Cruzando Pespectivas e Conceitos para Construção de uma Escola Inclusiva
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INTRODUÇÃO
Este estudo cujo tema referência a inclusão escolar, foi desenvolvido por duas etapas: A primeira etapa constitui-se na busca de relatos através de um questionário disponibilizado direcionado a uma coleta por amostragem, qualitativa com uma pedagoga/psicopedagoga, um professor e um aluno de uma escola publica do município de caruaru estado de Pernambuco. A segunda etapa trata de um desenvolvimento crítico/reflexivo baseado nas amostras coletadas em loco (espaço escolar) com objetivo de oferecer um dialogo cruzado de perspectivas e conceitos para o desenvolvimento de um plano pedagógico inclusivo eficiente e adequado a necessidade de se construir em equipe uma escola inclusiva e pautada na didática libertadora, possibilitando a integração de alunos com necessidades educacionais especiais, a se tornarem indivíduos comuns perante a sociedade, e capazes de através de estímulos se desenvolverem cognitivamente. Provocando a retificação de certos conceitos fazendo a sociedade repensar o significado de deficiência, e acreditar que qualquer individuo, independente de suas limitações ou dificuldades seja elas físicas, mentais ou social, são capazes de desenvolver autonomia individual e ser instrumento de desenvolvimento ético e critico para a construção não só de uma escola ideal, mas de uma sociedade menos preconceituosa, e aberta à inclusão.
A inclusão escolar é uma recomendação baseada na Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LEI 9.394/96). A luta pela educação inclusiva embora seja contestada e tenha até mesmo preocupado a comunidade escolar, no que se refere a acessibilidade e especializações dos profissionais, pois, exige mudanças de hábitos e atitudes, pela sua lógica e ética, tem dado passos importantes e avançado muito nos seus idéias, e no real? Como esta questão vem se desenvolvendo
“Tive quatro alunos especiais... Não tive auxilio...”
Professora Ana Keilla
De repente escola inclusiva é uma escola onde se celebra a diversidade, encarando-a como uma riqueza e não como algo a evitar, em que as complementaridades das características de um permitem avançar, em vez de serem vistas como ameaçadoras como um perigo que põe em risco a nossa própria integridade apenas porque ela é culturalmente diversa do outro, que temos como parceiro social.
“Procuramos sempre esta desenvolvendo, atividades em grupo para esta inserindo esse aluno mais afastado, no ‘grande grupo’, promovendo à socialização do mesmo.”
Luciana Pereira Lopes - Pedagoga – Psicopedagoga
O principio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem.
“Devemos ter amizade com todos os colegas de turma independente do comportamento. É uma forma de ajudar o colega melhorar.”
Aluna: T. O. Silva – 5º ano.
As crianças principalmente, não chegam às escolas em pé de igualdade, pois, cada uma tem experiências de vida muito diferentes. Os programas, os projetos com discursos da busca da igualdade, e muitas vezes colaboram para a manutenção das desigualdades. Alguns programas escolares não levam em conta as diferenças sociais. Exigem os mesmos produtos avaliam da mesma maneira a crianças que têm vidas realidades muito diferentes. Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las cada vez mais.
“A ausência de um plano pedagógico especifico, é uma das maiores dificuldades... Costumo dizer que: cada pessoa é uma pessoa. Procuro conhecer meu aluno! E ofertá-lo possibilidades para avaliá-lo... Tenho que ser criativa para atingir meus objetivos em quanto profissional da educação...”
Professora Ana Keilla
Talvez ensinar crianças e jovens com necessidades especiais, seja hoje um dos maiores desafios impostos ao educador. Estamos vivenciando a inclusão escolar não só como uma realidade, mas, como uma necessidade, o que estamos vendo? Escolas atendendo “esse”, ao mesmo tempo em que ainda aprende a fazer isso. São comuns casos de professores como o dá professora Ana Keilla que já recebeu em sua sala de aula mais de um aluno com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho.
“Posso receber alunos ‘deficientes’ juridicamente amparados, sem ter passado por capacitação, e sem estrutura física...” diz a professora Ana Keilla.
A tendência, felizmente, é de mudança, embora lenta e ainda desigual. A boa nova é que em muitos lugares a inclusão já é uma trabalho de equipe e isso faz toda a diferença.
Segundo Thomas, Walker e Webb (1998), O Center For Studies on Inclusive Education (CS’E) define uma escola inclusiva como uma escola que:
· Reflete a comunidade como um todo; aos seus membros são abertos, positivos e diversificados; não seleciona, não exclui, não rejeita;
· Na tem barreira, é acessível a todos, em termos físicos e educativos (currículo, apoio, e métodos de comunicação);
· Trabalha com, não é competitiva;
· Prática a democracia, à equidade.
