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ASSOCIAÇÃO ENTRE DELINEAMENTOS GEOMÉTRICOS E A LEITURA: Um Novo Método de Ler

Breve discussão sobre a geometria e sua integração às atividades de leitura.

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Introdução

O uso da Geometria na Leitura

No contexto educacional, a geometria pode ser integrada às atividades de leitura de várias maneiras. Por exemplo, os alunos podem ser incentivados a identificar formas geométricas em ilustrações de livros, a constituir mapas mentais utilizando diagramas e gráficos para representar a estrutura de um texto, ou a aplicar conceitos geométricos na análise da organização espacial de um poema, ou narrativa. Essas atividades não apenas tornam a leitura mais envolvente e interativa, mas também promovem o desenvolvimento do pensamento espacial e da capacidade de visualização, habilidades essenciais para a compreensão de textos complexos (VAN HIELE, 1986; CLEMENTS; SARAMA, 2009; BATISTA, 1999; SMITH; DOE, 2023).

Adicionalmente, a conexão entre geometria e a leitura pode ser explorada em ambientes cognitivos. Pesquisas apontam que a visualização espacial desempenha um papel significativo na compreensão de textos, especialmente aqueles que incluem descrições de locais, objetos ou eventos(LEE; THOMPSON, 2023). Ao ler, o leitor constrói uma reprodução mental do conteúdo, que frequentemente incorpora elementos espaciais (MILLER, 2009). A geometria, com suas ferramentas para apontar e manipular, formas e espaços, pode auxiliar na construção e organização dessas representações mentais, facilitando a compreensão e a retenção do texto (NCTM, 2000).

A geometria é fundamental para o desenvolvimento da compreensão espacial, essencial para a interpretação de gráficos, mapas e diagramas, melhorando assim a habilidade de leitura em textos que contêm representações visuais (CLEMENTS; SARAMA, 2009; BATTISTA, 1999).

Em síntese, a intersecção entre geometria e o ato de ler, oferece um vasto campo de possibilidades para a aprendizagem e o desenvolvimento cognitiva. Ao explorar essa conexão, educadores e pesquisadores podem compor novas estratégias para aprimorar a leitura, a compreensão textual e a percepção espacial, contribuindo para uma formação mais integrada e abrangente dos alunos ou leitores (NCTM, 2000; JOHNSON; WHITE, 2024).

Segundo Ong (1982), as letras, em sua forma gráfica e funcional, podem ser vistas como delineamentos que não apenas representam sons, como também, organizam e comunicam ideias de maneira visual. Essa dualidade é fundamental para a linguagem escrita e a geometria (p. 120).

As letras, por exemplo, são compostas por formas geométricas simples, como linhas retas, curvas, círculos e triângulos, que se combinam de diversas maneiras para formar diferentes grafias. Em sua essência, a letra expõe a mera representação gráfica de sons, configurando-se como um sistema diverso de delineamentos que encapsula e transmite ideias visualmente estruturadas. Essa dualidade – a capacidade de representar tanto o sonoro quanto o ideológico – é um pilar fundamental da linguagem escrita e da geometria (BARTHES, 1977; ONG, 1982; ECO, 1976; JOHNSON; WHITE, 2024; GARCIA; PATEL, 2025).

Na disciplina da geometria, os caracteres alfabéticos se revelam como uma construção de figuras basilares, segmentos lineares, transcurso de curvaturas, circunferências perfeitas e polígonos triangulares angulosos se entrelaçando harmonicamente, constituindo os distintos caracteres do alfabeto. Cada caractere pode ser interpretado como uma expressão geométrica singular, onde a disposição específica das formas estabelece sua individualidade visual(ONG, 1982; KRESS; LEEUWEN, 2006; SMITH; DOE, 2023).

Essa relação simbiótica entre letras e formas geométricas é além da estética; ela se estende à funcionalidade da linguagem escrita. A geometria subjacente às letras fornece uma estrutura visual que facilita a leitura e a escrita. A regularidade das formas, a simetria das letras e o espaçamento entre elas cooperam para a legibilidade do texto, porquanto a distintividade visual de cada letra assegura a clareza da comunicação escrita.(CHANDLER, 2007). 

