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A prática da educação ambiental em escolas públicas de Juara - MT

As práticas pedagógicas fazendo uso de conteúdos, projetos ou atividades ambientais estão respaldadas pela lei 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, apresentando um caráter interdisciplinar, através de uma abordagem integrada e contínua, não podendo ser implantada como uma nova disciplina no currículo de ensino.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Com o objetivo principal de analisar se a educação ambiental nas escolas tem alcançado os resultados esperados, avaliar as atividades desenvolvidas em, e extraclasse, identificar as propostas que contemplam práticas dentro de um contexto local ou regional e por fim verificar a presença ou ausência de conteúdos sobre este tema nos materiais didáticos disponíveis, levando em conta a interdisciplinaridade.  É estudo de caráter descritivo, realizado por meio de uma pesquisa de campo, através da qual entrevistamos quinze alunos que estão cursando entre o sexto e o nono ano em três escolas públicas estaduais do município de Juara e cinco professores de três unidades escolares distintas. Além dos questionários aplicados, analisamos alguns livros didáticos que serão descritos ao longo do texto.   Com esta pesquisa concluímos que que a Educação Ambiental é de suma importância para a manutenção da vida saudável e sustentável em nosso planeta e que a escola está, em partes, desempenhando seu papel no cumprimento do que preceitua a Lei da Educação Ambiental.

Palavras-chave: Educação ambiental, Meio Ambiente, interdisciplinaridade.

Abstract

With the main objective of analyzing whether environmental education in schools has achieved the expected results, evaluate the activities developed in, and extraclass, identify proposals that address practices within a local or regional context and finally check the presence or absence of content on this subject in the available didactic materials, taking into account the interdisciplinarity. It is a descriptive study, carried out through a field research, through which we interviewed fifteen students who are studying between the sixth and ninth grade in three state public schools in the municipality of Juara and five teachers from three different school units. In addition to the questionnaires applied, we analyzed some textbooks that will be described throughout the text. With this research we conclude that Environmental Education is of paramount importance for the maintenance of healthy and sustainable life on our planet and that the school is, in parts, playing its role in complying with the provisions of the Environmental Education Act.

Keywords: Environmental education, Environment, interdisciplinarity.

INTRODUÇÃO

Nosso ponto de partida se dá por meio de um provérbio chinês milenar que vale como epígrafe:

Se planejar para um ano, plante arroz!  Se planejar para 10 anos, plante árvores! Se planejar para 100 anos, eduque as pessoas! (provérbio chinês)

Mediante as mudanças climáticas e as muitas mutações pelas quais o planeta tem passado, se faz notória a busca para educar as crianças com a finalidade de despertar a criticidade e desenvolver práticas que assegurem um futuro saudável, sustentável e seguro para todos os habitantes. Neste cenário a escola é o ponto de partida e, possivelmente o principal caminho para a prática que conceituamos como Educação Ambiental.

De forma generalizada a educação ambiental está presente nos mais diversos meios de comunicação e informação nesta contemporaneidade, nos programas de TV, em sites e portais da internet, mas estações de rádio, nas embalagens de produtos comercializados, em placas, out-doors, revistas, jornais e muitos outros, mas o meio mais esperado para implicar em mudanças satisfatórias, é através da educação de nossas crianças.

Em uma breve investigação nos muitos repositórios de materiais científicos disponíveis na internet, percebemos que há várias pesquisas relacionadas ao tema e muitos programas em desenvolvimento nas várias esferas da educação pública ou privada.  Mediante a tantos recursos, investimentos e projetos desenvolvidos na área, nos deparamos com uma indagação: a forma que a educação ambiental vem sendo desenvolvida nas escolas tem alcançado seus objetivos?

Com o objetivo principal de avaliar se a educação ambiental nas escolas tem alcançado os resultados esperados e ao mesmo tempo analisar as atividades desenvolvidas, em e extraclasse, identificar as propostas que contemplam práticas dentro de um contexto local ou regional e por fim verificar a presença ou ausência de conteúdos sobre este tema nos materiais didáticos disponíveis, levando em conta a interdisciplinaridade.

Diante do exposto desenvolvemos esta pesquisa objetivando ouvir professores e alunos, para então confrontar com referencial teórico as informações obtidas, possibilitando assim nortear projetos e atividades que permitam alcançar objetivos duradouros e satisfatórios na preservação ambiental de nosso planeta. Entre nosso referencial teórico, além dos livros didáticos, nos embasamos em autores como: Baiôco & Guilsol (2016), Brasil (1999, 2012 e 2015) e Loureiro (2004).