Equidade segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa: Disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um.
Faz-se também necessário o comprometimento de gestores, professores e enfim da escola de uma forma geral está constantemente buscando recursos junto ao Estado e comunidade. Dessa forma, ajuda o aluno com necessidades educacionais especiais, ajuda o professor, ajuda a gestão escolar e a escola passa de fato a oferecer um atendimento educacional especial, verdadeiramente inclusivo. Os conceitos de escola inclusiva, com acessibilidade são muitos, porém, ficam as expectativas em nós hoje estudantes, de como trazer para nossa formação a discussão e disseminação de uma nova proposta educacional, despertando-nos para o compromisso de sujeitos articuladores na construção de um projeto pedagógico moderno, eficiente e inclusivo.
Conclui-se que a construção de uma escola inclusiva deve ser um projeto de todos, pois não requer só a reformulação do espaço físico,da capacitação,de que adiantaria todas essas mudanças sem a dinâmica de sala de aula, currículo, formas e critérios de avaliação carinhosamente repensados, para que possamos de fato conquistar uma educação de qualidade, respeitosa, que garanta a permanência de todos na escola com à apropriação e produção de conhecimento, que possibilite a verdadeira participação do individuo com necessidades especiais na sociedade, entendendo que não se pode pensar em democracia, direitos humanos e igualdade social sem pensar na educação. Da mesma forma o educador deve conscientizar-se de que a educação é sem dúvidas uma forma de intervenção no mundo, ser mais ativo na busca por soluções, procurando desenvolver didáticas libertadoras com criatividade e interagindo com a realidade, física, intelectual e social de cada individuo, encarando o desafio de torná-los sujeitos incluídos, participativos, de fato cidadãos. É tempo de mudarmos o pensamento em relação ao lidar com o diferente, aceitando-o, estabelecendo juízos de valores que abarcam pena, repulsa e descrença.
“Todo ponto de vista é à vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual a sua visão do mundo”’ Leonardo Boff. 1998.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Guareschi, Pedrinho A. 1940 – Sociologia Crítica: Alternativas e mudanças. Porto Alegre. Mundo Jovem. 2002-51ª edição – EDIPUCRS. 168 p.
Psicologias,uma introdução ao estudo de psicologia.Mercês Bahia Bock,Odair Furtado,Maria de Lourdes Trassi Teixeira.Editora Saraiva – São Paulo,2008 – edição especial.
Maria da Graça Jacques; Marlene Neves Strey; Maria Guazzelli Bernardes; Pedrinho Arcides Guareschi; Sérgio Antonio Carlos; Tânia Mara Galli Fonseca. Psicologia Social Contemporânea 9ª edição. Editoras vozes, 2011.
Boff, Leonardo. A Águia e a Galinha. Petrópolis: Vozes, 1998. 14ª edição.
Wikipédia, enciclopédia livre.
www.wikipedia.com
ANEXO I
Questionário Aplicado com Profissional Pedagogo.
1- Como o pedagogo (a) pode auxiliar o professor diante das dificuldades ligadas a inclusão de alunos que apresentam necessidades diversificadas em sala de aula?
“Auxilio os professores, no desenvolvimento dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, de forma que o conteúdo, as atividades sejam comuns a todos os alunos. O que mudo são as estratégias e os recursos”.
2- De que forma a pessoa responsável pelo aluno pode contribuir com a socialização do mesmo no espaço escolar?
“Nossa escola está localizada em; digamos... “Numa área de risco”, expostos a criminalidade, ao uso e trafico de drogas, nossa preocupação com o que diz a socialização do educando, e de seus pais e dos próprios alunos, a idéia de que a escola e o lugar mais seguro, acolhedor... Então promovemos plantões pedagógicos, encontros mensais com os pais, onde divulgamos atividades realizadas, o desempenho, as dificuldades de seus filhos (os pais) participem da vida escolar de seus filhos, para juntos encontrarmos soluções”.
3- Você acha que a organização do trabalho pedagógico na escola facilita o envolvimento do aluno com as atividades da sala de aula? Porque?
“Sim, Claro”!
“Desenvolvemos alguns projetos, desenvolvidos, aqui na escola e outros em parceria com os governos, municipal, estadual e federal que tem nos favorecido muito no desenvolvimento pedagógico. Posso até citar alguns como: IAB, MAIS EDUCAÇÃO, ALFAEBETO.
4- Há alguns alunos que sofre preconceito por sua forma de falar? Qual sua opinião sobre isso? De que forma você lida com essa situação?
