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EJA e Educação Física

Importância da Educação Física no EJA - Educação de Jovens e Adultos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

No mundo em que vivemos o tempo é algo escasso na vida das pessoas, porém, a busca por uma vida saudável é consenso. Isto contribuiu para se verificar, a importância da educação física, na escola e em outros espaços sociais.

É necessário que se reconheça o valor da educação física dentro do espaço escolar para que se possa adquirir qualidade de vida, pois, é neste que se constrói, também, os traços de personalidade, do caráter, da moral, o conhecimento do próprio corpo e este no contexto social. E, estes conceitos foram eleitos como primordiais para o desenvolvimento dos alunos no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Almira Amorim e Silva.

Percebeu-se que a partir das atividades voltadas para a conscientização contra o tabagismo, reeducação alimentar e ginástica laboral os alunos e os professores tiveram a oportunidade de apresentar alguns vestígios de sedentarismo. Dessa maneira, as atividades físicas são aliadas dos momentos de cognição, de aprendizagem.

Os seres humanos também aprendem pelo corpo. Pain (1992) afirma que com o corpo se aprende. Então, neste contexto o que seria aprendizagem? Oliveira (2000) afirma, se baseando em Vygotsky, que aprendizagem é o processo onde o sujeito adquire e compreende informações, habilidades, atitudes e valores. A Autora ainda afirma que o processo se torna diferente em momentos e espaços diferenciados.

Então se a aprendizagem depende de momentos e espaços diferenciados, e que pelo corpo se aprende, a educação física se torna imprescindível na escola.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) (1996), afirma que a educação física deve ser integrada à proposta pedagógica da escola em todas as faixas etárias, como componente curricular. Porém, a educação física é facultativa para a Educação de Jovens e Adultos (Eja), pois, os alunos cumprem jornada de trabalho maior de seis horas diárias, além das atividades familiares. Daí a importância de um bom planejamento que inclua periodicamente cada aluno que compõe a unidade escolar, ou seja, as aulas devem ser elaboradas para todas as faixas etárias.

Tendo em vista que os alunos da Eja possuem no mínimo 15 anos, é preciso reconhecer a bagagem que apresentam e os conhecimentos adquiridos por meio de suas experiências em seus grupos sociais. Não se pode excluir nenhum aluno, deve-se atentar para a felicidade e colaboração de todos.

É necessário dizer que o aluno possui uma visão de mundo e seu corpo também, e isto deve ser aproveitado para a elaboração dos planejamentos escolares. Em um trabalho com algumas alunas na faixa etária dos 50 anos, houve surpresa com a energia e determinação das mesmas, isto prova que subestimar não é a melhor forma de conduzir uma situação.

Nas atividades de educação física os jogos são muito utilizados como estratégia de ensino. O fato é que nem sempre ao jogar, futsal, por exemplo, os alunos irão adquirir conhecimento e traços culturais essenciais para se ter uma boa qualidade de vida.

A educação física na Eja deve buscar a interação sobre o que o aluno conhece e estimular à prática de hábitos saudáveis. Assim, um professor de educação física de um Ceja deve estar atento laboralmente para atender estas necessidades. É interessante mediar intervir dentre algumas atividades físicas tradicionais devemos adaptá-las às realidades dos alunos que a comportam.

Segundo o Ministério da Educação um dos objetivos da educação física é “usufruir do tempo livre de lazer, resgatando o prazer enquanto aspecto fundamental para a saúde e melhoria da qualidade de vida” (2014, p. 205). E continua:

É fundamental abordar diferentes práticas corporais como forma de lazer, que é um importante direito social (assegurado constitucionalmente). Devem ser oferecidas, ao aluno, condições para o exercício desse direito. Valorizar o período de lazer para a ampliação das relações interpessoais dentro da comunidade é pensar em qualidade de vida, que pode ser promovida por meio de algumas atitudes como a reivindicação de espaços públicos para esse fim e a organização em torno da utilização desses espaços. Promover trabalhos em grupo para discutir a gestão de tais espaços, pesquisando na própria comunidade ou em outros espaços, pode ser o ponto de partida para um trabalho que viabilize alternativas com um público que apresenta maiores possibilidades de interferência na comunidade (p. 205).

As atividades físicas promovem a prática da busca da qualidade de vida, contribuindo para o desenvolvimento psicossocial. A idade avançada não deve ser um fator para o impedimento de relações, caindo, por conseguinte, em um tabu social. Pelo contrário, deve continuar existindo e atuando como um contato sadio com o próprio corpo e com o corpo do companheiro. Ou seja, a educação física pode contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem e da qualidade de vida.

O Ministério da Educação afirma que a educação física na Eja possibilita aos alunos o entendimento da cultura corporal de movimento, ou seja, “o acesso a esse universo de informações, vivências e valores é compreendido aqui como um direito do cidadão, uma perspectiva de construção e usufruto de instrumentos para promover a saúde” (2014, p. 193). Isto é a utilização criativa do tempo de lazer na escola e a apropriação da cultura do movimento corporal se transforma em instrumento de inserção social e melhoria da qualidade de vida.

Observou-se que os alunos do Ceja Almira Amorim e Silva são trabalhadores, em sua maioria, e as atividades físicas mais realizadas são a caminhada e os jogos de quadra em finais de semana. Portanto, o espaço escolar é mais que indicado para a realização de procedimentos onde os alunos possam se conscientizar sobre os benefícios das atividades físicas para a qualidade de vida.

Nas aulas de educação física foram realizadas dinâmicas e atividades de baixa intensidade com os alunos da Eja, isto para possibilitar a boa convivência, noções sobre o corpo de movimentos e práticas corporais para possibilitar qualidade de vida àqueles alunos.

Outro fato interessante é a realização de atividades pertencentes à ginástica laboral que estende do grupo de professores aos alunos. A ginástica laboral indica a necessidade de compreensão do corpo e leva a pessoa a procurar respostas à situações de estresse e fadiga, o que possibilitará qualidade de vida ao trabalhador.

As atividades de ginástica laboral estendida aos alunos da Eja como alongamentos e relaxamento muscular aliados a exercícios respiratórios proporciona bem estar físico.

Enfim, o espaço escolar é propício para as atividades físicas a fim de que proporcionem aos alunos conhecimento corporal e melhoria na qualidade de vida em grupo.

REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Educação Física. Disponível em http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/segundosegmento/vol3_edufisica.pdf. Acesso em 20 ago 2014.

BRASIL. LDBN. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acesso em 20 ago 2014.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1992.

OLIVEIRA, Marta Kohl de Oliveira. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento - Um processo sócio-histórico. São Paulo: Editora Scipione, 2000.


Publicado por: Jusineide Marciana de Arruda

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.