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Documentos não escritos na sala de aula

O papel do professor como criador de estímulos por meio de ações pedagógicas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

É certo que os que estão sendo iniciados na prática de historiar já entendem a distinção entre "povos civilizados" e "povos bárbaros ou selvagens", tomando como base desigualdades e hierarquizações de fundo etnocêntrico e evolucionista. Mas muito provavelmente não estão atentos ainda para o fato de que elas tanto confundem os diferentes conceitos de um mesmo significante - a experiência vivida; seu fiel relato; sua ficção mentirosa; e sua explicação erudita - quanto dificultam se não impedem, a compreensão de que mesmo aquelas sociedades sem historiografia possuem uma memória cultural que lhes permite fundar a hereditariedade dos saberes que constituíram, e assim também se dão a conhecer a historia a partir de produções culturais, que apesar de nao estar nos padrões de documentos oficiais tem seu valor indiscutível na sociedade.

 

O docente não deve estar mais fixado na idéia de conhecimento apenas nos modes sociais conhecidos e perpetuados, é importante que o aluno reproduza algo em que ele se insira também, através de conhecimentos de vida que hoje já são considerados documentos não escritos. O sabor da busca e o prazer de aprender, de compreender a realidade, são encontrados em um contexto com que ele se identifique, caracterizando a relação do sujeito com o meio, à interação entre passado e presente. Então, com seu trabalho, o professor precisa criar condições, estimular o desenvolvimento de habilidades e competências no corpo discente, aguçando a criticidade do aluno, de modo que ao ver uma foto ou artes antigas, ouvir uma musica de outro momento político e social ou visitar um museu, consiga perceber o que aconteceu e qual o resultado daquela ação na sociedade em que vive.

Nesse sentido, não é apenas a relação dos alunos com o conhecimento que se dá de maneira inadequada, mas também a relação dos profissionais da escola com esses materiais, deveriam envolver os alunos com a educação influenciando diretamente no comportamento e interação social desses jovens. O professor/historiador consciente, atualizado, sabe que, cada um de nós se relaciona com o outro como ensinante, consigo mesmo como aprendente e com o conhecimento como um terceiro de um modo singular, da mesma maneira que o potencial educativo dos acontecimentos passados é surpreendente.

Analisando com cuidado músicas, fotos, entre outros encontraremos algo que se repete e algo que muda ao longo de toda a sua vida nas diferentes áreas. Esse molde de aprendizagem ou esquema de operar que vai sendo utilizado nas diferentes situações de aprendizagem deve e pode ser melhorado com outras fontes de pesquisa, como aquela que aguça a criatividade ao ver uma foto ou faz o aluno pensar o que se passava quando foi feita uma musica do período militar. A modalidade de aprendizagem indica um modo particular de relacionar-se, procurar e construir conhecimentos por parte do sujeito como autor de seu pensamento e isso tem, pode e deve ser aperfeiçoado.

Contudo, outras formas de conhecer o passado deve ser de uso continuo nas ações pedagógicas, onde o cotidiano passado como instrumento de sensibilização do olhar e, por conseguinte, de produção de saberes históricos podem e devem ser utilizados. Pretendo também, sob o eixo das relações entre imagens e memória, refletir sobre lógicas de pertencimento e processos de construção de identidades no recorte da história geral, no caso dos arquivos, guardiões de documentos que expressam direitos não só à História, mas também à Cidadania, esses equipamentos devem merecer uma atenção especial, não só pela sua importância, mas pela magnitude dos desafios que enfrentam.


4. Referências Bibliográficas

Texto: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Documentos não escritos em sala de aula. In: Ensino de História: fundamentos e métodos. Cortez Editora, 2004 p.353-382.

O uso de documentos no ensino em nossa sociedade desde o princípio foram utilizados de maneira rígida, não existindo possibilidades de flexibilização desse conceito, documentos escritos são sem sombra de dúvidas um documento inquestionavel para formação do conhecimento e intendimento do passado. Mas a idéia de que é a unica maneira confiável e existente de discutir o passado vem caindo por terra.

A aprendizagem até os dias atuais é um assunto bastante polêmico na escola brasileira. Sem dúvida, é questão delicada e muito importante, quer na vida escolar e pessoal do aprendiz, quer no projeto político pedagógico da escola, cujos resultados se refletem na qualidade da formação dos educandos em nosso país. Se pensarmos na escola como espaço de preparação das futuras gerações, urge refletirmos sobre como as estamos preparando. Se não acreditarmos em propostas novas e sérias, não conseguiremos inovar e aperfeiçoar o trabalho pedagógico, perpetuando as mazelas que procuramos combater.

Publicado por: simone de assis

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.