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A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

Confira aqui um artigo que apresenta através de revisão bibliográfica a importância da didática no ensino superior.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Esse artigo visa mostrar através de revisão bibliográfica a importância da didática no ensino superior e que não basta somente o educador ter domínio da disciplina a ser lecionada, mas que também necessita ter didática para transmitir seus conhecimentos de forma clara e sucinta para o bom aprendizado do aluno. Sendo assim as universidades e faculdades de ensino superior devem ficar atentos a esses requisitos (domínio da disciplina a ser lecionada e boa didática) para que ao haver contratação do corpo docente se contrate professores adequados para lecionar. A didática é necessária para a formação de um bom professor, para sua aplicação em sala de aula, para o entendimento do aluno e para o rico conhecimento que ambos adquirirão.

Palavras Chave:

Didática; Ensino Superior; Importância da Didática.

ABSTRACT

This article aims to show through literature review the importance of teaching in higher education and not only just the teacher to master the discipline to be taught but also need to have teaching to transmit their knowledge clearly and succinctly for good student learning. Therefore universities and higher education colleges should be aware of these requirements (field of discipline to be taught and good teaching) so to be hiring faculty to hire appropriate teachers to teach. The teaching is necessary for the formation of a good teacher, for its application in the classroom, for student understanding and rich knowledge that both acquire.

Keywords:

Didactics; Higher education; Importance of Teaching.

1. INTRODUÇÃO

A palavra didática origina-se do grego didaktiké, usualmente traduzida por “arte de ensinar”. A didática pode ser definida como um conjunto de atividades organizadas pelo docente visando o favorecimento da construção do conhecimento pelo estudante. O didata é o profissional de ensino que tanto desenvolve como reflete sobre sua prática numa disciplina específica (FIORE FERRARI; LEYMONIÉ SÁEN, 2007). A didática foi entendida durante séculos como técnicas e métodos de ensino. Os elementos da ação da didática constituem tradicionalmente em: Professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégicas metodológicas (PACIEVITCH, [S.D.]).

LIBÂNEO (1990, p.25), denomina didática como “teoria do ensino” por investigar os fundamentos, condições e formas de ensino. Ainda segundo LIBÂNEO:

“A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino (1990, p. 26).”

PACIEVITCH ([s.d.]), afirma que a disciplina da didática deve desenvolver nos professores a capacidade crítica, para que analisem a realidade do ensino. Um dos desafios da didática é articular os conhecimentos adquiridos sobre o como, para quem, o que e por que ensinar. LIBÂNEO (1990) diz que a didática é:

“Uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através de seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento numa teoria da educação formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores”.

Esse mesmo autor ainda diz que a didática “investiga as condições e formas que vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais) condicionantes das relações entre docência e aprendizagem” (p. 52).

Os autores Fiore Ferrari e Leymonié Sáen (2007), propõem que o campo da didática compreenda três dimensões distintas que são: o estudante, os culturais e o docente e que o estudo dessas dimensões nos ajuda a conhecer melhor os processos de aprendizagem dos estudantes e os de ensino dos docentes.

Por muito tempo no âmbito do Ensino Superior prevaleceu que para se capacitar um professor, seria necessário dispor de boa comunicação e vasto conhecimento relacionado à disciplina que pretendesse lecionar (BORBA; SILVA, [S.D.]). Esses mesmos autores tem como fundamento justificativo dessa afirmação o fato de que o corpo discente das escolas superiores é constituído por adultos e o do ensino básico por crianças e adolescentes, dessa forma por se tratar de adultos os alunos não precisariam do auxílio dos pedagogos, por já possuírem personalidade formada e por saberem o que querem e pretendem, não seria necessário exigir do professor mais do que competência para transmitir os conhecimentos e esclarecer dúvidas. O professor de ensino superior como qualquer outro necessita não só apenas do conhecimento da área que pretende lecionar, mas também de habilidades pedagógicas para tornar o aprendizado eficaz.

Baseado no que foi exposto no texto acima, esse artigo visa mostrar através de revisão bibliográfica a importância da didática no ensino superior.

2. A DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR E SUA IMPORTÂNCIA

Com os levantamentos que são realizados ao longo dos cursos fica claro as deficiências na formação do professor universitário. É comum que a maioria das críticas nesses cursos em relação aos professores refere-se à falta de didática, por essa razão muitos professores vem realizando cursos de didática do ensino superior (BORBA; SILVA, [S.D.]).