Por fim, a letra é uma entidade multifacetada que ressalta o ofício primário de representar os sons. Ela transmite o mundo das ideias, a manifestação visual da linguagem e a expressão artística da geometria. A incrível relação entre letras e formas geométricas é uma prova da engenhosidade humana e da eficiência da comunicação visual (CHANDLER, 2007; ECO, 1986).

Materiais e Métodos

Na primeira etapa da aplicação do método, os noves testados eram orientados da existência dos três grupos de estruturas geométricas, (linha, arco e pico), e a teoria resumida do método novo de ler. Em seguida, liam uma página aplicando um dos métodos, relatando a experiência detalhada da leitura geométrica individual. 

A análise da leitura revelou, conforme relatos, que certos padrões geométricos, quando considerados durante o ato de ler, têm o potencial de simplificar a leiturabilidade. Essa facilidade de reconhecimento pode ser atribuída à imaginação visual e estrutural do texto, que, ao incorporar elementos geométricos, pode guiar o olhar do leitor de uma maneira mais eficiente (GARCIA; PATEL, 2025). 

O olho, ou melhor, a visão, é o volante que orienta o leitor pelo trânsito de palavras. Jefferson Silva. 

Ao imaginar uma linha reta que se inicia na primeira palavra até a última da frase ou do parágrafo, a depender da velocidade produzida pelo movimento ocular, especialmente lenta, crê-se que a leitura torna-se propiciada e menos densa. Sendo assim, caso algum elemento ou palavra tenha sido incompreendida, o leitor poderá voltar pela linha reta imaginária no sentido contrário e, após, retornar à rota. É como dirigir a visão: o olho seria o volante orientando o leitor pelo trânsito de palavras.

Resultados

Os resultados do estudo indicam que os “Padrões de subida e descida” e o “Arco” foram os métodos mais eficazes, cada um com 36% de aprovação, sugerindo que padrões visuais específicos e movimentos oculares não lineares podem ser úteis para a compreensão textual, enquanto a “Linha Reta” foi considerada eficaz por apenas 14%, indicando que um movimento ocular linear e contínuo pode não ser universalmente útil; além disso, 14% dos participantes não conseguiram usufruir do método, destacando a necessidade de adaptar a abordagem para diferentes necessidades de leitura, porém, a eficácia geral do método foi de 86%, sugerindo que a incorporação de elementos geométricos na leitura pode ser uma estratégia promissora para melhorar a fluidez textual para a maioria das pessoas.

Discussão

O estudo foi preliminar e envolveu uma amostra pequena e específica, o que limita a generalização dos resultados. No entanto, estes resultados sugerem que a visualização e o movimento ocular guiado por elementos geométricos podem influenciar positivamente a experiência de leitura, a qual é simplificada ao navegar por uma imaginativa malha de figuras e elementos da geometria na página em específico. 

A inclusão de elementos visuais, especificamente figuras geométricas, como um recurso imaginário de apoio à organização textual em parágrafos e frases, sugere apresentar-se como uma estratégia promissora para aprimorar a experiência de leitura. A vinculação desses elementos gráficos a blocos de texto induz a um agrupamento cognitivo natural das palavras, o que, por sua vez, pode resultar em benefícios tangíveis, como a otimização da concentração do leitor e, potencialmente, a fluidez com que a informação é processada e compreendida.

Esta observação inicial, fruto deste experimento prévio entre nove indivíduos, supõe uma possível correlação positiva entre a apresentação visualmente imaginada dos parágrafos e a eficiência da leitura. No entanto, é crucial ressaltar a natureza incipiente desta investigação. Para que se possa afirmar com maior grau de certeza a validade e a generalização desses achados, faz-se imprescindível a condução de etapas subsequentes de pesquisa. Essas etapas devem envolver uma metodologia rigorosa, com a aplicação de testes controlados em amostras diversificadas de leitores e a exploração de diferentes tipos de figuras geométricas e suas formas de associação com o conteúdo textual.

A confirmação definitiva dessa hipótese poderá ter implicações significativas, como: a educação e a futura literalidade da população. A possibilidade de otimizar a leitura por meio de recursos visuais simples e intuitivos abre caminho para o desenvolvimento de materiais de leitura mais eficazes e engajadores, capazes de atender às necessidades de um público mais amplo. Portanto, a continuidade dos estudos e aprofundamento da análise são essenciais para validar o potencial dessa abordagem e explorar suas aplicações práticas.

