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A INFLUÊNCIA DA DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

A influência da didática no ensino superior levando em consideração a urgência em dar um novo significado aos modelos de ensino, uma vez que formas tradicionais deixam de atender às especificidades na atualidade.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

A ampliação do ensino superior tem exigido cada vez mais professores aptos não só na orientação pedagógica em sala de aula, mas também para responder às obrigações curriculares. O objetivo do presente artigo é analisar a influência da didática no ensino superior. Refere-se a uma pesquisa exploratória descritiva que tem como base a pesquisa bibliográfica sobre a temática, com contribuições de autores como LIBÂNEO (1994), ZABALA (2014), VEIGA (1989), entre outros. Buscou-se destacar a importância da didática no ensino-aprendizagem do discente, visto que as abordagens tradicionais repetitivas não atendem às especificidades da coexistência. Concluiu-se a necessidade de reflexão da prática didático-pedagógico do professor diante das demandas da sociedade no presente século, assegurando que o processo de ensino-aprendizagem ocorra com qualidade.

Palavras-chave: Didática. Ensino Superior. Ensino-aprendizagem.

Introdução

A palavra didática tem sua origem do grego didaktiké, comumente traduzida por “técnica ou arte de ensinar”. Trata-se de uma parte da pedagogia que exerce os métodos e técnicas de ensino, com o objetivo de colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica, tendo em vista o favorecimento da composição do conhecimento pelo estudante. Já o didata é o indivíduo que ensina e desenvolve seus métodos refletindo sobre sua práxis numa disciplina específica do conhecimento.

No Brasil, o número de universitários aumentou cerca de 16%, entre 2013 e 2014 no total de alunos novos, passando de 2.211.104 para 2.562.306 indivíduos ingressaram nas Instituições de Ensino (Inep, 2017). Por este motivo, a procura por professores universitários do ensino superior tem crescido nas diversas áreas de competência, uma vez que para o individuo está habilitado para ministrar aulas nesse nível, é necessário no mínimo uma graduação acompanhado de pós-graduação lato sensu[1].

De acordo com Libâneo (1994), no âmbito da Didática, há relações entre os métodos próprios da ciência que auxilia a matéria de ensino e os métodos de ensino. Sendo assim, é possível perceber a necessidade de por em prática a didática no ensino superior, pois, dominar a disciplina, e não saber passar para o aluno, não é suficiente. Isso acontece porque muitos deixam de utilizar os métodos didáticos certos para facilitar a compreensão dos educandos.

Sob essa perspectiva, o presente artigo procura responder a seguinte questão: de que forma a didática pode influenciar o professor universitário, utilizando a mesma como parte facilitadora do processo ensino-aprendizagem? O objetivo é analisar a influência da didática no ensino superior levando em consideração a urgência em dar um novo significado aos modelos de ensino, uma vez que formas tradicionais deixam de atender às especificidades na atualidade.

Para isto, foi utilizada como recurso metodológico, uma pesquisa exploratória descritiva que tem como base a pesquisa bibliográfica sobre o assunto, desenvolvida a partir da análise meticulosa de materiais já publicados artigos científica divulgados no meio eletrônico e na literatura.

Desenvolvimento

Por muito tempo a didática fundamentou-se nos estudos da filosofia, difundindo-se especialmente através educador Jan Amos Komenský, mais conhecido como Comenius, que escreveu um livro intitulado como ‘Didacta Magna’, publicado no século XVII. Outros autores como Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Jean Jacques Rousseau (1712-17778), argumentaram sobre a temática.

No início do século XX a didática acabou beneficiando-se de subsídios expressivos de outras ciências como a Psicologia, estimulando várias ações de mudanças na reforma escolar que reconheciam que a didática tradicional não trazia o sucesso esperado e passavam a buscar uma educação que levasse em consideração as perspectivas psicológicas em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, a didática passou a assumir um parecer que enfatizava não apenas a elaboração de planos de ensino e objetivos, como também a escolha de conteúdos e técnicas de ensino, equivocando-se com o método de ensino.

O significado básico da didática tem recebido muitas críticas dos educadores da didática crítico-social dos conteúdos, uma vez que estes afirmam que é essencial instaurar um projeto de sociedade que considere a educação como parte transformadora da realidade e, portanto uma proposta pedagógica que ofereça meios para que o discente atue como indivíduo agente de mudança. Sobre esse ponto de vista, Libâneo (2001) afirma que o aluno vive em uma sociedade decisiva, que participa de um grupo sociocultural determinado, e tal situação intervém na sua capacidade de aprender.

Um bom docente anseia ter uma boa didática precisa aprender diariamente a lidar com as particularidades dos educandos, sua linguagem, percepções e seus hábitos de vida. Caso não esteja disposto, não será capaz de estabelecer problemas, desafios, questões relacionadas com conteúdo.

