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Conceitos e Evolução da Ciência Econômica

Breve análise acerca dos conceitos e da evolução da ciência econômica.

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Qual o Principal Conceito de Economia? Quais as Principais Escolas do Pensamento Econômico? Quem Foi o Principal Pensador da Escola Clássica de Economia? Quais Foram as Principais Práticas Adotadas Pelo Mercantilismo? Qual a Importância de John M. Keynes Para o Estudo da Economia?

A palavra “Economia” é de origem grega e vem do termo “oikonomos”, onde “oikos” significa “casa” e “nomos” significa “norma” ou “lei”; logo, pode-se afirmar que Economia é a administração da casa ou a administração do lar ([1]). Nesse sentido, esse autor comparou a Economia com a gestão de uma família ao tomar decisões, pois a forma como a família decide quem vai fazer as tarefas de casa, o que comprar, o que vestir e o que comer – entre outras – é parecida com a forma com que as pessoas fazem as suas escolhas na Economia. Então, quando as empresas são formadas, os indivíduos decidem o que, quanto, como e para quem produzir. E os consumidores decidem quais bens ou serviços desejam comprar, quanto podem pagar por eles, escolhem outros bens ou serviços que sejam substitutos a eles ou até mesmo optam por deixar de comprar. Isso é o principal conceito de Economia e, dessa forma, podemos compreender o porquê de estuda-la.

Para MANKIW (2001), a Economia é o estudo de como a sociedade gerencia seus recursos escassos. Ao dizer que são escassos, entende-se que os recursos da sociedade são limitados e, desse modo, nem sempre é possível produzir todos os bens e serviços que desejamos. A forma como uma família aloca os seus recursos é como a Economia gerencia os seus recursos produtivos limitados. Por exemplo: a produção de sorvetes em regiões frias tende a ser reduzida ou mínima, pois com a temperatura baixa a população não costuma fazer o consumo desse produto. Sendo assim, o conceito de Economia está relacionado à forma como o homem se relaciona com a sociedade.

A Economia é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos ordinários da vida. Mas diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam, de modo intenso e constante, a condução do homem no trato com as questões que interferem em sua riqueza e nas condições materiais de seu bem-estar ([2]). Então, pode-se dizer que a Economia é uma ciência social, pois ela estuda o comportamento da sociedade que está em constante mudança. Quando se fala em ciência, geralmente pensamos em laboratórios e experimentos, mas a economia não é uma ciência experimental, até mesmo porque seria difícil estudar de forma isolada cada pessoa em cada região do mundo devido a sua extensão. Então, compreende-se que a sociedade humana é o objeto de estudo do laboratório da economia, como Rossetti (2000) afirmou. Portanto, a Economia é uma ciência social por meio da qual se dá a observação da realidade econômica na sociedade, e que tem como finalidade estudar a questão da escassez dos recursos produtivos.

A Evolução da Ciência Econômica

Do período da Antiguidade até o Renascimento, as questões econômicas – como a posse territorial, servidão, arrecadação de tributos e relações comerciais – eram tratadas pelos conhecimentos políticos, filosóficos e de direito. Mas, ao longo da história, foram surgindo as escolas de pensamento econômico, que foram desenvolvidas para estudar a evolução da ciência econômica.

A) Mercantilismo: O mercantilismo surgiu entre os séculos XVI e XVIII como um conjunto de práticas econômicas adotadas para atender aos interesses do Estado colonialista e das classes dominantes por ele protegidas. Nessa época predominava o Absolutismo monárquico, em que o rei tinha total controle sobre a exploração das colônias. O Mercantilismo foi considerado a primeira escola de pensamento da ciência econômica, embora não considerasse a economia ainda como ciência, e as principais práticas adotadas contribuíram para o aprofundamento do estudo da Economia. As principais práticas adotadas pelo Mercantilismo foram:

  • Balança comercial favorável (os produtos brasileiros eram mais exportados do que importados).
  • Protecionismo (aumento das tarifas para proteger o mercado interno).
  • Monopólio (das relações comerciais).
  • Exploração das colônias (as colônias, como o Brasil, por exemplo, eram exploradas exclusivamente por Portugal).

B) Fisiocratas: A primeira corrente teórica que passará a estudar a economia como ciência surgiu com o início da Revolução Industrial, chamada de fisiocracia. Os fisiocratas foram economistas do século XVIII que combateram as ideias do Mercantilismo e foram os primeiros a contestar a regulamentação da economia pelo governo. De acordo com eles, essa regulamentação não seria necessária, visto que a lei da natureza é suprema.

A Fisiocracia estudava a doutrina como uma ordem natural. O universo é regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, que provinham de uma força divina. Os fisiocratas acreditavam que era necessário o investimento em produção para um país se desenvolver, com ênfase na produção agrícola, pois somente por meio dela é que seriam possíveis a geração e a ampliação de excedentes (sobras para a comercialização) ([3]). Isso é justificado, pois nessa época os países passavam por problemas de escassez de comida, excessiva regulamentação governamental e muitas pessoas trabalhando com as finanças, o que não era necessário para a expansão econômica no período. François Quesnay era um dos economistas fisiocratas, e em sua obra Tableau Économique de 1758, ele utilizava tabelas econômicas que quantificavam dados econômicos, com os quais ele buscava compreender como era formada e distribuída a riqueza na sociedade.

