A Orientação Sexual deve ser uma parceria entre a escola e a família
Como deve ser trabalhada a temática da sexualidade, o trabalho com a orientação sexual, como o sexo deve ser visto,...O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
A temática da sexualidade exige atualização, hábito de estudo, compromisso e responsabilidade. Construir um caráter de continuidade e de ressignificação, uma vez que o cotidiano escolar é um ambiente dinâmico e repleto de significação.
Trabalhar com a Orientação Sexual envolve sentimentos e desejos e, portanto, a temática não pode ser abordada só com explicações sobre a anatomia e a fisiologia dos aparelhos reprodutores e com palestras médicas. Deve ser feita com “afeto”[1], sem constrangimentos, através de um programa que possibilite comunicar aos pais sobre a iniciativa, a necessidade e a importância da temática na formação dos seus filhos, bem como, sobre a necessidade de diálogo com a família no decorrer do desenvolvimento desse tema.
Crianças e adolescentes estão descobrindo os limites do próprio corpo e a sexualidade. O sexo é parte da vida das pessoas é por essa razão que a escola e a família devem ajudar a construir desde cedo uma visão sem mitos nem preconceitos[2].
Desde bebês, sentimos prazer em tocar o próprio corpo e descobrir as diferentes sensações que ele nos proporciona. Logo, fingir que a criança e os adolescentes não passam por esse processo é negar a realidade[3]. É também desconhecer que mesmo quando não falamos sobre sexo estamos educando.
Muitas famílias temem que as conversas sobre sexo levem a iniciação sexual do adolescente, o que não é o objetivo da proposta educativa. Por isso, nas conversas com os familiares, cabe aos educadores mostrar que a Orientação Sexual está prevista no PCN3 e faz parte do projeto pedagógico.
Enfatizar que o papel da escola é trabalhar informações científicas, contextualizá-las, propiciar o debate de temas pertinentes à idade de cada turma, objetivando que os jovens tenham uma vida saudável e entendam o que acontece com eles em relação a sua anatomia e a sua fisiologia. Deixar claro que os valores morais e religiosos da família não serão questionados. E, proporcionar atividades paralelas aos alunos cujos pais se oponham à participação do filho nas atividades de Orientação Sexual4.
A Orientação Sexual oportuniza uma parceria com a família abre um espaço para que educadores e pais atuem juntos na formação de crianças e de adolescentes, aproximando a família e a escola num processo de interação. Além de possibilitar discussões que favoreçam o ambiente familiar e de sala de aula, melhora o relacionamento entre pais e educadores garantindo confiabilidade ao trabalho educativo. Contudo é imprescindível que os educadores percebam que sua atuação no processo educativo não é mais uma ação isolada, que as parcerias, a construção coletiva, o diálogo poderão fomentar uma atividade criativa, gratificante e de qualidade, e certamente melhorar a interação escola, família e comunidade.
Autora: Edvânia Santos Correia. L.P. em Ciências Biológicas/ UFAL e especialista em Mídias na Educação/UFAM.
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[1] EGYPTO, Antonio Carlos. Sexo, prazeres e riscos. Editora Saraiva. São Paulo, 2003.
[2] GENTILE, Paola. Eles querem falar de sexo. In: Revista Nova Escola, Ed. Abril. Ano XXI, Abril, 2006.pp, 22 a 29.
3 O MEC através dos Parâmetros Curriculares Nacionais introduziu no currículo nacional os Temas Transversais: ética, trabalho e consumo, meio ambiente, saúde, orientação sexual e pluralidade cultural por entender que estes se destacam por serem assuntos que possuem um caráter de urgência social. Parâmetros Curriculares Nacionais 1998, p. 17.
4 Atividades que possam orientar os jovens quanto a importância dos cuidados com o próprio corpo, as relações interpessoais e a sexualidade.
Publicado por: Edvania Santos Correia
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