Este estudo de caráter descritivo foi realizado por meio de uma pesquisa de campo, através da qual entrevistamos quinze alunos que estão cursando entre o sexto e o nono ano em três escolas públicas estaduais do município de Juara e cinco professores de três unidades escolares distintas. Além dos questionários aplicados, analisamos alguns livros didáticos que serão descritos ao longo do texto.  Essa metodologia busca proporcionar uma pesquisa qualitativa, que na concepção de Marconi e Lakatos (2011, p. 272) é um método através do qual:

o investigador entra em contato direto e prolongado com o indivíduo ou grupo de humanos, com o ambiente e a situação que está sendo investigada, permitindo um contato de perto com os informantes.

A tessitura deste texto, a partir deste ponto, se compõe de três seções. Na primeira dela apresentamos os métodos e materiais que utilizamos na busca pelas respostas às indagações que motivaram nossa pesquisa; na segunda apresentamos e discutimos os dados elencados tanto através de entrevistas quanto em análise bibliográfica e, por ultimo apresentamos as considerações finais da pesquisa.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA 

A Educação Ambiental é um fator presente em praticamente todas as escolas da rede pública de ensino, no âmbito municipal, estadual e ainda em escolas conveniadas ou privadas. Loureiro (2004) usa a seguinte argumentação para conceituar a Educação ambiental: 

[...] é uma perspectiva que se inscreve e se dinamiza na própria educação, formada nas relações estabelecidas entre as múltiplas tendências pedagógicas e do ambientalismo, que têm no “ambiente” e na “natureza” categorias centrais e identitárias. Neste posicionamento, a adjetivação “ambiental” se justifica tão somente à medida que serve para destacar dimensões “esquecidas” historicamente pelo fazer educativo." (Loureiro, 2004, p. 66)

Por sua vez, o artigo 2º das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, apresenta o seguinte conceito:

A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental. (Brasil, 2012).

As práticas pedagógicas fazendo uso de conteúdos, projetos ou atividades ambientais estão respaldadas pela lei 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, apresentando um caráter interdisciplinar, através de uma abordagem integrada e contínua, não podendo ser implantada como uma nova disciplina no currículo de ensino.

De acordo com o Art. 9º da Lei supracitada, a educação ambiental deve estar presente e ser desenvolvida permeando os currículos das instituições de ensino público e privado, englobando:

I – educação básica: a. educação infantil; b. ensino fundamental e c. ensino médio. II – educação superior; III – educação especial; IV – educação profissional; V – educação para jovens e adultos. (Brasil, 1999)

Embora haja uma regulamentação legal para que a Educação Ambiental seja aplicada de forma interdisciplinar, está em tramitação no Senado Federal um Projeto de Lei que tenta reverter esta situação, buscando regulamenta-la como uma disciplina independente e obrigatória na grade curricular de ensino:

incluir como objetivo fundamental da educação ambiental o estímulo a ações que promovam o uso sustentável dos recursos naturais e a educação ambiental como disciplina específica no ensino fundamental e médio, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases da educação, para tornar a educação ambiental disciplina obrigatória. (Brasil, 2015)

As discussões acerca do tema ainda geram muita polêmica, mas o fato é que mesmo de uma forma fragmentada e até sem continuidade, muitas ações são desenvolvidas pelos docentes na busca de despertar em seus educandos um senso crítico quanto à preservação do meio ambiente.

No concernente a existência dessas atividades nas escolas investigadas no município de Juara, nota-se em imagens disponíveis na internet que não somente neste ano, mas em anos anteriores esta prática se faz presente em seus currículos, conforme figuras 1 e 2.

Figura 1: Alunos da escola Iara Maria Minotto Gomes arborizando uma nascente na região central de Juara no ano de 2011

Alunos da escola Iara Maria Minotto Gomes arborizando uma nascente
Fonte: Arquivo pessoal professora Cristina Chaves

Figura 2: Alunos da Escola Comendador José Pedro Dias plantando mudas de árvores em junho de 2018

Alunos da Escola Comendador José Pedro Dias plantando mudas de árvores
Fonte: Arquivo da escola Comendador José Pedro Dias

Sabendo que as atividades existem, passamos então ao próximo estágio, que se baseia em descobrir se estas práticas estão de fato despertando no aluno a criticidade relacionada à conservação do meio ambiente através da Educação Ambiental.