Há anos, várias instituições têm se dedicado a formação continuada de professores. O primeiro órgão no Brasil a voltado a assessoria pedagógica do docente universitário foi o Laboratório de Ensino Superior da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (BERBEL, 1994).

Em função das necessidades da sociedade, as universidades acabam a desprezar o registro de projetos e ações extensionistas (GUIMARÃES, 1997, p.58). A autora frisa que, “perde-se assim a possibilidade de criar história, recomeça-se frequentemente do zero, desrespeitando-se trajetórias já executadas, mas não escritas”.

Segundo RIBAS (2000 p. 62) “a prática pedagógica só se aperfeiçoa, por quem a realiza, a partir de sua história de vida e saberes de referência, das experiências e aspirações” e que “é na prática e na reflexão sobre ela que o professor consolida ou revê ações, encontra novas bases e descobre novos conhecimentos”.

Segundo ALTHAUS (2004), a ação didática no ensino superior é pautada pelas tensões enfrentadas no cotidiano universitário e consolida-se pelo o que é inerente à extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária, operacionaliza-se por meio de uma práxis dialética (mediadora entre universidade-sociedade-universidade) de produção / reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 2003, p.3).

ALTHAUS (2004) afirma que a escolha da didática se justifica pelo objeto de estudo: o ensino, e suas relações com o trabalho pedagógico. A autora AMARAL diz que:

“Diferentemente do que se propõe no ensino de alguma coisa, não temos aí o problema da especificidade do saber, delimitada em bases epistemológicas: delineia-se, com base no diferente, o que perpassa todas as situações. O papel da Didática, no caso, é o de percorrer os diferentes campos, auscultando as diferentes experiências, para levantar as semelhanças e promover o enriquecimento do próprio campo e dos outros campos.”. (2000, p.143).

A prática da didática necessita ser vivenciada pelos educadores e não somente descrita como um importante instrumento pedagógico, desse modo compreendemos que a utilização da didática assim como suas adequações na sociedade do conhecimento é uma condição indispensável para a garantia de uma boa educação (SANTO; LUZ, 2013).

A formação tanto do professor quanto a do aluno para quem ele leciona deve ser encarada como um processo permanente, integrado no dia-a-dia. As instituições de ensino superior precisam ampliar as ofertas de cursos de especialização na área pedagógica, para contemplar um número maior de professores. Para possibilitar a formação contínua, propor projetos pedagógicos que envolvam os docentes em grupos de estudos na busca de reflexão sobre o corpo docente (NÓVOA, 1991).

É importante que as Universidades e Faculdades incentivem a formação continuada dos docentes, para que assim eles possam ter uma didática motivadora para o aprendizado de seu alunado (CAVALCANTI; NUNES, 2010).

O professor por ser o transmissor do saber precisa ter uma metodologia eficaz para esse propósito, há várias críticas hoje nas faculdades devido a má didática do professor, alunos reclamam de que o professor sabe a matéria porém não sabe passar para os alunos ou sua maneira de passar seu conhecimento não é compreendido por todos. O ensino e o incentivo da didática no ensino superior se fazem necessário e de suma importância para evitar esses tipos de acontecimentos e proporcionar aos alunos uma excelente aprendizagem.

Segundo BORBA e SILVA ([S.D.]): “Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica e a tomar consciência de suas responsabilidades, e principalmente buscar a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer experiências pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e transmissão do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as responsabilidades propriamente educativas.”.

De acordo com MESQUITA ([S.D.]) “a didática está ligada com o processo ensino aprendizagem, no qual, professor e aluno, devem estabelecer uma relação muito boa para que a mesma surta um efeito esperado, podendo assim acontecer uma troca de ideias que favoreça e desenvolvimento intelectual de ambos, uma vez, que na educação há uma interação de conhecimentos entre todos, se utilizando dos meios educacionais de acordo com as necessidades da clientela atendida e de uma avaliação de qualidade”.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Baseado no que foi estudado pode-se verificar a importância da didática no ensino superior e que não basta somente o educador ter domínio da disciplina a ser lecionada mas que também necessita ter didática para transmitir seus conhecimentos de forma clara e sucinta para o bom aprendizado do aluno. Sendo assim as universidades e faculdades de ensino superior devem ficar atentos a esses requisitos (domínio da disciplina a ser lecionada e boa didática) para que ao haver contratação do corpo docente se contrate professores adequados para lecionar.

