A Importância da Adaptação na Educação Infantil
Importância da adaptação como instrumento de construção de vínculo e de identidade na Escola de Educação Infantil, tal como promover sua valorização e funcionalidade para as ações desenvolvidas na escola.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
O presente artigo apresenta o conceito de adaptação e sua importância nas Escolas de Educação Infantil. Os objetivos da produção é explicar a importância da adaptação como instrumento de construção de vínculo e de identidade na Escola de Educação Infantil, tal como promover sua valorização e funcionalidade para as ações desenvolvidas na escola.Para a realização deste artigo, foi observada a turma de Nível 1 da Escola de Educação Infantil Bem Viver de Campo Bom, RS.
Palavras-chave: Adaptação – Observação – Resultados.
1-INTRODUÇÃO
Independente da faixa etária, todas as crianças passam por um período de adaptação.
Na Educação Infantil onde as crianças tem o primeiro contato com o ambiente escolar é ainda mais importante a integração com as professoras e os colegas, proporcionando um ambiente seguro e acolhedor,pois até o momento o seu lar era o seu único convívio social e ao entrar na escola ele terá um mundo de possibilidades onde irá conviver e interagir com outras pessoas em um ambiente novo e rico em conhecimento.
No primeiro dia da criança na instituição, a atenção do professor deve estar voltada para ela de maneira especial. Este dia deve ser muito bem planejado para que a criança possa ser bem acolhida. É recomendável receber poucas crianças por vez para que se possa atendê-las de forma individualizada. Com os bebês muito pequenos, o principal cuidado será preparar o seu lugar no ambiente, o seu berço, identificá-lo com o nome, providenciar os alimentos que irá receber, e principalmente tranqüilizar os pais. A permanência na instituição de alguns objetos de transição, como a chupeta, a fralda que ele usa para cheirar, um mordedor, ou mesmo o bico da mamadeira a que ele está acostumado, ajudará neste processo. (RCNEIS, Vol.2, 1998, p.79)
2.-A ADAPTAÇÃO PARA CRIANÇAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL PODE SER UM PROCESSO DOLOROSO?
Sabemos que o choro é a primeira forma de manifestação do bebê/criança para demonstrar o seu descontentamento com algo, e na adaptação isso não será diferente, é esperado que isso ocorra, e no papel de professoras necessitamos ter a sensibilidade para entender esse choro e assim procurar estratégias para sanar esse desconforto.
O choro da criança, durante o processo de inserção, parece ser o fator que mais provoca ansiedade tanto nos pais quanto nos professores. Mas parece haver, também, uma crença de que o choro é inevitável e que a criança acabará se acostumando, vencida pelo esgotamento físico ou emocional, parando de chorar. Alguns acreditam que, se derem muita atenção e as pegarem no colo, as crianças se tornarão manhosas, deixando-as chorar. Essa experiência deve ser evitada. Deve ser dada uma atenção especial às crianças, nesses momentos de choro, pegando no colo ou sugerindo-lhes atividades interessantes. (RCNEIS, vol.1, 1998, p.81)
Para isso, um dos meios é criar vínculo com essa criança(bebê), bem como tentar trazer algo para a escola que seja pessoal e o faça lembrar da sua família, para que dessa forma o mesmo possa sentir-se bem no ambiente escolar para fazer novas descobertas.
Quando trabalhamos com crianças, em especial, os do nível 1 que podem ter entre três meses e 1 ano nosso olhar e nossa prática pedagógica deve ser voltada ao cuidar/educar com “carinho” , pensando no desenvolvimento, emoções e sensações que serão capazes de absorver e devolver ao seu entorno.
3-OBJETIVO DA ADAPTAÇÃO:
Proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para que assim, os bebês possam se adaptar ao novo meio, permitindo-se fazer novas aprendizagens e descobertas que contribuam para o seu pleno desenvolvimento físico, emocional e social.
As crianças desta fase estão se constituindo subjetivamente e possuem formas específicas de se apropriar do mundo e da realidade que as cerca. São ávidas exploradoras e inicialmente fazem isso através da ação física, sugando, tocando, apertando, cheirando, mordendo, engatinhando e experimentando diferentes sensações. (CAIRUGA; CASTRO; COSTA, 2014, p. 10
4.DESENVOLVIMENTO:
4.1-OBSERVAÇÃO:
Ao observar a turma de nível 1 pode-se dizer que esta faixa etária apresentou um processo de adaptação bastante demorado, algumas crianças precisaram de maior tempo para adaptar-se, pois tudo era novo, não estavam acostumadas a conviver com outras crianças e adultos, algumas eram amamentadas no peito, dormiam no colo ou precisavam ser embaladas no carrinho.
Em conversa com alguns pais foram criadas algumas estratégias para que os bebês fossem aos poucos se adaptando ao novo ambiente.
