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LIDERANÇA NA GESTÃO PÚBLICA

A importância da gestão pública

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INTRODUÇÃO

A liderança na gestão pública vem se modificando e bastante ao longo de décadas, através da melhoria de modelos gerenciais, aperfeiçoamento de gestores e mudanças de estratégias. Um boa gestão pública é muito importante para o bom andamento de um governo, dependendo de qual forma for gerir, o líder pode prosperar e alcançar metas e objetivos estabelecidos ou pode levar o país à ruinas. Diante de muitas alternativas e caminho a seguir a liderança deve ser muito bem avaliada. A maior dificuldade nos dias de hoje referente ao tema liderança é que muitas pessoas se intitulam líderes e estão exercendo cargos de liderança sem ter o conhecimento e o treinamento adequado para ocupar tal posição. Sem ter entendimento do seu papel, o destino do líder é o fracasso, e tudo vai depender da liderança, porque a boa liderança faz muita diferença. No decorrer deste artigo será apresentada e conceituada à importância da gestão pública, sendo listados alguns modelos de administrações existentes e já implementados no decorrer das últimas decádas no país. Posteriormente será realizado o embasamento teórico dos conceitos de liderança, tipos e estilos de liderança, tipos de líderes. 

GESTÃO PÚBLICA

A liderança tem um papel tão vital dentro da gestão pública, que para observarmos tal importância, será necessário nos aprofundar e compreender a evolução da gestão pública ao longo dos anos. Para tanto, será apresentado um breve histórico da administração pública, abordando seus princípios, teorias e modelos voltados para o âmbito público. A gestão pública é a máquina do Estado estruturado com a finalidade de executar serviços, visando à satisfação das reais demandas da sociedade. Nesse sentido, se apresenta como uma organização que tem o objetivo de pôr em prática funções políticas e serviços realizados pelo governo. Existem na trajetória da Administração Pública, a partir do surgimento do Estado moderno, três modelos distintos de gestão: Administração Pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. O período da administração patrimonial, anterior a 1937, foi caracterizado pela dificuldade de discriminação dos interesses públicos e privados, dando origem ao primeiro modelo de gestão governamental do país. A administração burocrática, entre 1937 e 1995, é caracterizada pela busca da eficiência através da racionalidade dos processos de trabalho. Já a gerencial, após 1995, passou a valorizar o servidor como parte do todo o processo. Os três modelos da administração pública aconteceram de forma gradual e não excludente.

Administração Patrimonialista

Foi no período colonial que se originou a administração patrimonialista, no momento em que o Estado centralizava a figura política no rei e em seus conselheiros. Patrimonialismo é a incapacidade ou a relutância de o soberano distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados, reproduzindo práticas portuguesas de ocupação dos cargos administrativos por funcionários escolhidos pelo rei. A corrupção e o nepotismo são inerentes a gestão patrimonialista, na forma de clientelismo ou de fisiologismo, embora sempre condenada tal atitude. Na administração patrimonialista a máquina do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Criou-se uma prática político-administrativa perante as autoridades públicas, onde não se distinguiam o que era público do que era privado, confundindo rede fiscal e apropriação de rendas. Segundo Paula (2005) A falta de profissionalização nos cargos públicos era marcante e as posições eram ocupadas pelos nobres e burgueses enriquecidos que tinham condições de adquiri-las. A corrupção e o nepotismo são inerentes a gestão patrimonialista, Fana forma de clientelismo ou de fisiologismo, embora sempre condenada tal atitude.

Administração Burocrática

A administração burocrática é totalmente o inverso da administração patrimonial, visto que, diferencia claramente o público do privado, separando o político do gestor público, ela surge na segunda metade do século XIX, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Burocracia é a gestão da coisa pública por servidor sujeito à hierarquia e à regras, em uma estrutura complexa de departamentos da gestão pública. Proporciona aos administradores profissionais recrutamento e treinamentos específicos. A partir da reformulação da gestão pública através da administração burocrática, estabeleceu-se uma ação deliberada e ambiciosa no sentido da burocratização do Governo, com a finalidade de introduzir na administração a centralização, a impessoalidade, a hierarquia, o sistema de mérito e a separação entre o público e o privado, constituindo uma gestão pública racional e eficiente, assumindo seu papel na condução do processo de desenvolvimento. A qualidade vital da gestão pública burocrática é a assertividade no controle dos abusos, porém a ineficiência, a auto referência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes, são uma das qualidades que ainda precisam ser aperfeiçoadas neste sistema. 

