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A EDUCAÇÃO E A DIVERSIDADE LINGUÍSTICA

Analise sobre a aquisição da linguagem, as diferentes variações de cada região, a cultura, escola e professor.

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RESUMO

Vários pesquisadores como Gomes (2011), Guinski (2008), Bagno (1999), Cunha (2005), discutem sobre as variedades linguísticas, linguagem, e língua materna. Temas que se tornam cada vez mais presente em nossa sociedade e nos estabelecimentos de ensino e em especial as escolas de educação básica. A partir do contexto estudado os estudiosos defendem a existência de um ensino nas diferentes formas de falar, valorizando a cultura e a língua materna de cada ser humano. Embora partilhemos de um mesmo código linguístico, sendo ele o português brasileiro, existem também as variações linguísticas, que são determinadas por espaço geográfico, social, ou pela escolaridade do individuo. Os tópicos do trabalho tem a perspectiva de estudar como e de que forma associar o que o educando traz de sua língua materna para o conteúdo a ser ensinando em sala de aula. A gramática da língua padrão deve existir e ser estudada sempre, assim como as variações que fazem parte da identidade do individuo, e que representa sua cultura.

Palavra-chave: variedades linguísticas, identidade e educação.

INTRODUÇÃO

A língua portuguesa é uma unidade composta por diversos variantes e sofre várias transformações. Contudo traz em si a ideia de época em que ela é usada, cabendo ao ser humano à consciência que a língua muda e deve ser respeitada em suas variantes.

A língua que falamos é a mesma, desta forma todos fazem o uso do mesmo código linguístico (português brasileiro), no entanto a fala de cada ser humano brasileiro sofre modificações e são diversificadas, individualizadas e heterogêneas. A ideia da existência do monolinguíssimo desaparece a partir do contexto social e vivência com outras pessoas de culturas, regiões, estatus sociais diferentes. A existência de diversas construções lexicais, fonética, sintática morfologia é responsável por explicar a variantes linguísticas.

O neologismo é a área que aborda o surgimento das novas palavras, busca explicar as diversas formas constituídas de valores comunicativas independentes. Nas relações sociais são partilhados os mais diversificados vocábulos, usando-os na comunicação, os mesmos seguem o seu tempo, assim como ser humano evoluiu as palavras foram pelo mesmo caminho transformando-se e adquirindo características fundamentais de um individuo ou de um grupo social.

O estudo das variedades linguísticas tem a missão de ligar a aprendizagem e o respeito às diferenças vocabulares. O presente trabalho é dividido em tópicos que busca explicar surgimento das variações e a aquisição da linguagem, como também o aporte do ensino a partir das variações linguísticas destacando a importância do dialeto de cada ser. Compreendendo que as escolas e os professores devem buscar tornar o processo de ensino/aprendizagem dos alunos algo significativo valorizando a individualidade, quanto a sua maneira de falar.

O trabalho é de caráter bibliográfico, que visa dar segurança e embasamento teórico as ideias que concerne às variedades linguísticas. O primeiro tópico destaca a aquisição da linguagem, como esse processo ocorreu no ambiente em que vive o ser humano. No segundo tópico será abordado sobre as diferentes variações existentes em cada região, isso dado de forma simples, busca exemplificar o estudo das variações.

No terceiro tópico discutiram-se as questões da cultura e das variações, qual importância do falar diferente pode ter no reconhecimento sociocultural do individuo; no quarto tópico serão abordadas as questões relacionadas com escola e professor qual o posicionamento de cada uma quanto às variedades linguísticas; no quinto tópico o tema será o ensino a partir das variações, como o professor pode valorizar a língua materna do aluno, dando significado à mesma na sala de aula, ao tempo busca não condenar o aluno por ter uma linguagem diferente.

E por fim as considerações finais, fechando as discussões e elencando a importância do tema para ser estudado em sala de aula.

O estudo tem por objetivo estudar os diversos falares, que são derivados da miscigenação brasileira ou criados a partir de uma identidade regional/social. Contudo, o português brasileiro sofreu diferentes variações do português falado em Portugal, e é essa variedade que torna a língua portuguesa brasileira única e rica de valores socioculturais.

