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Desmistificando a adolescência

Você sabia que a adolescência é um período de intenso desenvolvimento? Confira como lidar com essa situação.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

O ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) define crianças e adolescentes como sujeitos que vivem um período de intenso desenvolvimento físico, psicológico, moral e social. As transformações na adolescência, em especial, são enlouquecedoras (para nós, sim, mas, acredite, é muito mais para eles!). Já fomos adolescentes e sabemos como é desagradável viver com insegurança, numa rotina constante (e inconstante) de construção de identidade. E por mais que se diga que a geração era outra ou que as atitudes eram diferentes, lhe respondo: é claro! Afinal, essas transformações baseiam-se também em influências sociais. Portanto, não são só os hormônios que estão em jogo, há uma construção social em questão. Assim, não dá para esperar a adolescência passar com a esperança de que tudo vai se resolver sozinho. Não, não dá para ignorar esta fase valiosa para a aquisição de conhecimentos críticos tão importantes para a efetivação de um comportamento adulto maduro. É preciso fitar olho no olho e dizer: “É nóis, tamo junto”.

1- Acabe com o preconceito: adolescente não é aborrescente. Temos de tomar cuidado com os estereótipos preconceituosos que humilham e desmotivam. Os adolescentes são indivíduos em formação, sim, passam por alterações hormonais, sim, e possuem outras características peculiares a essa fase de desenvolvimento. Mas isso não dá direito ao adulto de preestabelecer características e justificar impor sua autoridade argumentando que “adolescente não sabe de nada, é um aborrescente”... Ou um rebelde sem causa. São termos desrespeitosos que não correspondem, necessariamente, aos adolescentes. Conheço muitos adultos que aborrecem...

2- Adolescente sabe respeitar regras: sim, ele sabe. O grande segredo é como estas regras são apresentadas. Se são, simplesmente, impostas, com certeza, farão de tudo para desrespeitá-las (e quem não tem vontade de desrespeitar normas autoritárias?). No entanto, se as regras são estabelecidas com bom senso, levando em consideração a opinião do adolescente e construídas com argumentação (e não imposição de uma única parte) certamente, eles a seguirão. Não, não é mágica, é lógica. O adolescente está em uma fase em que quer entender o motivo pelo qual pode ou não fazer determinada ação. É óbvio que os adolescentes resmungam quando são proibidos de realizar algo que gostariam, mas, quando apresentam-se argumentos plausíveis, eles torcem o nariz, porém, concordam... Adolescente (e ninguém) gosta de autoritarismo. Ele tem de perceber que é ouvido, respeitado e assim consegue ouvir e respeitar.

3- Adolescente é amoroso: muitos acreditam que eles deixam de ser amorosos quando entram nesta fase da vida. A questão não é bem essa. Eles continuam gostando, querendo abraçar, beijar os familiares e amigos, mas têm vergonha dessas demonstrações de afeto. Afinal, querem ser vistos como crescidos, donos do próprio nariz. Além de terem medo de “pagar mico”. Então, não force a barra, mas não deixe de demonstrar carinho, especialmente em situações mais particulares, onde não há exposição perante outros olhares. Todo ser humano gosta de ser amado e a forma como demonstrar amor é muito individual, sendo criança, adolescente ou adulto.

4- O adulto da situação é você!: nada mais infantil do que ver um adulto tentar “vencer” uma discussão com um adolescente. Entendo que os jovens, muitas vezes, “cutucam a onça com vara curta”. Mas eles querem se autoafirmar, você, adulto, não. Eles querem se sentir vitoriosos, donos da razão... Você não precisa provar isso tendo de dar a última palavra. Quando uma conversa com um adolescente fica mais fervorosa, tente manter-se equilibrado, exponha sua opinião com argumentos convincentes e respeite a opinião do adolescente, ouvindo-o também. Lembre-se sempre que, numa discussão calorosa, o adolescente é ele, não você! Portanto, comporte-se como adulto.

5- É possível conviver harmoniosamente com adolescentes: trate-os com respeito, escute-os, lhes dê atenção, mas também estabeleça limites. O adolescente tem a vantagem de estar em uma fase na qual o raciocínio lógico permite discussões sem dramas emocionais (e uma fase em que dramas emocionais que podem ser resolvidos com uma conversa bem direta e racional). Acredito que um dos empasses do adulto é estabelecer autoridade perante um adolescente. Esta autoridade será estabelecida através do próprio comportamento adulto, o qual deve encontrar coerência entre sua fala e ação. E propiciar um relacionamento de respeito, no qual o adolescente deve ser ouvido e ter o direito de saber dos motivos nas decisões que dizem respeito a ele, participando dessas conversas. A tomada de consciência se inicia, com mais clareza, nesta etapa, por isso é tão importante racionalizar as situações.

Ter um olhar sem rótulos perante um adolescente é obter a chance de incentivar o senso crítico pegando o gancho nessa suposta rebeldia; estimular a visão de perspectiva de futuro aproveitando o entusiasmo juvenil; auxiliar na construção da cidadania ao enxergá-lo, realmente, como um ser que possui direitos e responsabilidades.

Referência:

Portal Vivendo a Adolescência. Disponível em: http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/adolescencia. Acesso em: 29 mai. 2014.


Publicado por: Claudia Gonçalves da Silva

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