Administração Gerencial

A transição do modelo de gestão pública de burocrática para a gerencial, deu-se notadamente pela influência da postura pragmática das grandes empresas e da mudança de interesse da gestão do Estado para as demandas da população. Era sabido que a gestão burocrática já não correspondia mais às demandas da população, incitando ao governo a busca por uma nova modalidade de administração. Desta forma desenvolveu-se a administração gerencial baseada no modelo burocrático, considerado inadequado às demandas do momento. A administração gerencial baseia-se em um conjunto de novas iniciativas firmadas nos conceitos de eficiência, eficácia, produtividade, qualidade total, clientes, metas, resultados e parcerias. A partir daí o servidor público passou a ser valorizado como parte integrante do processo da construção do modelo gerencial, possibilitando a este servidor a participação atuante, contribuindo de forma empreendedora e criativa, já que, são âncoras da formulação do novo paradigma, voltado para a sociedade. A implementação do modelo gerencial não acarretou drásticas modificações de sistemas e organizações, mas criou novas formas de desenvolvimento das pessoas que conduzirão e realizarão as reformas desejadas. A administração gerencial é a consequência do evolução da tecnologia, das novas formas de política e economia mundial, para tornar o país mais competitivo mundialmente. 

LIDERANÇA

Para Drucker (2001), um líder eficaz é aquele que consegue através de sua liderança fazer com que os membros de sua equipe façam as coisas certas, transformando suas atitudes em resultados. Liderança é a habilidade de influenciar pessoas as para que atuem em prol da gestão. Os líderes são gestores que criam condições para que os seus colaboradores exercerem todo o seu potencial, proporcionando a eles autoconfiança e estimulando-os a alcançarem um ideal. A liderança é um trabalho contínuo de comunicação e motivação de pessoas e, logo, também pode ser aprendido. Atualmente dentro das instituições a palavra poder vem perdendo força, uma vez que, pode soar como autoritarismo, pressão ou coação, diferentemente da expressão liderança, que cada vez mais é aceita pela equipe de trabalho, por acarretar influência, isto é, indução de mudança de preferências. Relacionada com poder, a palavra chefia também é vista com certa desconfiança dentro das organizações, pois rotineiramente é associada a imposição e superioridade por seus colaboradores. Todavia, o líder é visto como alguém que consegue identificar a vontade e o desejo da equipe e transforma-la em um linguagem aceitável por todos, para, consequentemente conduzir o grupo a concretização desses desejos independentemente de seus interesses. Diante disso, o conceito de liderança remete a um processo complexo e distinto de influência, exercido por uma pessoa ou um grupo especialmente preparado para atingir os objetivos. Não existe um modelo de liderança completo, pois é exercida por seres humanos sujeitos a erros e acertos, num processo contínuo de aprendizagem e acúmulo de capital intelectual. A eficácia da liderança pode ser medida pela capacidade de adaptação e ajustes que apresenta para cada situação vivenciada.

Tipos de Liderança

A liderança está presente em todos os momentos e situações do dia a dia, tanto no âmbito pessoal, quanto no âmbito organizacional. A discussão sobre os tipos de liderança surgiu pela necessidade de se compreender estes modelos e qual a importância deles para as instituições. Atualmente líderes habitam um contexto organizacional que exige de cada um deles diferentes tipos de liderança para atingir seus objetivos e metas junto com sua equipe. A liderança pessoal permite que o líder de um pequeno grupo possa exercer uma liderança direta, frente a frente com seu colaborador, ouvindo-o e sendo escutado, possibilitando a este gestor uma maior afinidade com a sua equipe, podendo extrair maior comprometimento do grupo com as metas traçadas. A liderança pessoal permite que tanto o líder quando o componente deste pequeno grupo possa dar seu ponto de vista sobre o assunto em debate, tornando assim a equipe bem mais próxima. A liderança de organização é a liderança através de uma cúpula diretiva ou de uma equipe de conselheiros de uma instituição, onde são colocadas em discussão quais as ações e que deverão ser implementadas em uma ou mais das empregas do grupo. A liderança de organização é um tipo de liderança onde os líderes diretivos da empresa pertencentes a equipe do conselho, não agem diretamente com os funcionários no chão de fábrica, delegam tal função de coordenação para supervisores ou gerentes, que por fim fazem a função de líderes dos funcionários operários.

