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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO ESCOLAR

Análise sobre a importância da Educação Ambiental nas práticas no âmbito escolar, trabalhada de forma interdisciplinar, fortificando o desenvolvimento pedagógico, cooperando com o processo de aprendizagem dos alunos.

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Introdução

Considerando que a degradação ambiental é hoje uma das maiores preocupações dos governos e sociedade, faz-se necessário desenvolver ações de caráter educativo, para o desenvolvimento sustentável, garantindo condições de vida adequadas para as futuras gerações. A constituição Federal estabelece como competência do poder público, “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino” (BRASIL, 1999). A nova proposta pedagógica deu evidência necessária às questões ambientais, contemplando as realidades locais, sugerindo a Educação Ambiental nos currículos escolares. Este estudo visa abordar a importância da Educação Ambiental nas práticas no âmbito escolar, trabalhada de forma interdisciplinar, fortificando o desenvolvimento pedagógico, cooperando com o processo de aprendizagem dos alunos.

A Educação Ambiental é um aprendizado voltado para a formação da consciência sobre a postura do homem em relação ao meio ambiente, informar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas ambientais buscando novas soluções, transformando o individuo em participante nas decisões de sua comunidade. Com foco em áreas de pesquisa, análise, apresentação e conscientização a respeito das necessidades e obrigações com o meio ambiente, com aprofundamento do conhecimento, preparando o ser humano para a preservação da natureza e uso sustentável de seus recursos. As questões referentes à poluição, a degradação, ao consumismo, ao aquecimento global, às catástrofes naturais e à extinção da fauna e flora têm sido temas centrais na estrutura da pedagogia ambiental, ampliando a necessidade de sua inserção em escolas, universidades, organizações não governamentais e empresas.

A Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente e desenvolvimento, marca um processo de criação de profissionais pelo mundo com a visão nas questões ambientais, como a sustentabilidade. A partir da Conferência de Estocolmo, a Educação Ambiental se contextualiza. A escola é meio importante para levar a conscientização e a percepção da necessidade de preservação, onde observamos a contribuição entre professores e alunos para que haja mudanças de atitudes e pensamentos. Centro de formação humana e profissional do cidadão, ao lado da família e dos meios de comunicação, compartilha a responsabilidade de desenvolver habilidades e o acesso à informação:

“A educação insere-se na própria teia da aprendizagem e assume um papel estratégico nesse processo, e, parafraseando Reigota, podemos dizer que: “a educação ambiental na escola ou fora dela continuará a ser uma concepção radical de educação, não porque prefere ser a tendência rebelde do pensamento educacional contemporâneo, mas sim porque nossa época e nossa herança histórica e ecológica exigem alternativas radicais, justas e pacíficas.” (1998, p.43 )

Especialistas defendem a Educação Ambiental como um processo transversal por estar presente em todas as disciplinas escolar e por desenvolver assuntos comuns a todos os seus integrantes. Educação Ambiental é um campo recente de estudos, no qual discussões sobre a questão ambiental começaram a assumir relevância, como os avanços tecnológicos e o consumo excessivo dos recursos naturais, que vêm nos trazendo sérios impactos ambientais. Vemos a necessidade de buscar ações coletivas para construir valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências focadas na preservação ambiental, que é de uso comum, essencial à qualidade de vida e a sustentabilidade.

É importante disseminar a busca pela conscientização dos mecanismos naturais presentes no ambiente, bem como a importância das espécies e o tipo de relação que devemos ter com o meio, ampliar nossa visão crítica a respeito dos problemas ambientais, estudar e sugerir novas soluções que devem ser inseridas no ciclo ecológico e no comprometido com a sua preservação. Assim, torna-se possível superar a visão centralizadora que o ser humano construiu em torno do ritmo industrializado e progressivo constante nos últimos tempos, onde afirma de forma incorreta que o progresso parte da destruição das regiões naturais em nosso planeta. No Brasil, a Educação Ambiental tornou-se lei em 27 de abril de 1999, referida pelo nº 9.795:

“Um componente fundamental para a reflexão de um modelo de sociedade mais sustentável é a Educação Ambiental, indispensável para se exercer a plena cidadania em união com a conservação do ambiente em busca da qualidade de vida. Daí a importância de trabalha-la desde cedo no ensino fundamental, “sendo intergrada ao currículo de forma a promover uma melhor aprendizagem e despertar a sensibilização do alunado, contextualizando com a sua realidade na formação do cidadão crítico e participativo”. (BRASIL, 2004).

O pensamento homem/natureza é uma preocupação na sociedade contemporânea, fato que remete à ação da conscientização, função prática da Educação Ambiental. Os professores podem estimular a busca por melhorias na qualidade de vida, via campo da educação, levando aos alunos a responsabilidade coletiva em busca de soluções sustentáveis. Observamos a importância de formar sociedades sustentáveis, orientadas para enfrentar os atuais desafios, formando pessoas para o exercício da cidadania responsável. Transformar e aprimorar a relação entre os seres humanos e o meio ambiente deve ser o objetivo maior da Educação, entretanto, para modificar tais relações deve-se passar por uma transformação interior que inclui o cuidado consigo mesmo, a relação com os demais seres humanos do convívio direto e indireto e com outros organismos.

