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A importância da leitura dentro da sala de aula no processo de Alfabetização

Na busca da formação de leitores pode haver métodos falhos de incentivo, como é o caso da leitura por recalque ou leitura por obrigação que, ao invés de apresentar a cultura do livro para o aluno, pode traumatizá-lo quando feita de maneira desconexa com o contexto social.

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RESUMO

Sabe-se que a leitura, durante o processo de alfabetização é capaz de oportunizar uma escrita melhor e uma ampliação de vocabulário, dentre diversas outras vantagens. Entretanto, em alguns momentos dentro da sala de aula, o professor obriga seus alunos a realizarem determinada leitura, tratando-a como obrigatória, o que pode fazer com que o aluno perca o gosto pela mesma e, tampouco, possa realizar as atividades propostas corretamente. O presente artigo trata das consequências causadas pela leitura obrigatória, fazendo um paralelo entre esse hábito e sua origem, a crise na leitura. Pode-se pensar que a leitura de recalque faz com que o leitor não sinta interesse pelo que foi mandado ler e passe a ter essa prática como vilã, o que não deve ser desconsiderado. Porém, aqui será abordado o porquê o educando é “forçado” a ler, julgando a já existência da crise. Criou-se uma cultura em que o valor social da leitura é menosprezado, fazendo com que mais crianças cresçam desestimuladas a ler e, quando chegam à escola, fase de aprender, não se adaptam com a forma com que é trabalhado esse hábito. Nesse momento de “apresentação” entre o aluno e o livro, o professor tem papel importante, pois é através de sua forma de trabalhar com a leitura que poderá ou não criar um novo leitor. Tal artigo possui caráter teórico e tem como base principal a teoria dos autores Silva (1995) e Zilberman (1985) e objetiva mostrar, de maneira breve, alguns aspectos que tornam a leitura tão importante dentro da sala de aula e seus reflexos no processo de alfabetização.

Palavras-chave: Alfabetização; Ensino; Leitura.

ABSTRACT

It is known that reading, during the process of literacy, can improve writing and vocabulary abilities, among various other advantages. However, at times within the classroom, the teacher requires students to perform certain reading, treating it as mandatory, which may cause the student to lose taste for it and, either, can perform the proposed activities properly . The article discusses the consequences caused by the obligatory reading, drawing a parallel between this habit and its origin, the crisis in reading. One might think that reading repression makes the reader feel no interest in what was sent to have read and pass this practice as a villain, which should not be disregarded. But here is discussed why the student is "forced" to read, judging the existence already of crisis. Created a culture where the social value of reading is disregarded, causing more children to read and grow discouraged when they come to school, for learning, do not fit with the way that this habit works. In that moment of "presentation" between the student and the book, the teacher plays an important role, because it is through their way of working with the reading that may or may not create a new reader. This article has a theoretical character and is mainly based on the theory of the authors Silva (1995) and Zilberman (1985) and aims to show, briefly, some aspects that make reading so important in the lecture room and its reflections on the process literacy.

Keywords: Literacy; education; Reading.

INTRODUÇÃO

O hábito da leitura tem se tornado raro em nossa realidade. Alunos não leem ou tem pouco interesse nos livros e são apontados como principais culpados os avanços tecnológicos que, em tese, são mais atraentes e práticos.

Na busca da formação de leitores pode haver métodos falhos de incentivo, como é o caso da leitura por recalque ou leitura por obrigação que, ao invés de apresentar a cultura do livro para o aluno, pode traumatizá-lo quando feita de maneira desconexa com o contexto social.

Através da autonomia dada ao professor de língua portuguesa, pode-se ter formas mais atraentes de se introduzir o aluno no mundo da leitura, não necessitando se utilizar a obrigação, por exemplo, por mais necessária e obrigatória que seja determinada atividade, cabe ao professor formular sua aula para que a leitura possa parecer agradável para seus alunos, tornando a atividade, tanto da escrita quanto da leitura, verdadeiramente prazerosas.

