Salve a consciência
A destruição da natureza causada pela falta de consciência humana.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O ser humano conduziu uma situação que preocupa e é cada vez mais alarmante. O consumo desenfreado, a industrialização, e o desenvolvimento a todo custo são fatores que colocam a vida de todos em risco. Aumenta a cada dia a pressão sobre a biodiversidade global. Trata-se do futuro da humanidade. Sem ser piegas, o termo é justamente esse. Afinal, sem matéria-prima não há produção. Sem produção, um planeta com quase sete bilhões de habitantes não sobrevive. Ainda mais se levarmos em conta elementos vitais como a qualidade do ar e da água.
De acordo com o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 97% da água existente no planeta Terra é salgada – nos mares e oceanos – 2% formam geleiras inacessíveis e apenas 1% é água doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos. Sabe-se que a água potável não é inesgotável. Os dados acima alertam para uma possível situação caótica. O precioso líquido transparente, essencial ao ser humano, não existe de sobra. Boa parte está aqui, no Brasil – mais que 13% do total das reservas de água doce do planeta.
Trata-se de um patrimônio natural brasileiro. Se existe geral interesse pelo petróleo que move os carros, imagine quanta atenção estará voltada para as reservas do combustível do corpo.
E não serve apenas ao corpo. A indústria precisa e muito dela. De acordo com o Water Footprint Network, a pegada hídrica da cerveja é de 75 litros de água para cada 250 ml da bebida. São necessários 120 litros d’água para obtenção de 125 ml de vinho. Já para se produzir café, o gasto é ainda maior. São 140 litros de água para cada 125 ml. E o suco de maça compromete 190 litros d’água para cada 200 ml do produto.
O pouquinho que um desperdiça é multiplicado se muitos fizerem o mesmo. Ao tomar um copo d’água, é comum lavá-lo com uma quantidade de água que encheria dois copos. Detalhes, mas é a realidade.
Ciclo natural
Já a reciclagem está dando certo. Aproximadamente 97% das latas de alumínio aqui no Brasil são recicladas. Mas a permanência das garrafas retornáveis que quase saíram de circulação ainda é uma boa ação sustentável. A política de gestão dos resíduos sólidos e reciclagem é primordial para o nosso tempo. A engenheira química Sônia Hess conceitua que “o acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um sistema natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido por outros, de maneira contínua. No entanto, nosso modo de vida produz, diariamente, uma quantidade e variedade de lixo muito grande, ocasionando a poluição do solo, das águas e do ar com resíduos tóxicos, além de propiciar a proliferação de vetores de doenças”.
Para reforçar a idéia, a teoria do físico austríaco Fritjof Capra é pertinente: “a água, o oxigênio no ar e todos os nutrientes são reciclados continuamente. As comunidades de organismos evoluíram por bilhões de anos, usando e reciclando, continuamente, as mesmas moléculas de minerais, água e ar”. Seria interessante copiá-las.
Após uma sensibilização da consciência de todos, pode-se pensar na palavra tão comentada no momento: consumo sustentável, que nada mais é do que utilizar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades das gerações futuras. O uso consciente e responsável irá garantir que nunca nos falte esses recursos. Basta cada um fazer uma pequena reflexão sobre suas atitudes, como a do copo d’água, por exemplo.
Muitos culpam a postura adotada pelo sistema capitalista, no qual quem manda é o dinheiro, a propaganda, o sonho, a ilusão. No entanto, dentro desse mesmo modelo muitas práticas criativas, revolucionárias e até lucrativas tomam forma e dão certo. Soluções para os problemas correntes. Práticas que mostram ser perfeitamente possível promover uma mudança comportamental nos seres humanos.
Desperdício
Apesar da desigualdade social, da concentração de riquezas em mãos de poucas pessoas, compra-se muito hoje. A produção não para. E, é claro, se desperdiça muito: alimentos, papéis, água, dinheiro. Novamente, para ter a dimensão, é só cada um parar para fazer a análise das próprias ações no dia-a-dia.
É preciso então um conjunto de ações. Uma gestão dos recursos naturais; agricultura sustentável; redução das desigualdades sociais; cidades sustentáveis; infraestrutura e integração regional; ciência e tecnologia. É isso que está previsto no documento "Bases para a discussão da Agenda 21 brasileira", que vem sendo discutido desde 1997, quando a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional decidiu criar uma metodologia que levasse à construção da Agenda brasileira.
Tal documento só foi lançado em fevereiro de 2000, pelo Ministério do Meio Ambiente. Considerado um avanço importante no que diz respeito aos esforços para chegar a consensos, estratégias e ações fundamentais para as questões ambientais no Brasil. É sair do discurso e ir ao trabalho. Afinal, percebe-se que o termo agir de forma sustentável não é algo simples. Significa, antes de tudo, união entre o setor privado, público, não-governamental e a sociedade.
Se encaixa mais uma vez o pensamento de Capra, quando diz que o sucesso da comunidade inteira depende do sucesso de seus membros individuais, enquanto o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo.
E se o consumo desenfreado é o maior problema ambiental que possuímos, além de salvar a Amazônia, o Pantanal, as araras-azuis, dentre muitas outras coisas, seria interessante, também, salvar a consciência das pessoas, antes que todos estejam sensibilizados num mundo cinza, 100% urbano e talvez inabitável.
*Guilherme Baroli é Jornalista
Publicado por: Guilherme Baroli
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.