O papel da propaganda na TV
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Repetida milhões de vezes e criada para influenciar, a propaganda usa artifícios de caráter duvidoso para deixar o telespectador vulnerável.
Quando o assunto é Televisão, é preciso analisar a programação de forma segmentada: novelas, programas de auditório, jornais, programação infantil e propagandas. Alguns dizem que a TV influencia negativamente principalmente crianças e adolescentes e corrompe a moral por meio de filmes e desenhos. No entanto, é a propaganda que tem como objetivo principal influenciar, muito mais do que desenhos ou filmes, caso contrário, grandes empresas ou políticos em véspera de eleição fariam filmes para se promover e não propagandas.
A TV não é o monstro que pensamos ser, o grande vilão é a propaganda que, repetida milhões de vezes, cria desejos de consumo desnecessários. “Claramente as propagandas, hoje, procuram trabalhar com valores, não com a qualidade do produto. São raras as propagandas que cantam as qualidades do produto”, afirma Yves de La Taille (Professor do Instituto de Psicologia da USP). Hoje, é muito fácil escolher a sua própria programação, o que não escolhemos são as propagandas.Você muda de canal e lá está ela mostrando uma pérfida realidade: se você tomar essa cerveja, a mulher mais bonita será sua, se comprar esse carro, terá sucesso garantido. Se a criança tiver tal brinquedo, terá poderes de super herói, se a menina tiver tal boneca será a mais bonita e popular.
Geralmente as propagandas exprimem uma ordem: “Compre batom”, ou então trabalham com elementos que tocam diretamente o telespectador, como a propaganda de um carro X em que o filho pedia ao pai para não deixá-lo na porta da balada, pois o garoto tinha vergonha do carro. Há, nesse caso, uma forte influência sobre o pai, pois é ele quem vai comprar o carro. Segundo La Taille, esse tipo de propaganda é moralmente nefasta, porque mostra uma criança que tem uma relação instrumental com o pai, que tem vergonha do pai por causa do carro e nem se sabe o que esse pai faz da vida.
O estranho é que algumas pessoas acham graça nesse tipo de propaganda, e se acham graça é porque não têm distanciamento. “Se não têm distanciamento é porque não têm crítica“, afirma La Taille. No entanto algumas propagandas apelam tanto para o sentimental que em suas trilhas colocam musicas que imitam batidas de coração, isso ocorre principalmente em propagandas políticas. “O som fica quase imperceptível, principalmente se misturado à trilha sonora ou à fala do candidato, passando uma sensação de calma e segurança. O expediente já foi utilizado por políticos como Covas e Maluf, e nas propagandas de carro da Chevrolet", afirma o publicitário Flávio de Alcântara Calazans, professor da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Claramente as propagandas deturpam o que vivemos, contorcem situações cotidianas à seu favor e, mostrando realidades parecidas, porém fictícias, influenciam o telespectador seja ele criança, adulto, adolescente ou idoso.
Publicado por: Camila M.
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