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Didática: perspectivas na construção do conhecimento

Clique e conheça sobre a importância da didática praticada nas escolas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo: A didática é uma prática pedagógica que tem um papel bastante importante na construção do conhecimento, pois esse recurso transforma muitas vezes a dificuldade que um aluno poderia ter em entendimento, pois através de uma boa didática o aluno terá uma melhor apreensão do real dentro de conceitos que, dependendo da série ou da realidade de cada escola, não teriam sentido para os alunos. Entre as várias abordagens sobre didática neste artigo, demonstra-se a contribuição da didática para a formação de um indivíduo crítico que se inquiete com o ritmo homogeneizante da globalização.

Este artigo buscará mostrar a importância da didática praticada nas escolas com suporte de autores referenciais.

Palavras chaves: didática, prática pedagógica, conhecimento.

INTRODUÇÃO

O objetivo do presente artigo é abordar o estudo da didática com ênfase na didática da sala de aula no ensino básico e debater a importância de seu estudo dentro da universidade para com os futuros educadores. Tendo como base teórica para retratar a didática voltada ao trabalho do professor e a construção do aprendizado pelo  aluno o texto de Libâneo, O essencial da didática e o trabalho de professor – Em Busca de Novos Caminhos, não restringindo nessa temática, mas também abrangendo o debate da didática numa perspectiva multi/intercultural, a partir do texto “Conversas com... Sobre a didática e a perspectiva multi/intercultural” de Vera Maria Candau Adélia Maria Nehme Simão e Koff.  Este trabalho também apresenta aspectos históricos das linhas de pesquisa da didática nas últimas décadas, mostrando como ocorreu a transformação das didáticas que abordavam visões românticas para didáticas que se baseiam na diversidade num processo desenvolvimento cognitivo não apenas de conceitos de dentro de uma disciplina, mas também num processo de aprender e por em prática dentro de sua cultura, colocando o conhecimento não apenas em um papel no formato de prova, mas também para sua vida, abolindo visões etnocêntricas.

 I- ESTUDO DA DIDÁTICA ESCOLAR

Muitos professores já escutaram a pergunta: Qual é a didática que você utiliza em sala de aula? Como podemos responder a didática trabalhada com os alunos antes de conhecermos uma parte de suas subjetividades? Podemos responder apenas que linha de ensino utilizamos, se utilizamos linha tradicional, baseada em métodos de memorização, baseado em livros didáticos, aulas apenas expositivas ou outras características. Também o professor pode falar como se usasse uma linha progressista rompendo a cultura do ensino baseado na memorização, utilizando trabalhos de campos, outros métodos para dar aula, por exemplo, utilizar a música como suporte da matéria.

É comum um professor ter diversas didáticas dentro de sala de aula, pois cada aluno tem sua forma melhor de assimilar um conteúdo. Muitos deles apenas aprendem contextualizando o tema no seu dia-a-dia (fazendo) ou aprende com aulas expositivas, trabalhos de campo, de diversas formas, devido a vários indivíduos terem sua apreensão da realidade e sua singularidade. Às vezes parece que seria mais fácil homogeneizar a escola, os corpos dos alunos, para que todos recebessem o conhecimento de uma mesma maneira, ignorando a cultura produzida e trazida do aluno e sufocando suas singularidades com intuito de transformar todos em iguais para que as ideias pedagógicas venham ter sucesso. No entanto, a didática escolhida por um professor não deve homogeneizar, mas sim tentar agregar conhecimento em muitos alunos com base na diversidade, não com um relativismo absoluto, mas também mostrando as singularidades, porque o processo de absorção do ensino, como já foi citado, é de um caráter subjetivo e individual.

Não é possível analisar a temática didática sem confrontar o seu caráter teórico e prático, pois apenas na teoria é pouco provável encontrarmos um método didático que nos auxilie na profissão docente, sem olharmos a prática, como a realidade das escolas, como a cultura, não em seu caráter isolado, mas numa questão multi/intercultural.  Não tem como utilizar uma didática em Geografia de trabalhar apenas com uma escola global, sendo que os alunos não conseguem nem identificar os limites territoriais dos seus bairros, a dinâmica do seu local.