Baseado, principalmente nos autores Ezequiel Theodoro da Silva (1995) e Regina Zilberman (org./1985), O presente artigo busca mostrar o valor da leitura dentro das salas de aula, principalmente sua forma obrigatória, será exposto aqui como a mesma é feita e seus possíveis resultados, além de mostrar sua grande importância durante o processo de alfabetização dos alunos, bem como esclarecer o fenômeno da crise na leitura.

CRISE NA LEITURA

A crise que é percebida na leitura não é um fenômeno atual, segundo Ezequiel Theodoro da Silva:

A crise da leitura em nosso país deve ser inserida, para efeito de compreensão, no quadro maior da crise sócio-econômica brasileira – quadro esse facilmente percebido, recorrentemente denunciado e sacrificadamente vivido pelo nosso povo, nestes últimos 25 anos. Por outro lado, a crise da leitura não deve ser tomada como um fenômeno desta década ou mesmo deste século, à medida em que sempre houve, desde o período colonial, discriminação e marginalização no processo de formação de leitores. Assim, seria melhor falarmos de um movimento acelerado em direção a um abismo social, que agudiza uma crise que sempre existiu neste país e que, dentro de novas condições econômicas e sociais, permeadas por um clima mais saudável de liberdade de expressão, permite ser pública – e criticamente analisada (SILVA, 1995, p. 43).

Silva (1995) defende que as origens da crise “não estão vinculadas à presença e influência da televisão na sociedade brasileira, como parece explicar o senso comum (1995, p. 43)”. Contudo, vale frisar que, para Zilberman (1985, p. 11) “(...) a crise na leitura tem sido interpretada também como uma crise da escola”. E, “(...) para muita gente, ‘ir à escola’ ainda é sinônimo de ‘aprender a ler e escrever (...)” (SILVA, 1998; p. 03).

Embora se defenda aqui que a falta de interesse na leitura não é causada pelos avanços tecnológicos e sua acessibilidade, é necessário considerar a opinião de Alliende e Condemarín, quando mencionam que:

Sem duvida, a irrupção dos meios de comunicação de massa baseados na imagem e na linguagem oral (rádio, cinema, televisão, histórias em quadrinhos) e o surgimento dos meios informáticos de busca e registro da informação significam uma claríssima mudança na situação e na função da leitura no mundo contemporâneo. (ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p. 11).

Pois, sabe-se que esses fatores, embora não sejam causadores dessa crise, contribuem para seu agravamento.

Então, como surgiu essa crise? Silva defende que ela vem “(1.º) da participação desigual das classes sociais no que tange ao acesso e à fruição dos conhecimentos veiculados pela escrita e (2.º) das formas arbitrárias de se conceber e de se produzir a leitura (SILVA, 1995, p. 44)”, ainda considera que:

O agravamento das contradições do capitalismo dependente, a erosão paulatina do sistema cultural burguês e, principalmente, o avanço da consciência política e dos movimentos democráticos em nosso país – todo esse conjunto de condições nos tem permitido verificar que a leitura assim como outras práticas de cunho social e comunicacional sempre estiveram submetidas à política de reprodução do sistema de privilégios, onipresente e enraizada na estrutura social brasileira ao longo dos tempos. (SILVA, 1995, p. 44).

Segundo Ezequiel Theodoro da Silva, um dos fatores que levou à crise na leitura é o interesse que o sistema dominante tem de manipular a consciência dos fatos sociais por parte do povo (1983, p. 36).

Sendo assim, explorando a lógica de que o governo, visando benefício próprio, está contra a leitura, pergunta-se a quem cabe o papel de ensinar e desenvolver essa prática.

Para Cattani e Aguiar "[...] cabe à escola a formação e o desenvolvimento do hábito de leitura, e seu papel é tão mais amplo quanto mais restrito for o da família, condicionada a problemas sócio-econômicos" (1985, p. 24). Dessa forma fica claro que quando colocam o ensino à prática da leitura como papel da escola, mas, além disso, papel da família, pois é essa entidade que deve formar as bases culturais principais desde os primeiros momentos da criança.

