RESENHA CRÍTICA: DISFUNÇÕES DA LINGUAGEM, UM ENCONTRO ENTRE A LINGUÍSTICA E A NEUROCIÊNCIA
Análise do texto que aborda sobre as definições das principais disfunções da linguagem como a afasia, a agrafia, a alexia e o Comprometimento (ou transtorno) Específico da Linguagem, além de explorar dois casos clínicos que eram constantes no livro A Prática da Neurociência, de John C. M. Brust (2000).O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
Este trabalho é uma resenha do artigo “Disfunções da linguagem: um encontro entre a linguística e a neurociência” de autoria de Antonio José dos Santos Junior. O texto trata sobre as definições das principais disfunções da linguagem, além de explorar dois casos clínicos que eram constantes no livro A Prática da Neurociência, de John C. M. Brust (2000). Onde o objetivo é proporcionar uma visão acerca dos distúrbios da linguagem, relacionando a linguagem com as áreas cerebrais que lhes são específicas.
Palavras-Chave: Neurociência, Linguística, Afasias, Distúrbios Da Linguagem
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios se faz necessário o uso de mecanismos para que se tenha interação entre os seres. Sendo o homem o único ser capaz de realizar tal feito através da “linguagem falada e articulada”. A comunicação entre as pessoas através da linguagem verbal é de suma importância para os relacionamentos. O autor foi muito feliz na escolha do tema do artigo pois, ele contribuiu bastante no conhecimento de vários estudantes, professores e profissionais não somente da área da linguística como também da saúde. O artigo abordou como principal objeto de estudo as definições das principais disfunções da linguagem como a afasia, a agrafia, a alexia e o Comprometimento (ou transtorno) Específico da Linguagem, além de explorar dois casos clínicos que eram constantes no livro A Prática da Neurociência, de John C. M. Brust (2000).
DISFUNÇÕES DA LINGUAGEM: UM ENCONTRO ENTRE A LINGUÍSTICA E A NEUROCIÊNCIA
Acerca das disfunções trazidas pelo autor foi definido a Alexia como (dificuldade ou impossibilidade em ler) e agrafia (pela dificuldade ou impossibilidade em escrever), O Comprometimento Específico da Linguagem (CEL), ou Transtorno específico da Linguagem (SLI, em inglês), caracteriza-se como qualquer síndrome que obste ao pleno desenvolvimento da linguagem, desde que não se possa atribuí-la a “déficits de maturação, baixa inteligência, problemas sociais ou dificuldades no controle dos músculos da face”, outra disfunção da linguagem é a pura surdez de palavras, (incapacidade de se reconhecerem palavras faladas e de se lhes atribuir algum sentido.
A afasia foi a disfunção com maior ênfase no artigo, onde foi definida por dois autores conceituados, para PINKER [2002, p.605] define afasia como “perda ou déficit da linguagem decorrente de lesão cerebral”. Já BRUST [2000, p.239] conceitua afasia como “um distúrbio adquirido da função da linguagem previamente intacta”. Ambos os conceitos fazem uma correlação entre a afasia e a consequência de uma anormalidade na compreensão e produção da linguagem ocasionada por lesão cerebral. Sucedendo muitas vezes os dois principais tipos de afasia a afasia de Broca e a afasia de Wernicke. Na maioria das pessoas cerca de 95% dos seres humanos, a linguagem depende predominantemente do hemisfério esquerdo, isso foi proposto por Broca, em 1864, experiências mais recentes como a anestesia de um dos hemisférios cerebrais para estudos, notou-se que anestesia no hemisfério esquerdo bloqueia a fala.
Caso Clínico 1
A área de Broca se localiza no hemisfério esquerdo, na região do giro frontal inferior, e é responsável pela parte motora da fala, a afasia de Broca também conhecida como afasia motora ou não-fluente, faz com que a pessoa tenha dificuldade em falar mesmo que possa entender a linguagem falada ou lida. Ou seja, sabe o que quer dizer, mas é incapaz de dizê-lo corretamente. O primeiro caso clinico analisado pelo autor foi o 63 do livro de [BRUST, 2000, p. 239], onde um homem destro não consegue falar com fluência, apresenta fraqueza no seu lado direito e hemiparesia (paralisia parcial de um lado do corpo) no caso dele o lado direito. Porém apresenta a compreensão da fala intacta. Nesse caso clínico temos a afasia de Broca, conclusão após observar as principais características da síndrome, e num estágio grave, pois a fala do paciente se resume predominantemente a substantivos e verbos. Um exemplo disso seria um paciente dizer “bola vermelha …” em vez de “A bola é vermelha”. Além disto, o homem não conseguia falar mais que doze palavras em um minuto. A causa mais comum desse transtorno neurológico é o Acidente Vascular Encefálico (AVE) que é a segunda maior causa de morte no mundo com aproximadamente 5,7 milhões de casos.
Caso Clínico 2
A área de Wernicke é localizada na porção posterior da circunvolução temporal superior do córtex cerebral esquerdo, circundada pelo córtex auditivo, no sulco lateral, onde os lobos temporal e parietal se encontram, no giro supramarginal. A área de Wernicke estabelece conexão com a área de Broca por meio do fascículo longitudinal superior (arqueado). Tendo como função o conhecimento, a interpretação e associação das informações, isto é a compreensão da linguagem. O segundo caso clinico analisado pelo autor foi o Caso 64 de Brust: uma mulher, de 53 anos que subitamente fala frases desconexas, porém sua fala é fluente tem articulação e prosódias normais, ou seja, ela tem entonação, ritmo, e o acento da linguagem falada. No entanto, sua fala possui parafrasias tanto verbais (uma palavra errada no lugar da palavra correta) quanto literais (substituição de sílabas dentro de uma palavra, resultando em um neologismo ou em um som sem sentido). Sendo assim sua fala incompreensível. A causa para todos esses sintomas dito por Brust foi um infarto envolvendo a parte posterior dos giros temporais superior e médio, bem como os giros supramarginal e angular do lóbulo parietal inferior, ou seja, a região da área de Wernicke foi atingida, pois a capacidade de interpretação desta mulher foi comprometida, ela falava fluente, porém sem compreensão da linguagem escrita e falada. Para se avaliar o grau da gravidade de afasia é utilizado a Escala de Gravidade da Afasia (EGA), com escala variando entre zero a seis, onde o zero é a impossibilidade total de comunicação.
CONCLUSÃO
O autor propôs uma interessante viagem pelo mundo da neurociência e disfunções relacionadas a linguagem, onde foi possível compreender que a formação da linguagem não depende exclusivamente de uma região cerebral, pois é um conjunto de regiões que se interligar/conectam para a articulação da linguagem seja ela para a fluência, leitura, escrita, nomeação de objetos, compreensão auditiva e outros.
REFERÊNCIA
JUNIOR, Antônio José dos Santos. Disfunções da linguagem: Um encontro entre a linguística e a neurociência. Progama de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: .
Publicado por: Maria Cláudia Assis de Souza
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.