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A prática educativa e o professor do ensino superior

Como adequar a metodologia para tranformar a convivência acadêmica proveitosa para professor e aluno.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

O docente do ensino superior depara-se com alunos questionadores, cabe a adequar sua metodologia para transformar a convivência acadêmica proveitosa para ambos. É objetivo do professor transformar a instituição de ensino em um lugar próprio para a educação, para isso, ele deve a entender cada instituição como um local de diversidade social. As tradições das instituições são instrumentos do seu regimento, o professor tem o papel de avaliar este instrumento como benéfico ou não para o ensino. Sendo que ao perceber falhas nestas tradições o professor pode achar maneiras de modificá-las. A prática educativa vista como aparelho de transformação do professor, auxilia nas reflexões que proporcionam o melhoramento da docência. A pesquisa deve ser mais um instrumento utilizado pelo docente para o progresso de sua didática, assim o professor utiliza-se de teoria para aprimorar sua prática educacional. O professor ao avaliar-se demonstra o seu interesse no aperfeiçoamento da educação. A reflexão desta prática beneficia o professor e também o aluno, pois o professor analisará as aulas administradas por ele e pensará em maneiras de modificá-las em prol do aluno. Não caindo na repetição e cópia do ato de ensinar para poder equiparar as diferenças no aprendizado dentro da sala de aula.

PALAVRAS-CHAVES: Ensino; Docente; Prática Educativa; Transformação.

INTRODUÇÃO

No novo contexto vivenciado pelo professor dentro da sala de aula, já pode ser observado que a educação perpassa as quatro paredes da classe. O aluno trás sua experiência e vivencia para o convívio da turma e o professor percebeu que ele já não é mais o único detentor do conhecimento. De acordo com Libâneo (1998): “a ação educativa é um processo natural da sociedade, sendo que as instituições de ensino se apropriaram desta tarefa, de forma sistêmica e intencional”.

O professor evidencia a interação de diferentes tipos de pessoas e dentro da sala de aula esses indivíduos discordam entre si, mudam de opinião, e possuem tempo próprio de aprendizagem. Isto leva o professor a encontrar a primeira problemática no seu ensino: como equiparar o ensino dentro da sala de aula?

No decorrer da docência o professor entende o ensino como um desafio que ele precisa superar. Sua prática educacional molda-se dentro do que exige a educação. A prática do docente deve ser pensada e analisada para que o professor auxilie na transformação da instituição e suas tradições.

A busca pelo aperfeiçoamento da prática educativa é essencial para a conquista do aprimoramento do docente. Para isto, o professor, na procura de sua realização profissional, utiliza-se da pesquisa e assim faz as mudanças necessárias à prática educacional. Avaliando-se ele beneficiará a si e aos alunos e proporcionará mais qualidade a sua didática.

DISCURSÃO

A universidade se caracteriza por uma instituição educativa que produz conhecimentos, estimula à formação crítica do discente, a pesquisa, e a problemática das questões relacionadas ao contexto social na qual estamos inseridos. É nela que se busca o aperfeiçoamento dos saberes e como professor, é nele que se aperfeiçoa a prática pedagógica.

No ambiente institucional, a educação, trás ao docente a oportunidade de influenciar, transformar e questionar as opiniões do aluno. E é neste contexto que a prática educativa surge. A docência é entendida como o hábito de ensinar, porém esta docência tem que ter por finalidade superar os desafios da pedagogia. A educação permite ao docente exercer o ato de interferir em diferentes realidades, ou seja, ela permite ao professor interagir, dentro da instituição de ensino, com uma variedade de pessoas que possuem suas próprias experiências e vivências trazidas de distintos fatos sociais.

Dentro das instituições é possível encontrar múltiplas práticas de ensino, contudo estas práticas são tradicionalistas em cada instituição. Por isso cabe aos educadores criar a harmonização entre estas práticas tradicionais e a sua renovação, possibilitando, assim, fazer as devidas transformações na instituição e o melhoramento de seu ensino. A prática não deve visar apenas o que acontece dentro da universidade, e sim considerar o meio ambiente em que o aluno esta inserido, conforme afirma Pimenta (2003): “a prática educativa é um traço cultural compartilhado que tem relações com o que acontece em outros âmbitos da sociedade e de suas instituições.” Sendo assim, para aperfeiçoar a prática educativa, o docente utiliza-se da teoria como subsídios de transformação dessa prática.

A prática educacional ainda esta inserida consciente ou inconscientemente como a didática instrumental, ou seja, ela é incorporada ao método de ensinar. Fazendo parte dessa prática os recursos didáticos, as técnicas utilizadas pelo professor, o conteúdo da matéria, a presença do professor dentro da sala de aula e o controle que esta presença exerce aos alunos. Esta visão de prática educacional é institucionalizada, ela segue regras tradicionais e afasta a real finalidade da prática do docente. Assim, para modificar este conceito de prática educacional institucionalizada é indispensável que se examine as tradições da instituição a que se esta vinculado.

Para contribuir com a mudança de compreensão da prática educacional, o docente, além de fazer uso da teoria educativa e didática, precisa saber distinguir se esta sendo apenas ideológico ou se realmente fará as mudanças que pretende alcançar. Ao ser ideológico e partidarista de uma crença jamais atingida, o docente não estará contribuindo em nada com a instituição, ele apenas será visto como o professor que no discursa é belo, mas na prática deixa a desejar. Empenhando-se na real mudança ele transformará o que precisa ser transformado dentro do ensino, assumindo seu papel na instituição como o verdadeiro modificador da prática educativa.

