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Desvendando a Surdocegueira

Clique e conheça as características da surdocegueira e quais as formas de comunicação utilizadas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A Surdocegueira se caracteriza pela associação das perdas, parcial ou total, dos sentidos da visão e audição em um mesmo indivíduo. Os indivíduos pessoas que apresentam essa condição possuem, em maior ou menor nível, problemas de comunicação, informação e mobilidade, dependendo da etiologia da Surdocegueira; da época de aquisição e a intensidade de cada uma das perdas sensoriais (visão e audição), bem como do ambiente sociocultural e recursos de atendimento clínico, escolar e outros serviços que esses indivíduos e suas famílias necessitam.

Ser surdo cego não significa, precisamente, não possuir os dois sentidos, pois não é sempre que ocorre a surdez total com a cegueira total. Podemos encontrar alguns tipos de surdocegueira:

Cegueira congênita e surdez adquirida;
Surdez congênita e cegueira adquirida;
Cegueira e surdez congênita;
Cegueira e surdez adquirida;
Baixa visão com surdez congênita;
Baixa visão com surdez adquirida;

Dependendo da etiologia, a Surdocegueira poder estar associada a outros comprometimentos de ordem mental e física. As principais causas da surdocegueira sãs as “Pré-Natais”: HIV, Herpes, Rubéola, Citomegalovírus, Sífilis, Toxoplasmose, Abuso de drogas pela mãe, Hidrocefalia, Microcefalia, etc., “Pós-Natais”: Asfixia, Encefalites, Traumatismo craniano, Meningites, Derrame cerebral ou “Síndromes genéticas”: Marfan, Shprintezen, Osteogênese imperfeita, Sticckler, Alstron, Disostose Mandíbulo Facial, Kearns-Sayre, Morquio, Bardet Biel, Carpenter, Halligren, Homocistinúria, Meckel-Gruber, Apert, Down, Usher, Hallermann-Streiff, Trissomia, Albinismo, Goldenhar, Weil marchesani, Flyn Air, Schwartz Jampel, Cockaune, West, Waasrdenburg.

A combinação de diferentes fatores, que levam indivíduos à condição de surdocego, não permite que seja traçado um perfil único desses sujeitos em função de suas necessidades tão distintas, tanto quanto de suas potencialidades e habilidades.

Muitas pessoas consideradas surdocegas podem ter visão suficiente para se mover em seus ambientes, reconhecer pessoas, familiares, ver a língua de sinais a uma pequena distância e, talvez, ler a escrita ampliada. Outras têm audição suficiente para reconhecer sons familiares, entender alguma fala ou desenvolver a língua oral.

A Surdocegueira é classificada de acordo com o período em que se apresentou, podendo ser “Pré-linguística” quando o indivíduo nasceu ou adquiriu a surdocegueira antes da aquisição de uma língua ou “Pós-linguística” quando o indivíduo adquiriu a depois da aquisição de uma língua.

Os problemas que decorrem da privação dos dois canais sensoriais (visão audição) presente desde o nascimento de uma criança podem levar a uma percepção distorcida do mundo; dificuldade em antecipar eventos futuros ou o resultado de suas próprias ações; privação de muitas motivações extrínsecas; possibilidade de serem rotulados como “retardados” ou “emocionalmente perturbados”; necessidade de habilidades específicas para se comunicar significamente com seu ambiente; e dificuldade extrema em estabelecer e manter relações interpessoais.

Ainda que o termo surdocego possa sugerir a ausência total de visão e audição, muitas crianças possuem resíduos em ambos os sentidos, mas ainda apresentam dificuldade em processar as informações que chegam por essas vias, bem como de outros sentidos. Crianças com privação dos canais auditivo e visual podem apresentar problemas com o equilíbrio, movimentos limitados e hiper ou hipossensibilidade tátil. As informações apreendidas por meio dos canais sensoriais de distância – visão e audição – prejudicados, precisarão ser apoiadas por outras recebidas pelos sentidos remanescentes mais próximos como o tato, olfato, paladar, bem como dos sentidos esquecidos: vestibular, responsável pelo equilíbrio e proprioceptivo, responsável pela posição do corpo no espaço.