1. LINGUAGEM

Ao longo de muito tempo buscou-se identificar as funções do ser humano, quanto sendo um ser possuidor de pensamento e linguagens, com caráter comunicativo, para Gomes (2011), “ser humano tem poder de entrar na mente de outro ser humano”, isso dado a partir do uso da apalavra. Na busca de explicações entre a linguagem, a mente e o cérebro Aristóteles defendiam que o conhecimento estava no coração e que o cérebro era para esfriar o sangue. Com visão contraria o médico Britânico William Harvey defendia que o coração era responsável por bombear o sangue, logo o conhecimento estaria em outro lugar. Só que contrapondo essa ideia René Descartes acreditava que o cérebro era responsável por bombear um fluido animador, para René Descartes citado por Gomes (2011) esse fluido era distribuído através de nervos que consequentemente movimentaria os músculos e que o cérebro seria apenas uma máquina sem nenhuma realçam com o pensamento, mas acreditava que a mente o pensamento e a linguagem estaria em um único conjunto. Contradizendo Rene, Nietzsche defendia que a linguagem seria uma interpretação inspirada com uma “mentira”.

Outro autor que buscava explicações para linguagem era Bacon, filósofo de pensamento empirista defendia uma tríade, que segundo Gomes (2011) seriam elas: “a alma, a mente e a matéria”, já para Locke filósofo da mesma correte de Bacon a mente humana seria como uma “tabula rasa”, onde a partir da interação com meio que se tornaram experiências, criando a mente de cada um. Em desencontro as ideias aqui vistas dos filósofos pensadores Chomsky foi um crítico as ideias empiristas para o filósofo a estrutura do cérebro é dada a partir do código genético, portanto, segundo om autor citado por Gomes (2011) “o cérebro é programado para analisara a experiência e construir saberes a partir dela”, ainda segundo Gomes o ato de falar e compreender o quem está sendo dito é “habilidade especializada e complexa”.

A aquisição da linguagem é um processo contínuo de variações determinantes no reconhecimento da mesma, muitas vezes cultural, em uma abordagem teórica a aquisição da linguagem pode esta dividida em: uma dotação genética, algo passado a parte de sua estruturação específica de cada ser humano; ou com o contato com o ambiente, os diferentes pensadores que estudam o desenvolvimento da linguagem tendem escolher um ou outro conceito. Para o Behaviorismo, a linguagem e dada a partir da interação com o meio ao contrário do inatíssimo que defende que essa aquisição aconteceria a partir de algo pré-existente no individuo. Para o cognitivismo construtivista, a linguagem passa a existir a partir do desenvolvimento do individuo, que seria feita por estágios (... pré-operatório, operatório.), possibilitando assim a aquisição da linguagem.

Para a visão socioiteracionista, tudo acontece a partir da interação social, as atividades simbólicas possibilita o desenvolvimento da fala, a qual passa a ter função organizadora, para que possa então controlar o ambiente em que vive para os defensores socioiteracionistas a cultura e o desenvolvimento histórico-social são fatores determinantes para a construção do pensamento.

O estudo linguístico busca explicar as diversas forma de comunicação ou a maneira como são usados os vocábulos, ligando as diversas palavras e seus significados com a interação que ocorre em diferentes ambientes com diferentes pessoas de culturas distintas, segundo alguma definição Gomes (2011) nos situa das principais áreas que tem a incumbência de desvendar os diferentes conceitos. O primeiro seria a fonética que para a autora “estuda os sons da fala, preocupando-se com os mecanismos de produção e audição”, sendo a partir desse estudo que se pode entender e identificar as diferentes formas, ou variedades linguísticas existentes em diferentes agrupamentos sociais e geográficos.

O segundo seria a fonologia que busca identificar distinções nos sons da língua, para Gomes (2011) essa área “preocupa-se também com os sons da língua, mas do ponto de vista da função”. Existe ainda a morfologia, sintaxe, semântica, pragmática, linguística textual, analise do discurso, neolinguística, psicolinguística e o sociolinguismo que é uma área que visa estudar as relações que existe entre a linguagem e a sociedade, segundo Gomes (2011), “a sociolinguística trata da língua em suas variedades descrevendo os fatos linguísticos, sem avaliação do que é certo ou errado”. Para a autora independente da variação linguística que se é usada na comunicação ela é legitima.

O tremo variação linguística já é usada desde 1960, na mesma década que surgiu o sociolinguismo, por se tratar de uma área que estuda as variações existentes na língua, passou a ser usada com mais intensidade ao longo das décadas seguintes, para o sociolinguismo o seu principal objeto de estudo é a variação. Conhecendo assim os diferentes fatores que torna a língua heterogênea.

