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Entender outras culturas e respeitar seus hábitos e costumes são as armas contra o etnocentrismo

Existem regiões no Brasil onde o etnocentrismo se mostra presente na compreensão dos hábitos, costumes, modo de falar e etc. Na região sudeste e sul do Brasil a “velada” discriminação em relação a região nordeste persiste em pleno século XXI, além das dificuldades de compreensão e aceitação das populações indígenas e afro-brasileiras. 

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Segundo nossas pesquisas e de acordo com a aula 1 de Filosofia da Educação, podemos perceber as principais características do etnocentrismo e suas manifestações no dia a dia da sociedade. Longe de ser apenas uma matéria ou tema a ser estudado em uma disciplina, o etnocentrismo está inserido em nossa sociedade mais intensamente do que podemos perceber, pois, até de forma ocasional, acabamos por tomar atitudes ou ter comentários etnocêntricos a respeito de outras culturas sem que tenhamos estudado ou tentado entender o comportamento de determinados povos e suas culturas. Hoje o etnocentrismo é um dos principais causadores de vítimas do preconceito e da intolerância no mundo e podemos perceber esta afirmativa através das diversas guerras que são travadas no oriente médio e dos conflitos étnicos e racias que acontecem na Europa e também nos Estados Unidos. Importante salientar que o etnocentrismo não ocorre apenas em relação a países ou continentes, mas também de maneira local. 

Existem regiões no Brasil onde o etnocentrismo se mostra presente na compreensão dos hábitos, costumes, modo de falar e etc. Percebe-se na região sudeste e principalmente na região sul do Brasil, uma “velada” discriminação em relação a região nordeste por exemplo, além de até hoje, em pleno século XXI, ainda termos problemas de compreensão e aceitação das populações indígenas e afro-brasileiras. 

Destacamos na nossa pesquisa, trechos de artigos que refletem bem a compreensão do que seja o etnocentrismo e as questões culturais e sociais que precisam ser compreendidas:

A tendência do ser humano nas sociedades é de repudiar ou negar tudo que lhe é diferente ou não está de acordo com suas tendências, costumes e hábitos. Na civilização grega, o bárbaro, era o que transgredia; toda a lei e costumes da época; este termo é, portanto, etimologicamente semelhante ao selvagem na sociedade ocidental. O costume de discriminar os que são diferentes, porque pertencem a outro grupo, pode ser encontrado dentro de uma sociedade. Agressões verbais, e até físicas, praticadas contra os estranhos que se arriscam em determinados bairros periféricos de nossas grandes cidades é um dos exemplos. Incluem-se aqui as pessoas que observam as outras culturas em função da sua propria cultura, tomando-a como padrão para valorizar e hierarquizar as restantes. Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes e imorais. (LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar Editor. 22. Ed.)

O etnocentrismo trata-se de uma avaliação pautada em juízos de valor daquilo que é considerado diferente. Por exemplo, enquanto alguns animais como escorpiões e cães não fazem parte da cultura alimentar do brasileiro, em alguns países asiáticos estes animais são preparados como alimentos, sendo vendidos na rua da mesma forma como estamos habituados aqui a comer um pastel ou pipocas. Assim, o que aqui é exótico, lá não necessariamente o é. Outro exemplo, para além da comida, é a vestimenta, pois, tomando como base o costume do homem urbano de qualquer grande centro brasileiro, certamente a pouca vestimenta dos índios e as roupas típicas dos escoceses – o chamado kilt – são vistas com estranheza. Da mesma forma, um estrangeiro, ao chegar ao Brasil, vindo de um país qualquer com muita formalidade e impessoalidade no trato, pode, ao ser recepcionado, estranhar a cordialidade e a simpatia com que possivelmente será tratado, mesmo sem ser conhecido.

O ponto alto da questão não está apenas em se constatar as diferenças, mas sim em aprender a lidar com elas. Dessa forma, no momento de um choque cultural entre os indivíduos, pode-se dizer que cada um considera sua cultura como mais sofisticada do que as culturas dos demais. Aliás, esta foi a lógica que norteou as ações de estratégia geopolítica das nações dentre as quais nasceu o capitalismo como modo de produção. Esses países consideravam a ampliação da produção em escala e o desenvolvimento do comércio, da ciência e, dessa forma, a adoção do modo de vida do europeu como “homem civilizado”, fatores necessários e urgentes. Logo, caberia a este último a função de civilizar o mundo, argumento pelo qual se defendeu o neocolonialismo como forma de dominação de regiões como a África. Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica de pensamento e de seus hábitos acaba por gerar uma visão etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se desdobrar em conflitos diretos.( https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm)

Em seu avanço, a cultura européia não só é etnocêntrica, como também etnocidária. O etnocídio é a destruição de modos de vida e de pensamentos diferentes dos compartilhados por aqueles que conduzem à prática da destruição, que reconhecem a diferença como um mal que deve ser sanado mediante a transformação do Outro em algo idêntico ao modelo imposto. Resulta disso, segundo Jaulin, que o conjunto submetido a essa cultura é homogêneo, pois provém da extensão de si mesmo e da negação do Outro. O Outro é sempre negado pelas culturas européias, pois o universo no qual está integrado passa a depender dessas culturas. (TELLES, Norma. A imagem do índio no livro didático: equivocada, enganadora. em Aracy Lopes da Silva (organizadora), A questão indígena na sala de aula, São Paulo, Brasiliense, 1987, p. 75-6.)

Fontes

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm

https://www.passeidireto.com/arquivo/4512953/etnocentrismo

http://ultimato.com.br/sites/paralelo10/2013/04/um-olhar-atualizado-sobre-os-povos-indigenas/

http://www.projeto.unisinos.br/humanismo/antropos/etnocentrismo

 

Por Eduardo de Almeida Vieira
Graduando em Licenciatura em História – 3º Período – Universidade Brasil – Itaguaí/RJ


Publicado por: Eduardo de Almeida Vieira

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