Sendo assim, o papel do professor é o de planejar, apurar e preparar os conteúdos, organizar tarefas, criar condições de estudo, isto é, o professor conduz as atividades de aprendizagem dos alunos com a finalidade de que estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem. Não existe ensino genuíno se o discente não desenvolve sua capacidade e habilidade metal, se não assimilam ativa e pessoalmente os conhecimentos ou se não conseguem aplicá-los, quer nos exercícios e verificações realizados em classe, ou na prática da vida (GIL, 2008, p. 14 apud, LIBÂNEO, 1994).

A didática é um dos instrumentos fundamentais para a formação do professor, visto que os princípios necessários para a prática estão fundamentados nela. Para Libâneo (1990), a didática discute sobre a teoria geral do ensino. De forma que como disciplina é compreendida como um estudo ordenado, intencional, de investigação e prática.

É importante analisar o objeto de estudo no campo da pedagogia, no que se refere à formação de professores, é o ensino. Sendo assim, ressalta-se que o novo significado para a didática mostra o ensino como resultado das mudanças que têm desafiado o ato de ensinar. Pimenta et al (2013) afirma ser necessário um esforço em conjunto dos professores e pesquisadores com o objetivo  de efetivarem pesquisas e análises ligadas ao fenômeno educativo de ensinar, para obterem um significado científico voltado para a educação como participante da elaboração de uma sociedade mais justa e igualitária.

A prática da didática tradicional caracteriza-se por aulas transmitidas pelo docente e na memorização por parte dos alunos. O professor analisa rigidamente se o discente reproduziu os conteúdos expostos na sala de aula, utilizando poucos meios avaliativos, enquanto o aluno memoriza sem refletir no que foi passado. Por mais que o tradicionalismo não combine com as ideias contemporâneas, percebe-se que é comum encontrar professores universitários com tal prática, em razão dos métodos tradicionais a que foram sujeitados no decorrer da sua formação acadêmica.

A didática está relacionada com a pesquisa e a experiência que o professor tem na escola. Ou seja, a prática do professor é essencial para a formação do saber didático e para a competência profissional do educador. Sobre esta linha de pensamento Pimenta et al (2013, p. 147), entende que:

[...] Nas práticas docentes estão contidos elementos extremamente importantes, tais como a problematização, a intencionalidade para encontrar soluções, o alargamento de visão, a experimentação metodológica, o enfrentamento de situações de ensino complexas, as tentativas mais radicais, mais ricas e mais sugestivas de uma didática inovadora, que ainda não está configurada teoricamente.

Por isso, estudar este fenômeno no Ensino Superior vai muito mais além do que reunir inúmeras informações sobre métodos e práticas no processo de ensino-aprendizagem. É preciso fazer com que o sujeito se envolva no processo de formação, sendo capaz de questionar, criticar e refletir sobre os conhecimentos passados a ele no decorrer do mesmo.

Segundo Penna, a prática permanente do professor universitário resfolga sobre três fatores, são eles: os conhecimentos específicos referentes à matéria; suas habilidades pedagógicas e à sua motivação. Ele explica:

As habilidades pedagógicas do professor universitário não têm sido devidamente consideradas ao longo da história desse nível de ensino. [...] Dessa forma, o desenvolvimento de habilidades pedagógicas dos professores universitários costuma dar-se por meio de cursos específicos ou de leituras desenvolvidas individualmente. Muitos professores também conseguem, por meio da intuição e da experiência, obter altos níveis de capacitação pedagógica. Outros, no entanto, tendem a permanecer carentes de habilidades pedagógicas ao longo de toda a sua vida acadêmica. (PENNA, 2010, p.18).

À medida que o docente sente-se motivado para ensinar e expressa sua satisfação com a disciplina, desenvolve-se um ambiente mais propício para a aprendizagem. Considerando que tal motivação não dependa tanto do salário ou das condições de ensino, mas de como o educador se sente responsável pelo aprendizado dos discentes e o quanto sua missão é desafiante e ao mesmo tempo gratificante.

Atualmente, torna-se necessário que os educadores tenham características distintas daquelas tidas como indispensáveis no passado. É preciso professores competentes para resolver eficazmente situações relacionadas com o meio sociocultural, resultado do aprendizado construído por eles. Tais competências só são confirmadas por meio do aprendizado que ocorrem diferente e paulatinamente em cada pessoa. Ou seja, para que o docente desenvolva as competências, é preciso aprendê-las.