Para Silva,

O abismo que separa a criança brasileira do livro fica ainda melhor delineado quando enfocamos o fator ‘escola’. (...) a escola é um organismo de máxima importância para a formação do leitor, principalmente porque trabalha com o registro verbal escrito da cultura. Entretanto, devido às circunstâncias concretas para a efetivação do ensino, a educação escolarizada fracassa em sua responsabilidade de formar leitores. Além do próprio desprestigio social do saber, patenteado mais visivelmente pelos constantes cortes de verbas para a educação e pelo desrespeito ao trabalho dos educadores, a leitura escolar na maioria das vezes é encaminhada de forma acrítica e ilegítima. A começar pela inexistência de bibliotecas e bibliotecários escolares, ainda enfrentamos problemas relacionados com o preparo profissional dos professores para o ensino e orientação  da leitura. Nesses termos, o planejamento da leitura, quando é pensado pelos educadores, segue a linha do casuísmo, da não-sequênciação, da não-integração – resulta que no ambiente da escola o valor do estímulo sócio-cultural do ‘livro’ perde em qualidade, transformando-se em algo aversivo, ‘chato’, ou ‘que não leva a nada’. (SILVA, 1997, p. 95)

Para Alliende e Condemarín, “Fora da escola, o hábito da leitura de livros, especialmente literários e científicos, decresce de forma notável (2005:11)”. Percebe-se então uma tendência, partindo para o senso comum, de que é no ambiente escolar que a leitura deve ser incentivada e ensinada, logo, esse fator passa a ser visto como papel do professor.

LEITURA POR OBRIGAÇÃO

Considerando a importância da escola na formação e manutenção de leitores frente essa crise, as atitudes e iniciativas dos docentes são essenciais. Mas, quando o professor adota o método de recomendar uma leitura e estipular pontuação para ela, por exemplo, obrigando seu aluno a realizar a atividade, ele pode se decepcionar, pois o que era para ser incentivo, torna-se uma prática frustrante ao aprendiz, que recusa o “estimulo”, negando-se a ler.

Para Gentile e McMillan (1977: s/p. Apud ALLIENDE; CONDEMARÍN, 2005, p. 173), os adolescentes rejeitam a leitura por que:

Associam a leitura a fracasso e nunca têm experiências agradáveis em relação a ela. As ideias apresentadas nos livros não os estimulam. São incapazes de “permanecer sentados” todo o tempo que uma leitura contínua exige. Estão muito preocupados com eles mesmos, e a leitura os descentra. A pressão para que leiam, proveniente da escola ou da família, provoca resistência. A televisão constitui um competidos poderoso pelo tempo livre dos adolescentes (MCMILLAN, 2005, p. 173).

O professor possui autonomia para aplicar sua aula, podendo assim fazer sua escolha pelo método a ser utilizado, entretanto,

Ter autonomia não significa desvincular-se do conjunto de normas educacionais básicas, mas criar os melhores meios de aplicá-las. A escola que a sociedade democrática requer é aquela capaz de implementar o seu próprio projeto pedagógico, elaborado coletivamente, devidamente atualizado, divulgado e avaliado por todos os interessados. Isso pressupõe competência, seriedade, comprometimento e rigor. (VILLAS BOAS 2002, apud CERQUEIRA, 2006: s/p).

A partir dessa liberdade do professor, pode-se escolher a melhor maneira de se trabalhar com a leitura. Cabe completamente ao professor, utilizar de metodologias e práticas que instiguem, ainda mais a leitura para seus alunos, principalmente na etapa de alfabetização, onde a leitura de imagens é fortemente aplicada no contexto escolar da criança.

A leitura em sala de aula pode ser considerada e taxada da seguinte maneira:

(...) ocupa, sem duvida, um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso porque a escola é, hoje e desde há muito tempo, a principal instituição responsável pela preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita, utilizando-se primordialmente de registros verbais escritos (textos) em suas práticas de criação e recriação de conhecimentos. Mais especificamente, a leitura, enquanto um modo peculiar de interação discursivos escolares, independentemente da disciplina ou área de conteúdo. (SILVA, 1995, p. 16).

