Didática: a arte de transmitir o conhecimento
Conceito de didática, importância da didática, formação do professor, processo de educação e as habilidades propostas para a educação.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O ato de ensinar, em síntese, implica êxito, que nada mais é que a própria aprendizagem. Ensinar é um tipo de atividade que não se resolve com o emprego de técnicas e regras consideradas como neutras. Para garantir o seu êxito, deve haver aprendizagem.
Ter de forma clara quais são os objetivos de ensino e quais passos deverão ser tomados para que esse objetivo seja alcançado é fundamental para uma educação de qualidade.
Para uma discussão analítico-comportamental destes objetivos, é importante salientar que ensino é entendido como atividade que deve preparar o aluno para o futuro, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo, necessários à sua sobrevivência como membro da espécie, como indivíduo e como participante de uma cultura.
A educação deve promover a liberdade do aluno, ensinando-o a lidar eficientemente com seu ambiente e a agir por si próprio, tornando-se independente de outros que lhe digam o que deve fazer, aprendendo a alterar os fatores determinantes de seu comportamento, estabelecendo condições que fogem aos padrões pré-estabelecidos, a fim de que o aluno possa reagir a vários tipos de controles externos e a emitir respostas que são comumente caracterizadas como originais.
CONCEITO DE DIDÁTICA
Didática consiste na análise e desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte da ciência pedagógica, sendo responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino.
Nessa perspectiva a didática pode ser definida como um ramo da ciência pedagógica voltada para a formação do aluno em função de finalidades educativas e que tem como objeto de estudo os processos de ensino e aprendizagem e as relações que se estabelecem entre o ato de ensinar (professor) e o ato de aprender (aluno).
Ela favorece uma aprendizagem qualitativa, tendo em vista, focalizar sempre o melhor para os alunos e viabilizar facilidades no trabalho do professor, tornando suas ações seguras e precisas. Em suma, a didática é a disciplina que fundamenta a prática docente.
A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA
A Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos.
Muitos são os problemas que surgem, quando se parte da teoria para a prática, e quando se chega na prática a história é outra. É por isso que indispensável a junção de teoria e prática, é dever do professor atualizar-se constantemente, será eficiente se conservar tanto a competência de ensinar, quanto a de aprender. A didática é essencial para a prática pedagógica, a partir da teoria o professor organiza e seleciona os materiais que irão facilitar no processo de ensino aprendizagem, cabe ao professor ser flexível nas distintas formas que cada aluno tem de aprender, observar as particularidades. O professor deve oferecer através de sua didática, algo que deixe os alunos interessados, comprometidos com o conhecimento.
Libâneo (2002, p. 64) clarifica que a: “educação compreende o conjunto dos processos, influências, estruturas, ações que intervém no desenvolvimento humano do indivíduo e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser humano ( … ) é uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma configuração a nossa existência individual e grupal.”
Como dizia Santos (2003): A didática passou de apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas para um atual (…) modo de crítico de desenvolver uma prática educativa, forjada de um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo edificador, mas pelo educador, conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.
No âmbito da educação escolar não se pode ensinar de qualquer maneira, de forma aleatória, precisa-se de orientações, subsídios, um guia do docente, e a didática é esse suporte que veio proporcionar eficácia e eficiência no trabalho DO EDUCADOR.
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
A formação continuada de professores tem sido entendida hoje como um processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade dos educadores. Ela é realizada após a formação inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de qualidade cada vez maior aos alunos.
Podemos definir a formação básica de professores como o processo obrigatório para que esse profissional esteja habilitado a dar aulas. Já a formação complementar pode incluir seminários, workshops e cursos livres na área de interesse do profissional, além de pós-graduação.
A atualização do professor é uma prática necessária ao exercício da atividade docente. Atualizar significa estar aprendendo sempre, conhecendo novos saberes.
A atualização é uma ação que está presente, a todo instante na nossa vida. Atualizamos nossos saberes, nossas atitudes, valores e pensamentos. Mas é na escola que ela se destaca como a principal ferramenta docente, ativa no processo ensino aprendizagem. É considerada uma tarefa de valor didático pedagógico docente.
É talvez o recurso mais utilizado pelos professores nas escolas, desde o sempre, atualizar foi considerado importante para o profissional e a cada dia que passa torna-se comum participar em cursos, seminários, eventos culturais, palestras, sempre com o objetivo de enriquecer o conhecimento e se preparar para o tão competitivo mercado de trabalho.
Na educação a atualização do professor tem sido vista como uma arte. Estar em contato com as ciências, é um processo que facilita a construção dos saberes, numa perspectiva dinâmica de atendimento às realizações humanas
É importante ter em mente que precisamos estar a par dos acontecimentos ligados à nossa profissão, de que maneira eles acontecerão, sobre quais conteúdos curriculares estarão relacionados.
A atualização do professor é a ferramenta necessária para a construção de seu próprio saber e tão necessária para o exercício de sua profissão.
O PROCESSO DE EDUCAÇÃO
O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente.
O legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga - Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais.
Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.
Surgem na Europa as primeiras escolas nos moldes das atuais, com crianças nas carteiras e professores em salas de aula. A história da educação no Brasil começou em 1549 com a chegada dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas na cultura e civilização do país.