O docente encontrar-se na realidade do aluno, sua prática torna-se social estabelecida pela convivência com este aluno. O professor passa a coexistir na vida do aluno. Isto, é obvio, resulta na construção do diálogo o que leva ao aperfeiçoamento da prática, assim enfoca Pimenta (2003): “na educação, a prática se constitui por meio da continuidade proporcionada pelo “diálogo” entre as ações presentes e passados dos indivíduos. A prática gera a prática.” Percebe-se então que o professor melhor se desenvolve mediante a sua convivência com o aluno, pois é nesta convivência que o professor aperfeiçoará a sua prática educacional.

Ainda de acordo com Pimenta (2003), para se fazer uma analise das transformações que se fazem necessárias às ações educativas do professor, é preciso considerar alguns modelos de prática docente institucional. Pensando no aspecto tradicional, por exemplo, o docente depara-se com a intenção do ensino em apenas repassar o conhecimento, de modo a reproduzir o que já foi pesquisado e esquematizado por outro docente. Neste caso o ensino é conservacionista e pode levar o professor a atrofiar o seu saber. A docência é vista como uma qualidade permanente do berço, ou seja, o professor nasce com habilidade ao ato de ensinar, sendo assim, não se deve dar importância a sua formação.

Por outro lado há o ponto de vista do ensino técnico, onde seu conteúdo deve ser tratado de modo científico pelo docente. O desígnio é fazer difusão da sabedoria cientifica, sendo que este conhecimento é resultado da produção das pesquisas científicas. O professor traduzira estes conteúdos científicos para difundi-los aos alunos. Desta maneira o professor é obrigado a ter a formação técnica da área a que pretende lecionar, assim:

O professor, nesse enfoque, deve ser formado para adquirir competências comportamentais com o objetivo de executar esse conhecimento. Não necessita ter o domínio do conhecimento científico, mas apenas dominar as rotinas de intervenção deles derivadas, desenvolvendo habilidades técnicas. O investimento, portanto, deve ser na sua formação técnico-instrumental. (Pimenta, 2003, p. 184).

O enfoque reflexivo aborda o ensino como um exercício abstruso que acontece em ambientes excepcional. Visto que é motivado pela situação, tem conseqüências inesperadas. Dentro deste contexto, o professor adequado deve ser intelectivo e deve compreender a sala de aula como seu local de conflitos a serem superados. Ele tem que desenvolver suas habilidades pedagógicas para conduzir sua turma de forma adequada, assim conseguirá enfrentar as discussões que envolvem esse conflito. Desta forma o docente pode refletir a sua prática educacional, não apenas como seu objeto de trabalho, mas também como seu objeto transformador da realidade social.

Todos os pressupostos aqui apresentados legitimam a tendência que o professor do ensino superior deve seguir: pesquisar a prática de ensinar. No entanto não se pode afirmar que um excelente pesquisador será um docente espetacular. O professor pesquisa sua própria pratica em sala de aula, assim ele poderá fazer a avaliação de seu fazer profissional, e com isto se aperfeiçoará seu modo de ensinar. Dessa maneira ganha o aluno, pois terá aulas planejadas para alcançar sua forma de aprender, e ganha o professor que não cairá na rotina e repetição de seu ensino, ganhando também por não se tornar a imitação de outro docente ou de outra aula, beneficiando o aluno, assim:

Quando a transmissão é adequada, quer dizer, feita por alguém produtivo, existe instrução, aprendizagem, fenômenos relevantes em si, mas que fazem apenas a ante-sala da educação. Quando feita de modo inadequado – como cópia da cópia - não ultrapassa o treinamento e domesticação. (DEMO, 1994. p. 53).

A pesquisa da prática educacional demonstra que o professor tem a oportunidade de pensar a cerca de sua docência. Com isto, ele organiza suas reflexões individual e coletivamente e sistematiza as ações que poderão ser aplicada na sala de aula, assim não precisará seguir modelos de educação que não possuem reflexões sobre o ensino. Possibilitando o compartilhamento do pensar sobre os resultados de suas falhas e também de seus acertos, visto que estão diante das ocorrências de imprevistos que acontecem dentro de uma sala de aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao estudar estes diferentes pensadores, fica evidenciado qual o papel do professor dentro da sala de aula. O professor não é formador de opinião, visto que se a educação é adquirida nas experiências e vivencias do individuo, a sua opinião também esta formada. Desta forma o professor é instrumento transformador desta opinião.

O docente do ensino superior enfrenta as tradições e culturas existentes na instituição. Cabe a ele perceber o que pode ou não ser mudado nessas tradições para facilitar e melhorar a educação. A prática educativa na visão institucional apresenta-se meramente como a utilização de instrumentos, métodos, e o currículo. Porém para o professor essa prática é a reflexão dentro do contexto institucional e a socialização do ensino.

Sendo o professor instrumento transformador da prática educacional, ele deve guiar-se através da pesquisa. Utilizando-se dos teóricos não para fazer cópia do seu saber, mas sim para ajudá-lo a analisar sua docência e assim consegui alcançar suas metas de ensino. As avaliações feitas pelo professor a cerca de sua docência permitirão a ele inovar suas aulas e alcançar a qualidade na educação.

REFERÊNCIAS

DEMO, Pedro. Educação e qualidade. 9 ed.São Paulo: Papirus, 1994.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1998.

PIMENTA, Selma Garrido; Anastasiou, Lea das Graças C. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2003.


Publicado por: helyone lima

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