sobre o meio ambiente. Foram levantadas opiniões dos alunos acerca do meio ambiente, suas observações do meio social de pertencimento, buscando enfocar nos conhecimentos prévios dos alunos sobre o meio ambiente e suas intervenções e inter-relações com ele.

2ª Etapa: (13/05/2012) aula expositiva em que os assuntos abordados eram relevantes para a compressão das questões ambientais: 1- Conceito de meio ambiente, 2-Relação homem natureza, 3-Degradação ambiental nos centros urbanos, 4-Importância dos aspectos culturais, éticos e sociais do espaço geográfico; 5-Doenças ligadas ao meio; 6-Saneamento Básico na cidade; 7-Poluição do ar atmosférico; 8-Camada de Ozônio.

3ª Etapa: (16/05/2012) debate com auxílio do material didático do aluno e leituras dos textos pesquisados anteriormente.

4ª Etapa: (21/05/2012) exibição do documentário ‘Ilha das Flores’ (1989), que apresenta as consequências do capitalismo em relação à necessidade exacerbada do consumismo e os prejuízos que acarretam na biosfera.

5ª Etapa: (02/06/2012) saímos para um passeio motivado na coleta de dados sobre as condições do meio em torno da escola. Tentando diagnosticar os problemas ambientais que a população reclamava.

6ª Etapa: (02 a 08/05/2012) elaboração e entrega de um relatório em grupo, por parte dos alunos, contendo as impressões dos alunos sobre o trabalho de campo e suas sugestões para a resolução dos problemas ambientais do bairro.

As reuniões para discutir sobre os levantamentos da pesquisa eram realizadas no último dia de cada semana. Partíamos dos problemas levantados para encaminhar as leituras e pesquisas sobre os temas; Para isso utilizamos livros, jornais, panfletos, coletados e comprados em banca de revistas. Alguns antigos da biblioteca em que foram comparadas as notícias antigas sobre desmatamento e suas consequências ambientais.

Para registro das atividades desenvolvidas propomos o uso do caderno, como diário de bordo. Esse era pessoal, as anotações feitas neles eram lidas pelos alunos em sala, e em grupos.

Contudo o projeto estava sem título, para que a votação fosse democrática, cada grupo escolheu um nome. Esses foram depositados numa caixa e por último foi sorteado, ficando o título: Respeitar o Ambiente é Amar Você e o Próximo”, a divulgação das atividades foi feitas na escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que o trabalho com a Educação Ambiental em sala de aula por meio da interdisciplinaridade enfatizada na construção de projeto, proporcionou o conhecimento de uma abordagem diferenciada para os encaminhamentos pedagógicos. Tendo como pressuposto o desenvolvimento de atitudes e tomadas de posição crítica da realidade.

O trabalho pedagógico, então, deve se concentrar nas realidades de vida mais imediatas agregando os conhecimentos científicos produzidos pela humanidade. Pois o conhecimento das necessidades e da realidade é produzido na coletividade e encontra-se nos sujeitos sociais no percurso do processo histórico e cultural.

Portanto, foi possível entender que o trabalho por projetos em sala de aula, que tenham com temática central a Educação Ambiental é um caminho possível para formar cidadãos conscientes e participativos na sociedade são também permitir ao aluno a expressão de vários pontos de vistas e que quando bem argumentados provoca concepções de mundo diferenciadas. Compreender que as condições dadas não são provenientes do determinismo social, mas sim são construídas de acordo com o sistema econômico, político e social, e que ao mesmo tempo perpassa pela história acumulada no processo cultural é entender que todos nós somos corresponsáveis pelas estruturas postas.

Tomando como enfoque a educação para o meio ambiente a continuação da vida humana na Terra só será possível se questionarmos as transformações e ao mesmo tempo mudarmos de atitude.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei n. 9.795/1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 25 agostos 2013.

CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2006.

LIMA, Waldyr. Fórum Crítico da Educação. V. 3 – Nº 2 - Abril/05. Educação: Revista do ISEP/Programa de Mestrado em Ciências Pedagógicas. V. 3, n. 1, out. 2004. Disponível em: . Acesso em: 25 agostos 2013.

SANTOS, Edna Maria dos; FARIA, Lia Ciomar Macedo de. O educador e o olhar antropológico. Fórum Crítico da Educação: Revista do ISEP/Programa de Mestrado em Ciências Pedagógicas. V. 3, n. 1, out. 2004. Disponível em: . Acesso em: 23 agostos 2013.

SAUVÉ, Lucie. No correr dos últimos trinta anos. Disponível em www.scielo.br/pdf /ep /v.31n2/a12v31n2.pdf‎>. Acesso em: 25 agostos 2013.


[1] Graduanda de Pedagogia. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE, campus de Cascavel.


Publicado por: Iris Cristina Barbosa Cherubini

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