Estilos de Liderança

Existem diversos estilos de liderança, sendo cada um deles é o resultado de uma combinação de vários componentes, que proporcionam vantagens e desvantagens para o líder, pois atingem o objetivo estabelecido em certas situações e não são efetivos em outras. O estilo de liderança autocrática adota uma postura mais autoritária e centralizadora com sua equipe. Com a liderança autocrática há pouca ou nenhuma abertura para que a equipe se posicione, debata ou contribua com ideias ou sugestões, nesse caso é o líder quem decide as metas e os objetivos com base em seu conhecimento e julgamento, e comunica à equipe. A vantagem deste estilo de liderança é a agilidade na tomada de decisões, por se tratar de apenas o líder decidir sozinho e maior foco da equipe nas tarefas já estipuladas. Para Benevides (2010), o estilo democrático de liderança é caracterizado pela participação do grupo e pela tomada de decisão em conjunto. O líder fixa metas e discute com o grupo os objetivos. O líder democrático tende a ser mais propício à participação, à sugestões e à contribuições de sua equipe, no qual este líder é um grande incentivador. Líderes democráticos estão sempre preocupados com a satisfação, bem estar e motivação do time, procurando sempre estimular um bom ambiente de relacionamento dentro da equipe de trabalho, busca estreitar a comunicação com todos as áreas que coordena e auxiliar no crescimento dos colaboradores. Na liderança liberal, o líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o totalmente à vontade e sem controle algum, porque parte do pressuposto que os componentes do grupo possuem um nível elevado de maturidade, a ponto de poderem tomar suas próprias decisões. A liderança liberal possui a liberdade e confiança como pontos fortes e o individualismo e a competição entre os membros do time como pontos fracos.

Tipos de Líder

Líder que é líder realmente se preocupa com os seus colaboradores, ele sempre busca fornecer os melhores recursos disponíveis para atingir as metas e objetos traçados. Líderes são humanos, demonstram afeto, se interessam por todos os colaboradores de sua equipe, as vezes atuam como mediadores de conflitos, têm o feeling abordar as pessoas e de aparar as arestas resolvendo as diferenças. O líder expert é um gestor de pessoas que domina amplamente a sua área de atuação ou sobre determinado, este líder é considerado o melhor no que faz. Já o líder realizador é aquele indivíduo que põe a mão na massa, é quem realiza, faz acontecer. Este líder tem por finalidade dar forma a uma ideia ou a um projeto, sabe transformar algo em coisas concretas. O líder individualista é comprometido 100% consigo mesmo, enxerga uma oportunidade e abraça como se fosse um prato de comida, usando de todos os recursos para obter sucesso, mesmo que para isso preciso usar a empresa ou colegas. O líder estrategista usufrui dos mais diversos dispositivos disponíveis ou explora as condições favoráveis para atingir objetivos. Este gestor tem uma visão ampliada do negócio para poder traçar sua estratégia de ação.