Considerando agora o espaço que a leitura tem na aprendizagem do aluno, Zilberman defende que:

A área da leitura ocupa, no encadeamento anual da aprendizagem, um lugar de destaque. Resultado da alfabetização, sua prática ocupa toda a carreira escolar do aluno, uma vez que não é reduto exclusivo da disciplina de comunicação e expressão. Com efeito, a leitura, se é estimulada e exercitada com maior atenção pelos professores de língua e literatura, intervém em todos seus setores intelectuais que dependem, para sua difusão, do livro, repercutindo especialmente na manifestação escrita e oral do estudante, isto é, na organização formal de seu raciocínio e expressão. Por isso, da consolidação ou não de sua prática advém uma série de consequências, as quais envolvem tanto o domínio cognitivo do aluno, como suas emoções e preferências, já que o livro, quando de ficção ou poesia, entra em sintonia com sentidos múltiplos na intimidade de cada indivíduo (ZILBERMAN, 1985).

Percebe-se assim o quão importante é se trabalhar com o hábito da leitura no ambiente escolar. Porém, como já mencionado, não se pode tratar essa prática de qualquer forma.

O professor é, muitas vezes, o primeiro a apresentar um livro ao seu educando e, é nesse primeiro contato com o material que surgem alguns conceitos que poderão acompanhar o aluno, por isso, percebe-se a necessidade que se tem de utilizar uma metodologia para incentivar o aprendiz, não o afastando desse hábito.

O modo como o educador aborda o assunto do livro e sua opção pode interferir diretamente na forma como seu aluno irá reagir, podendo aceitar ou não a escolha. Se esse aluno se sentir obrigado a realizar determinada lição, pode adquirir certa aversão a essa leitura, diminuindo assim a chance de se tornar um leitor independente, crítico.

Acreditando existir a obrigação de ler no âmbito escolar, não se deve desconsiderar a opinião de diversos professores que passam por dezenas de percalços ao longo do dia dentro de uma sala de aula, pois incentivar a leitura não trata-se de uma tarefa árdua. Para alguns professores, a leitura obrigatória não existe, pois, alguns acreditam que se o aluno não quer ler, ele não o fará de forma alguma. Ou seja, o aluno pode começar a ler um livro porque o professor "obrigou", mas só continuará a leitura se for envolvido pelo enredo ou se gostar do estilo do autor.

Dessa forma, é possível concluir que O processo de leitura deve ser introduzido com certa cautela. Os professores devem ter essa noção para não “sobrecarregarem” seus alunos com leituras que sejam consideradas "difíceis". Mas, principalmente: o educador deve se ater ao seu público leitor e reservar leituras (em um primeiro momento) que agrade seus alunos e que possam parecer prazerosas para que as realiza.

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DENTRO DA SALA DE AULA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Quando o assunto é leitura, pensamos primeiramente em nossa “leitura de mundo”, pois é esta que nos leva até os mais difíceis livros científicos. Nossa curiosidade quando aprendemos as primeiras letras e formamos as primeiras palavras, a dificuldade de se entender certas coisas, por exemplo, quando somos crianças, saímos pela rua perguntando o “porque disso” e o “porque daquilo”, nos leva a querer conhecer mais o mundo, aonde a leitura é a principal ferramenta.

É através da leitura que temos oportunidade não só de conhecer outras realidades, mas também de aumentar nossa capacidade intelectual, desde que a leitura não seja apenas “um ato de ler” e sim, que a mesma tenha caráter crítico capaz de nos fazer pensar e interpretar e não apenas decodificar códigos.

Com um bom incentivo podemos descobrir da melhor forma possível, o mundo das letras, e só com a total compreensão do texto que podemos sair do real e transpassar ao ilusório, chegando ao prazer de uma leitura. Pois a mesma não é apenas narrações da realidade, ela também é ficção, magia, arte, cultura, entre outros gêneros relacionados à literatura universal.