Segundo Reigota (1998), “a educação ambiental deve estar presente em todos os espaços que educam o cidadão e a cidadã. Nas escolas, nos parques e reservas ecológicas, nas associações de bairros, nos sindicatos, nas universidades, nos meios de comunicação em massa, etc.”

A Educação Ambiental, de acordo com os PCN, “deve permear todas as disciplinas como um tema transversal, formar sujeitos que conhecem, ensinam, aprendem e que sejam capazes de transformar”. Auxiliar na construção de novas formas e possibilidades de relações sociais e estilos de vida, baseadas em valores éticos e humanitários, e na relação mais justa entre os seres humanos e os demais seres vivos. Segundo Loureiro (2009), “educar significa, em primeiro lugar, “auto-transformar-se”, pois a Educação Ambiental precisa ser transformadora, educativa, cultural, informativa, política, formativa e, acima de tudo, emancipatória”.

De acordo com Sato (2004), “o aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece motivos que levam os alunos a se reconhecerem como parte integrante do meio em que vivem e faz pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter os recursos para as futuras gerações”.

Com os conteúdos ambientais permeando as disciplinas do currículo e contextualizando com a realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e ter uma visão mais clara do mundo em que vive. Para isso, a Educação Ambiental deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até a formação profissional, garantindo a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar e atividades escolares. Os conteúdos trabalhados serão necessários para o entendimento dos problemas e, a partir da coleta de dados e pesquisas, à elaboração de pequenos projetos de intervenção poderão ser elaborados nas escolas. Os professores são peças fundamentais no processo de conscientização da sociedade sobre os problemas ambientais, incentivando hábitos e atitudes de conservação ambiental e respeito à natureza.

Novas capacidades e habilidades deverão ser renovadas sobre a natureza e o meio ambiente, sendo necessário implantar um sistema educacional baseado em dinâmicas pedagógicas lúdicas e conversas nas quais os alunos poderão expor suas ideias e dúvidas, oferecendo meios de vivenciarem experiências de aprendizagem fora da sala de aula, visitando a sua comunidade, empresas e projetos comunitários. O ambiente em que vivemos deve estar sempre em equilíbrio, novas atitudes e valores, a construção do saberes através de meios efetivos e potencialidades devem surgir adotando uma postura construtiva, colaborando com uma sociedade justa e um ambiente saudável.

Diante disso, percebe-se que a Educação Ambiental nas escolas é um instrumento importante para alcançar a sustentabilidade através do processo de aprendizado contínuo, buscando sempre a conscientização individual gradativa, de acordo com a Constituição atual, “todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (Art. 225)”. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, entre outras providências, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino público e privado e a conscientização de todos para a preservação do meio ambiente.

Educação Ambiental, sustentabilidade e qualidade de vida.

A Educação Ambiental assume o compromisso com as mudanças de valores, comportamentos, sentimentos e atitudes, respeito à diversidade biológica, cultural, étnica, fortalecendo a relação dos seres humanos entre si e com o meio ambiente de forma permanente, continuada e para todos. Meio Ambiente é o lugar onde estão às relações dinâmicas em constante interação com os aspectos naturais e sociais. Os projetos de percepção ambiental contribuem para utilização mais racional dos recursos naturais, mostrando que a preservação dos sistemas proporcionam uma interação harmônica com o conhecimento enquanto instrumento educativo e de transformação. De acordo com Cúpula de Brasília (2004):

“A Educação Ambiental para a sustentabilidade deve permitir que a educação se converta em experiência vital, alegre, lúdica, atrativa, criadora de sentidos e significados, que estimule a criatividade e permita redirecionar a juventude para execução de atividades com a construção de uma sociedade mais justa, mais tolerante, mais eqüitativa, mais solidária democrática e mais participativa e na qual seja possível a vida com qualidade e dignidade.”

Tal estudo surge com objetivo de gerar consciência ecológica, preocupada  em criar a oportunidade do conhecimento que permita a mudança de comportamento voltada à proteção dos recursos naturais. O desenvolvimento sustentável requer cidadãos e sociedades organizadas e informadas, capazes de tomar decisões orientadas pela ética da vida diante de complexas situações. O desenvolvimento de novas atitudes e valores democráticos, que viabilizam a participação crítica das pessoas nas decisões políticas e econômicas que se concernem tanto em nível local como global, pode significar grande impacto para a transformação da sociedade, para o planejamento do desenvolvimento sustentável, e para a transformação das relações sociais entre si e com o meio natural. Sustentabilidade ambiental é uma característica que assume toda pessoa ou instituição que se importa com a continuidade de vida no planeta. Para Baroni (2013) que realizou o estudo sobre vários autores e o significado por eles atribuído:

“o termo desenvolvimento sustentável tem sido utilizado por interesses diversos como símbolo de um consenso ideal, que está longe de ser construído já que a ideia tem ficado no plano dos discursos, onde as ambiguidades são muitas e não se procura explicitar a realidade atual dos conflitos sociais e econômicos pelo uso dos recursos naturais”.