Ao passar dos anos, o estudo sobre a didática, tem continuado em pouco destaque nas universidades. Sabemos que há estudos maravilhosos sobre o assunto, porém o enfoque dado pelas universidades não são as didáticas referente a escola. Há diversos fatores desse desprestígio um deles poderia ser o mal prestígio econômico do professor do ensino básico, logo seria melhor estudar didática aplicada no ensino superior, tendo em vista que o prestígio econômico dos professores são mais consideráveis do que na escola, sendo que atualmente até na universidade  os professores não estão sendo tão prestigiados economicamente. Mas, a problemática é que a universidade tem o foco principal em didática para o nível superior, temos as exceções, porém isto é evidente.

II- TEMPO: CATEGORIA PRINCIPAL DO ESTUDO  HISTÓRICO DA DIDÁTICA

A didática tem um caráter efêmero, pois cada época há uma realidade escolar ou acadêmica ou um caráter mais global como uma mudança de sistema econômico, assuntos que interferem profundamente as práticas de ensino, pois cada valor tem que fazer parte de uma história, senão a didática se torna sem sentindo para as práticas contemporâneas. No mundo contemporâneo, onde a globalização tecnológica é expandida diariamente, a educação não é imutável, ela difere conforme o tempo e as suas práticas também, muitas vezes a tecnologia se alia a didática pedagógica para um melhor entendimento do conteúdo.

Há uma mudança, digamos, de referencial e de contexto mesmo. Você está vivendo um novo momento agora, você já tem agora essa questão da globalização, essa questão do novo modelo, digamos, um novo momento do próprio capitalismo, com novos focos de exploração e tudo o mais, e isso muda toda uma expectativa global em termos assim “que trabalhador agora eu preciso formar? O que é importante? Qual o perfil desse trabalhador para dar conta desse momento? Etc.. Para atender exatamente os interesses do capitalismo hoje, sempre (...)  ( Vera Maria Candau, 2006, p.482)

O texto tirado do livro Educação intercultural e cotidiano escolar, Vera Maria Candau, nos faz refletir sobre as fases do ensino da didática na universidade de acordo com o tempo, tendo em vista que os fixos e fluxos da totalidade do ensino são baseados no tempo, que é sinônimo de mudança.  O estudo da didática nos anos 80 era tido como caráter transformador, pois a sociedade brasileira estava vivendo uma ruptura de sistema político, então a didática seria voltada a redemocratização. Nos anos 90, vemos a necessidade ao enfoque teórico-metodológico a necessidade de rotular o tipo de professor, podemos dizer que esse enfoque teórico-metodológico que contribuiu com as inquietações de pessoas ao perguntar que tipo de professor você se considera, como foi perguntado no começo do artigo.  Antes de 2000, começamos a ver o enfoque do estudo da didática incorporada ao multiculturalismo, a qual serviu para problematizar a diversidade, não mostrando como algo dado, mas sim como uma herança de contribuições transcendentes de outras culturas, mostrando que não só o conhecimento formal é o correto de se ensinar, ou que só a cultura dominante, a herança europeia é a verdade inquestionável.  Com essa linha didática se questiona esses valores dominantes que apenas reforçam etnocentrismo e preconceitos.

Além disso, devemos salientar que nos anos 80 além do caráter romântico do entendimento da didática houve uma forte onda tecnicista aliada a políticas da época, atualmente vemos uma retomada desse caráter impulsionado pelas políticas neoliberais.

III- DIDÁTICA E SUA PRÁTICA

O papel principal da didática seria ajudar a construção do conhecimento, desenvolvendo o processo de interpretação e organização do aluno, não algo como dado, mas sim, desenvolvido cognitivamente. Mesmo que, a didática do professor seja uma didática tecnicista, o aprendizado do aluno por esse método deve ser útil para lidar com problemas de sua vivência, pois os alunos são ensinados a pensar em contextos socioculturais específicos, mostrando que a educação não é imparcial, sempre há um porquê de estar aprendendo algo. Então, que recursos o professor utilizará para que se aproxime da construção do conhecimento e a utilização prática para o aluno? A Pedagogia e Psicologia do pensar estão engajadas nessas inquietações, tendo em vista que cada aluno tem sua individualidade e o professor é um mediador, todavia não conduz todas as subjetividades do aluno.

