Whatsapp

A INFLUÊNCIA DA FADIGA NO DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO EDUCACIONAL

As causas fundamentais que levam o acadêmico a uma aprendizagem inferior por circunstância do cansaço e qual seus malefícios para o progresso do conhecimento educacional nas instituições de ensino do Brasil.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Abordagens metodológicas de ensino quais auxiliam na melhoria do desenvolvimento educacional e pessoal. O assunto abordado nesse artigo tem como objetivo principal diagnosticar as causas fundamentais que levam ao acadêmico a uma aprendizagem inferior por circunstância do cansaço, segundo diversas pesquisas já publicadas, os alunos do período noturno que trabalham ou possuem uma rotina cansativa ao longo do dia tem desempenho menor nas disciplinas. Utilizando metodologia bibliográfica, retomando informações convenientes sobre a fadiga educacional e sua relevância no aprendizado. Conciliando o tema à pergunta sobre a influência da fadiga no desempenho educacional e qual seus malefícios para o progresso do conhecimento educacional nas instituições de ensino do Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Fadiga. Desenvolvimento Educacional.

INTRODUÇÃO

A palavra trabalho se deriva do latim "tripalium", a qual se refere a um mecanismo para punições dos indivíduos que perderam o direito da independência, a qual foi submetida ao trabalho subordinado. Neste contexto o trabalho significa precisão e razão de vida. Diversas teorias foram criadas para explicar que o conceito de trabalho seja preconcebido para a melhoria de qualidade de vida do mundo moderno. O trabalho define a identidade do indivíduo, quanto a sua profissão. Jacques (1996) afirma que os diferentes espaços de trabalhos oferecidos constituem-se em oportunidades diferenciadas para a aquisição de atributos qualificativos da identidade de trabalhador. Na visão psicológica, o trabalho instiga diversos graus de motivação e satisfação individual.

Para que o trabalho atenda as necessidades pessoais de cada indivíduo, a pessoa tem o poder e direito de escolher qual caminho seguir, como contrapartida o estudo, a fim de aprimorar seu grau de conhecimento e buscar novos rumos no quesito técnico. Sendo assim, para adquirir certo conhecimento educacional e profissional, o indivíduo submete-se ao trabalho e estudo simultaneamente, a fim de suprir ambições pessoais do mesmo. Com este processo simultâneo de estudo e trabalho, o indivíduo está exposto ao desgaste mental, aumentando o número de doenças relacionadas ao estresse e fadiga, conjuntamente à preocupação relacionada às formas de prevenção e cura.

Esta pesquisa foi realizada por meio da metodologia bibliográfica para compreender e investigar sobre a relação da influência da fadiga ao aprendizado educacional, a qual faz parte do desenvolvimento de pessoas e do futuro da nossa sociedade atual.

PROBLEMÁTICA

Devemos levar em consideração que no mundo moderno, o fato de trabalhar e estudar estão se tornando cada vez mais comum, ou seja, é inegável o cansaço ao final do dia, também, devemos nos atentar na realidade das horas dedicadas aos trabalhos acadêmicos fora da sala de aula, que similarmente exigem dedicação.

Vamos salientar que uma pessoa comum, trabalhadora e estudante, tem seu dia iniciado às 6 (seis) horas da manhã, dirige-se até seu emprego e ali passa ao menos 10 (dez) horas por dia, contando com o horário de almoço, depois se desloca até sua faculdade, onde assiste a uma aula com duração de 4 (quatro) horas, mais além, chegando em sua residência, deve realizar trabalhos acadêmicos que lhe custam no mínimo 3 (três) horas, sobram assim, superficialmente, menos de 7 (sete) horas livres, ou seja, destinadas ao descanso.

Optamos por analisar o Centro Universitário de Brusque Unifebe, pois é um local onde agrupa grande número de casos onde estudantes trabalham o dia todo e em seguida vão para a faculdade estudar a fim de melhorar sua vida profissional e pessoal.

Para compreendermos o que realmente provocava a falta de desinteresse dentro de sala de aula, realizamos uma pesquisa com perguntas objetivas, onde trinta e um acadêmicos do período noturno foram entrevistados.

A maioria dos participantes marcaram como principal motivo de desinteresse em sala “o conteúdo”, porém em segundo lugar vem o cansaço, mas como um acadêmico exausto da rotina do dia ainda encontraria forças para se concentrar em uma aula de quatro horas? É exatamente nesse ponto que os professores que lecionam para acadêmicos principalmente do período noturno devem estar preparados, serem compreensivos e encontrar novos métodos para prender a concentração do aluno em sua disciplina, aulas com maior interatividade, aulas práticas, relacionar-se diretamente com o aluno, onde o próprio se sinta uma peça fundamental no decorrer da aula e não excluído, pois quando falamos de esgotamento mental o conteúdo pode ser o melhor, o professor pode ser o melhor, mas se não houver uma interação direta entre aluno e professor a mente não consegue se concentrar, geralmente esse tipo de situação ocorre em aulas teóricas onde o acadêmico não se sente no dever de contribuir na aula, tendo em mente que pode fazer suas próprias escolhas, como dormir, usar o celular, entre outras, interferindo diretamente no desempenho acadêmico.