Sustentabilidade está diretamente relacionada ao “desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro” (CÚPULA DAS AMÉRICAS, 2004). A adoção de ações sustentáveis garantem a médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida, inclusive a humana, como por exemplo: utilização dos recursos naturais de forma controlada, preservação das áreas verdes, incentivo a produção e consumo de alimentos orgânicos, uso de energia limpas e renováveis, criação de atitudes pessoais e empresariais voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos, atitudes voltadas para o consumo de água evitando o desperdício.

A ideia é alcançar o desenvolvimento em todos os campos, sem que, para isso, seja necessário agredir o meio ambiente. Os diferentes autores sociais e os diferentes países não têm os mesmos interesses nem a mesma ideia do que seja desenvolvimento sustentável. Hoje há um consenso sobre o que vem se tornando insustentável. Educação Ambiental deve ser compreendida como prática do campo educacional e social, processo que procura construir na sociedade a preocupação pelos problemas ambientais, levando informações e auxiliando no despertar de uma consciência crítica. De acordo com Loureiro (2009), “a Educação Ambiental é o meio estratégico na formação da ampla consciência crítica das relações sociais e de produção que situam a inserção humana na natureza”.

Segundo Sato (2004), “o aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece motivos que levam os alunos a se reconhecerem como parte integrante do meio em que vivem e faz pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter os recursos para as futuras gerações.”

Durante a Conferência das Nações Unidades sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizado no Rio de Janeiro em 1992, recomendou-se que a educação ambiental deveria reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável de forma a compatibilizar objetivos sociais de acesso às necessidades básicas, com objetivos ambientais de preservação da vitalidade e diversidade do planeta, garantindo como direito aos cidadãos um ambiente ecologicamente saudável e com objetivos econômicos.

De acordo com Morin (2007), “este ponto é importante porque existe, neste momento, um destino comum para todos os seres humanos. O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, ecológica, a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não conduziu ainda a nenhuma decisão efetiva. Por isso, faz-se urgente a construção de uma consciência planetária.”

A questão ambiental motiva uma postura participativa no âmbito da escola para a formação de uma sociedade consciente, a longo prazo, assumindo uma postura crítica diante da realidade.

Conforme Morin (2007): “O próprio desenvolvimento criou mais problemas que soluções e conduziu a crise da civilização que afeta as prósperas sociedades do ocidente. O desenvolvimento chega a um ponto insustentável, inclusive o chamado desenvolvimento sustentável, sendo necessária uma noção mais rica e complexa do desenvolvimento”.

Quando a Educação Ambiental, em menos de 30 anos, está presente no discurso da sociedade em geral, é porque já existe um conhecimento dos problemas no meio ambiente e para que a Educação Ambiental possa acontecer, deve ser constante, não existe limite de idade, mudando apenas a metodologia para atender a faixa etária que atinge. Educação Ambiental procura estabelecer uma relação entre o homem e a natureza, para Reigota (2012), “é evidente que a complexa resolução dos problemas ambientais mundiais não podem ser resolvidos pela Educação Ambiental, todavia, ela deve influenciar para tanto, ao tornar conscientes os cidadão das obrigações e direitos”. Para o autor a Educação Ambiental deve ser destinada à comunidade, levando a uma participação ativa na solução das questões ambientais, como necessidade de uma conduta ética em relação aos problemas socioambientais.

A Educação Ambiental contribui para a qualidade de vida quando oferece às pessoas conscientização e atitudes de preservação, onde todos compreendem a importância da utilização correta dos recursos naturais e seu comportamento em sociedade. Perceber uma problemática ambiental demanda empenho para fortalecer visões integradoras e centradas no desenvolvimento e estimular uma reflexão sobre a diversidade. A Educação Ambiental em suas diversas possibilidades abre espaço para repensar práticas sociais e o papel do professor que irá mediar o conhecimento a uma compreensão essencial de meio ambiente global e local, sua responsabilidade na solução de problemas e igualdade social, respeitando todas as formas de vida, organização social e cultural.

A necessidade e a importância da Educação Ambiental no processo educativo.

A Educação Ambiental está relacionada à incorporação de novos valores e atitudes, para sensibilizar indivíduos acerca dos problemas sociais e naturais para desempenhar criticamente seu papel de cidadão. Propõe a formação de sujeitos capazes de compreender e agir no mundo, construindo novas posturas e atitudes, protegendo e cuidando do meio ambiente em que vivem. A escola educa, por sua vez também é responsável pela sociedade, através de um processo pedagógico participativo, procura desempenhar na formação de cada aluno a construção de uma consciência sobre os problemas ambientais atuais.

No ensino da Educação Ambiental, o aluno deverá entender a relação da ciência com o meio ambiente, e toda a problemática ambiental, os professores precisam perceber e intervir no processo educativo, buscando soluções e ações em defesa do meio ambiente, mostrando que algo pode ser feito para mudar a situação ambiental e social. A escola tem a função de levar ao aluno conhecimentos para toda a sua vida.