O aluno e a educação ambiental

Com o intuito de impedir qualquer prática de doutrinamento nas respostas dos alunos investigados, optamos por realizar as entrevistas no ambiente externo à unidade escolar, as questões foram respondidas mediante os pesquisadores sem nenhum ajuda de colegas, pais ou professores, extinguindo assim quaisquer possibilidades de respostas pre-formuladas ou induzidas.

Os alunos investigados cursam do sexto ao nono ano do ensino fundamental em três diferentes escolas, situadas na sede do município de Juara.

Quando perguntados sobre sua participação em atividades relacionadas à dengue, a maioria dos alunos se lembrou de atividades relacionadas a esta doença, mas apenas quatro deles conseguiram descrever como foram as práticas adotadas pelos professores.

Gráfico 1: Você já participou de alguma atividade prática da sua escola sobre dengue?


Fonte: Desenvolvido pelos autores

A segunda questão da entrevista abordou atividades relacionadas à coleta seletiva do lixo, desta vez o numero de alunos que responderam ter participado destas práticas caiu, quase se equiparando aos que não participaram. Quando questionados sobre o que seria a coleta seletiva, apenas um aluno respondeu adequadamente a pergunta.

Gráfico 2: Você já participou de alguma atividade prática da sua escola sobre coleta seletiva de lixo?


Fonte: Desenvolvido pelos autores

A questão seguinte investigou a participação dos alunos em práticas pedagógicas relacionadas ao reflorestamento, todos eles já haviam participado de alguma atividade relacionada a este tema e a maioria conseguiu relacionar local, tipo de planta e o nome do professor que ministrou a aula.

A quarta questão está ligada diretamente a Educação Ambiental no contexto regional, pois investigou a participação dos entrevistados em atividades relacionadas as nascente de córregos existentes dentro do perímetro urbano da cidade. Neste ponto a maioria absoluta afirmou nunca ter participado de nenhuma prática pedagógica, em ou extraclasse, que adotasse algum tipo de projeto a ser realizado para manutenção, revitalização, limpeza ou arborização destas nascentes.

Gráfico 3: Você já participou de alguma atividade prática da sua escola sobre conhecer as nascentes de córregos dentro da cidade?


Fonte: Desenvolvido pelos autores

Quando investigamos o tema reciclagem, um assunto tão debatido na atualidade, nos deparamos com uma informação que parece contradizer as tantas já existentes. Dos quinze entrevistados apenas sete participaram de atividades assim, mas todos eles sabiam explicar o que é reciclagem e citaram algum tipo existente na cidade.

Gráfico 4: Você já participou de alguma atividade prática da sua escola sobre reciclagem?


Fonte: Desenvolvido pelos autores

Com estas entrevistas objetivamos descobrir, entre os tipos de atividades relacionadas à Educação Ambiental que são desenvolvidas pelas escolas investigadas, quais estão alcançando seus objetivos no que diz respeito a proporcionar ao aluno, algum tipo de conhecimento relacionado ao assunto, que possa fazer parte de suas vivências, sendo este um dos objetivos descritos no Art. 1º da Lei da Educação Ambiental, quando preceitua que é necessário construir

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Brasil, 1999)

O professor e a educação ambiental

O papel do professor na Educação Ambiental é de vital importância, pois fica a seu encargo planejar e executar atividades e práticas pedagógicas que possibilitem o despertamento desta competência em seus alunos. Na concepção de Baiôco e Guissol (2010, p.2),

O docente precisa estar aberto às mudanças compreendendo que a educação no mundo contemporâneo não pode permanecer no interior da escola, mas ao contrário, deve envolver a comunidade, atendendo às suas necessidades, assumindo a responsabilidade como cidadãos críticos, participativos e inseridos no contexto social.

Nesta perspectiva, entrevistamos os professores no intuito de analisar esta relação professor-aluno-comunidade, pois a Educação Ambiental é essencial para a sociedade, possibilitando através dela, despertar nos indivíduos o cuidado e a conscientização dos prejuízos decorrentes dos problemas ambientais. Os docentes entrevistados serão denominados de Professor 01, 02, 03, 04 e 05.

Sobre o desenvolvimento de atividades relacionadas às nascentes existentes dentro do perímetro urbano do município, a principal dificuldade concebida pelos docentes, está na ausência de meio de transporte para a locomoção dos alunos entre estes locais e a escola, pois estão distantes das unidades escolares.

O segundo impedimento, no âmbito politico, diz respeito a conseguir com a Secretaria Municipal de Cidade um horário que favoreça tanto a unidade escolar quanto a municipalidade a desenvolverem uma parceria eficaz, pois na argumentação do Professor 01, seria necessário um investimento financeiro por parte do poder público municipal, para possibilitar tais práticas.