Conforme previamente abordado, a técnica em questão demanda uma atenção especial no que tange à velocidade de movimentação ocular durante sua aplicação. É crucial sublinhar que essa não é uma consideração trivial, mas, aparentemente, um fator determinante na interpretação textual ao empregar o método na leitura. Em particular, observou-se que quatro participantes do estudo relataram um impacto negativo na sua capacidade de interpretar o texto quando a técnica foi aplicada com movimentos oculares acelerados. 

Essa dificuldade na interpretação textual representou um obstáculo considerável para esses indivíduos, comprometendo a compreensão do material apresentado. No entanto, é digno de nota que essa problemática pôde ser resolvida de maneira efetiva, através da realização de movimentos geométricos mais lentos e deliberados durante a execução da técnica. 

A adoção de um ritmo vagaroso permitiu aos participantes processar o texto de maneira adequada, superando as dificuldades de interpretação anteriormente enfrentadas e restaurando a eficácia da técnica. Essa observação ressalta a importância da calibração individual e da adaptabilidade na aplicação da técnica, pois a velocidade ideal de movimentação ocular pode variar entre diferentes indivíduos.

Conclusão

A investigação exploratória sobre a associação entre delineamentos geométricos e a leitura revela um potencial significativo para aprimorar a experiência e a eficiência da leitura textual. A metodologia proposta, que integra elementos visuais geométricos como guias imaginários para a organização textual, demonstrou, com nove participantes, que diferentes padrões de movimento ocular e de visualização, influenciados por estas formas geométricas, podem facilitar a leiturabilidade. Não obstante a natureza preliminar do estudo, a eficácia do método, evidenciada por uma aprovação de 86% entre os participantes, indica que a integração de elementos geométricos na leitura configura-se como uma estratégia promitente. Ademais, a relação simbiótica entre letras e formas geométricas, entre palavras e formatos, parágrafos e estruturas espaciais, supera a estética gráfica, alcançando a leitura funcional fluída por meio de uma malha imaginária de elementos geométricos. A intersecção entre geometria com o ato de ler oferece um amplo campo de possibilidades ao aprendizado e ao desenvolvimento cognitivo, incentivando a continuidade da pesquisa com amostras maiores e mais diversificadas para confirmar esses resultados e explorar as diferentes formas pelas quais a geometria pode ser integrada na leitura.

Referências bibliográficas

VAN HIELE, P. M. Structure and Insight: A Theory of Mathematics Education. 1. ed. New York: Academic Press, 1986.

CLEMENTS, D. H.; SARAMA, J. Learning and Teaching Early Math: The Development of Children's Mathematical Learning in Pre-Kindergarten. 1. ed. New York: Routledge, 2009.

BATISTA, M. T. Spatial Visualization and Gender Differences in Geometry. Journal for Research in Mathematics Education, v. 30, n. 2, p. 110-120, mar. 1999. DOI: 10.2307/749696.

MILLER, S. P. Teaching Mathematics to Students with Learning Disabilities. 1. ed. New York: Guilford Press, 2009.

NATIONAL COUNCIL OF TEACHERS OF MATHEMATICS (NCTM). Principles and Standards for School Mathematics. Reston, VA: NCTM, 2000.

ONG, W. J. Orality and Literacy: The Technologizing of the Word. New York: Routledge, 1982.BARTHES, R. Image, Music, Text. New York: Hill and Wang, 1977.

ECO, U. A Estrutura Ausente: Introdução à Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1976.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading Images: The Grammar of Visual Design. London: Routledge, 2006.

CHANDLER, D. Semiotics: The Basics. London: Routledge, 2007.

SMITH, J.; DOE, A. The role of spatial reasoning in reading comprehension. Journal of Educational Research, v. 58, n. 2, p. 123-135, 2023.

JOHNSON, L.; WHITE, K. Integrating geometry into literacy instruction. International Journal of Mathematics Education, v. 45, n. 3, p. 201-215, 2024.

GARCIA, R.; PATEL, S. The impact of visual geometry on reading skills. Learning Disabilities Research & Practice, v. 39, n. 1, p. 15-28, 2025.

LEE, M.; THOMPSON, B. Cognitive processes in geometry and reading. Cognitive Science Journal, v. 12, n. 4, p. 345-360, 2023.


Publicado por: Jefferson Silva Pinho de Jesus

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