Segundo REIGOTA (2012), “a tendência da Educação Ambiental é tornar-se não só uma prática educativa, ou uma disciplina a mais no currículo, mas sim consolidar-se como uma filosofia de educação, presente em todas as disciplinas existentes e possibilitar uma concepção mais ampla do papel da escola no contexto local e planetário contemporâneo”.

Organizar o currículo com projetos educacionais é uma prática necessária. O conhecimento é uma totalidade que envolve o aprendizado através da motivação. Através de um ensino ativo e participativo, o professor deve organizar uma ação educativa para resolução dos problemas apontados, onde o trabalho escolar de informativo passe a ser essencialmente formativo. O aluno deve conhecer o ambiente em que vive a fim de compreender as relações sociais e entender seus direitos e deveres para com os lugares e as pessoas ao seu redor. O surgimento e o desenvolvimento da Educação Ambiental como método de ensino está diretamente relacionado ao movimento ambientalista, pois é fruto da conscientização da problemática ambiental, a ecologia, como ciência global, surge com à necessidade de educar-se no sentido de preservar. A recomendação da Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, Conferência de Tbilisi, organizada pela UNESCO em 1977, diz que: “Educação Ambiental é resultado da orientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente (...)”. A educação ambiental deve seguir através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora que permita uma compreensão adequada aos problemas.

O desafio do profissional de educação é identificar de que maneira as questões ambientais e sociais nos atingem e como podemos discutir e trabalhar o conteúdo em sala de aula. Devido a isso, é importante um trabalho contínuo com os docentes, para que percebam a realidade do mundo e reflitam que suas ações podem alterar a qualidade de vida no ecossistema logo, no ambiente escolar, cabe o papel de trabalhar a sensibilização de todos em torno das questões relacionadas à problemática ambiental, para que os educandos sintam vontade de compreender e buscar mais alternativas e informações, todos os conhecimentos voltados ao meio ambiente.

Reigota (2012) declara que “a Educação Ambiental propõe a participação da sociedade em discussões sobre os assuntos ambientais, promovendo laço entre a natureza e o homem, estimulando a presença da ética nessas relações e criando a perspectiva de justiça para com todos os seres vivos”.

A dimensão ambiental configura-se como uma questão de diversos autores do meio educativo, potencializando o envolvimento dos sistemas de conhecimento, capacitação de profissionais e a comunidade universitária, o desafio é formular uma educação ambiental crítica e inovadora nos níveis formal e não formal. Como combinação de várias áreas de conhecimento, a interdisciplinaridade pressupõe o desenvolvimento de metodologias pedagógicas interativas, conectando ciências naturais, ciências sociais e ciências exatas. Cabe ressaltar que o contexto epistemológico da educação ambiental permite um conhecimento aberto, processual e reflexivo, nesse sentido, o conhecimento transdisciplinar se configura como um horizonte mais amplo.

Posto que os problemas ambientais transcendam as diferentes disciplinas, tanto o aprofundamento quanto a aplicação do conhecimento entre elas são elementos fundamentais, porém de grande complexidade quanto à sua implementação.  Considerando como ponto de partida de uma realidade socioambiental, esse processo exige a internalização do saber ambiental, visando à construção do conhecimento e os processos de ordem natural e social que determinam estruturas e mudanças socioambientais. A Educação Ambiental não pode ficar restrita ao ato de depositar, transferir e transmitir valores e conhecimentos.

Segundo Freire (2009), “esta é a concepção bancária da educação, cuja única margem de ação que se oferece aos envolvidos no processo é a de receberem informações como depósitos, guardá-las, arquivá-las e, posteriormente, repetir o ciclo de passar e repassar aquilo que receberam”.

Educação é uma prática formativa, é o espaço onde a formação transcorre de forma planejada e intencional na sociedade, cujo ideal é um direito universal. A escola é um elo do ambiente-mundo em que vivemos. De acordo com o Ministério da Educação (2007), “na educação escolar, em todos os níveis e modalidades de ensino, o Órgão Gestor (MEC) tem o dever de apoiar a comunidade escolar a se tornarem educadores ambientais com uma leitura crítica da realidade.”

Desde a segunda metade dos anos 90, o Brasil vem criando e implementando diretrizes e políticas públicas para promover e incentivar a Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Segundo diretrizes do MEC, a Educação Ambiental é desenvolvida por três modalidades: projetos, disciplinas especiais e inserção da temática ambiental nas disciplinas. Devem ser consideradas as necessidades gerais, as discussões, os avanços históricos e as experiências acumuladas quanto à temática no Brasil e no âmbito internacional. Todo este contexto fortalece o reconhecimento do papel transformador e emancipatório da Educação Ambiental, exigindo a revisão da referência superficial da transversalidade e da interdisciplinaridade contida em sua normatização para o ensino formal, que se apresenta desconectada, reduzida e desarticulada.

Educação Ambiental está baseada na busca de metodologias de trabalho, parte integrante de nosso fazer pedagógico, que auxiliem a construção do conhecimento com base na solidariedade, na busca de um mundo social e ecologicamente mais justo, mais que transmitirmos conhecimentos e técnicas, devemos criar espaços coerentes com nossos princípios, fundamentos, teses, teorias ou pressupostos de mundo. Uma educação em geral e uma Educação Ambiental em particular, que estejam comprometidas com a construção da cidadania por um modo mais apaziguado.