Em sala de aula podemos desenvolver aptidões dos alunos para construírem seu aprendizado cognitivamente, por exemplo, fazendo uma pesquisa entre os alunos perguntando a prática de ensino que mais o ajuda a pensar e relacionar o conhecimento teórico com sua vivência. A didática na maioria das vezes aparece para raciocinar conceitos, para tirar do mundo da imaginação e colocar num lugar mais palpável para o aluno, sem subestimá-los. Ainda há modelos consagrados de didática que aparecem em determinada época não apenas para inovar, mas também melhorar a capacidade cognitiva de assimilação dos conteúdos. Até no meio da educação vemos a construção da superioridade estrangeira, onde tudo das nações nomeadas desenvolvidas são modelos para o uso nos países que estão buscando o “desenvolvimento”, pois muitos destes modelos com vertentes estrangeiras, muitas vezes não se aplicam com a realidade local, entretanto pelo fato de ser uma “didática norteamericana”, a didática é ovacionada e se torna um modelo a se seguir.

Como já foi falado, nem sempre a didática mais eficaz para uma escola ou para uma turma, será eficaz para uma outra turma ou escola. Se pensarmos assim, ignoraremos as singularidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para finalizar o artigo, percebemos que a didática não é uma categoria isolada, ela está em conjunto de diversas ideias pedagógicas, tendo em vista que a didática é efetuada com base no currículo.  É bem relevante na universidade se fazer trabalhos sobre didática escolar com objetivo de preparar os discentes à como se aproximar do campo didático multi/intercultural, cujo conceito têm uma grande relevância em sala de aula.  Os textos referenciais para a construção do artigo, auxiliaram no entendimento na competência de pensar as correntes da psicologia da educação não criticando modelos de didática conservadores, porque são antigos, mas sim fazendo críticas se esses modelos facilitam a capacidade de construir um pensamento ou se adaptam ao aluno a ter conhecimentos novos. Tendo em vista, que um professor poderá utilizar uma metodologia mais progressista da sua área e o aluno não acompanhar ou não se adaptar a pensar conceitos dentro dessa perspectiva.

O estudo da didática nos mostra que mesmo com todas as limitações e desvalorização do docente, professores se dedicam estudando e  pesquisando a didática que  está ao alcance de um determinado momento, não parando de criticar as limitações ou parando de lutar pela sua valorização, mas  também mostrando a responsabilidade de auxiliar os alunos num período de desvalorização do trabalho docente e uma desvalorização de determinadas disciplinas, muitas vezes vinda da continuidade do discurso de vocação para docência. Muitas vezes devemos utilizar o imaginário para ter uma apreensão do real, por exemplo, numa situação em que de nenhuma maneira uma escola não cede transporte para fazer algum trabalho de campo para alunos do ensino fundamental, os mesmos ficarão sem conhecer um local devido as limitações burocráticas nas escolas? Às vezes podemos utilizar a tecnologia para ter a apreensão do real, sem estar no local, não sendo a melhor maneira de trabalhar, mas ainda assim é melhor do que deixar de exemplificar algo, por causa da desvalorização por ela apenas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CANDAU, Vera Maria; KOFF, Adélia Maria Nehme Simão e. Conversas com... sobre a didática e a perspectiva multi/interculturalEduc. Soc., Ago 2006, vol.27, no.95, p.471-493. ISSN 0101-7330

COUTO, Marcos Antônio Campos. Ensino de Geografia: abordagem histórico-crítica. 2009. (Revista Tamoios, ANO V. Nº2 , 2009).

LIBÂNEO, José Carlos (2001). O essencial da Didática e o trabalho do professor: em busca de novos caminhos. Goiania, 2001. Disponível em: Acesso em: 7 jan. 2015.

TONIAZZO, Neoremi de Andrade. Didática: a teoria e a prática na educação. 2006. Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2015.


Publicado por: Jessilyn Gomes

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