O mundo mudou. Como resultado das transformações econômicas e sociais, essa visão do século XX da educação caducou. Um professor já não pode prever com confiança os tipos de conhecimentos e competências de seus alunos trabalhados ao longo da vida. A transmissão de valores tradicionais já não é mais garantida.
Com as mudanças do século XXI, os educadores enfrentam um cenário radicalmente diferente de desafios. Hoje, temos que preparar os alunos para trabalhar e viver em um mundo que só podemos imaginar vagamente. A maioria dos estudantes que entra no jardim de infância hoje provavelmente atuará no futuro em categorias de trabalho ainda não criadas.
A figura do professor mudou muito ao longo das décadas. Ele não é mais visto como alguém que detém todo o conhecimento disponível na área em que atua. Tampouco é preciso que o aluno passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca. Na educação do século XXI, o conhecimento está fora da redoma.
A Finlândia despontou como uma potência educacional ao romper com padrões de ensino e trazer novas formas de ensinar nas escolas, despertando a curiosidade das crianças ao associar os temas trabalhados em aula às coisas do dia a dia.
AS HABILIDADES PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO
1. HABILIDADES DE VIDA E CARREIRA:
Envolve desenvolver Flexibilidade e Adaptação; Iniciativa e Autodirecionamento; Interação social e intercultural; Produtividade; e Liderança e Responsabilidade.
2. HABILIDADES DE APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO:
Envolve desenvolver Pensamento crítico, Resolução de problemas e Entendimento; Comunicação e Colaboração; e Criatividade e Inovação.
3. HABILIDADES DE INFORMAÇÃO, MÍDIA E TECNOLOGIA
Envolve desenvolver Acesso à informação; Uso e gestão de informação; Mídia analítica; Criação de produtos de mídia; e Tecnologia aplicada efetivamente.
Nenhuma dessas habilidades diz respeito a conteúdos puramente acadêmicos ou intelectuais, mas sim a junção entre o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, intrapessoais e interpessoais. Resumidamente, as habilidades do século XXI são formadas por um conjunto de conhecimentos e práticas que envolvem as capacidades de atingir objetivos, trabalhar com outras pessoas e gerir suas emoções.
FATORES QUE VÃO IMPACTAR A EDUCAÇÃO DO FUTURO
1. Automatização de escolhas
Inteligência artificial e algoritmos que permitem às máquinas realizarem tarefas até pouco tempo impensadas fazem parte da educação do futuro.
Sistemas inteligentes estão tornando as experiências cada vez mais automatizadas, com o objetivo de aumentar a eficiência e personalizar a interação. Ao mesmo passo questiona-se a privacidade, a autonomia e a liberdade de expressão.
2. Superpotências cívicas
A tecnologia está encurtando fronteiras e ampliando a participação de indivíduos e entidades em ações cívicas. Por meio de recursos como análise de dados e aprendizado de máquina, há a possibilidade de ocupar o lugar que seria da administração pública com o objetivo de tornar mais pessoas engajadas com causas coletivas.
3. Cérebros acelerados
Tecnologia e neurociência andam juntas na educação do futuro. Elas estão transformando a capacidade cognitiva dos indivíduos tanto de forma intencional quanto não intencional. Isso serve para adaptá-los às interações com robôs e sistemas digitais, com as outras pessoas e seu entorno.
4. Narrativas tóxicas
Narrativas e métricas que estão fazendo sucesso são cada vez mais prejudiciais em relação a comportamentos e escolhas, o que gera cada vez mais prejuízos à sociedade, aos indivíduos e às instituições de ensino.
5. Novas geografias
As geografias locais estão sendo reformuladas em resposta à economia de transição e volatividade climática. Padrões de produção em pequena escala, de migração e esforços para desenvolver ativos culturais estão juntos em prol dessa mudança.
À medida que esses fatores ficam mais fortes, a educação do futuro também deverá desenvolver uma série de práticas, exercícios, papéis e estruturas dentro das instituições. Entre eles, há quatro citados no estudo, os quais você vê a seguir:
APRENDIZAGEM CENTRADA NO ALUNO
Reorientar as formas de ensino e aprendizagem de forma com que promovam o desenvolvimento integral do aluno. Nesse sentido, educadores devem estimular a criatividade, o autoconhecimento e o pertencimento social.
ECOSSISTEMA DE APRENDIZAGEM
Proporcionar ambientes de realidade mista, que integre aluno, tecnologia, cultura e comunidade.
GARANTIA DE EFICIÊNCIA
A educação do futuro deve fornecer orientações à gestores de forma com que incentivem as estratégias de dados e o uso da tecnologia.
AMPLIFICAÇÃO DE VOZES
Oferecer formação aos alunos para que tenham voz e influência cívica por meio do uso responsável e ético das ferramentas digitais.
Referências bibliográficas
HUGO, Assmann. Curiosidade e Prazer de Aprender – O papel da curiosidade na aprendizagem criativa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2004.
LIBÂNEO, José C. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o curso de pedagogia. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002. p. 59–97.
SANTOS, A. Didática sob a ótica do pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2003.
SANTOS, Julio César Furtado. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 1ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo, Cortez & Autores Associados, 1991.
SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: EPU, 1972.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1994 (Cadernos Pedagógicos do Libertad,2).
ZABALLA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto alegre: Artmed, 1998.
Publicado por: Benigno Núñez Novo
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.