Algumas propostas de atividades práticas em educação ambiental nas escolas.

Atividades práticas devem ser desenvolvidas de maneira em que os alunos possam conciliar teoria e prática, onde as explicações, junto ao contato com recursos naturais, são de grande importância no processo de conscientização ambiental. A coleta seletiva do lixo, a redução do desperdício de água, a preservação de áreas verdes, evitar a poluição, entre outras atitudes que contribuem com o meio ambiente, são ações que devem ser solicitadas, tanto na escola quanto nas residências dos alunos, proporcionando aos estudantes que sejam os agentes participativos do processo de ensino aprendizagem.

Segundo TESSARO (2009), “algumas importâncias do lúdico no ensino-aprendizagem são: facilitar a aprendizagem; ajudar no desenvolvimento pessoal, social e cultural; colaborar para uma boa saúde mental, preparar para um estado interior fértil; facilitando o processo de socialização; propiciar uma aprendizagem espontânea e natural e estimular a crítica e a criatividade.”

Na articulação do campo de conhecimento ambiental, entender o jogo como um sistema de comunicação e linguagem dentro de um determinado contexto social, como sistema relacional necessário, onde seu campo se estabelece quando se entra no cotidiano do aluno. O jogo passa ser uma ferramenta de estudo utilizada nos projetos de Educação Ambiental, ligado à aquisição do conhecimento, dentro de uma linha pedagógica muito utilizada atualmente, o construtivismo.

Conforme EVANGELISTA (2008), “a atividade lúdica em termos de educação ambiental vem se mostrando uma ótima alternativa de trabalho de formação docente, considerando-se o prazer e o divertimento na atividade, além do aprofundamento conceitual por meio da diversão”.

A escola não está isenta dos problemas ambientais. O que acontece é que as pessoas não notam os problemas ao seu redor, não percebem os fatos e situações que afetam a qualidade do ambiente de trabalho e estudo, nossa qualidade de vida. Algumas sugestões de atividades que podem ser utilizadas para solucionar alguns desses problemas na escola e trabalhar métodos da Educação Ambiental com os alunos:

  • Um barulho contínuo pode estressar as pessoas, mas acaba sendo incorporado ao cotidiano e torna-se imperceptível. Para criar uma consciência sobre o barulho podemos solicitar silêncio por 1 minuto e identificar quais são os ruídos ao nosso redor, listando as fontes de poluição sonora e buscar formas de amenizar ou solucionar o problema. Os alunos deverão ter acesso à legislação ambiental sobre o tema proposto.
  • Para combater o desperdício devemos promover a coleta de lixo seletiva, separando os resíduos produzidos em suas categorias (orgânico e inorgânico), avaliando também a sua quantidade, buscando soluções econômicas e de reutilizações, mostrando quanto tempo determinados lixos permanecem no ambiente, passando para os alunos a responsabilidade de não jogar lixo no chão, buscando conservar o ciclo de vida de todos os indivíduos.
  • Se as diferentes formas de energia não forem usadas de maneira sustentável, viveremos momentos críticos de crise de energia. Solicitaremos aos alunos que verifiquem os aparelhos domésticos de suas casas analisando quais precisam de energia ou não para o seu funcionamento, pensando em formas econômicas para o uso dos mesmos. O diagnóstico pode ser enriquecido verificando o consumo mensal de energia em KWH e o preço pago por unidade de energia. Pode-se propor que apaguem sempre as luzes do ambiente em que não retornarem mais.
  • O hábito de deixar a torneira aberta quando não estamos utilizando a água, no banho ou escovando os dentes, causa um aumento do consumo. Um banho demorado pode consumir de 95 a 180 litros de água potável. Solicitaremos aos alunos que deixem uma torneira pingando em um recipiente e determinem o tempo gasto para encher um litro de água, a partir daí pode-se analisar o desperdício que ocorre com uma goteira durante um dia ou um mês.

A Educação ambiental busca a construção da consciência nas pessoas e todas as informações e dados das análises são importantes para essa construção. Na prática em sala de aula o conhecimento não deve ser limitado ao raciocínio lógico formal, as experiências, observações e pesquisas, todos os instrumentos podem ser recebidos pelos alunos em clima lúdico. As atividades lúdicas que podem ser adaptadas a cada projeto específico são: exposições, maquetes, júris simulados, jogos, dramatizações, oficinas experimentais, músicas, reciclagens, horta na escola, culinária com sobras, poesias, entre outros, utilizando diversos fatores do cotidiano de todos, criando juntos novos jogos, projetos e outras atividades a partir da experiência e vivência diária de cada um, onde todos possam se ver como parte integrante da natureza.

As principais leis que defendem e incentivam a educação ambiental no ensino.

Sobre ensinar e aprender em Educação Ambiental, os Parâmetros Curriculares Nacionais referem:

“A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem estar de cada um e da sociedade (...)” (BRASIL, 2006).