1.1 AS DIFERENTES VARIAÇÕES

A comunicação é uma das principais funções da língua, a partir dela o ser humano pergunta, instrui, argumenta e se desenvolve. As línguas são heranças históricas passadas de geração para geração, faz parte da identidade e da cultura de um povo presente no cotidiano. Para a comunicação usamos a língua/idioma, que no Brasil é o português, no entanto esse código linguístico sofreu várias interferências, causando assim as variedades linguísticas. Cada região possui diferenças na comunicação, na fonética das palavras para os autores Mussolini & Bentes, acredita-se que as variações estão situadas no contexto Geográfico (diatópico) e social (diastrático) e define os mesmos como “a variação geográfica ou diatópica esta relacionada às diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre falantes de origem geográficas distintas”.

A variação social ou diastrática, por sua vez relaciona-se a um conjunto de fatores que tema ver com a identidade dos falantes também com a organização sociocultural da comunidade de fala. (MUSSOLIN & BENTES, 2006, p. 34). Há também outros fatores responsáveis pelas variações linguísticas sociais e ela pode este presente na idade do individuo. Termos linguísticos usados por jovens de 16 anos não é utilizado por um adulto de 50 anos, existe também as questões socioeconômicas, onde geralmente pessoas com estatuas econômico baixas tem uma linguagem diferente daqueles que tem um estatuas mais elevado.

No contexto mais amplo o uso termos novos na linguagem conhecidos como gíria pode ser determinado como neologismo, que é uma conceituação básica em relação às inovações linguísticas que surge da necessidade comunicativa existente no ambiente. A gíria pode ser um contribuinte fundamental identificando grupos, para Cunha (2005) a gíria é considerada uma forma de comunicação que utiliza termos e vocábulos específicos a um determinado grupo, caracterizando-os e destingindo-os dos demais falantes de uma língua “(p. 49)”.

O Brasil é dividido em cinco regiões, cada região possui culturas diferentes. Apesar de compartilhar de um mesmo código linguístico, a população dessas regiões tem suas variações linguísticas, que os identifica. Os registros orais são marcas da cultura das comunidades de cada região, originaram-se no decorrer de séculos e vem sendo transmitidas de geração a geração tornando-se marcas regionais, sociais, geográficas e histéricas que constitui a identidade e determina as diferenças de cada região.

As influências indígenas, africana europeia e de épocas são fatores, que resultaram na variação linguística, e cada região às vezes do significado diferentes a uma mesma expressão/palavra segundo Cereja (2006) segue alguns exemplos de dizeres como: “bater a caçuleta” usado no nordeste e “levou farelo” usado na região Norte tem o mesmo significado que é “morrer”, porem são expressões totalmente diferentes. “O autor dá um segundo exemplo que são as expressões: (pia) usada na região Sul e (brugelo) usado na região nordeste tem o mesmo significado (criança ou guri)”.

As variações linguísticas é um fenômeno natural que acontece com todas as línguas, não existindo o conceito de certa ou errada, apenas de como é usada e em que momento, embora as variações façam parte da identidade de um povo, o Brasil possui normas padrões que determinam à escrita e a comunicação formal.

1.2 CULTURA E AS VARIAÇÕES

A cultura é responsável pelo tipo/modelo de comunicação e expressão de cada individuo ou grupo social, responsável por refletir valores e possibilitar nas descobertas e novos conhecimentos. A cultura envolve movimentos artísticos, populares e comunicativos. A forma que cada ser humano usa a linguagem pode ou não determinar os seus valores sociais, a cultura envolve a todos seja de um mesmo grupo ou de uma mesma comunidade. Desta forma, ao depararmos com certas “diferenças” em sua maioria, julgamo-las como erros ou ate como falhas, isso dado a partir da cultura como homogênea.

Na perspectiva do “erro”, a forma de comunicação oral e escrita elegeu uma variedade linguística como a melhor devendo ser seguida de forma incontestada. No entanto, o Brasil é formado a partir da miscigenação dessa forma o português brasileiro não tem forma estática o que torna a gramática normativa apresentar regras que geralmente não são mais utilizadas em nosso território não representa de forma efetiva a língua português-brasileira, O que é tratado como “erro de português” quando foge de determinados termos arcaicos que não fazem parte do processo de evolução da linguística.