Infelizmente não depende apenas da escola ou do professor, para trabalhar um projeto de revitalização de uma nascente dessas, por exemplo, seriam necessárias muitas horas de trabalho de máquinas pesadas para limpar e preparar o local antes de levarmos as crianças até lá. (Professor 01)

A partir das entrevistas, foi possível notar que embora o docente esteja empenhado em realizar atividades que provoquem os resultados esperados pela proposta curricular da Lei de Educação Ambiental, mas ao se deparar com a insuficiência de materiais e inexistência de recursos, a maior parte dos projetos práticos é abortada.

Desenvolvemos atividades sobre prevenção de dengue, mas acabamos dependendo do poder público para encaminhar o lixo recolhido na limpeza de quintais, não podemos simplesmente mudar o lixo da dengue de um local para outro. A coleta seletiva é praticada e ensinada no interior da escola, mas fora deste ambiente, como não existem lixeiras adequadas, o aluno volta a descartar o lixo de qualquer jeito, praticamente anulando aquilo que ensinamos. (Professor 02).

Com base nas entrevistas realizadas com os professores, observamos que as atividades existem, elas são desenvolvidas de uma forma fragmentada, pois ainda falta dentro da escola uma melhor adequação do Plano Politico Pedagógico, que prognostique as práticas de Educação Ambiental de uma forma que tenha continuidade. Ao mesmo tempo, falta articulação política entre unidades escolares e Poder Público do Município para facilitar o cumprimento da Lei 9.795/99.

O livro didático e a educação ambiental

O livro didático, se analisado de um ponto de vista ambiental, deixa a desejar no cumprimento de sua função de despertar no aluno a criticidade sobre sua realidade socioambiental e a capacidade de nela intervir. Por ser desenvolvidos em uma escala nacional, problemas de ordem regional, ou até local, passam em branco para muitas regiões. Se levarmos em conta a extensão territorial, os diferentes climas e relevos de nosso país, é fácil entender que seria impossível um único material suprir as necessidades de todas as regiões.

A maior parte das atividades sobre educação ambiental encontradas no livro didático está relacionada a problemas existentes em grandes centros urbanos, em cidades com grandes populações e até com relevos diferentes do nosso. Tenho observado que as atividades que dão mais resultados com nossos alunos são aquelas que nós planejamos dentro de nossos problemas e realidades. (Professor 03).

Analisamos quatro livros didáticos de disciplinas diferentes em uso no ano letivo de 2018 e constatamos que, de fato, a as atividades sobre este tema estão descontextualizadas para nossa região.

Os livros didáticos, escolhidos aleatoriamente, e que utilizados com alunos de sexto ao nono ano nas escolas investigadas, foram:

O primeiro, de autoria de Fernando Gewandsznajder, se destina ao 8º ano do ensino fundamental, foi publicado em 2015 pela Editora Ática, com título Projeto Teláris: Ciências - Nosso Corpo, sendo analisada sua 2ª edição; O segundo, com o título Português Linguagens, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, publicado em 2015 pela editora Saraiva, se destina ao 6º ano do ensino fundamental, sendo analisada sua 9ª edição; O terceiro possui os mesmos dados do livro anterior, exceção que se destina ao 7º ano do ensino fundamental;  O quarto e ultimo é de autoria de Neiva Camargo Torrezani, possui o título Vontade de saber Geografia, se destina ao 9º ano do ensino fundamental e foi publicado pela editora FTD em 2015, sendo analisada sua 2ª edição.

Após analisar cada um dos materiais supracitados, não encontramos quaisquer atividades relacionadas à educação ambiental, o que nos leva a concordar com as argumentação de um dos professores entrevistados:

O livro didático não traz nenhum material de apoio para a realização de praticas de educação ambiental, pelo menos os que eu utilizo com minhas turmas não trazem, isso não quer dizer que ela não exista na escola, nos desdobramos e desenvolvemos sequências didáticas que contemplam este tema, algumas vezes dentro da própria disciplina e às vezes em parcerias com outros colegas de outras disciplinas. (Professor 04).

OS DESENCONTROS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 

Mediante os dados coletados e livros analisados, percebemos que a educação ambiental nas escolas públicas investigadas, está muito aquém daquilo a que ela se propõe, uma vez que, embora as atividades lúdicas existam, ainda são ações um tanto desconexas, levando em conta que não há uma interação entre escola, empresas e governos, que são os sujeitos indicados na Lei 9.795/99 para a promoção de uma educação ambiental que realmente funcione.