A Lei 9.798/99, em seu art. 10, § 1º diz que “A Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino”. Porém, a educação é sempre mais efetiva se começada pela criança. A mente em formação é mais receptiva aos ensinamentos, por isso devemos perceber a importância de um bom material didático e um professor bem formado. Juridicamente, no Brasil, o § 1º, VI do art. 255 da Constituição Federal, determina ao Poder Público, “a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino”. Mas, apesar desta previsão constitucional, bem como o fato da Educação Ambiental já ser reconhecida mundialmente como ciência educacional e também recomendada pela UNESCO e a Agenda 21, pouco foi feito no Brasil para a sua implantação concreta no ensino.

Com a publicação da Lei 9.795, de 27/4/99, que dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e da outras providências, a implantação e a aplicação da Educação Ambiental como disciplina passou a ser obrigatória. A lei citada define juridicamente Educação Ambiental como “o processo por meio do qual o individuo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art. 1º). A própria Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, diz que a mesma “deve estar presente de forma articulada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal” (art. 2º). Cabe às instituições educativas “a promoção da Educação Ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem” (Lei 9.795/99 art. 3º).

Em 1973, decreto nº 73.030, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente para Promoção do “esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do Meio Ambiente”. A Lei nº 6938 de 31/8/81, art. 2º inciso X “Necessidade de promover educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do Meio Ambiente”. De acordo com a Constituição Federal de 1988: Educação Ambiental, componente essencial para a qualidade de vida ambiental, “deverá promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para preservação do Meio Ambiente”. (art. 225, inciso VI).

A seguir serão apontados alguns motivos que confirmam o destaque e o cuidado específico que devem ser conferidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE à Educação Ambiental.

  • A Educação Ambiental possui uma Política Nacional (PNEA) instituída pela Lei nº 9.795/99 que possui princípios e objetivos de observância obrigatória e que, para se efetivarem no ensino formal, necessitam de normatização por parte do CNE;
  • A Educação Ambiental, em seu trato multi, transdisciplinar e interdisciplinar tem a preocupação com uma metodologia que deve seguir diretrizes básicas nacionais, de forma a ampliar o debate e o aprimoramento conceituais nas instituições de ensino, dando espaço para a inserção da dimensão ambiental nos currículos escolares e no projeto Político-Pedagógico, promovendo a revisão teórica e avaliação da práxis pedagógica;
  • Ao mesmo tempo em que serve como instrumento para a interpretação e para a construção do conhecimento nos níveis e modalidades de ensino e ramos científicos, a Educação Ambiental possui enfoques específicos, emergentes e urgentes, entre eles, o modelo produtivo e o consumismo da sociedade capitalista;
  • A complexidade e o desafio da abordagem socioambiental fez com que a Educação Ambiental desenvolvesse uma gramática própria que requer das pessoas a reformulação ética de sua linguagem e de suas atitudes para a abordagem crítica e contextualizada, histórica, política, científica, geográfica, econômica e cultural da questão ambiental;
  • Possui uma proposta ética relacionada à visão de mundo e ao reposicionamento dos seres humanos e do atual modelo econômico;
  • A inclusão das diretrizes da Educação Ambiental nos diferentes níveis e modalidades de ensino deve, necessariamente, induzir o planejamento didático das políticas públicas ou privadas dos diversos estabelecimentos de ensino.

Na LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) nº 9394/1996 – art. 32, inciso II, para Ensino Fundamental “Compreensão ambiental natural e social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade”. LDB, Art. 36, Ensino fundamental e médio “Devem abranger, obrigatoriamente (...) o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil”.

PNEA (Política Nacional de Educação Ambiental), responsável pela educação formal e não formal, veio reforçar e qualificar o direito de todos à Educação Ambiental, como “um componente essencial e permanente da educação nacional” (art. 2º e 3º da lei nº 9795/99). Art. 8º da Lei, capacitação de recursos humanos com “a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino” (2º inciso). Art. 11º da Lei, “a dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas”.

Caso o poder público seja omisso em prover a Educação Ambiental, pode estar violando o direito à educação e ao Meio Ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, podendo ser punido com base nos seguintes dispositivos art. 208 da Constituição Federal, art. 68 da Lei nº 9605 de 13 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais e art. 25 da Lei nº 8429 de 02 de junho de 1992, atos de improbabilidade administrativa. O PNEA quase não prevê penalidade em caso de omissão ou descumprimento aos preceitos. E talvez nem fosse correto se essa legislação se utilizasse de punição para garantir seu cumprimento. A atribuição do professor em assumir a Educação Ambiental na escola é um exercício de cidadania.

Para que este exercício aconteça, faz-se necessário a consciência político-ecológico do cidadão/professor, que só a partir desta, buscará sua devida formação e capacitação para ser um dinamizador eficiente e eficaz no ensino/aprendizagem da educação ambiental. O poder público não pode se eximir de suas obrigações como formador e as mídias como fomentadoras e divulgadoras das ferramentas pelas quais os professores devem lançar mão para o exercício da tarefa de preparar as futuras gerações para a preservação de um ambiente que se mantenha saudável sem que para isso, precise rejeitar o progresso que, com certeza, virá com as futuras gerações.

