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Educação Inclusiva e Processos de Avaliação

O que define a educação inclusiva, e como a escola e os professores podem desenvolver estratégias para sua prática.

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Educação inclusiva e processos de avaliação

A educação inclusiva parte do pressuposto de que a diferença é própria da condição humana. Que somos todos diferentes, singulares e  únicos.

Quando se generaliza os procedimentos de avaliação para os estudantes com deficiência ou dificuldades de aprendizagem, se torna um problema. O objetivo central ao se adaptar uma avaliação ou qualquer outra estratégia pedagógica deve ser a equiparação de oportunidades.        

É fundamental avaliar cada situação especificamente, é de extrema importância  conhecer bem cada aluno para garantir uma avaliação de fato inclusiva. Todos devem estar envolvidos diretamente no processo,o aluno, pais,  equipe pedagógica, sem esquecer a potencial relevância da participação do(a) profissional especialista que atende  o aluno (caso haja atendimentimento terapeutico).

Não existe receita para incluir, muitas são as tentativas de se criar uma receita básica de como incluir na escola pessoas que sejam consideradas diferentes,todos querem saber qual é o maior empecilho para que a educação seja,  inclusiva . De nada  adianta dizer que uma boa formação de professores seria o suficiente , a infraestrutura física das escolas ajuda muito, mas também não resolve nada de forma isolada.

O maior problema da educação é a busca incessante da receita de bolo que não falhe nunca, que atenda a todos gostos, sirva para educar todos de forma homogênea e que, não demande nem das famílias, nem dos estudantes, nem dos professores,mas educação se faz com seres humanos. Alunos, famílias e professores, cada um deles é diferente de todos os outros. Cada um assa em uma temperatura diferente. Cada um dá ponto em um momento diferente.

Adaptação à diversidade

Ao pensar a inclusão, o primeiro problema com o qual os educadores se deparam é o de definir o que é o “diferente”, uma vez que o termo depende da comparação com o que são os “iguais”.

Quando olhamos para a questão da diferença, o uso da palavra “normal” tem uma origem médica, baseada na ocorrência de determinadas patologias. Pensando estatisticamente, não existe a anormalidade, o que existe são pontos mais próximos ou mais distantes da média.

O segundo passo para uma inclusão escolar efetiva é acreditar que todos podem aprender. O modelo de intervenção é individualizado e o currículo definido pelo déficit, ressaltando as incapacidades e não nas possibilidades dos estudantes.

Esse é um problema ideológico, mais do que pedagógico, pois está focado na homogeneidade e não na diversidade. Todos vão aprender matemática? Duvido. Levando em consideração de que ninguem é  capaz de se declarar conhecedor de todas as ciências, artes e ofícios. Algoritmos para alguns, português, ciências, literatura, história para todos,  que cada um vá adiante naquilo que gostar mais, mas que a nenhum seja sonegada a oportunidade de conhecer tudo e de todas as formas.

O papel da escola para a inclusão

Um importante passo para educação inclusiva é repensar o nosso modelo de educação .Quando vemos os educadores totalmente perdidos com a entrada de alunos com as quais eles não fazem ideia de como lidar, de gente que sempre esteve à margem da educação, percebe-se que a escola não está nem um pouco próxima das mudanças que acontecem na sociedade.

A escola se enraizou em suas crenças e convicções e, continua dificultando o desenvolvimento de novas ideias e soluções.

Quando confrontados com a realidade social, a escola se confunde e adota a postura de rejeitar não só as ideias diferentes como os alunos que ameaçam a solidez de suas apostilas e rigidez de suas avaliações.

Quando um novo professor sai da faculdade e se defronta com a vida real, constata que não foi preparado para a inclusão. E não foi mesmo,só no contato com a realidade é que o professor vai aprender a navegar pelo espaço sem procurar o chão.

Mudar a visão da homogeneidade para a diversidade, acreditar que todos podem aprender e reconstruir a escola de forma que seja, para todos, são os primeiros passos para a inclusão. Sem paradigmas, sem receitas e sem esperar de seres humanos desiguais resultados homogêneos.

No contexto da educação inclusiva, recomenda-se que o ponto de partida seja as singularidades do sujeito, com foco em suas potencialidades. Se, a proposta curricular deve ser uma só para todos os estudantes,  é indispensável que as estratégias pedagógicas sejam diversificadas, com base nos interesses, habilidades e necessidades de cada um.

Só assim se torna viável a participação efetiva, em igualdade de oportunidades, para o pleno desenvolvimento de todos os alunos, com e sem deficiência.

Como desenvolver estratégias pedagógicas inclusivas

O ponto de partida deve ser o próprio estudante. É preciso empenhar-se em conhecê-lo bem,partir do seu repertório e dos seus eixos de interesse torna o processo de ensino-aprendizagem muito mais espontâneo, prazeroso e significativo.

Vale ressaltar a importância de se observar as barreiras existentes e investir na diversificação de estratégias pedagógicas.

Durante muito tempo, acreditou-se ser possível generalizar as características das pessoas e, assim, padronizar estratégias pedagógicas a partir de um mesmo quadro diagnóstico,mas sabemos que essa noção é, simplista.

Ainda que apresentem pareceres diagnósticos absolutamente iguais, duas pessoas podem reagir às mesmas estratégias de maneiras totalmente distintas.Não há, “receitas prontas” ou manuais de atividades ideais, indicando exatamente como ou o que trabalhar com um aluno com esse ou aquele diagnóstico.

Quando o planejamento não leva em conta as particularidades de cada aluno, as estratégias pedagógicas podem constituir uma das principais barreiras à inclusão educacional de alunos com e sem deficiência.

Um dos princípios da educação inclusiva é que toda pessoa aprende, sejam quais forem suas particularidades intelectuais, sensoriais e físicas. O que remete a outro princípio: o processo de aprendizagem de cada pessoa é singular.

Torna-se fundamental avaliar cada situação, a fim de encontrar meios de garantir a inclusão efetiva de qualquer estudante, independentemente do laudo que o acompanha.

Referências

www.diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/#principios

www.diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva


Publicado por: Karina Castelhano Lopes de Carvalho

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.