“Existem alguns alunos, mais tímidos, reservados que de alguma forma vão sendo excluídos pelos os colegas de turma e até mesmo auto se exclui. Daí procuramos está mais junto desses alunos, conversando sobre suas dificuldades e procuramos sempre está desenvolvendo atividades em grupo para está inserindo esse aluno mais afastado do grande grupo, promovendo a socialização do mesmo”.
Lopes, L.P
Pedagoga – Psicopedagoga
5 anos como supervisora na Escola Municipal Profº José Florêncio Leão. Caruaru-PE
ANEXO II
Questionário aplicado com a Professora
1- Considerando as dificuldades do aluno, ligadas ao desenvolvimento e à aprendizagem, qual a maior dificuldade que o professor encontra, ao tratar com o aluno portador de necessidade especial em sala de aula?
“A ausência de um plano pedagógico especifica, é uma das maiores dificuldades, muitas vezes as escolas não tem ao menos estrutura física adequada. Ainda na minha formação profissional, fui preparada para trabalhar com alunos normais”.
2- Há algum aluno que sofre preconceito por sua forma de falar? Qual sua opinião sobre isso? De que forma você lida com essa situação?
“Sempre há alunos com dificuldades de comunicação, seja pela timidez ou pela dificuldade de se relacionar com meio mesmo.”
“Minha opinião sobre isso”? De modo geral, alguns professores excluem seus alunos pelo o despreparo! “Procuro sempre ouvir meus alunos, e mostrar que são todos diferentes, porém com o mesmo potencial”.
3- O quê se torna essencial na relação professor e aluno, para que o aluno que apresenta alguma dificuldade não desista de estudar?
“Confiança! Se eu não construir meus projetos com confiança junto aos meus alunos, todo meu trabalho em prol do desenvolvimento intelectual deste aluno não será, por ele, bem absorvido. Para manter alunos com dificuldades na sala de aula, freqüentando se faz necessário estimulo para o aluno vir para a aula e estimulo para o professor recebê-lo. Por exemplo, já tive recentemente quatro alunos especiais, e não tive auxilio! Posso receber alunos deficientes juridicamente amparados, sem ter passado por capacitação, e sem estrutura física. A inclusão parte muitas vezes do Estado que não oferece meios para o professor se especializar, e do próprio professor que se acomoda. Procuro está sempre mim preparando para meus alunos, já fiz até um curso de libras! Acho até que o professor tem que ser mais cobrado pelo um ato pedagógico cada vez mais envolvente”.
4- Como avaliar um aluno que não consegue aprender com a mesma facilidade que os demais alunos da sala?
“Costumo dizer que; “Cada pessoa é uma pessoa...” Procuro conhecer meu aluno! E ofertá-lo possibilidades de se avaliar. Costumo dizer que meus alunos são empobrecidos, deficientes psicologicamente sim! Mas, portadores de inteligência fenomenal, que quando estimulados, produzem, com qualidade. Tenho que ser criativa para atingir meus objetivos em quanto profissional da educação, que avaliar sempre de forma positiva o desenvolvimento cognitivo do meu aluno”.
Rodriguês, A. K
Bacharel em história.
Professora a 5 anos, na Escola Municipal Profº José Florêncio Leão.
Caruaru-Pe
ANEXO III
Questionário aplicado com o Aluno (a)
1- Você conhece algum aluno que tenha dificuldade em relaciona-se com os demais? Por que você acha que ele tem essa dificuldade?
“Existe uma menina na minha turma que briga muito, acho que isso dificulta a aproximação, o relacionamento. E acaba nos afastando dela”.
2- Há alguém na escola tem uma forma de falar seja motivo de preconceito? O que você acha disso?
“Sim! Tem uma outra menina em minha sala de aula, que não consegue apresentar atividades para turma onde ela tenha que ficar na frente da classe. Alguns meninos da classe não ajudam, sempre desrespeitam a mesma, porque ela é mais quieta, e cada vez mais ela fica quieta e senta separada no final da sala de aula”.
3- O que você considera importante para viver com tranqüilidade, relacionando-se bem com todos os alunos da escola?
“Devemos ter amizade com todos os colegas de turma independente do comportamento, é uma forma de ajudar o colega a melhorar”.
4- Quais são as características que um aluno deve apresentar para conseguir êxito em seus estudos?
“Prestar atenção nas explicações da professora e respeitá-la, estudar em casa, ir sempre à biblioteca pegar livros emprestados. Meus pais mim cobram e incentivam para que eu cumpra com minhas atividades, olham meus cadernos, mim ajudam muito com as atividades”.
Silva, T. O.
Aluna do 5º ano na Escola Municipal Profº José Florêncio Leão
Publicado por: Marcones Pereira Leite
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