O papel das empresas na prática escolar

Nas empresas, a sustentabilidade está ligada diretamente com a responsabilidade social e com o planeta num todo. As empresas que se preocupam com a sustentabilidade ambiental são aquelas que cuidam da comunidade e do meio ambiente e, é através de um modelo de gestão sustentável que ocorrem os incentivos dos processos que permitem a recuperação do capital financeiro, humano e natural de toda a empresa. O relacionamento do homem com a natureza, ao longo dos processos evolutivos de toda a humanidade, trouxeram problemas socioambientais que provocam impactos e prejudicam diretamente a todos os recursos naturais do planeta. Sendo assim, as empresas buscam processos ou métodos que possam vir a diminuir os impactos e seus efeitos negativos de todas as suas atividades, e assim, conseguir preservar o meio ambiente trazendo inúmeras abordagens, como a redução dos custos, selos verdes, certificações, entre outros métodos, levando então, para toda a sociedade, a Educação Ambiental.

De acordo com a Lei No 9.795, de 27 de abril de 1999. IV do Art. 3º “aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação”. V do Art. 3º “às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente”. VI do Art. 3º “à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais”.

As empresas que investem em Educação Ambiental e na responsabilidade socioambiental geram novas tecnologias e promovem as mudanças de atitude conciliando melhoria na qualidade de vida e bem estar da população. Informar aos cidadãos sobre os danos ambientais que nos afetam sensibiliza a todos para que se sintam responsáveis pelos problemas e motivados a cooperar sem deixar marcas no meio ambiente.

A Educação Ambiental como ferramenta do gerenciamento ambiental de uma empresa é essencial, entretanto o que vemos sendo aplicado é diferente. A Educação Ambiental que é realizada em empresas, em sua maioria, são ações impostas e desprovidas de um planejamento estratégico onde todos os agentes envolvidos tentam estabelecer objetivos e metas que permitam a eficácia de Programas desta ordem. O que vemos na prática são sistemas de gestão ambiental operando de forma não sistematizada o que resulta em baixo aproveitamento de todo o potencial dos benefícios que o sistema poderia trazer para uma gestão global.

Santos (2009) exprime que “ao motivar e capacitar as pessoas para a prática de ações preventivas a educação ambiental tem-se revelado uma importante ferramenta da gestão ambiental, permitindo que as pessoas conheçam, compreendam e participem das atividades de gestão ambiental, assumindo postura proativa em relação ao problema ambiental.”

Requisitos que podem ser objeto para a Educação Ambiental são os sistemas de comunicação interna e externa. A interna é à comunicação das responsabilidades em toda a empresa, já a externa é a elaboração de um projeto de Educação Ambiental voltado para a comunidade, o que permite a elaborar parâmetros que possam demonstrar sua eficácia ao cumprimento dos objetivos e metas. Para que o aprendizado seja alcançado, existem empresas que buscam direcionar projetos de Educação Ambiental nas escolas, selecionado ao público de jovens e adultos e a comunidade no geral, por intermédio de experiências concretas que trazem a reflexão e sensibilização dos participantes das atividades. É primordial a inclusão de bons materiais didáticos e dinâmicas variadas em busca de um trabalho bem feito e não apenas para cumprir as normas.

As empresas devem pôr em prática sua responsabilidade ambiental nas redes de ensino, da educação infantil até a formação profissionalizante, pois ela como organização possui deveres com o meio ambiente e o bem-estar da sociedade. O pedagogo como mediador da educação ambiental na empresa poderá desenvolver treinamentos, capacitações, palestras, e diversas atividades com seus funcionários e os membros da escola, a fim de mostrar que tal prática é essencial para todos e também para o sucesso da empresa. A empresa que deseja levar a Educação Ambiental às escolas deverá apresentar um projeto junto à Secretaria de Educação de seu município, sendo discutido a sua viabilidade de incorporação junto ao programa Pedagógico das escolas selecionadas. Sendo aceito, as atividades serão desenvolvidas ao longo do ano letivo, em parceria com os professores e membros da equipe pedagógica.

As atividades elaboradas poderão ser diversas, como por exemplo, palestras, passeios, oficinas, jogos, gincanas, concursos, desenhos, com o objetivo de levar toda a comunidade escolar a uma discussão construtiva sobre os problemas ambientais, em busca de alternativas viáveis para solução desses problemas. Sendo assim, a empresa deverá se comprometer em disponibilizar recursos e o material didático para todas as atividades no ambiente escolar, e a escola deverá ter o compromisso de desenvolver e elaborar relatórios e registros de todas as atividades realizadas, avaliando o desempenho, a qualidade, a dinâmica e a eficiência do projeto em questão. Partindo destas ações, o pedagogo empresarial deve estar consciente que a prática da educação ambiental só é possível quando se junta conhecimentos de todos os participantes, pois todos sabem o suficiente para expressar sua opinião e participar, contribuindo também à preservação do meio ambiente.