É importante salientar que:

“A didática, quando utilizada do ponto de vista da relação sociedade-educação, onde a prática da educação é reconhecida como intencional e que busca a emancipação do indivíduo, ou seja, contribui para o exercício da cidadania, para a convivência social, é fundamental na formação do educador, porém quando reduzida apenas como um subsídio metodológico ela pode representar um perigo, já que nessa prática o educador sempre reflete uma ideologia, e se ele não está consciente acaba reproduzindo a ideologia dominante que prepara o indivíduo apenas para um mercado de trabalho altamente excludente.” (ARAÚJO et all., [S.D.]).

A didática é necessária para a formação de um bom professor, para sua aplicação em sala de aula, para o entendimento do aluno e para o rico conhecimento que ambos adquirirão.

REFERÊNCIAS

ALTHAUS, Maiza Taques Margraf. Ação Didática no Ensino Superior: A Docência em Discussão. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1., p.101-106, jan./abr. 2004. Disponível em: . Acessado em Março de 2016.

AMARAL, A. Aula universitária: um espaço com possibilidades interdisciplinares. E: VEIGA, I. Pedagogia universitária: a aula em foco. Campinas: Papirus, 2000.

ARAÚJO, Laís de Santana; BEZERRA, Ada Augusta Celestino; SANTOS, Paula Tauana.

 A Importância da Didática na Formação do Educador. [S.I.]. [S.D]. Disponível em: <http://www.unit.br/hotsites/2010/enc_formacao_professores/arquivos/GT01/ARAUJO%20L%20de%20S%20et%20al%20A%20IMPORT%C3%82NCIA%20DA%20DID%C3%81TICA%20NA%20FORMA%C3%87%C3%83O%20DO%20EDUCADOR.pdf>. Acessado em Março de 2016.

BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia do ensino superior: realidade e significado. Coleção magistério formação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus,1994.

BORBA, Ernesto Oliveira; SILVA, Regina Nogueira da. A Importância da Didática no Ensino Superior. [S.I.]. [S.D.]. Disponível em: <http://www.ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2011/11/10/outros/75a110bfebd8a88954e5f511ca9bdf8c.pdf>. Acessado em Março de 2016.

CAVALCANTI, Amanda da Fonseca; NUNES, Isabely Fernandes Leão. A Didática do Professor no Ensino Superior: A Importância de uma Prática Reflexiva nos Dias Atuais. Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade SENAC. 2010. Disponível em: <http://www.faculdadesenacpe.edu.br/encontro-de-ensino-pesquisa/2011/IV/anais/comunicacao/002_2010_ap_oral.pdf>. Acessado em Março de 2016.

FIORE FERRARI, Eduardo; LEYMONIÉ SÁEN, Julia. Didáctica Práctica para enseñanza media y superior. Montevidéu: Magro, 2007.

GUIMARÃES, A. M. M. Extensão universitária como reconfiguração de Saberes. E: LEITE, D. MOROSINI, M. (ORG) Universidade Futurante: produção do ensino e inovação. Campinas: Papirus, 1997.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1990.

NÓVOA, Antônio. Profissão professor. Porto: Ed. Porto, 1991.

PACIEVITCH, Thais. Didática. Pedagogia e Educação. InfoEscola. [s.d.]. Disponível em: <http://www.infoescola.com/pedagogia/didatica/>. Acessado em Março de 2016.

RAYS, Oswaldo Alonso. Ensino-pesquisa-extensão: notas para pensar a indissociabilidade. Palestra proferida. Santa Maria, 2003.

RIBAS, Mariná Holzmann. Construindo a competência: processo de formação de professores. São Paulo: Olho d’Água, 2000.

SANTO, Eniel do Espírito; LUZ, Luiz Carlos Sacramento da. Didática no Ensino Superior: Perspectivas e Desafios. Natal – RN. 2013. Disponível em: <http://www.periodicos.ufrn.br/saberes/article/view/2201/3366>. Acessado em Março de 2016.


Publicado por: Vanderlane Francisco Silva

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