LIDERANÇA NA GESTÃO PÚBLICA

Ao longo dos anos, a gestão pública vem sofreu mudanças, os servidores públicos estão cada vez mais comprometidos em atender e satisfazer as necessidades da sociedade, originando assim novas ideias de pensamentos, atribuídas as mudanças apresentadas. Atualmente ser líder na gestão pública é uma tarefa árdua, bem mais complexa do que no setor privado, pois o líder atua diretamente com público diversificado, onde é avaliado constantemente pela sociedade, transformando estes fatos em um desafio constante e interessante. Segundo Abrucio (1997), mesmo com modelos de administração diferentes entre gestão pública e a gestão privada, está cada perceptível as reformas e as adoções de um estado gerencial, buscando a utilização de práticas usadas em empresas privadas nas entidades públicas. Os líderes públicos são comprometidos com a gestão pública e gerenciam as instituições públicas. Estes líderes necessitam manter a organização no nível mais alto possível, para que consigam manter a qualidade na resolução das demandas administrativas e da população. Deverá estes líderes desenvolverem um trabalho em equipe, com o foco voltado para o grupo e estar sempre preparado para receber a sociedade. Um bom líder capacidade para desenvolver um excelente trabalho em equipe, sempre frisando o respeito e honestidade entre seus colaboradores. No setor público, pode ocorrer uma possível falta de motivação por parte de alguns servidores, visto que, estes possuem a chamada estabilidade no cargo, que foi conquistada após ser aprovado em concurso público e em estágio probatório, onde só poderá perder seu cargo através de sentença judicial ou processo administrativo. Este é um dos principais impasses que o líder público encontra atualmente, colaboradores públicos preocupados somente com suas carreiras e esquecendo que estão ali para servir à sociedade. Para Carboni (1999), as características que são mais importantes para líderes públicos em relação aos líderes privados, é a capacidade de que o gestor público tem de apaziguar e conciliar conflitos. A diferença entre líder público e privado está nos objetivos traçados para cada área de atuação, o objetivo buscado pelo líder privado basicamente é o lucro, enquanto que para o setor público o foco é melhor servir a população. Gerenciamento, liderança e foco em resultados, fazem parte da atualização dos processos da gestão pública, baseada nestes princípios oriundos da inciativa privada, porém ainda estão em fase de implementação e carecem de adequações. Estas adequações de liderança do setor privado para o gestão pública tem a finalidade de atender as demanda da população, que cada vez mais exige a transparência e a lisura na gestão pública. Mudança gerencias auxiliam as lideranças políticas a trabalharem com grupos que estejam comprometidos e amparados tecnicamente para fazer crescer de maneira eficiente e sustentável a máquina pública.

CONCLUSÃO

Nota-se que a liderança na gestão pública vem evoluindo constantemente ao longo dos anos, através do aperfeiçoamento e do desenvolvimento de novos tipos de administração pública, tipos e estilos de lideranças e tipos de líderes. Vimos ao decorrer deste artigo que todo e qualquer líder pode se tornar um chefe, e que um chefe também pode se tornar um líder, até porque as habilidade e características de líder podem ser desenvolvidas ou estimuladas pela gestão pública, bastando dar a esta pessoa o treinamento e material adequados. Com a implementação da administração gerencial por parte da gestão pública, foi possível incluir definitivamente o servidor público como parte integrante do processo de gestão da máquina pública. A partir daí a liderança na gestão pública passou a ter força, com investimento no desenvolvimento de líderes que proporcionariam a gestão um maior comprometimento dos seus colaboradores, transformando em uma melhor qualidade de produto e serviços entregues à população. Podemos concluir que um bom líder público deve estar sempre em constante desenvolvimento, porque não basta apenas ser um líder afetivo, também tem que ser um líder técnico, devendo este entender um pouco de todas as áreas da gestão pública. Ser um bom líder é garantir que a liderança na gestão pública está sendo bem executada, pois bons líderes são comprometidos com a administração pública e não medem esforços para alcançarem os objetivos estabelecidos.

REFERÊNCIAS

ABRUCIO, F.L. O impacto do modelo gerencial na administração pública: um breve estudo sobre a experiência internacional recente. Cadernos ENAP. Número 10. Brasília: ENAP, 1997.

BENEVIDES, V. L. A., Os estilos de liderança e as principais táticas de influência utilizadas pelos líderes brasileiros. 2010. 114p. Dissertação (Mestrado Executivo em Gestão Empresarial). Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Rio de Janeiro. 

BRESSER PEREIRA, L. C. Da administração burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público. Ano 47, vol.120, n.I, jan-abr. 1996.

CARBONI, P.P.. Cultura organizacional do setor público brasileiro: desenvolvendo uma metodologia de gerenciamento da cultura. 1999. Disponível em: Acesso em 03 dez. 2018.

CASTRO, R.. Eficácia, eficiência e efetividade na administração pública. 2006. Disponível em: < http//www.anpad.org.br>Acesso em 01 dez. 2018.

DRUCKER, Peter F. O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001.

ETZIONI, A. Political unification: a comparative study of leaders and forces. Nova York, Praeger Co. 1965.

HUNTER, J.C. Como se tornar um líder servidor. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

PAULA, A. P. P de. Por uma nova gestão pública: limites e potencialidades da experiência contemporânea. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.

PINHEIRO, L.; WILHEIM, H.; SACHS, A.F. (orgs.). Brasil: um sécuflo de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: UnB, 2000. v. 1.


Publicado por: Dagoberto Amaral de Melo

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