A Variabilidades das Reações Comportamentais
Breve resumo sobre a variabilidade das reações comportamentais.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Como Minimizar os Impactos das Diferenças Individuais e Obter Resultados Satisfatórios? Que Teorias Explicam o Funcionamento da Cognição Humana? Por Que é Tão Difícil Trabalhar Com Pessoas? O Indivíduo se Comporta Conforme Suas Percepções ou de Acordo Com a Realidade?
As relações humanas no trabalho deveriam ocorrem de maneira ininterrupta a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habilidade é essencial para que as organizações obtenham um clima produtivo, harmonioso que gere empatia, colaboração e alinhamento de objetivos.
Porém, é consenso afirmar que a falta de habilidades para lidar com pessoas é um fator preponderante para o não alcance desses objetivos e, mesmo que as pessoas tenham todo o conhecimento técnico necessário para desenvolver suas atividades, as deficiências nos relacionamentos levam a não otimização dos esforços para a obtenção de resultados.
Pode-se – em alguns momentos – usar o termo “sabotar”; ou seja, mesmo tendo toda a competência, as pessoas podem lançar mão de comportamento não produtivo e ainda atrapalhar o trabalho dos outros membros da equipe.
As organizações investem fortunas em treinamentos de integração e motivação, buscam implantar novas ferramentas de gestão, novos métodos de trabalho e ainda assim percebem que os resultados poderiam ser melhores. Então pergunta-se:
- Por que é tão difícil trabalhar com pessoas?
- Por que os conflitos estão sempre emergindo de todos os lados e formas?
- Como trabalhar com a diversidade e usá-la como ferramenta para o fortalecimento das equipes?
- Como minimizar os impactos das diferenças individuais e obter resultados satisfatórios?
Para alguns, as respostas são fáceis na teoria; pois, na prática a situação se complica. Não basta ter boa vontade de transformar o ambiente em um lugar amigável, produtivo e com performance elevada, é necessário engajar as pessoas na causa, incluí-las no processo e dividir os louros de cada conquista.
O objetivo deste pequeno texto não é apresentar uma fórmula mágica para ter um ambiente onde todos trabalhem como uma música de uma nota só. É tentar demonstrar que mesmo com as diferenças pode-se alcançar resultados relevantes como uma sinfonia com muitas notas diferentes, mas todas dispostas com harmonia e em um ritmo estabelecido de acordo com o momento e a necessidade da organização.
O Elemento Humano e Sua Variabilidade
O homem é um ser gregário e como tal tem uma irreprimível necessidade de viver em sociedade. Está inserido em vários grupos: família, trabalho, igreja, equipes de esportes e outros e, para qualquer um destes ambientes, existe uma complexidade e uma dinâmica para se viver.
Desta forma, entendemos que o homem possui uma variabilidade enorme onde cada pessoa é um fenômeno multidimensional, sujeito às influências de uma série de variáveis.
Entender as nuances que compõem o comportamento humano não é algo simples de fazer, não é uma matemática.
Mesmo que as empresas tenham vários instrumentos para avaliar o comportamento, que mapeiam o perfil e tentam levantar os traços de personalidade, as informações obtidas não são suficientes para compreender as pessoas em sua total complexidade.
Cognição Humana
Cognição é a forma como a pessoa percebe e interpreta a si e ao seu meio externo. Funciona como um filtro pessoal na qual ela forma e estabelece uma opinião sobre o que vê, sente e pensa. Duas teorias explicam como funciona a cognição humana: a Teoria de Campo de Lewin e a Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger (CHIAVENATO, 2006).
Teoria de Campo de Lewin
Essa teoria defende que o comportamento humano é dependente de dois (2) fatores:
- O comportamento é derivado da totalidade dos fatos coexistentes.
- Esses fatos e eventos apresentam um campo dinâmico de forças, no qual cada fato ou evento tem uma inter-relação com os demais, influenciando e sendo influenciado por eles.
O campo dinâmico é chamado campo psicológico, que é o espaço de vida que contém a pessoa e seu ambiente psicológico. Este campo psicológico é o que a pessoa interpreta a si e ao mundo externo.
É o meio ambiente em que pessoas, objetos, situações podem ter valências diferentes, sendo valência positiva quando atraem e vão ao encontro das necessidades do indivíduo e sua satisfação é negativa quando podem ou sugerem causar algum dano ou prejuízo.
A primeira atrai e a segunda causa repulsa, criando nesta situação uma força, um vetor. Um vetor tende a criar a “locomoção” em certa direção. O modelo de comportamento humano proposto pela teoria de campo pode ser representado pela equação:
C= f (P,M); Onde
- (C) = comportamento é o resultado da função
- (f) interação entre a pessoa
- (P) e seu meio externo (M).
- (P) a pessoa é representada pelas suas características genéticas, pela sua aprendizagem em contato com o meio. Esta teoria explica porque um mesmo objeto pode ser visto e interpretado de modo diferente por cada pessoa.
Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger
Baseia-se na premissa de que a pessoa se esforça para manter a coerência entre suas cognições (convicções, opiniões). Quando a pessoa tem uma crença sobre algo e age diferente do que acredita, ocorre uma situação de dissonância. A dissonância e a contradição são as das principais fontes de inconsistência no comportamento. O elemento cognitivo é uma convicção que o indivíduo tem sobre si mesmo e o ambiente. Estes três (3) elementos podem estar relacionados de três maneiras:
- Relação Dissonante: Quando a pessoa tem uma opinião sobre e algo e age de outra forma. Exemplo: o indivíduo sabe que beber e dirigir são perigosos, mas mantém esta atitude, mesmo conhecendo os riscos. •
- Relação Consonante: Usando o exemplo anterior, o indivíduo sabe que beber e dirigir são comportamentos perigosos e então os abandona.
- Relação Irrelevante: Quando os elementos da relação não possuem ligação - o indivíduo dirige e joga futebol.
Quando ocorre uma dissonância o indivíduo entra em um conflito íntimo e procura adotar algumas formas para sair deste desconforto:
- Mudança do Comportamento: tenta reduzir as dissonâncias, mudando suas opiniões pessoais para adequá-las à situação externa conflitante.
- Mudança do Ambiente: tenta mudar o ambiente e ajustá-lo às suas convicções.
- Conflito Permanente: Caso o indivíduo não consiga mudar as suas convicções e/ou ambiente externo, passa então a conviver com o conflito íntimo da relação dissonante.
A partir destas duas (2) teorias – Teoria de Campo de Lewin e Teoria da Dissonância Cognitiva de Festiger – pode-se entender que o indivíduo se comporta conforme suas percepções e não de acordo com a realidade; ou seja, ele reage de acordo com aquilo que lhe é confortável ou não com suas cognições.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O capital humano nas organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
WANDERLEY, J.A. Negociação Total: Encontrando soluções, vencendo resistências, obtendo resultados. São Paulo: Gente, 1998.
Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.