UM RESERVA DE AÇÃO - Uma análise da presença do glicogênio no organismo humano
Glicogênio é uma das moléculas-reserva mais importantes, composto orgânico adquirido por nós a partir do excesso de glicose proveniente dos alimentos que ingerimos.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O glicogênio é uma das moléculas-reserva mais importantes do mundo vivo. Comparado ao amido, presente nas plantas, esse composto é um carboidrato do grupo dos polissacarídeos e possui uma função semelhante ao seu colega de profissão presente nos organismos produtores: servir de reserva e estar sempre pronto para entrar em ação. Ele está presente no nosso fígado onde constitui 10% do órgão e também nos músculos, sendo esses os lares desse nosso ajudante, quando ele não está trabalhando.
Esse composto orgânico é adquirido por nós a partir do excesso de glicose proveniente dos alimentos que ingerimos. No entanto, essa excedência não deve ser o bastante para que venhamos a apresentar um alto índice glicêmico, mas apenas para que nosso açúcar-reserva possa ser produzido e guardado no nosso corpo.
Em virtude disso, o glicogênio é um polímero formado por moléculas menores, denominadas monômeros de glicose, que possuem as funções orgânicas aldeído e álcool em sua composição. A junção dessas moléculas produz o nosso já conhecido combustível reserva, liberando moléculas de água de acordo com a quantidade de monômeros presentes na cadeia, numa reação orgânica de condensação.
Adiante, a estrutura atômica da glicose é altamente polar, e, dessa forma, a polaridade é uma característica que também consta no glicogênio, uma vez que ele é resultado da união entre moléculas de glicose. Sabendo disso, podemos afirmar que outra característica específica do nosso reserva é a capacidade de se dissolver em substâncias polares, como a água, facilitando sua ação no ser humano, pois este, em sua fase adulta, possui de 57% a 60% de H2O em seu corpo.
O metabolismo do glicogênio está intimamente ligado ao sistema endócrino, de forma que as reações de anabolismo e catabolismo dessa molécula são realizadas por hormônios. Para a síntese dela, temos a insulina atuando como montadora, montando a molécula maior com os tijolos de glicose; para a degradação, temos a adrenalina trabalha junto com o glucagon, destruindo o polímero e deixando a estrutura em pedaços.
A presença da epinefrina nas reações de deformação se justifica pelo fato de elas ocorrerem quando o indivíduo está “acelerado”, isto é, quando seu estoque natural de glicose está nas últimas devido a alguma ação que ele tenha realizado, como praticar alguma atividade física repetitiva ou esforço de algum modo, liberando esse hormônio, e, quando necessário, glicogênio, para suprir o estoque de energia que nosso organismo necessita em determinadas situações.
Os músculos também podem exercer o papel de lar para o glicogênio. Esse tipo de composto é chamado de glicogênio muscular e segundo a nutricionista esportiva Cristiane Perroni, ele é usado como reserva de energia na contração do tecido muscular estriado esquelético. Nesse sentido, acrescento que o glicogênio muscular começa a ser utilizado em provas de resistência como corridas de 5 km ou mais, de modo que ele precisa ser catabolizado para que esteja em condições de uso.
Faço lembrar que a ingestão de carboidratos é o que faz com que tenhamos energia, e esta, por sua vez, provém dos compostos orgânicos presentes nos alimentos.
Sendo assim, tanto para um caixa de supermercado que passa horas numa posição quase inerte, quanto para o maratonista que treina diariamente, a glicose é o combustível principal e o glicogênio é o reserva, mas não menos importante. Com base nisso, os alimentos ricos em açúcares são matrizes de energia química, e comportam-se como relevantes para a manutenção do equilíbrio homeostático. Por conseguinte, eles, assim como todos os outros alimentos, funcionam como matéria-prima para a digestão. Dessa forma, após o processo digestivo, a glicose foi retirada do alimento e seu “excesso do bem” foi transformado em glicogênio, nosso reserva imbatível. Sem o glicogênio, nós seriamos apenas mais um tijolo no muro.
Publicado por: David Augusto Batista Sá Araújo
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