Apesar de algumas crianças chorarem demonstrando insegurança, tudo foi resolvido com carinho e atenção das professoras. Aos poucos foram conhecendo melhor a escola, estabelecendo uma relação mais próxima e afetiva com as mesmas e sentindo-se mais confiantes.
Os alimentos oferecidos na escola foram novidade para alguns, os quais apresentaram dificuldade em aceitar frutas, leite, sopa ou até mesmo arroz, feijão e carne.
Aprenderam a aceitar os alimentos e a presença dos colegas tornou-se algo prazeroso. As professoras também precisaram de um tempo para conhecer cada criança e sua família, as ações e reações de cada uma delas, suas preferências e individualidades, para conseguir ajudá-las em seu desenvolvimento.
A maioria destes bebês está engatinhando, alguns já estão se arriscando a ficarem em pé, apoiados nos carrinhos dos colegas e apoios existentes na sala de aula.
A linguagem e comunicação estão em pleno desenvolvimento aperfeiçoando constantemente o balbucio, da simples emissão de sons vocais contínuos, emitindo sons de letras, a vocalização de sílabas.
Alguns bebês reconhecem o seu próprio nome e atendem quando são chamados pelas professoras, respondendo sempre com um lindo sorriso cativante.
4.2-RESULTADOS:
Hoje as crianças chegam felizes e sorridentes, aceitando o colo das professoras, expressando satisfação em vê-las.
A alimentação é bem aceita por todos, e nestes momentos a autonomia atrelada à motricidade fina do bebê é bastante estimulada, pois entendemos que nesta fase a criança é capaz de pegar objetos com ambas as mãos empregando as palmas, o que facilita bastante na hora do suco, ao tomar água e mamadeira.
As crianças demonstram interesse pelas histórias contadas, sendo notável a imensa curiosidade que apresentam quando está sendo contada uma história, pois vibram felizes batendo palmas; manuseiam os livros e observam suas gravuras coloridas. Na hora das músicas a folia toma conta, a alegria é compartilhada, todos dançam e cantam no ritmo da música, tentando sempre imitar os gestos e movimentos feitos pelas professoras.
A turma do Nível1 demonstra imensa alegria em aprender novas coisas, crianças curiosas e ativas, conquistando a sua autonomia, que estão sempre testando seus limites, descobrindo novas aventuras, e isso é o que torna o trabalho de nós professoras satisfatório, ter a certeza que de tudo um pouco se aprendeu o muito. Assim são eles, sem limites para voar, voar nas asas do saber, com inteligência e autonomia para irem além de nossas expectativas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS:
No decorrer deste artigo, procurei mostrar de forma sucinta o quanto é importante a fase de adaptação das crianças de Educação infantil pois ela é a primeira etapa da educação básica.
Neste período temos que ter um olhar especial para as crianças e suas famílias, pois é na Educação Infantil que a criança começa a sua fase escolar.
Este processo pode ser muito doloroso se não tratado com paciência e respeito tanto da escola e professores, quanto das famílias, pois a separação da família pode trazer inúmeras reações como o choro a recusa a comer ou dormir o silêncio ou até mesmo o isolamento. Essas reações são comuns, mas atrapalham todo o processo de adaptação. Cada criança reage de uma maneira e fica difícil ter uma previsão de quanto tempo irá durar a adaptação. Alguns pais até reclamam quando a adaptação demora um pouco mais, mas é fundamental que a criança não sofra durante este período e não fique traumatizada. Na escola de Educação Infantil de Campo Bom /RS, onde foi observada durante quatro semanas o processo de adaptação e o acolhimento de uma turma de nível I, no início do ano letivo de 2018, pode-se constatar o quão delicado é o processo de adaptação das crianças e o quanto é angustiante e sofrido para elas, o momento de separação dos pais ou responsáveis, assim como também existe o sentimento de ansiedade e receio, por parte de alguns pais ao terem que deixar seus filhos em prantos, nas mãos de pessoas desconhecidas, enquanto que a professora com o desafio de administrar a situação, procura juntamente com a equipe da instituição, acolher as crianças e suas famílias da melhor maneira possível, tentando passar para elas toda a confiança e segurança necessária para tranquiliza-las.
6 REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il. Volume 1: Introdução; volume 2: Formação pessoal e social; volume 3: Conhecimento de mundo. Acesso em 13 de mar. Disponível em :< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>
CAIRUGA, Rosana Rego; CASTRO, Marilene Costa de; COSTA, Márcia Rosa da (Orgs). BEBÊS NA ESCOLA: observação, sensibilidade, e experiências essenciais. Porto Alegre: Mediação, 2014.
Publicado por: Keyte Tatiane da Silva Pereira
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