Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp

Dificuldade de Aprendizagem na Educação Especial

Qual é a importância do lúdico no processo de socialização das crianças?

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo a conclusão do curso de Pós-graduação em Educação Inclusiva, de caráter bibliográfico, que vise uma profunda meditação sobre a importância do lúdico no processo de socialização das crianças, assim como no processo ensino e aprendizagem, através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras. Pois segundo o estudo do desenvolvimento humano deve-se considerar o sujeito como geneticamente social e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio, acreditando que é brincando que a criança constrói e reconstrói seus conhecimentos.

Tendo como tema central “O lúdico” na construção do processo de ensino e aprendizagem na educação especial, deve ser levado em consideração um trabalhado que aja o envolvimento de todos os professores, comunidade escola e familiares, pois são eles que têm como função promover a educação e inclusão destes educando, sabendo que isto não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas sim ajudara a criança a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade na qual esta inserida.

Conseqüentemente, projeta-se nesta nova pratica de ensino, uma metodologia diferenciada daquelas já desenvolvidas até então, sem sucesso, tendo em mente que o lúdico na educação especial, possibilita uma melhora na construção interdisciplinar do processo ensino e aprendizagem, também no desenvolvimento dos educando alcançados através deste. Além disso, serão abordados em alguns capítulos certos elementos que caracterizam os diversos tipos de jogos, brinquedos, brincadeiras e espaços que estão sendo criados, como por exemplo, as brinquedotecas para facilitar em maior âmbito a aprendizagem das crianças.

Também será abordada a importância dos jogos na construção dos conceitos matemáticos, e para isto precisamos considerar as teorias citadas por estudiosos renomados como a opinião de diversos autores, como Vigotsky, Piaget, dentre muitos outros que de forma direta ou indiretamente se preocuparam em aprofundar-se neste tema.

Palavra chave: inclusão, aluno, lúdico, aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Partindo dos pressupostos metodológicos estudados, nota-se que o brincar faz parte do mundo da criança, assim elas aprendem melhor e se socializam com facilidade, apreendem o espírito de inclusão de grupo, e também a tomar decisões percebendo melhor o mundo dos adultos.

Sistematizar o brincar significa uma reorganização da prática pedagógica desempenhada pelo professor, prática essa que deve abandonar os moldes da educação bancária e absorver o lúdico através dos jogos como o instrumento principal para o desenvolvimento da criança. Portanto o jogo e a maneira como o professor dirigem o brincar, possibilitara os desenvolvimentos psicológicos, intelectuais, emocionais, e físico-motoras promovendo a inclusão de aluno especial inserido na comunidade escolar, e por isso os espaços apropriados para se desenvolver esse tipo de trabalho são imprescindíveis nos dias de hoje, independente é claro da necessidade educacional especial ou de qualquer outro tipo de aluno a ser atendido.

Através dos jogos lúdicos, dos brinquedos e das brincadeiras, desenvolve-se a criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes, evitando a falta de frequência e o desinteresse, pois se sabe que a construção de noções se da diariamente, no entanto, a partir de situações de descontração que o professor poderá introduzir diversas noções de conhecimentos, desenvolverem assim as habilidades e competências, gerando uma integração entre as áreas do conhecimento e o currículo previsto.

Uma das alternativas para se burlar essa influencia está no lúdico, nas brincadeiras de uma forma geral, onde as crianças trabalham além do corpo a interação com o outro. A criança tem a característica de entrar no mundo dos sonhos das fábulas e normalmente utiliza como ponte às brincadeiras. Quando esta brincando se expressa mostrando seu intimo, seus sentimentos e sua afetividade.

Desenvolvimento

O acesso gratuito à escola conforme nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo nº. 205, diz que: “A Educação é um direito de todos e dever do Estado.” É condição indispensável para a garantia dessa premissa constitucional e para que se complete na totalidade do seu sentido, deve estar acompanhada de procedimentos que assegurem condições para sua concretização. O aprendizado acontece de maneira continuada e progressiva e requer ferramentas que possibilitem seu desenvolvimento, sabendo-se que a criança precisa de tempo para brincar. De acordo com RONCA (1989, p. 27):

“O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora seqüências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência”.

Atualmente em nossa sociedade, extremamente capitalista, que influencia a todos, inclusive as crianças, exercendo poder e controle através dos meios de comunicação, focalizado nas novas tecnologias, tem-se deixado de lado as brincadeiras. Vigotsky, no livro “A Formação Social da Mente”, diz que é a partir do brinquedo a criança aprende a operar numa esfera cognitivista, sendo autônoma para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo instigar a curiosidade e a auto-estima, adapta o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. O jogo se bem direcionado, é um instrumento pedagógico certeiro para a construção do conhecimento de diferentes áreas do conhecimento.

 De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação:

“As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica”. (l998, v1. p.28).

