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Recursos de acessibilidade para leitura e escrita

Recursos de acessibilidade para leitura e escrita, o aprendizado por parte das pessoas com deficiência, a falta de credibilidade da família e dos profissionais, o diagnóstico de “incapacidade”.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Recursos de acessibilidade para o aprendizado da leitura e escrita


Por: Claudete da Costa Maia
Pedagoga, Orientadora Educacional – UFBA
Professora durante dez anos do Centro de Reabilitação e Prevenção a Deficiência das Obras Sociais Irmã Dulce. Professora da Educação Infantil da rede Municipal de Ensino. claucosta@hotmail.com,claudacosta@bol.com.br


Resumo

Este artigo traz como ponto principal os recursos de acessibilidade para o aprendizado da leitura e escrita. Nele analisaremos a forma que educadores e pais vêem o aprendizado por parte das pessoas com deficiência, a dificuldade para aprender destes, dentro da visão de alguns pesquisadores e de experiência da própria autora de trabalhos desenvolvidos. No intuito de informar e trazer para a sociedade e, mais precisamente, aos educadores e estudantes uma visão positiva diferenciada do trabalho com pessoas com deficiência e dificuldade de aprendizagem.


Abstract

This article brings as main point the resources of accessibility for the learning of the reading and writing. In it we will analyze the form that educators and parents see the learning on the part of the people with deficiency, the difficulty to learn of these, inside of the vision of some researchers and experience of the proper author of developed works. In intention to inform and to bring for the society and, more necessarily, to the educators and students a positive vision differentiated of the work with people with deficiency and difficulty of learning


Sabe-se que uma grande parte das pessoas com deficiência mental não lê nem escreve. E, na maioria dos casos, observa-se uma falta de credibilidade da família e dos profissionais que lidam com essas pessoas em relação ao potencial desses aprendizes, pois, muitas vezes, se prendem ao diagnóstico de “incapacidade”.
Embora, a pessoa com deficiência mental passe pelos estágios sucessivos do desenvolvimento em um ritmo mais lento que aquele dito normal, os resultados das operações concretas são semelhantes, no entanto a forma como lida com esse conhecimento é que é diferente, pois a pessoa com deficiência não consegue em muitos casos utilizar esse conhecimento durante o percurso de sua existência para modificar o meio em que vive. Ballon menciona que nas pessoas com deficiência mental não aparecem indícios das operações formais. Elas não aproveitam os conhecimentos adquiridos da vida social e cultural, não os combina de forma lógica para alcançar uma nova forma de conhecimento, daí entende-se a dificuldade dos mesmos em alcançar o pensamento abstrato e evidentemente, quanto mais grave for a deficiência maior será a incapacidade. A pessoa com deficiência mental apresenta dificuldade também em formar os juízos que são um conjunto dinâmico de conceitos ,sendo que o pensamento lógico que se manifesta na seleção, integração e orientação desses juízos, é deficitário.

Todavia como, o pensamento não se resume em associação esparsas e aleatórias de conceitos e juízos, mas tem como objetivo alcançar uma conclusão ou uma solução operante as necessidades do momento e dar forma as idéias, ou seja, elaborar seu próprio conceito ou juízo sobre as coisas, passa-se a considerar, dentro da visão sócio-interacionista meios para possibilitar o aprendizado desses aprendizes. Pois teóricos como Vygostsky e Paulo Freire, valorizam a realidade sócio-cultural e a interação do sujeito na construção do conhecimento sendo fundamental nesta questão a escuta sensível e observação sistemática das ações dos aprendizes, que darão suporte para se utilizar os recursos de acessibilidade necessários para que os mesmo aprendam ou consigam acessar a informação que está sendo colocada ou ensinada e que pelos meios normais, não conseguem aprender. Esses recursos referem-se a: atividades, exercícios e formas de pensar o conteúdo que conduzirá o aprendiz a ser detentor do seu aprendizado.

“As tecnologias da informação e comunicação TICs vêm se tornando de forma crescente, importantes instrumentos de nossa cultura e sua utilização, um meio concreto de inclusão e interação no mundo. É importante considerar que toda e qualquer ferramenta ou recurso utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia á pessoa com deficiência tem sido utilizada para um melhor desempenho da pessoa com deficiência a isso chamamos de tecnologia assistiva.” Levy,(1999, p 23),

Sendo assim as TICs dará a esse trabalho um resultado satisfatório, levando em conta o fato dos recursos fascinarem seus usuários pelo seu layout. Ou seja, o computador e suas ferramentas impulsionam os aprendizes a manuseá-los. Neste, os recursos de acessibilidade para a leitura e escrita conduzirá a pessoa com deficiência mental a adquirir conhecimentos. Esse recurso será adaptação de hardware, visto que Acessibilidade não se reduz apenas a se providenciar uma rampa para usuário de cadeira de rodas. Significa criar um meio físico que todos independentemente da situação física, psicológica ou sensorial de cada um, sintam-se confortáveis ao usufruí-lo.