Mesmo com o avanço da tecnologia, com as novidades que nos trazem praticidade, o livro continua sendo, tanto para uma pesquisa, quanto para distração, uma fonte “segura” de garantias. Tendo perdido um pouco de seu prestigio para a internet e para os diversos meios tecnológicos existentes, os livros ainda fazem parte das diversas prateleiras das bibliotecas de escolas públicas e lá estão esperando apenas que o antigo hábito de ler volte às escolas, não apenas como didática, mas também como incentivo aos futuros leitores, e não mais como meros “ledores”.

Diante disso, entende-se que o livro, mesmo sendo um pouco esquecido nos dias atuais, ainda mantém sua real importância, pois, por mais tecnologia que exista e facilidades oferecidas pelos meios midiáticos, o livro ainda é considerado um dos meios mais seguros de pesquisa e esse "respeito" pelos livros devem ser inseridos dentro da sala de aula desde os primeiros anos de ensino.

Desta feita, fica ainda mais claro o fato de que a leitura deva fazer parte do cotidiano escolar do aluno desde as séries iniciais e, para tanto, inserir a leitura no processo de alfabetização é extremamente necessário:

(...) uma vez que a leitura é abordada como uma forma de situar o indivíduo no corpo social, despertando neste a consciência de seu papel na sociedade enquanto ser participativo e crítico diante da realidade que o cerca. Nesse contexto, a leitura poderá facilitar o processo de alfabetização, utilizando para isso, variados espaços e recursos, facilitando a expansão de atividades e promovendo o engajamento dos educandos nesse processo (ANJOS, 2012, p. 01).

Desse modo, a leitura passa a ser importante não só na vida escolar do aluno, como também em sua futura vida adulta, pois, através dela, ele poderá aprimorar seu vocabulário e poder realizar visões mais críticas relacionadas a diversos temas da sociedade em que ele vive, pois,

(...) suscita-se a importância da leitura no processo de alfabetização, uma vez que é nas séries iniciais que do ensino fundamental que se introduz o educando no mundo da leitura. É durante a alfabetização que os educandos aprendem a ler e a escrever, tendo essas habilidades trabalhadas e consolidadas ao longo da vida escolar (ANJOS, 2012, p. 01).

É importante salientar que, como dito anteriormente, a leitura acarretará em diversas vantagens ao longo da vida do aluno, não apenas no período em que estiver frequentando uma sala de aula. Entretanto, é nesse momento, quando o aluno está inserido no contexto escolar, que o incentivo pela leitura deve ser trabalhado com maior ênfase e atenção, principalmente, durante o processo de alfabetização.

Ademais, como já foi citado, o professor é colocado como o principal responsável por esses primeiros incentivos à pratica da leitura, embora essa "carga" não venha a competir diretamente a ele. Contudo, cabe ao mestre fazer com que seus alunos possam vir a gostar de ler desde os primeiros momentos que estiverem frequentando uma escola: "O professor deve se posicionar em seu papel de intelectual transformador e elaborar meios de despertar o interesse dos educandos pela leitura, só assim poderá contribuir para a construção de uma sociedade leitora" (ANJOS, 2012, p. 02).

Entretanto, com tantos projetos e propostas relacionadas à leitura, é possível destacar que nos dias atuais, ela não é mais vista como algo considerado desagradável, nem tampouco deixada de lado pelos educadores. Atualmente, a leitura já passou a ser vista de maneiras diferentes, o que faz com que sua importância esteja sendo cada vez mais notada e realizada dentro das salas de aula:

 A leitura feita pelo professor alcançou o "horário nobre" em muitas salas de aula e hoje não é mais vista como uma atividade sem grande importância, que é realizada se sobrar um tempinho no final do dia, ou ainda para que seja feita outra atividade com base nela. A leitura está se tornando uma atividade central da aula, ocorre diariamente e, com isso, os professores tem mostrado aos alunos sua importância. As crianças podem conhecer diversos gêneros textuais, escritores e suas obras, valorizar diferentes estilos e apreciar textos de qualidade, previamente selecionados pelo professor, que compartilha com elas os critérios de sua escolha (PEREIRA, 2014, p. 01).