No consistente a percepção de “erros” as pessoas que partilham de uma mesma cultura tem grande tendência à igualdade de pronuncia vocabular, no modo de escrita, e ate mesmo no vestir-se e alimentarem-se de um mesmo modo, esses indivíduos dividem principalmente o conhecimento informal que este ligado a fala a escrita e a interpretação/compreensão, por tanto o que estiver fora dessa “cultura”, de determinada sociedade (grupo/etnia) é considerado “erro”.

A linguagem ela pode ser dividida em culta, que tem relações com a construção literária, a coloquial, a qual é usada no dia a dia e a popular que tem seu vocabulário limitado acompanhado de gírias. A partir da concepção de linguagem buscamos identificar o preconceito linguístico, o qual é fruto da prescrição de uma gramática normativa para Gomes (2011) o preconceito “é fruto de uma tradição de tratamento da língua como um sistema rígido de leis a serem cumpridas e aquilo que não se cumpre é (julgado e condenado)”. Contudo a autora diz que é muito relativo à concepção de certo ou errado, pois para a mesma “o que é certo hoje pode não sê-lo amanha”. Entre o que é certa ou errada esta a posição de cada individuo ocupa socialmente para a autora “uma pessoa normalmente é julgada pela forma como fala, mas, principalmente, pelo papel que representa na sociedade”.

Na visão da autora para que uma seja considerada certa, tem que ser usada por alguém de prestígio caso contraria e tida como algo errado, dessa forma o preconceito está presente nas diferentes formas de expressões, o que é certo na visão de alguém pode não ser na visão de outra pessoa. O que existe né a diferença tornando cada grupo especial, e as regras não existe, mas sim uma sistematização linguística, ou seja, aquela variedade presente em sua comunidade, para a autora o problema não está no fator linguístico, mas onde o individuo compartilha essas variedades “nas convenções sociais e culturais da sociedade em que esta inserida o falante”.

As variações são partes fundamentais da cultura de cada individuo grupo ou região, reflete os valores e conquistas sociais, tornando algo indenitário nas relações cotidianas do ser humano.

1.3 ESCOLA PROFESSOR E AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

O estudo das variações linguísticas requer do individuo/educador a percepção que essa existência não é por acaso que se é dado de forma inerente à língua, portanto é fundamental significar a importância das variações. É certo que as variações linguísticas estão presentes na vida dos alunos para Cagliari (2000) “para a escola aceitar a variação linguística como um fato linguístico, precisa mudar toda a sua visão de valores educacionais”. Para o autor os professores ficam responsáveis por discutir esses termos em sala de aula com os alunos, quais implicações existem nas variações, qual a sua contribuição sociocultural e o porquê da existência das mesmas.

O ensino escolar deve estar aberto as diferentes variações linguísticas o reconhecimento e avaliação das características de cada aluno é fundamental na condução de uma educação significativa. E necessário conhecer as variações existentes naquele espaço escolar, implicar que o professor não fique preso a uma norma padrão, mesmo que a escola não admita a existência de variações em seu a ambiente ou que busque escondê-las como diz Bagno (pó. Cit.) “[...] nossa escola não reconhece a existência de uma multiplicidade de variedade de português e tenta impor a norma padrão sem procurar saber em que medida ela é na prática uma “língua estrangeira” para muitos alunos se não para todos” (BAGNO, 2006, p29).

O autor defende que a escola é um espaço socializador e múltiplo de diferenças, portanto local privilegiado no reconhecimento das diferenças “a escola não pode ignorar as diferenças sociolinguísticas. Os professores e por meio deles os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa” (BORTONI-RICARDO 2005, p.15).

A escola não deve impor a língua padrão com certa elas variedades como erradas, o papel da mesma diante da sociedade é mostrar a importância de cada uma na comunicação social. O professor em determinados momentos em sala de aula vê as variações como erros e tenta repreendê-las, fazendo com que o aluno desacredite de sua língua materna do valor cultural e sócio/histórico que lhe foi passado de outras gerações. Portanto, o educador deve sentir-se livre para expressar-se, conhecendo, o momento em que se pode usar a norma padrão ou coloquial. Segundo Bagno (2009) as práticas pedagógicas devem estar em sintonia com as transformações sociais, para o autor a sociedade brasileira de hoje está muito diferente daquela do século XX é necessário um novo olhar com uma postura reflexiva sobre o que se quer ensinar aos alunos e de que forma, quais desafios irão ser proporcionados aos mesmos e o que se pretende alcançar com determinada metodologia, o importante é que o professor abrace seus alunos cumprindo com papel de ensinar valorizando o individuo e não descumprido o mesmo por que tem uma forma de falar diferente.