Os conhecimentos técnicos não se resumem apenas na graduação do professor, é preciso que os educadores busquem atualizar-se em cursos de aperfeiçoamento, seminários e eventos, por exemplo. É necessário que este tenha uma visão de futuro; preparado para mudanças tecnológicas e sociais, sendo capaz de determinar o agente influenciador na formação de um futuro profissional. Sendo assim, o professor precisa ser um mediador do processo de ensino-aprendizagem, colaborando para que o aluno alcance seus objetivos.

É preciso professores que se preocupam em como o discente está aprendendo, não se delimitando apenas no ensinar, buscando meios pelos quais os alunos aprendam a aprender, ajudando-os a tornarem-se críticos e criativos. Um professor que seja reflexivo e se envolva com a profissão. Um dos maiores desafios hoje é converter a aula em um público que construa saberes essenciais para seus estudos e suas experiências.

Sem dúvidas, a didática no ensino superior é desafiadora, levando em consideração a prática reduzida do professor no tocante às questões pedagógicas e as primeiras noções que as faculdades oferecem nesta área. Além disso, as particularidades de experiências relacionadas com o aluno adulto nos levam a constante reflexão sobre a eficácia didática do professor com relação ao ensino. Entretanto, mesmo em meio às dificuldades, o professor desenvolve o papel principal na capacitação dos futuros profissionais.

Além de a prática didática ser um instrumento pedagógico, ela precisa ser vivida pelos docentes. Ou seja, sua utilização no meio social e educacional é imprescindível para que a educação seja assegurada.

Conclusão

Analisando a didática como campo específico de conhecimento, conclui-se que a mesma tem um dever social de seguir e meditar nas mudanças que acontecem no mundo e trazer respostas para a ressignificação dos processos de ensino tendo em vista a aprendizagem do discente. Certifica-se a influência da didática no ensino superior, sendo preciso não apenas o educador dominar a disciplina, mas ter didática ao repassar seus conhecimentos para que assim, o discente tenha um bom aprendizado.

É essencial que o indivíduo responsável pela aprendizagem olhe para a sua prática e para as características que determinam o meio social em que está inserida. Que esteja apto para encarar os deveres éticos do ofício, sendo capaz de expandir o senso de responsabilidade e solidariedade.

É preciso ter uma reflexão permanente deste assunto para inclusão de uma prática esteja relacionado com o projeto educativo sugerido pelo, meio em que está inserido. Cabe ao educador elaborar planejadamente ações didáticas que condizem com a propagação da faculdade ou universidade em que está inserido, com o objetivo de trazer melhorias para o processo de ensino-aprendizagem.

É de fundamental importância que o educador procure métodos de ensino que considere as perspectivas pertencentes à educação de adultos, conduzindo-os no processo de aprendizagem destes. Sendo assim, o docente deve usar a didática de maneira que o facilite neste processo, adotando uma posição dialogal sustentada por técnicas de ensino que facilite a formação do conhecimento do discente.

A didática é indispensável para a formação de um bom docente, tanto para sua adaptação em sala de aula, quanto para a boa compreensão do discente e o conhecimento que um e outro obterão.  Confirma-se a didática como meio que assegure a amplitude no atendimento pedagógico.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 48.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014.

GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2008.

INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Inep divulga indicadores de qualidade da Educação Superior 2015. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-indicadores-de-qualidade-da-educacao-superior-20-1/21206. Acessado em: 05 de Julho de 2017.

PENNA, Adriana Maria. Didática do Ensino Superior. Belo Horizonte: Ed. Do Instituto Brasileiro de Ensino, 2010.

PIMENTA, Selma Garrido et al. A construção da didática no GT Didática: análise de seus referenciais. Revista Brasileira de Educação, v.18, p. 143-162, 2013.

SANTO, Eniel do Espírito; LUZ, Luiz S. C. Didática no Ensino Superior: perspectivas e desafios. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/2201. Acessado em: 24 de maio de 2017.

SILVA, Regina Nogueira; BORBA, Ernesto Oliveira. A importância da didática no Ensino Superior. Disponível em: http://www.ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/11/10/outros/75a110bfebd8a88954e5f511ca9bdf8c.pdf. Acessado em 24 de maio de 2017.

SILVA, Vanderlane Francisco. A importância da didática no Ensino Superior. Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-didatica-no-ensino-superior.htm. Acessado em: 24 de maio de 2017.

VEIGA, Ilma A. P. A prática pedagógica do professor de didática. 11. Ed. Campinas, SP: Papirus, 1989.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Penso 2014.


[1] De acordo com a Legislação Brasileira, os cursos de pós-graduação são subdivididos em Stricto Sensu, destinados à formação e mestres e doutores, e Lato Sensu, cursos de especialização em certa área do saber, sendo a carga horária mínima de 360h.


Publicado por: Dâmaris Rodrigues de Souza

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