O professor, por sua vez faz valer o que argumenta Fonseca (2008, p.13):

Ser professor hoje vai além de saber expor um conteúdo, passar exercícios, elaborar uma prova. Ser professor hoje significa ser um verdadeiro estrategista, no sentido de planejar, estudar, selecionar, organizar e propor os melhores meios que facilitem e conduzam os alunos à apropriação do conhecimento.

Do mesmo modo, ao observar que os alunos tenham participado de atividades sobre educação ambiental e não demonstrem ter assimilado o suficiente destas informações, é necessário concordar com Hoffman (1993, p.31) quando argumenta que a “criança, o jovem, frequentam a escola, mas não vivem a escola”, nem todos levam para seu cotidiano as experiências adquiridas ali,  “escola é escola, para eles a vida é diferente”.

Levando em consideração que todos os alunos se lembraram de situações em que sua turma plantou mudas de árvores, ou discorreram sobre a reciclagem, nos respaldamos em Luckesi (1998, p.108) para afirmar que planejar estas atividades “requer uma séria reflexão sobre os resultados aos quais se quer chegar. Deve-se levar em consideração os frutos gerados a partir das ações postas em prática”.

A criticidade do aluno não será despertada simplesmente por se visitar aterros sanitários, sistemas de tratamento de esgotos ou nascentes, captação e distribuição de água tratada para depois produzir textos sobre o tema, mas a partir do momento em que atividades como estas sejam propostas e planejadas, prevendo o envolvimento e conscientização do aluno, como individuo responsável pela prevenção do meio ambiente no planeta em que vive.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Diante do exposto, destacamos que a Educação Ambiental é de suma importância para a manutenção da vida saudável e sustentável em nosso planeta e que a escola está, em partes, desempenhando seu papel no cumprimento do que preceitua a Lei da Educação Ambiental.

Para que os objetivos esperados sejam alcançados em sua totalidade, é necessário que haja maior interação entre escola, comunidade, empresas e poderes constituídos, para que a partir deste intercâmbio, sejam adotadas medidas que possibilitem a realização de atividades lúdicas na prática do ensino da educação ambiental.

Faz-se necessário que os governos municipais, através dos poderes Executivo e Legislativo e suas secretarias ambientais, prevejam em orçamento recursos destinados para a prática destas atividades, em parcerias com as comunidades escolares existente no município.

E por fim, é indispensável que o Programa Nacional do Livro e do Material Didático proponha atividades e práticas contextualizadas por regiões ou estados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAIÔCO, V. R. M.; GUISSOl, L. F. A Educação Ambiental e o papel do educador na cultura da sustentabilidade. Aracruz. ES. 2016. 16 páginas. Disponível em: .  Acesso em: 27 de novembro de 2018.

BRASIL, Projeto de Lei do Senado n° 221, de 2015

BRASIL. Resolução n. 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Diário Oficial da União, Brasília, n. 116, seção 1, p. 70, 18 jun. 2012.

BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei 9795/99. Brasília, 1999.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 6º ano : língua portuguesa. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2015

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 7º ano : língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Atual, 2015.

FONSECA, T. M. M.. Ensinar e Aprender: Pensando a prática pedagógica/ Tânia Maria de Moura. Ponta Grossa: SEED/PR, 2008. Disponível em: . Acesso em: 27 de novembro de 2018.

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Projeto Teláris : Ciências. 8º Ano, Nosso Corpo. 2ª Ed. Editora Atica. 2015.

HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora. Editora Educação e Liberdade, 1993.

LOUREIRO, C. F. B. Educação Ambiental Transformadora. In: Layrargues, P. P. (Coord.) Identidades da Educação Ambiental Brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Planejamento e avaliação na escola: Articulação e necessária determinação ideológica. In: LUCKESI, Cipriano Carlos et alli .Avaliação da aprendizagem escolar :Estudos e proposições .7. ed. São Paulo: Cortez,1998

MARCONI, A.; LAKATOS, E. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

TORREZANI, Neiva Camargo. Vontade de saber Geografia, 9º Ano. 2. Ed. São Paulo, FTD, 2015.


Aparecido da Silva
Graduado em Letras, habilitação em Língua inglesa, Língua Portuguesa e suas literaturas, pós-graduando em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literatura pela Faculdade Venda Nova do Imigrante. Juara-MT/Brasil.


Publicado por: APARECIDO DA SILVA

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