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Dicas para produção de textos na internet

Critérios necessários na produção de textos na internet para atender as demandas da Web atraindo o leitor com um conteúdo interessante, relevante e de fácil leitura.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Produção de textos para a internet: Você está fazendo isso da maneira correta?

O objetivo do presente manual é tentar direcionar melhor o trabalho de produção escrita para a WEB. Longe de estabelecer leis invioláveis, formas engessadas, preceitos indiscutíveis, entre outras coisas do tipo, o foco é ajudar/aprimorar o modo de escrever para a WEB para que o trabalho esteja a cada dia mais alinhado com o que se espera dos textos.

Antes de começar a escrever: O que levar em consideração?

Aceitabilidade: é necessário pensar no leitor

Grosso modo, ao falar em aceitabilidade, apontamos para o público. Você tem pensando nele antes de começar sua produção?

Todo texto é produzido para alguém. Assim, para aqueles que escrevem na internet, é necessária uma preocupação com o modo como o texto é construído para que ele seja “aceito” pelo receptor. Apesar de ser essa uma preocupação revelante para todos os contextos de produção de texto, na internet, isso se faz elementar, pois pode refletir no índice de rejeição, isto é, no motivo pelo qual um texto não é lido. Para Koch,

Em sentido restrito, a aceitabilidade refere-se à atitude dos interlocutores de aceitarem a manifestação linguística do parceiro como um texto coeso e coerente, que tenha para eles alguma relevância. (KOCH, 2015, p. 51)

Antes de começar a escrever, você tem retirado um momento para pensar em quem lerá seu texto? Quem é esse leitor? Quantos anos ele tem? Qual é o mais provável objetivo dele? O que você escreveu suprirá as suas necessidades?  Lembre-se: você não escreve para si mesmo. Não se trata do que é relevante para você, do que você acha legal ou importante, trata-se da necessidade do leitor, que nem sempre são as suas.

Informatividade: não torne a leitura do seu texto impossível

A informatividade diz respeito ao modo como a informação em um texto é veiculada, exercendo, pois, importante papel na seleção e arranjo dos componentes dos textos. Como afirma Koch:

Quanto à distribuição da informação, é preciso que haja um equilíbrio entre informação dada e informação nova. Um texto que contenha apenas informação conhecida caminha em círculos, é inócuo, pois falta-lhe a progressão necessária à construção do mundo textual. Por outro lado, é cognitivamente impossível a existência de textos que contenham unicamente informação nova, visto que seriam improcessáveis. (KOCH, 2015, p. 50)

Esse fator é pertinente porque se faz necessário um cuidado maior com o modo como um conteúdo é passado, pois, não pode ser algo difícil demais para o leitor nem trivial em demasia.

Usabilidade: a demanda da Web para a produção de textos

No ambiente virtual, o modo como se efetiva a estruturação do texto possui relevância sem igual, pois, faz-se patente a “usabilidade”, um conceito que, grosso modo, refere-se à facilidade de uso do usuário (leitor).  No livro “Como escrever para a Web”, Guilherme Franco destrincha esse conceito mais detalhadamente:

O conceito de facilidade de uso (usabilidade) de um texto não se refere à complexidade do tema, mas à forma como está estruturado. Ao ser questionado sobre por que é importante a usabilidade, Jakob Nielsen, conhecido como o ‘guru’ da usabilidade, responde: “Na Web, a usabilidade é condição necessária para a sobrevivência. Se um website é difícil de usar, os leitores o abandonam. Se a página inicial falha em mostrar claramente o que os usuários podem fazer no website, eles o abandonam. Caso os usuários se percam num website, eles o abandonam. Se a informação do website é difícil de ler ou não responde às perguntas-chave dos usuários, eles o abandonam.” (FRANCO, s/d, p. 27)

É justamente essa busca por usabilidade que deve nortear a produção de texto para a Web. Tudo que envolve a estrutura do texto pode comprometer ou contribuir para “conquistar” o leitor/usuário: a linguagem do texto, se mais clara ou obscura; os subtítulos presentes no corpo do texto para apresentar melhor do que se está falando; as palavras em negrito; frases longas ou curtas; objetividade ou delongas; o aspecto visual do texto na página; tamanho dos parágrafos; entre outros tantos fatores que se voltam necessariamente para a construção textual e que fazem o texto ser lido ou rejeitado pelos usuários.

Orientações gerais para a construção do texto

A barreira dos parágrafos

Geralmente, os leitores no ambiente da internet possuem certa rejeição a parágrafos muito longos. Isso acontece principalmente porque, em razão da comunicação mais instantânea, o usuário buscar identificar logo o que ele precisa e não quer ter que realizar um árduo exercício de leitura para encontrar a informação buscada.

“Na pesquisa, os parágrafos mais curtos tiveram melhor desempenho que os maiores. Nossos dados revelaram que textos com parágrafos curtos recebiam o dobro de atenção visual que aqueles com parágrafos mais longos. O formato de parágrafos longos parece desestimular sua observação”, dizem Steve Outing e Laura Ruel.  (FRANCO, s/d, p.29)

Em grande parte dos casos, o usuário entra na página por uma informação específica e, se o texto atraí-lo, ele permanecerá na página e terminará a leitura. Parágrafos muito longos dificultam esse processo.

  • Resumindo: Dê preferência a parágrafos curtos!

Texto escaneável

Um fator muito importante para os textos produzidos para a internet é a parte estética, isto é, a primeira impressão do texto. Ao se deparar com a página, em uma leitura rápida e pontual, uma espécie de escaneamento mesmo, o usuário precisa identificar a informação que ele busca, bem como o foco principal do texto, caso contrário, ele deixará a página.