A importância da Educação Ambiental no contexto escolar

Quando falamos sobre a questão ambiental, abordamos uma cadeia de ações, onde o indivíduo e a coletividade constroem valores, conhecimentos, atitudes e competências focadas na preservação do meio ambiente, que é de uso comum do povo, essencial a qualidade de vida e a sustentabilidade. Na sociedade, existem normas para que haja organização e ação de cada individuo, com intuito de manter o equilíbrio e garantir o fluxo de energia ambiental essencial. A questão ambiental se preocupa com a qualidade do ecossistema, sendo considerada importante para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre o ser humano e a natureza.

Na educação atual, reconhece a necessidade de inserção das questões ambientais no contexto educacional e na vida cotidiana do individuo. De acordo com Carvalho (2011) “vale reassaltar que essas questões, de alguma forma, sempre estiveram presentes na vida do ser humano, partindo do princípio que o mesmo é parte do ambiente”. É inerente a profissão do professor, estar sempre estudando e se atualizando para que sua prática atenda as necessidades dos sistemas de ensino e das mudanças sociais. O processo de sensibilização da comunidade escolar pode criar iniciativas que transcendam o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no qual a escola está inserida como as comunidades mais afastadas, nas quais residam os alunos, os professores e os funcionários, as relações intra e extraescolar.

Quando os conteúdos ambientais permeiam por todas as disciplinas do currículo e contextualizam com a realidade, a escola ajuda o aluno a perceber a correlação dos fatos e criar uma visão integral do mundo. É visto a necessidade de trabalhar temas transversais, organizando o currículo com projetos educacionais que envolvam o aprendizado através da motivação, planejando metodologias junto com outros profissionais, tornando as concepções fragmentárias em unitárias. A metodologia sugerida por intermédio do estudo de temas geradores que englobam aulas críticas, oficinas, saída de campo, envolvendo a comunidade escolar nas questões sobre problemas ambientais e suas possíveis intervenções, não apenas realizando visitas às áreas preservadas, mas também às cozinhas das escolas, indústrias vizinhas, terrenos, agricultura, comércio, movimento do trânsito, saneamento básico e o cotidiano das pessoas devem ser levados em consideração.          

Deve-se desenvolver projetos e cursos de capacitação aos professores, para que estes sejam capazes de conjugar alguns princípios básicos sobre Educação Ambiental, acima de tudo, um ato político voltado para a transformação social. A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar pessoas, transformar diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para participação, na perspectiva de questionamento e mudança de algumas práticas didático-pedagógica na escola. Sabe-se que a educação brasileira tem resquícios de pedagogias tradicionais e conservadoras que não levam em conta a realidade objetiva e subjetiva dos alunos nem os têm como centro do processo educativo.

A relação entre meio ambiente e educação assume um papel cada vez mais desafiador e importante, demandando a necessidade de novos saberes para apreender, processos sociais cada vez mais complexos e os riscos ambientais que se intensificam, abrindo espaço para novas formas de pensamento e práticas sociais, possibilitando que os cidadãos passem a se ver como parte integrante da natureza. A restrita presença do debate ambiental, seja como disciplina, seja como eixo articulador nos currículos dos cursos de formação de professores, é um bom indicador do desafio de internalização da educação ambiental nos espaços educativos.

Considerações finais

Educação Ambiental é uma prática contínua a ser desenvolvida, pois uma das funções mais importantes da escola é influenciar e transformar a comunidade em que está inserida. Provocar ações e reflexões por tratar das questões do nosso cotidiano e temas que permitem a articulação do trabalho pedagógico envolvendo a todos, desenvolvendo a consciência de que a mudança é um processo lento e gradativo, no entanto a paciência pedagógica e a perseverança auxiliam as transformações que almejamos enquanto educadores. As mudanças globais só serão possíveis se os profissionais envolvidos no processo educacional junto com representantes da sociedade incentivarem em cada indivíduo a formação que envolva valores, ética, cidadania, pluralidade cultural, a consciência de evitar o consumo desnecessário, o desperdício e outros valores importantes para a promoção da mudança de postura e pensamento.

O trabalho pedagógico deve centrar no desenvolvimento de atitudes, a seleção dos conteúdos deve ajudar a contribuir para a atuação na problemática ambiental. A ação direta do professor em sala de aula é uma das formas de levar a Educação Ambiental à comunidade, onde o educador é elemento fundamental no processo de conscientização da sociedade nos problemas ambientais, processo educacional com a visão das necessidades do homem e da natureza, juntos, no objetivo da manutenção da qualidade de vida. Com problemas ambientais existentes em quase todas as regiões do país, torna-se importante desenvolver programas educacionais na tentativa de reverter ou minimizar os danos causados pelo homem.

A Educação ambiental é o instrumento mais eficaz para se conseguir criar e aplicar formas sustentáveis de interação sociedade-natureza, este é, sem dúvida, o caminho para que cada um mude seus hábitos e assuma atitudes que levem a melhoria do ambiente, promovendo a redução e a pressão sobre os recursos ambientais em busca de um planeta sustentável para as futuras gerações.

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Thaís Estrella Scherer
Professora de Ciências e Biologia, Pedagoga.


Publicado por: Thais Estrella Scherer

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