E, especialmente, ao que concerne no processo de alfabetização, a relevância da leitura não é classificada de maneira diferente; ela continua sendo primordial para a aprendizagem e formação de palavras e de aprimoramentos na escrita, pois é a partir dela que o aluno pode ocupar seu espaço na sociedade em que vive de forma autônoma e não alienadamente: "a leitura engloba não só metodologias no âmbito escolar, mas faz parte do universo social na vida da criança de hoje e do cidadão de amanhã, que irá ocupar seu espaço na sociedade, de forma autônoma e crítica diante da realidade" (ANJOS, 2012, p. 02).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a formação de um leitor consciente é necessário que o mesmo tenha uma boa relação com os livros. Esse processo de apresentação do livro ao aluno geralmente acontece no ambiente escolar, pelo professor de língua portuguesa e, muitas vezes - algumas delas sem perceber - o professor obriga seu aluno a ler determinado conteúdo que não irá agradá-lo em um primeiro momento.

A leitura obrigatória é um método arriscado de introduzir essa prática na vida discente, não se deve desconsiderar que ela pode ser útil na apresentação de um material ao aprendiz, que posteriormente pode adquirir o gosto pelo que lhe foi mandado ler. Porém, essa forma de lição, em que o aluno deve ler algo para depois ser cobrado de algum modo também pode traumatizá-lo, fazendo com que o próprio leitor se prive de outras leituras.

O professor tem certa autonomia para enfrentar a crise na leitura, a forma como irá solicitá-la de seu educando é particular, mas deve ser bem pensada, pois em muitos casos o leitor se identifica no livro, no que lhe foi mandado ler. Esse hábito deve estar ligado e ser coerente com a realidade social e cultural de cada pessoa, pois como dito durante o presente artigo, a leitura deve fazer parte da vida do indivíduo desde os seus primeiros momentos nas séries inicias até o restante de sua vida.

Dessa forma, fica ainda mais clara a relevância que a leitura possui desde os primeiros momentos do processo de alfabetização até o restante da vida cotidiana e social de seus leitores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALLIENDE, Felipe; CONDEMARÍN, Mabel. A leitura teoria, avaliação e desenvolvimento. 8ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

ANJOS, Luciana Moreira dos; BARBOSA, Aline; FERREIRA, Francine Veloso. A importância da leitura no processo de alfabetização e o uso da biblioteca como espaço de construção do encanto pelo ato de ler. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.40.pdf. Aceso em 30 de julho de 2014.

GENTILE; MCMILLAN apud ALLIENDE, Felipe; CONDEMARÍN, Mabel. A leitura teoria, avaliação e desenvolvimento. 8ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2005

PEREIRA, Valquíria. A importância da leitura em sala de aula para a fluência leitora. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/importancia-leitura-sala-aula-fluencia-leitora-748409.shtml. Acesso em: 30 de julho de 2014.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. A produção da leitura na escola. São Paulo: Ática, 1995.                                                                                                                    

_____. Elementos de pedagogia da leitura. 3ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

_____. Leitura na escola e na biblioteca. 5ª Ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.                                                                                                                    

_____. Leitura e realidade brasileira. 5ª Ed. Porto Alegre: mercado Aberto, 1997.

VILLAS BOAS apud CERQUEIRA, Teresa Cristina Siqueira. O professor em sala de aula: reflexão sobre os estilos de aprendizagem e a escuta sensível. In.: Psic: revista da Vetor, Editora. São Paulo: 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S167673142006000100005&script=sci_arttext. Acesso em: 30 de julho de 2014.
 


Por Tatiana da Silva Schmitz1 e Janete Ritter2
1
Aluna do curso de especialização (Lato Sensu) em Educação Infantil e Alfabetização.
2Mestre em educação, professora orientadora.


Publicado por: Tatiana Schmitz da Silva

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