Para Bagno (1999 p.140) é fundamental que o professor busque sempre pesquisar ser outo critica na perspectiva de melhorar o seu modo de ensinar para o a autora “[...] cada professor de língua assuma uma posição de cientista e investigador, de produtor de seu próprio conhecimento linguístico teórico e prático, e abandone a velha atitude repetidora e reprodutora de uma doutrina gramatical contraditória e incoerente. Seguindo, fazendo a crítica ativa da nossa prática diária em sala de aula [...]”.

1.4 O ENSINO E AS VARIAÇÕES LINGUISTICAS

Durante muitos séculos foram criadas diversas palavras ser humano que passaram a fazer parte do cotidiano, e muitas deixaram de serem expressas. Nas novas era a diversidade linguística este presente na sociedade contemporaneidade com evolução recíproca entre ambas. No contexto que regoe o processo de ensino/aprendizagem as variações linguísticas são fundamentais na identificação da cultura/social do aluno e da comunidade a qual pertence. No que se trata da disciplina as aulas de português instituiu ao longo dos tempos o ensino centrado na gramática com centenas de regras a seguir as quais muitas vezes se distancia da realidade do falante.

A rejeição dos alunos quando a disciplina de português se der da não relação que a mesma tem com o cotidiano educando. Distancia entre a gramática normativa e a dinâmica da fala tem tomado caminhos diferentes, no que refere as variedades na fala acaba tornando-se algo concreto com relação comunicativa que ao mesmo tempo representa a diversidade, com evolução constatam-te junto à sociedade com o seu dinamismo, em outra vertente existe as regras da norma padrão determinada pela gramática, que por vezes és já se tornaram obsoletas. O ensino da ligue precisa centrar em seu uso social comunicativo, há necessidade de uma reorganização no ensino está presente vista que para os (Picuns) é preciso encontrar de fato uma forma que possa garantir a aprendizagem da leitura e escrita, e a escola não pode descriminar o estudante pelo seu modo de falar, nem julgar se é certa ou errada, é preciso ensinar de acordo com o contexto em que são usadas as palavras, se formal ou informal. Para Barton-Ricardo (2004) ao perceber a diferença na decodificação das palavras na hora da leitura, o uso das regras que são padrão na escrita, o professor deve identificar essas diferenças porém não deve ser reprimidas, mas entender em que contexto o aluno faz o uso da palavra.

O educador assim como toda a sociedade precisa identificar as diferentes variações l9inguisticas, diferenciando-as entre si com o propósito de prestigiar e respeitar as diferenças que existe em cada língua materna, segundo os Picuns a língua portuguesa deve possibilitar “[...] conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer descriminação baseadas em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais (1997, p 15)”.

A necessidade de aprender a língua padrão não difere da de aprender as variações a ponto que os alunos sintam-se prestigiados e nunca inferiores linguisticamente, para Bagno (2008) a diferença ela não pode ser entendida como deficiências nem tão pouco por inferioridade.

A linguagem que o aluno aprende antes de sua entrada na escola passa a ser perseguida pela gramática normativa, fazendo parecer que tudo que ele a prendeu é errado. Faz-se necessária um ensino voltado à diversidade linguística, ligado o seu conhecimento pré-escolar ao conteúdo a ser ensinado para Cagliari (2007, p 83) “para o aluno, o respeito às variedades linguísticas muitas vezes significa a compreensão do seu mundo e dos outros”.

É fundamental que o ensino possibilite aos alunos a participação nos mais diferentes formas de comunicação orais ao tempo que possam respeitar as divergências no modo de falar de cada um. A formação social do sujeito não centrada apenas na sala de aula, porém é na escola que existe espaço de privilegiado para intervenção, na busca por uma formação significativa, ativa baseado na reflexão/ação.