E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a educação. Pois de acordo com Ronca, “O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infância. Na realidade, embora predominante neste período, não se restringe somente ao mundo infantil”. (1989, p.99).

E nessa perspectiva o lúdico se torna muito importante na escola, porque pelo meio deste a criança faz ciência do mundo no qual esta inserida, pois trabalha com a imaginação e produz uma forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao combinar informações e percepções da realidade problematizada, tornando-se criadora e construtora de seus conhecimentos.

Segundo estudos realizados é notória a importância do educador ter consciência de que a inclusão é fato, e que o mesmo deve ter uma formação continuada que venha de encontro com a realidade da clientela que a escola atende hoje. No entanto sendo conhecedor do processo de ensino-aprendizagem dentro da escola ciclada, nos deparamos com alunos diferentes social, étnico e culturalmente, não temos mais alunos conformados, calados e recebedores de conhecimentos. A inclusão surgiu não somente para alunos ditos diferentes, mas para atender uma demanda diversificada, com interesses individuais diferentes, modo de aprender e compreender diferentes, cada um em seu tempo, posicionando-se criticamente no meio em que esta inserida. Para enfatizar Mantoan (1998) diz:

“a inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos, sendo estes professores, aluno, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na educação escolar de modo geral.”

Baseado em estudo realizado fica comprovado a necessidade de o professor rever seu fazer pedagógico e ser conhecedor do processo de desenvolvimento em que cada aluno se encontra. Convém lembrar que o principal conceito da teoria de Vigotsky é o de zona do desenvolvimento proximal, que define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxilio, o que leva a conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si só. Sobre isso Vigotsky sita:

“No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. Acriança fará amanha sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, ao desenvolvimento o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; devem ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação”. (VYGOTSKY, 1979, pág.138).

Sendo assim, é indispensável saber em que fase a criança se encontra, e a partir desta premissa fazer um planejamento que realmente venha de encontro com o publico alvo. Levando em consideração a bagagem de conhecimento já adquirido pelos alunos, pois essa metodologia fará com que os mesmos se enternecem mais pelo ensino aprendizagem, comprovado segundo estudos que as praticas se tornam mais eficazes.

Conclusão

Conclui-se, este trabalho  após  muita leitura  para chegar a uma conclusão  deste trabalho bibliográfico que as atividades lúdicas são uma mídia privilegiada para a aplicação de uma educação que vise o desenvolvimento pessoal e a inclusão e cooperação. Apoiada sempre na qualidade do suporte de como planejar, preparar e dirigir atividades lúdicas com êxitos, promovendo um aprendizado que facilite melhor compreensão dos conhecimentos a serem adquirido, de forma a produzir um veículo adequado à formação de cidadãos plenos, autoconfiantes, éticos e construtivos.

Apesar de tantas teorias lidas defenderem uma aprendizagem por meio das brincadeiras e dos movimentos espontâneos da criança, elas ainda estão longe de usufruir de uma pedagogia fundamentada na ludicidade, criatividade e na expressividade livre dos atos. Todavia para que isso ocorra de maneira proveitosa torna-se necessário aperfeiçoar e instruir professores, sendo que a utilização dos jogos de forma errônea é o principal ponto negativo deste recurso, por isso, é necessário salientar que o sucesso pedagógico de qualquer trabalho vai depender da postura do professor durante as atividades didático–pedagógicas, visando uma pedagogia baseada na inclusão e na interação coletiva do grupo, na criatividade, na ludicidade envolvendo todo o contexto escolar.

Diante das pesquisas de leitura em embasamentos teóricos, conclui-se que o lúdico é uma ferramenta de trabalho enriquecedora no fazer pedagógico, As atividades lúdicas determinam fatores decisivos na educação das crianças, os jogos e as brincadeiras são de suma importância, instrumento estimulador voltado para o processo de inclusão e aprendizagem. A aprendizagem torna-se mais significativa através do mesmo, pois o ser que brinca e joga é também o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. É jogando que a criança expressa e constrói um conjunto de conhecimento, habilidades, atitudes e valores adequados a cada fase de seu desenvolvimento.

Referências

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais./ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1997. V.7

COZAC, José Ricardo, Sócio-interacionismo. Revista do Professor. Teorias que embasam o comportamento lúdico da criança, v. 17, n. 66, abr./jun. 2001.

FARIA Anália Rodrigues de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. Ed. Ática, 3º edição, 1995.

PALANGANA, I. C. Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social) – São Paulo: Plexus, 1994.

PIAGET, J. A Formação do Símbolo na Criança: imitação, jogo e sonho. Rio de Janeiro: Zanar, 1978.

PLACCO, Vera. Jogos Lúdicos. Revista do Professor. V. 24, n 70, 2002.

VYGOTSKY, H. Do Ato ao Pensamento. Lisboa: Morais, 1979.


Publicado por: Marilene Ferreira Lemes

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.