As adaptações de hardware são todos os aparelhos ou adaptações presentes nos componentes físicos do computador, nos periféricos ou mesmo, quando os próprios periféricos, em suas concepções e construções, são especiais e adaptadas.

Neste caso em especial, os aplicativos: Word, Micromundos, Front page e outros, com elaboração de exercícios específicos de acordo com a dificuldade de cada um. Antes de utilizar os recursos para acessibilidade da leitura e da escrita, será necessário realizar um trabalho de conquista pedagógica com o aluno, fazendo uso da escuta sensível de René Barbier que consiste em fazer o aluno confiar no profissional e perceber o seu interesse sincero nele e no seu desenvolvimento, estabelecendo uma relação dialógica e um aprendizado importante e significativo para o aluno. Para alcançar esse objetivo deve-se desejar conhecer o aluno e aumentar a sua autoconfiança e auto-estima, está mais interessado naquilo que o aluno pode ou deseja aprender, do que em rótulos e pré-conceitos existentes sobre ele, utilizar recursos adequado a cada aluno e mediar à conexão com pessoas que possam ajudá-lo, ou seja, estabelecer uma parceria com a família e comunidade de pessoas que são importantes na vida do próprio aluno como fator motivador no seu processo de ensino aprendizagem.

Esse fator oferecerá condições para que o ambiente de aprendizado seja prazeroso e estimulante.
Como exemplo um aluno, que apresenta dificuldade de aprendizagem uma dislexia associada com a deficiência mental, onde o mesmo não consegue identificar um caráter no teclado do computador, sem ter um problema visual.

Para que esse aluno possa reconhecer as vogais e iniciar a escrita do seu nome sem confundir os caracteres da escrita no teclado, seria necessário ouvi-lo e conquistá-lo pedagogicamente,notando no seu discurso o que era significativo para o mesmo e assim montar os recursos utilizado para que o aluno tenha acesso ao conhecimento das vogais.

Segundo pesquisa de Maria Teresa Eglér Mantoam, as pessoas com deficiência mental demonstram muito pouca habilidade para a generalização das aprendizagens, portanto, sofrem severo prejuízo na elaboração de conceitos. Elas apresentam ainda um sub funcionamento da memória.

Embora os deficientes possuam assimilação equivalente ás pessoas normais mais jovens, na questão da resolução de situações e problemas, ou seja, na colocação em práticas de seus conhecimentos eles se mostram inferiores às pessoas normais. Fazendo uma analogia com a informática, poderíamos considerar que os deficientes têm input normal e um processamento deficiente, logo, um autput também inadequado. O trabalho de Maria Teresa Mantoam traz um otimismo em relação as possibilidades de desenvolvimento das estruturas de raciocínio lógico em deficientes mentais, através de uma técnica de construtivismo epistemológico. “Também em relação á memória, igualmente, prejudicada na deficiência mental, considerada nos deficientes, através de intervenções, que fazem uso de estratégias de retenção e de outras capacidades necessárias para a lembrança e reconstituição de fato”.
( Ballon G. S )
http://www.uol.com.br/gballone/infantil/dm1.html)

O objetivo é fazer com que a deficiente mental possa processar os conhecimentos adquiridos de forma eficiente usando os recursos de acessibilidade de leitura escrita, possibilitando que o processo de aprendizagem seja significativo. Sabemos que a inteligência ela está presente nos indivíduos o que precisamos fazer é proporcionar meios para que as pessoas deficientes a adapte a realidade

“A inteligência humana é um atributo mental multifatorial, envolvendo a linguagem, pensamento, a memória e a consciência. Assim sendo, a inteligência pode ser considerada um atributo mental que combina muitos processos mentais, naturalmente dirigidos á adaptação á realidade.”
( http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=19&art=53)

Neste sentido, pode-se, argumentar concretamente que com os recursos mencionados no início do trabalho, podemos estar dando possibilidades ao desenvolvimento cognitivo da pessoa com deficiência, possibilitando desta forma sua inclusão na sociedade como indivíduo com direitos e deveres, que interagem com as pessoas e situações adequadas ao meio que as cercam.


REFERÊNCIA

BARBIER, R – Escuta Sensível em Educação. (Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1996

FREIRE, Paulo. A importância do Ato de ler: 22 ed.São Paulo: Cortez, 1988.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo – Editora, 34, 1999.

MANTOAN, M. Teresa. A Construção da Inteligência nos deficientes mentais: um desafio, uma proposta. Revista brasileira de Educação Especial 1992 (1): 107-114.

VYGOTSKY, Lev & LURIA. Linguagem desenvolvimento e aprendizagem São Paulo: Cia de letras,1992.

http://www.pedagogobrasil.com.br/pedagogia/dislexiaumadificuldade.htm

http://www.psiqweb.com.br

http://www.info-handicap.bi/freedom/glossapo.html

Ballon G. S http://www.uol.com.br/gballone/infantil/dm1.html)


Publicado por: claudete Ramos da Costa Maia

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.