O tato, quase sempre, será o principal canal de entrada das informações que vêm do ambiente para a pessoa surdocega; suas mãos será o instrumento de comunicação por intermédio do qual poderá estabelecer relações com pessoas ao seu redor. Entretanto, o sentido tátil tem sua própria limitação fisiológica no que diz respeito à percepção do todo do objeto; aos conceitos de perspectiva; e das relações de tamanho e descrições visuais para quem nunca teve visão.

Para outros, o tato será o sentido que complementará as informações captadas pelos resíduos visual e/ou auditivo.

FORMAS DE COMUNICAÇÃO

As formas de comunicação utilizadas com os surdocegos dependem, entre outros aspectos, do nível de interação que eles estabelecem com seus pares e da existência de resíduo visual ou auditivo. Elas incluem o uso de objetos de referência (objetos de vida real ou concreto), cartões com parte desse objeto ou com a representação gráfica do mesmo, bem como fotos, gestos (representação motora de uma ação) para promover o desenvolvimento da comunicação com surdocegos pré-linguísticos.

Com os surdocegos pós-linguísticos as formas de comunicação podem ser divididas em alfabéticas e não alfabéticas ou sinalizados, como os Sistemas alfabéticos: Datilológico ou manual (visu-espacial; visual-tátil; tátil nas palmas das mãos) e Escrita na palma das mãos, Sistema sinalizado: Língua de Sinais (em campo visual, curta distância e tátil), Sistemas baseados na Língua Oral: Língua Oral amplificada e Tadoma ou Sistemas baseados em códigos de escritas: Escrita com caracteres comuns em tinta e Escrita em Braille.

Como identificar crianças com surdocegueira

As crianças que são surdocegas apresentam uma grande variedade de comportamentos que podem ser observadas durante as interações com a família, os amigos e o ambiente em consequência das perdas sensoriais. Estas perdas ocorrem em diferentes graus, e não é necessário apresentar todos os comportamentos identificados para ser considerado surdocego. A criança pode apresentar somente um dos comportamentos que implicam na perda auditiva e, expõem outros comportamentos compatíveis com a perda de visão. Os efeitos combinados das perdas sensoriais, ainda que sejam leves, podem ser classificados como surdocegos.

A família e os profissionais, ao observarem estes comportamentos, podem necessitar de confirmação das perdas sensoriais por meio de assistência médica.

Alguns comportamentos podem sugerir perda visual, tais como, o indivíduo bate-se frequentemente ou contra outras pessoas e objetos; possui dificuldades em caminhar ou engatinhar com espontaneidade em áreas que são percebidas diferentemente; necessita tocar ou ter um objeto próximo do rosto para identificá-lo; prefere somente objetos com cores vibrantes, brilhantes; apresenta dificuldade em alcançar e agarrar objetos de maneira coordenada; fica com os olhos entreabertos, cobre ou fecha um olho quando está olhando um objeto; perde o interesse ou se cansa facilmente quando está fazendo tarefas de perto; geralmente volta-se a uma fonte de luz; não reconhece e responde a rostos conhecidos; tem dificuldades em seguir com os olhas objetos em movimento ou apresenta olhos vermelhos ou chorosos em vez de claros.

A perda auditiva pode ser indicada pelos seguintes comportamentos: o indivíduo não reage a ruídos fortes; pede para que se repita diversas vezes o que se fala ou segue as instruções incorretamente, apresenta em dificuldade em localizar as fontes sonoras; parece confuso quando as instruções são fornecidas em ambientes com ruídos (jogos, cantinas escolares); concorda com a cabeça embora saibamos que não entendeu o que foi dito; entende melhor olha diretamente para o orador; não reconhece e não responde apropriamente as palavras ou ruídos comuns de casa (telefone, bater na porta, a TV).

REFERÊNCIA:

CADER-NASCIMENTO, F. A. A. A., COSTA, M. P. R. Descobrindo a Surdocegueira: educação e comunicação. São Carlos: EdUFSCar, 2005.

CAPE. Folheto informativo. I Fórum Regional de Surdocegueira e Deficiência múltipla sensorial: Perspectivas Educacionais na Rede Estadual de Ensino de São Paulo. São Paulo. 2012.


Publicado por: Andresa Vaniele Barbosa Pereira

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