Muitos alunos não sabem como são preocupantes as consequências do esgotamento mental, tende a tentar encontrar um culpado para sua falta de interesse, seu baixo aprendizado, apontando sempre para o conteúdo, o professor, o ambiente, como temas falhos dentro da instituição, talvez exista pontos a serem melhorados nesses aspectos, mas o problema maior está no próprio aluno, sendo assim para suprir uma rotina que requer muita energia, o indivíduo deve se precaver e cuidar de sua saúde mental, para que assim de conta das atividades do dia a dia, é obvio que a faculdade deve prezar sempre pelos melhores profissionais que estejam preparados para lecionar em um mundo moderno, onde o ser humano não é uma máquina, mas deve se comportar como tal.

Desse modo, fica claro que o fator principal do “tédio ou desinteresse”, não é proveniente diretamente da matéria, também, não é proveniente diretamente do professor, mas sim, provocado pelo esgotamento mental que não é sentimentalismo algum, após um dia intenso de atividades que esgotam o cérebro, ele necessita de um momento para relaxar e não respeitar esse momento pode causar uma série de problemas.

Nosso cérebro depende de grande quantidade química de hormônios e neurotransmissores, como cortisol (um dos grandes responsáveis pela preparação do organismo para enfrentar desafios do dia a dia e das situações de perigo) e noradrenalina (neurotransmissor responsável pela sensação de motivação e também da atenção). Esta composição química é extremamente importante para manter-se dedicado as tarefas destinadas ao esforço mental, como a criatividade, raciocínio, pensamento rápido, trabalho em frente ao computador, entre outras, porém, quando o cérebro é submetido a longos períodos em atividades que exigem esse esforço mental, é evidente que essa demanda química se esgote, provocando consequências imediatas, como a falta de atenção, dificuldade de se concentrar, perda da concentração, desânimo, desinteresse, cansaço e pensamento lento.

De acordo com Codo, Sampaio e Hitomi (1993):

A organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições, emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torná-la mais conforme as suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos, isto é, quando a relação homem-trabalho é bloqueada. (Codo, W.; Sampaio, J.; Hitomi, A. (1993))

Ao ser ignorado os primeiros sintomas do esgotamento mental, a situação se transforma em uma bola de neve, o cansaço apresenta-se no físico, provocando dores de cabeça, problemas gastrointestinais, dores no corpo, entre outros, mais além, pode se alterar para o que chamamos de “Burnout” ou síndrome do esgotamento profissional, definida pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger, que a constatou em si mesmo em 1970, a síndrome ocorre quando o cérebro entra em um processo de falência, não conseguindo mais trabalhar direito, tudo aquilo que você mais amava fazer, não é mais tolerado pelo fato do cérebro se encontrar em seu limite excessivo.

Freudenberger (1974), afirma que:

O Burnout é resultado de esgotamento, decepção e perda de interesse pela atividade de trabalho que surge nas profissões que trabalham em contato direto com pessoas em prestação de serviço como conseqüência desse contato diário no seu trabalho. (Freudenberger, H. J. (1974))

Mesmo que a síndrome esteja diretamente ligada à vida profissional, estudantes e até desempregados podem sofrer deste mal, por conta do estresse e nervosismo, quando a situação chega ao nível crônico deve-se procurar ajuda profissional, para a receita de medicações adequadas para combater o esgotamento, porém quando o esgotamento mental se encontra nos primeiros sintomas, deve-se ter uma alimentação saudável, relaxar antes de dormir tomando algum chá ou banho quente, contar com 8 (oito) horas de sono diariamente, destinar um tempo para diversão ou hobbies, praticar caminhadas ou exercícios físicos, beber muita água e separar um tempo do dia para relaxar a mente. O lazer e o sono são fatores essenciais para amenizar os sintomas. O indivíduo deve sempre relaxar e evitar realizar diversas tarefas simultaneamente, buscando realizar uma atividade por vez. Em alguns casos como a ansiedade, existem medicamentos a qual podem auxiliar no tratamento.

CONCLUSÃO

A partir da finalização desse trabalho, juntamente com o resultado da pesquisa, concluímos que o desinteresse dentro de sala de aula pode ser diminuído se alunos e professores trabalharem juntos para tornar o momento dentro da sala de aula mais produtivo.

Os acadêmicos devem prestar atenção em sua saúde mental, destinar um momento para o relaxamento e seguir hábitos saudáveis, somente assim o cérebro estará pronto para absorver toda a informação passada diariamente, obviamente que em certos dias o cansaço irá superar todos os esforços de se manter concentrado e é nesse momento onde o professor deve perceber e tentar mudar a situação, dando métodos interativos para o aprendizado, como jogos, iniciar um debate com os alunos, mudar o ambiente em formato de círculo para que os acadêmicos possam se olhar, além de grupos de leitura, entre outros.

Isto é, o desinteresse dentro da sala de aula pode ser revertido com atividades e hábitos simples que podem ser implementados em quaisquer universidades, tendo em todo o tempo resultados positivos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Codo, W.; Sampaio, J.; Hitomi, A. (1993). Indivíduo, trabalho e sofrimento. Petrópolis: Vozes.

Freudenberger, H. J. (1974). Staff burn-out. Journal of Social Issues, 30(1):159-165.


Publicado por: Michelly Rosado Prodocimo

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.