C) Clássica: A escola clássica surge no século XVIII. Com a Revolução Industrial, o fortalecimento do Estado deixou de ser a principal preocupação política, e a riqueza das nações passou a ter maior importância. A escola clássica também influencia a época do Iluminismo, a Idade da Razão. Adam Smith foi um dos principais pensadores clássicos da área da economia. As suas duas (2) principais obras (“Os sentimentos morais”, de 1759 e “A riqueza das Nações”, de 1776) foram influenciadas pelas mudanças que estavam ocorrendo na Inglaterra com a Revolução Industrial. As mudanças sociais e econômicas provocadas pelo novo sistema de produção concentrado em uma fábrica não eram explicadas pela teoria mercantilista utilizada naquele período. Assim, Smith buscou explicar a partir delas a formação, a acumulação, a distribuição e o consumo da riqueza.

Outro autor importante na escola clássica foi David Ricardo, que apresentou contribuições significativas para o entendimento da economia em seu livro “Princípios de Economia Política e Taxação” (de 1817). Um dos destaques conceituais refere-se aos conceitos de teoria das vantagens comparativas e do comércio internacional. O autor aponta que o livre-comércio internacional poderia beneficiar dois países, se cada um tivesse uma vantagem relativa na produção a ser comercializada. Jean Baptiste Say (1767 – 1832) desenvolveu a Lei de Say, que é a Lei da oferta e da procura (ou demanda). Essa lei defendia que toda oferta cria sua própria procura. Além desses, outros pensadores economistas clássicos também contribuíram para os estudos de economia, tais como: Thomas Robert Malthus e John Stuart Mill.

D) Neoclássica: Com a crise de 1929 (conhecida como “A Grande Depressão”), os economistas perceberam que os conceitos clássicos não permitiam mais analisar a expansão da economia. A escola neoclássica surgiu com a mudança na definição dos problemas econômicos; os economistas neoclássicos passaram a se preocupar com a alocação dos recursos escassos, a maximização da utilidade e satisfação dos consumidores. O movimento marginalista buscou explicar a alocação de recursos escassos entre os usos correntes. Segundo Pinho e Vasconcellos (2003, p. 44) “[...] o homem econômico, racional e calculador estaria empenhado em equilibrar seus dispêndios marginais com seus ganhos marginais”. Dessa forma, o objetivo era chegar a ótimos resultados. Alfred Marshall foi o grande pensador econômico neoclassista, além dos pensadores marginalistas William Stanley Jevons, Carl Menger e Léon Walras.

E) Institucionalismo: A escola institucionalista surgiu em oposição às Escolas Clássica e Neoclássica, e tinha como objetivo tirar a economia das deduções e reconduzi-la à realidade. O institucionalismo retomou os estudos sobre a harmonia natural da vida econômica, mostrando que choques de interesses poderiam provocar desajustamentos e, além disso, rejeitou as teorias dedutivas e as abstrações do marginalismo hedonista e passou a dar ênfase aos estudos estatísticos sobre o funcionamento real da economia. Thorstein Veblen (1857-1929) foi o grande percussor do institucionalismo. Além dele, houve outros pensadores institucionalistas como John Commons e Wesley Mitchell.

F) Keynesiana: No período entre as duas Grandes Guerras, surgiu John Maynard Keynes (1883-1946), apresentando ao governo da Inglaterra um programa de ação governamental para a promoção do pleno emprego. A partir da crise de um sistema capitalista, Keynes desenvolveu sua obra “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, publicada em 1936. Ele apontou que o Estado devia ter um papel na economia, desenvolvendo políticas de intervenção, promoção e regulação, no sentido de promover o desenvolvimento capitalista.

G) Alternativas: As abordagens alternativas foram acontecendo e se desdobrando em outras teorias, na medida em que as escolas de pensamento econômico foram se desenvolvendo. Em oposição aos ideais clássicos e neoclássicos, surgiu o socialismo. O socialismo de Karl Marx e Friedrich Engels surgiu no século XX em oposição aos ideais liberais dos neoclássicos. É uma doutrina política e econômica que defende os meios de produção e de distribuição de forma coletiva, e a supressão da propriedade privada e das classes sociais. Em sua obra “O Capital”, Marx faz uma análise do capitalismo que basicamente consiste numa crítica à economia política, além de fazer uma crítica a Adam Smith sobre a teoria do valor do trabalho. Marx foi o criador da teoria marxista, que defende a luta de classes: um conflito entre a classe social dominante, que controla os meios de produção, e a classe trabalhadora.

H) Atuais: As escolas de pensamento econômico mais recentes são a do monetarismo e a da economia do bem-estar atreladas à ideologia neoclássica. Monetarismo é uma teoria econômica que enfatiza o papel da política monetária visando ao alcance da estabilidade macroeconômica de uma economia de mercado. Já a Economia de bem-estar é uma teoria econômica que se utiliza de técnicas microeconômicas para determinar a eficiência alocativa de uma economia e a sua distribuição de renda.

REFERÊNCIAS

MANKEW, N. Gregory. “Introdução à Economia: Princípios de Micro a Macroeconomia”. Ed. Campus. São Paulo, 2001

PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. de (Orgs.). Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000


([1]MANKEW, N. Gregory. “Introdução à Economia: Princípios de Micro a Macroeconomia”. Ed. Campus. São Paulo, 2001. P. 55

([2]ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2000, p.43

([3]PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. de (Orgs.). Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 113 ______________________________________________________________________________________________________________________

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Escritor. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico.


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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