2. METODOLOGIA:

A língua portuguesa é o instrumento principal na construção do conhecimento, desta forma ela deve ser levada aos alunos como meio ou possibilidade e expansão seja de saberes ou da própria língua que já é usada e dominada pelo falante. As questões que relacionam o erro a maneira de falar de cada individuo não está ligada a ideia que o mesmo sabe falar português correto o que se nesse contexto é as questões gramaticais da língua portuguesa que por sua vez é extensiva e em determinados momentos obsoletas. Buscando estudar e questionar as relações que a língua portuguesa tem entre gramática ou norma padrão e o falar de cada individua.

O trabalho teve um percurso metodológico voltado a entender as variantes linguísticas e possíveis causas de sua existência. No primeiro momento, o trabalho foi realizado em cima do tema com os questionamentos voltados o que pretendia alcançar com os estudos do mesmo. A pesquisa em sites, livros, estudo de teóricos que trabalham com abordagens relacionadas com o tema. Durante o trabalho, as anotações s e as indagações subsidiaram o desenvolvimento do mesmo. Ate a conclusão o processo foi contínuo com significativa aprendizagem, algo que fara parte do exercício da docência.

3, RESULTADOS E CONCLUSÕES

A linguagem é a soma da língua e da fala, faz parte do processo comunicativo social. No Brasil fazemos uso do português oriundo de Portugal. No entanto, assim como a população brasileira tem como alicerce a miscigenação, não seria diferente com a língua, que sofreram várias influencias. A língua brasileira tomou dimensões únicas e próprias dos pais, cada região tem seus falares individuais dados a partir de seu sistema linguístico inicial que é a língua portuguesa.

A valorização dos diferentes vocábulos criados no território pode ser algo que identifique o individuo ou a que grupo social o mesmo pertence, mas também pode tornar-se algo discriminatório. É necessário que haja a valorização das diferenças seja ela cultural ou social, pois todos fazem parte da mesma sociedade.

O espaço escolar como local socializador, deve sempre buscar valorizar os alunos por sua identidade cultural linguística, não devendo ocorrer repressão por parte da mesma ou do professor julgando que a língua materna do aluno ou a maneira de falar sejam erradas. É necessário um ensino a partir da diversidade, sem subjetividade de uma única língua. A educação tema a missão de formar cidadãos que valoriza e respeita as diferenças.

A aprendizagem só é significativa quando o aluno sente o preze em aprender, dessa forma as variações fazem parte da sociedade é algo indenitário e precisa ser respeitado socialmente e principalmente no ambiente escolar por ser um espaço de formação de conduta e valores que serão disseminados por toda vida. O trabalho fez conhecer a riqueza da diversidade e a língua como instrumento sócio/cultural.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado permite-nos concluir que as variações linguísticas é um fenômeno natural de toda língua, não significando inferioridade linguística, mas sim a certeza e a importância que a ligue têm e a sua capacidade de continuar evoluído, já que é um organismo vivo imprescindível na comunicação. Além disso, essas mudanças são motivadas pelo uso identificador indenitário do grupo que a utiliza.

O preconceito linguístico existe faz parte da formação mental do ser humano, resultado de gramáticas normativas ou ate mesmo descriminação linguística, por na ser um termo usado por todo mundo, mas por um grupo. É necessário combater esse tipo de preconceito desde cedo, isso dado com a discussão de temas pertinentes voltados ao conhecimento linguístico em sala de aula e fora dela. Dessa forma promove a conscientização dos aprendizes, fazendo com que quebre o preconceito, formando pessoas criticas, discutido as relações sociais e culturais de cada grupo ou de toda sociedade.

A linguista é uma área ampla de conhecimento, e a língua com objeto de estudo tem a capacidade de formar contextos diferentes na comunicação, a educação deve buscar assimilar o aprender e o ensinar as diferentes formas linguísticas que existe, a qual representa a cultura e identidade de um povo como afirma Bechara (1989) “A grande missão do professor de língua materna é [...] transformar seu aluno num poliglota dentro de sua própria língua, possibilitando-lhe escolher a língua funcional adequada a cada momento de criação [...].” (BECHARA, 1989, p.14).

5. REFERÊNCIAS

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MOROSOV, Ivete. MARTINEZ, Juliana Zeggio. A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em língua estrangeira: Curitiba. Ibpex, 2008.

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Por Joao Santos da Silva Junior - Graduado em pedagogia pela Universidade Paulista (EAD). Professor há dois anos pelo município de Caldeirão Grande-BA

 


Publicado por: SILVA JÚNIOR, João Santos da.

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