Ao comentar os resultados da pesquisa Poynter de 2000 (Eyetracking Study of the Web Readers), Jakob Nielsen dizia algo que pode ser aplicado aos resultados do EyeTrack07: “O comportamento mais comum é caçar informação e ser brutal em ignorar detalhes. Mas, depois que a presa foi pega, os usuários algumas vezes mergulharão mais profundamente. Assim, o conteúdo da Web precisa dar suporte a ambos os aspectos do acesso à informação: busca e consumo. Os textos precisam ser escaneáveis, mas também devem dar as respostas que o usuário busca”. Dito de outra maneira: para Nielsen, escanear é o comportamento dominante, e não a leitura detalhada. Mesmo quando ocorre a leitura, ela prossegue só depois de o usuário ter escaneado uma seção específica que contém informações importantes. (FRANCO, s/d, p.39)         

Para tornar o texto escaneável, é necessário realizar um trabalho de rompimento da uniformidade da página. O que é isso? Utilize subtítulos destacados, negrite as palavras-chave (apenas o que for relevante), estruture algumas partes do texto em tópicos (apenas as que possibilitarem esse processo) etc. Com esse tipo de estruturação, o usuário identificará mais facilmente o assunto do texto.

  • Resumindo: Subtítulos, palavras-chave negritadas, destaque para pontos fundamentais do texto, entre outros aspectos, são indispensáveis!

Pirâmide Invertida (O tema do texto deve aparecer no início)

Normalmente, em outras produções textuais, isto é, fora do ambiente da internet, as informações mais importantes do texto são deixadas para o fim. Essa estruturação, no entanto, no contexto WEB, não funciona tão bem. A informação mais importante deve estar logo no início do texto para que o usuário não desista da leitura e vá à outra página.

Utilizar a estrutura de pirâmide invertida, na definição tradicional, significa começar o texto com a informação mais importante e depois prosseguir na ordem decrescente de importância. Nielsen descreve a estrutura de uma forma sutilmente diferente: “Comece o artigo contando a conclusão aos leitores, siga com a mais importante informação de apoio e termine dando contexto. Esse estilo é conhecido como pirâmide invertida pela simples razão de que vira do avesso o estilo tradicional de pirâmide”.  (FRANCO, s/d,  p.53)          

Esse processo é positivo por dois aspectos: se o usuário não concluir a leitura até o fim, ele já possuirá a informação principal; a segunda questão é que, se ele já encontra o que procura no início, há mais chances de continuar na página.

A influência dos títulos

Em todos os contextos, os títulos servem como chamariz para os textos. Para os textos feitos para a WEB, eles têm ainda maior relevância, pois devem traduzir a forma como, normalmente, a maior parte dos usuários busca por um assunto. Assim sendo, os títulos devem ser simples, diretos e falarem por si próprios. Títulos muito rebuscados ou que exigem muitas inferências para serem entendidos devem ser evitados.

As diretrizes de titulação expostas até este ponto excluem a utilização de títulos que pretendam ser divertidos, ‘grandes sacadas’ ou trocadilhos. Dizendo de outra maneira: seja direto e eficiente. Essa também é a proposta de Marion Lewenstein, professora de comunicação da Universidade de Stanford, que participou da pesquisa EyeTrack II. Segundo ela, um excesso de estética pode afugentar os usuários da Web, que só desejam saber se vale a pena ler uma matéria. (FRANCO, s/d, p.79)         

Tenha em mente que a grande maioria dos usuários, ao fazer uma busca no Google sobre o assunto, dificilmente optará pelo nome mais rebuscado, mesmo que seja o mais adequado.

Conteúdos difíceis de ler

Você pode demorar um dia inteiro para produzir um texto que você considere “completo”, “digno” e por aí vai. Todavia, se esse texto não for acessível, isto é, se o leitor achar a linguagem difícil, achar a estruturação do texto enfadonha e complicada, deparar-se com períodos longos e complexos, não tenha dúvidas de que ele desistirá e procurará um mais fácil.

Não encha linguiça!

Aí vai um clichê: menos é mais. Não pense você que atrairá o usuário com uma introdução, por exemplo, cheia de divagações, delongas, “rococós” etc. O leitor busca uma informação, assim, se ele achar que não encontrará o que procura e se deparar com um monte de informação dispensável, ele abandonará a página. Não o entendie!

Vocabulário

Evite utilizar um vocabulário inacessível para grande parte da população. Nem sempre o que é comum para você é para as demais pessoas. Se a ocasião não permitir a troca por um termo mais popular, explique-o

Evite períodos longos e cheios de apostos

Esse é um dos aspectos que mais comprometem a eficiência da leitura de um texto, tornando-a enfadonha e difícil. Em um parágrafo recheado de períodos longos e apostos, ao terminar a leitura, nem lembramos mais o que lemos no início. Evite esse tipo de ocorrência! Veja um exemplo:

  • Os redatores para a Web, ao se depararem com a escrita de textos, sentem-se desafiados, haja vista que a escrita, não somente para a internet, mas em um contexto geral, não é um processo fácil.

  • Os redatores para a Web sentem-se desafiados com o trabalho proposto. Isso ocorre porque a escrita, principalmente para a web, não é um processo fácil.

Referências

FRANCO, Guillermo. Como escrever para a web: elementos para a discussão e construção de manuais de redação on-line. Trad.: Marcelo Soares. Disponível em: <http://issuu.com/midia8/docs/comoescrevernaweb> Acesso em 12 de julho de 2015.

KOCH, I. V. Introdução à Linguística Textual. São Paulo, Contexto, 2015.
 

Por Natália Ferreira Lemes da Silva Ancelmo
Revisora de textos e Analista de Conteúdo Web


Publicado por: Natália Lemes

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.